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Capítulo 3 COLHEITA DE ESTRELAS

  Hafiz Zafar está aparentemente melhor. Esta com a barba e cabelos cortados.  Apesar de frágil e um pouco pálido seus olhos ainda têm vida e esperança que Avaliz trouxe. Ela e Hafiz estão sempre juntos, no quarto, no jardim, na sacada...

  -O que está fazendo? Hafiz pergunta olhando Avaliz se cobrindo na cama pequena.

  -Aqui é a minha cama. Aqui é a cama para a enfermeira. Avaliz responde e se cobre.

  -Não. Você sabe que é mais do que uma enfermeira. Hafiz questiona.

  -Tome o seu remédio que esta ao seu lado e se cobre. Hoje esta frio.Eu estou aqui. É tão perto. Avaliz explica.

 -Por favor! Hoje está frio.Venha! Por favor! Deite-se aqui. Eu estou implorando. Estou com frio. Hafiz continua.

  -É só você se cobrir e logo ficará aquecido. Vamos! Pare de se passar por criança mimada. Hafiz é um homem adulto. Qualquer coisa que você sentir é só me chamar. Avaliz fala com voz meiga e doce como se falasse com uma criança.

  -Por favor, Avaliz. Eu posso morrer a qualquer momento. Eu sinto medo... Olhe pela janela. O céu está estrelado. Daí de sua cama não dá para você olhar a beleza das estrelas. Por favor! Hafiz implora...

  -Esta bem... Você me convenceu... Avaliz se levanta puxando a mini camisola para baixo, pega o seu cobertor e se ajeita ao lado de Hafiz Zafar em sua grande cama. Ele a abraça e fala: - Eu Hafiz Zafar dou de presente todas as aquelas estrelas para Avaliz. Gostou?

  -Adoro estrelas. Amei o presente Hafiz. Obrigada! Você colheu todas as estrelas do céu só para me presentear? Avaliz fala cobrindo Hafiz com o cobertor.

  -Sim. Colhi todas as estrelas para a minha Avaliz... Só a lua e as estrelas do céu seriam as únicas testemunhas daquele beijo que parecia inocente e se transforma num longo e ardente beijo...

  -Por favor! Tire a sua calcinha... Eu quero... Eu preciso... Faz nem que seja por piedade... Hafiz implora intercalando beijos e toques nos seios e entre as  pernas de Avaliz que já não sabia como agir. Talvez por piedade... Mas não tirou apenas a calcinha, tirou também a camisola e não demorou para estar cavalgando com movimentos lentos que extraia gemidos daquele homem com rosto frágil de criança.

A magia daquele momento com o brilho da lua e as estrelas que invadiam o quarto não os deixou perceberem que a porta do quarto abriu e ambos foram espiados por alguns segundos por um coiote com hábitos noturnos que incluía frieza e tática. Abdul Zafar espiou Avaliz movimentando sobre o corpo do irmão Hafiz Zafar que segurava firme as mãos de Avaliz. Abdul Zafar como um coiote que deixou a sua ‘presa’ para mais tarde fecha a porta devagar e se afasta respirando ódio. Abdul Zafar joga a estatua do corredor no chão cujo barulho trouxe Avaliz e Hafiz Zafar de volta para o mundo real.

  -Meu Deus! Não... Não... Não podia... Desculpa... O que você esta pensando de mim... Perdão... É errado... eu... Avaliz foi interrompida com um soluço de choro de Hafiz Zafar. Ela se levanta rápido se vestindo e muito assustada.

  -O que esta sentindo? Esta se sentindo mal? Vou medir a sua pressão. Não podíamos... Hafiz Zafar a puxa de volta para a cama com o rosto coberto de lagrimas e soluços.

  -Você não fez por piedade... Não fez como as outras que eu comprava com joias e outros presentes... Eu estou bem. Eu só... Por favor! Deite-se. Eu quero lhe abraçar... Eu preciso lhe abraçar minha Avaliz.

 Avaliz deita ao lado de Hafiz Zafar que a abraça forte como se fosse o ultimo abraço.

  - Você me deu de presente as estrelas...

Avaliz sussurrou no ouvido de Hafiz que para de chorar e sorri para ela que enxuga as suas lágrimas.

  -Eu quero viver... Eu quero viver para colher e lhe dar todas as estrelas do céu. Hafiz fala baixinho.

