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Verdades - Parte 1

­­­­­­­—É o quê? – perguntou Taylor diretamente.

—Julius é um Tiranossauro Rex – respondeu a jovem.

A soldada diminuiu a pressão nos dedos das mãos que seguravam a garota pelos ombros, libertando-a. Todos ficaram em silêncio por alguns segundos.

—Deixe-me ver se entendi bem. Tiranossauro seria o que eu estou pensando? Um lagarto gigantesco, carnívoro, extinto há séculos e que só existe em filmes? – indagou a mulher.

—Quase tudo que disse está correto. Exceto que só exista em filmes. Julius é um autêntico e real T-Rex – respondeu a jovem encarando a soldada sem desviar o olhar.

Todos ficaram em silêncio novamente enquanto a morena se afastava. Taylor fechou os olhos e colocou a mão esquerda fechada em punho diante da face. Tom cruzou os braços onde estava, esperando por uma explicação. Cada segundo deixava a situação mais tensa.

A mulher vestindo o traje negro da equipe de Operações Especiais abriu os olhos e levantou a face. Havia a tatuagem de um dragão se destacando em seu pescoço.

—Eu juro que estou tentando aceitar a ideia de que está falando sério, querida. Mas vamos concordar que todos aqui sabemos que dinossauros não existem – apesar de ser um deboche, ninguém rira, ainda estavam todos abalados pelos acontecimentos recentes – Acredito que se deseja que acreditemos no que diz vai precisar de mais que poucas palavras para nos convencer. Além do mais, você disse que aquilo lá fora, seja lá o que for, tem nome? Como um animal de estimação? Nos esclareça porque estamos todos confusos aqui – quem conhecia a mulher sabia que ela estava se controlando para não explodir em nervos.

Amanda girou o corpo para a esquerda e então para a direita olhando em volta. Todos a encaravam esperando por uma explicação.

—Vocês não fazem ideia do que está acontecendo aqui, certo? Como vieram para esse lugar sem saber do que realmente se tratava?

Foi a vez de todos os olhares, incluindo o da garota, voltarem-se para a cientista que viera com a equipe.

—Mãe… – começou ela.

Laura Hamilton cruzou os braços e virou a face. Mesmo sem se verem há anos as duas tinham os mesmos trejeitos. Movendo apenas o olhar, a Dra Hamilton encarou com frieza a jovem próxima como se a mesma tivesse acabado de abrir a caixa de Pandora.

—O que ocorre aqui é confidencial, você sabe disso mais que qualquer um, mocinha. Como eu poderia liberar tais informações? Além disso, como eu poderia prever que quase seríamos devorados ao aterrissar? Não tínhamos qualquer ideia sobre o que está acontecendo aqui.

—Acredito que agora não temos mais o que esconder, certo? – indagou a jovem em tom de deboche, mais afirmando que perguntando.

—Você não…

Amanda simplesmente ignorou a mãe e começou a andar. Gesticulou para os demais que a acompanhassem e ela lhes explicaria tudo que sabia. Tom simplesmente assentiu com a cabeça para que os demais acompanhassem a jovem. Ela não parecia ter mais que quinze anos, mas se havia sobrevivido com criaturas como aquela do lado de fora merecia algum crédito.

O interior do prédio era escuro na maior parte dos corredores e Amanda explicara que estavam com uma grande deficiência de energia. Finalmente ao chegarem em uma sala a jovem pressionou o botão de um painel na parede e luzes brancas no teto piscaram e se acenderam.

Havia diversos computadores em mesas e dezenas de monitores em um computador maior acoplado em uma parede. A maioria dos monitores estavam desligados e a garota repetira que aquilo se devia à queda de energia e que estavam funcionando na reserva.

Todo nosso sistema de segurança também caiu – concluíra. Por fim pedira que todos se sentassem, pois o que iria contar era o suficiente para fazer um incrédulo reconsiderar sua visão sobre o mundo.

—Onde estão todos? – indagou a Dra Hamilton antes que Amanda começasse a falar – Esse lugar deveria ter ao menos dez pessoas. Não apenas está tudo parado, mas o pessoal do suporte também não está aqui.

—Eles estão nos prédios de alojamentos do Complexo D, foram para lá três semanas atrás e não tive mais notícias desde então porque nossas comunicações de baixa frequência também caíram. Quando a tempestade chegou com força destruindo tudo e a energia caiu, todos ficaram apavorados e decidiram que seria melhor os prédios com mais suprimentos. Eu fiquei com dois seguranças para o caso de algum resgate chegar, mas na semana passada, como ninguém tivesse aparecido, eles também saíram e fiquei sozinha. Felizmente quanto mais sozinha ficava menos problemas tinha com suprimentos, ainda tenho comida para seis meses e remédios.

—Pode começar a nos explicar o que está acontecendo agora – disse Taylor sentada em uma cadeira com as pernas cruzadas.

Amanda suspirou.

—Primeiramente, bem-vindos à Arena de Reprodução de Espécimes Singulares, ou como preferimos chamar, o projeto ARES. Imagino que já viram aquele filme famoso, O Parque dos Dinossauros? Tentem imaginar aquilo em um mundo real, com mais terror e sem as cercas. Julius é um dos poucos nomeados e um dos poucos que conseguimos monitorar de perto, ou ao menos conseguíamos.

—Quantos dinossauros tem nessa ilha? – perguntou Tom casualmente.

—Centenas, talvez milhares. Vivemos em um ecossistema novo e diferente, é impossível afirmarmos qualquer coisa com certeza.

—Dinossauros reais? Milhares? – balbuciou o sujeito ao mesmo tempo que a equipe tinha uma reação igualmente surpresa.

Dinossauros, Laura? No passado você já nos mandou para uma cidade repleta de mortos voltando à vida sedentos pelo sangue dos vivos. Agora estamos em uma ilha no meio do nada repleta de dinossauros carnívoros? O que será na próxima vez, aliens? – berrava Tom falando com a cientista em uma sala privada.

—O que você esperava? Que eu dissesse a verdade? Há muito que você não sabe e não precisa saber. Além do mais, nunca teriam acreditado e se o tivessem nunca teriam aceitado a missão. Você e sua equipe sabiam dos riscos quando vieram trabalhar para a NextGen!

—Esse é o seu problema, você sempre acha que as pessoas não precisam saber de tudo, sempre tem segredos. É como quando estivemos juntos, eu não precisava saber de tudo, certo? E quanto a ela, ela também sabia o que acontecia aqui quando você a mandou para cá? Como você pode mandá-la? É sua própria filha!

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