  -Você vai ficar bem... Agora dorme. Avaliz aconchega Hafiz Zafar em seus braços como se aconchega um bebê. Ele adormece e ela se perde em seus pensamentos. Entre o certo e o errado, ético ou não. Até chegar a conclusão que ela foi a culpada por ter transado com Hafiz Zafar o seu paciente. Avaliz se julga culpada por dormir junto com ele mesmo Hafiz estando frágil e doente. Se questiona se deveria ter usado outra roupa a usar a mini camisola e uma minúscula calcinha.

Avaliz também adormece e mais uma vez não percebeu que uma fera selvagem com olhos de ódio entrou devagar no quarto e os observou durante alguns minutos. Abdul Zafar com os seus olhos de coiote ficou parado próximo a cama girando o seu grande anel no dedo com rapidez e cerrando os olhos de tanto ódio. Abaixou a mão como se quisesse tocar o rosto de Avaliz, desistiu e saiu o quarto.

  Avaliz acordou cedo colocou o seu roupão e preparou o banho de Hafiz Zafar. Após medicar Hafiz com ternura, telefonou para a cozinha pedindo o café da manhã para eles lembrando que deveria conter frutas e sucos, Levou Hafiz Zafar para o banheiro. Estava abaixada massageando as costas de Hafiz Zafar que apreciava de olhos fechados quando a porta se abriu e lá estava o coiote selvagem.

  -Bom dia querido irmão Hafiz Zafar.

Como foi a sua noite? Abdul fala com irmão sentando-se ao lado da banheira. Ele não falou com Avaliz só desferiu um olhar de fera.

  -Bom dia Abdul. Eu estou me sentindo bem. Ajude-me a sair querida Avaliz. Hafiz é auxiliado por Avaliz que o ajuda a levantar-se da banheira e a vestir-se com o roupão.

  -Irmão Abdul não falou com Avaliz. Hafiz Zafar questiona a Abdul não cumprimentar Avaliz ele só a olhava com o seu olhar de coiote enfurecido.

  -Peço desculpas a Avaliz. Que descuido o meu. Bom dia Avaliz. Abdul Zafar fala olhando Avaliz como se a condenasse por algo.

  -Bom dia. Avaliz respondeu evitando olhar Abdul nos olhos. Havia algo nos olhos de coiote que a assustava naquela manhã.

  -Posso acompanha-los no café da manhã? Abdul Zafar pergunta olhando o roupão de Avaliz.

  -Sim irmão Abdul. Sabe que é um prazer.

  -Eu vou deixa-los um instante e vou até meu quarto para me trocar. Com licença. Avaliz fala já saindo.

 -Não demore Avaliz. Por favor! Hafiz Zafar fala sorrindo.

  -É só um instante. Podem se servir.

  Abdul toma uma xicara de chá de hortelã e logo se levanta apressado.

  -Por Alláh! Mil perdões irmão eu preciso ir. Abdul beija a testa do irmão e sai apressado sem dar chance de Hafiz questionar a sua companhia.Assim que Abdul Zafar sai e fecha a porta do quarto de Hafiz ele segue em passos lentos como um coiote a espreita. Abdul Zafar abre cuidadosamente a porta do quarto de Avaliz e entra se dirige rumo ao banheiro e como calculou o coiote encontra sua presa saindo nua do banheiro.

  Abdul Zafar para e interrompe o seu habito de girar o anel no dedo enquanto Avaliz coloca uma das mãos abaixo do umbigo e outra frente aos seios tentando se cobrir e ao mesmo tempo com esperança de que aquele homem com olhos de coiote se retirasse do seu quarto.

  -Por favor! Abdul... Me dê um tempo para eu me vestir... E...

  O coiote não saiu do seu quarto, ao contrario caminhou em direção a sua presa que estava completamente imóvel. Talvez hipnotizada pelos os olhos de coiote.

  Abdul Zafar não estava frágil como o irmão, um homem grande, saudável e viril usando o camisolão árabe ou o thoub, aquele homem árabe era dominador e misterioso. Ele pega devagar as mãos tremulas e geladas de Avaliz as levantam e as prende contra a parede bem como o corpo nu de Avaliz. Respirando como uma fera com raiva começa a toca-la com a sua boca, toca lábios, seios, umbigo e entre as pernas.

  Avaliz queria fugir daquele coiote, escapar se suas garras e até apagar aquele momento. Mas algo misterioso que vinha daquele homem a fez ficar ali inerte e com palpitações. O coiote levanta respirando forte próximo o corpo nu e gélido de Avaliz mordisca os seus lábios devagar enquanto levanta o seu thoub até a cintura. Depois de ‘possuir’ Avaliz como todo animal mavho faz com a sua fêmea Abdul Zafar afasta, ajeita o seu thoub, caminha em direção à saída em silencio para e de costas fala com Avaliz que continua inerte e gelada encostada a parede para não cair.

  -Eu a vi ontem à noite com o meu irmão. Abdul continua a caminhar coloca a mão na maçaneta da porta abre um pouco e completa.

  - O seu pagamento esta no envelope que eu deixei na cama que era para ser a sua. Ah... Acrescentei ‘um’ extra pelo o que aconteceu aqui.

  A porta bate fazendo um barulho que se misturou ao choro de Avaliz que abaixou ali como uma criança amedrontada e assustada com as mãos no rosto ela chora muito.

  Muito ferida, magoada e com vergonha Avaliz se veste e se dirige para o quarto de Hafiz.

  Concluiu que deveria tomar cuidado com o coiote, com aquele animal e que estava ali para ajudar Hafiz Zafar.

 Ao lembrar-se de Hafiz ela deixa lagrimas escapar nos olhos e pensa: “Não podia ter deixado chegar a esse ponto”. Avaliz abre a porta do quarto de Hafiz e tenta disfarçar que não estava feliz.

  -Nossa! Você demorou. Eu quero lhe mostrar alguns lugares aqui em Rabat. Já contratei serviçais para nos levar. Hafiz Zafar fala animado.

  -É... Vamos então... Preparar-nos. Eu vou lhe ajudar a vestir e vou pegar medicamentos...

  - O que houve? Você chorou? Hafiz Zafar pergunta pegando a mão de Avaliz.

  -É... Eu estava falando com a minha tia no Brasil... É só saudade dela. Esta tudo bem. Vamos! Avaliz disfarça.

   Avaliz e Hafiz estão saindo de carro e ela ao ver a felicidade de Hafiz Zafar esqueceu que foi vitima do coiote e estava a sorrir com Hafiz no banco de trás do carro conduzido por dois serviçais e não viram que Abdul Zafar os observava a espreita, encostado a uma pilastra da sacada.

  Avaliz e Hafiz se divertiram e retornaram já anoitecendo. Ela cuidou de Hafiz. Ajudando-o a tomar banho, a se viestir e o colocou na cama. Com muito carinho Avaliz o beija na testa e foi para o seu quarto.

  -Eu vou me banhar e me trocar. Eu já volto. Fique bem. Avaliz fala para Hafiz que beija a sua mão dela com ternura.

  Ela sai rumo ao seu quarto pensando:

  “Ele é tão diferente de Abdul. Ele tem de conseguir ser transplantado. Deus tem de ajuda-lo”. Avaliz abre a porta de seu quarto e há um ramalhete de flores e um bilhete na sua cama.

  Ela lê o bilhete com lagrimas nos olhos.

  “Perdão”! Por Alláh! Por tudo que há de mais sagrado. Perdão! Você cuida bem de Hafiz meu querido irmão e eu só teria que ficar agradecido. Eu me arrependo muito. Eu sei que lhe magoei. Perdão! Abdul Zafar.

  Avaliz bateu com o ramalhete de flores nos moveis o jogou no cão e pisou no que sobrou dele e em seguida rasgou o bilhete com fúria.

  -Maldito! Animal! Maldito!

  Voltou para o quarto de Hafiz e tentou deitar-se na cama pequena para a enfermeira.

  -Não! Eu não aceito ficar longe de você. Por favor! Eu não vou tentar nada. Não encosto um dedo em você. Mas por favor, deite-se aqui. Eu me sinto bem com o seu calor. Avaliz levanta de sua cama e acomoda-se ao lado de Hafiz Zafar que pega a sua mão e coloca em cima de seu coração.

  -Eu vou me curar. Por Alláh! Você se casaria comigo e me daria filhos? Eu gostaria de fazer de você minha mulher e mãe de meus filhos.

  -Você vai se curar. Tenha fé e esperança. Vamos conseguir um coração bom para você. Avaliz fala passando a mão nos cabelos de Hafiz.

 -Você não respondeu toda minha pergunta. Hafiz questiona.

 -Você vai se casar e vai ter muitos filhos. Você merece! Avaliz disfarça.

  -Você não se casaria com Hafiz e não daria filhos para Hafiz? Hafiz questiona com tristeza.

  -Daria sim. Eu teria o maior prazer em ser a senhora Hafiz e ficar com a barriga bem grande de um filho de Hafiz. Esta bem? Agora vamos dormir. O dia foi cansativo.

  -Então me abraça. Hafiz Zafar pede e Avaliz atende o seu pedido cobrindo-o.

  Dormiram rápido, pois estavam exaustos do passeio e não perceberam o olhar furioso do coiote que sorrateiro adentrou no quarto de Hafiz Zafar.

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