Tom caminhava à frente do grupo. Levava o rifle empunhado procurando observar ao longe confiando em seus instintos. A chuva molhava a mira da arma e impedia que o recurso fosse usado. Taylor e David cobriam as laterais frontais do grupo, as cientistas ficavam no meio da formação e os outros militares cobriam a retaguarda.
Fazia dez minutos que os sobreviventes haviam deixado o complexo quando encontraram uma pequena guarita abandonada. Não havia ninguém, a porta estava arrombada e as vidraças quebradas. Tudo estava destruído, haviam sinais de luta e sangue pelas paredes.
—A porta foi arrombada de fora para dentro – comentou Amanda – Algum dinossauro maior procurando se abrigar da chuva talvez. Quando a energia caiu as luzes se apagaram, acredito que ligaram lanternas nervosos e isso assustou os dinos mais próximos.
—Mas as janelas foram arrombadas d
Tom aproximou-se da garota e inclinou seu corpo robusto sobre o dela espiando o tablet por sobre seu ombro. Amanda quase desaparecera ao lado do sujeito.—Existe algum outro caminho que possamos tomar?—Infelizmente não.Laura posicionou-se entre os dois e levantando o olhar, focou-se no soldado.—Essas criaturas são muito rápidas e se temos vinte no radar agora, em uma hora o bando pode ter trinta ou mais. Eles se comunicam de alguma forma que ainda não compreendemos, mas sempre realizam ataques organizados, vindo de todos os lados. Precisamos sair daqui e avançar o mais rápido que pudermos se quisermos chegar com vida àquele prédio – disse.Antes que qualquer outro dissesse alguma coisa, a luz que invadia o aposento, vindo de um poste distante por uma janela fora bloqueada pela criatura que saltara em seu batente. Era um lagarto bípede de cor escu
O grupo sequer tivera qualquer chance de reação diante do ataque. Em um momento todos ouviram um rugido próximo e já no instante seguinte a gigantesca criatura saía velozmente de entre as árvores, avançando com fúria, fazendo com que se espalhassem como formigas.—Alossauro! – gritou Amanda.Então aquele era um Alossauro – pensaram os soldados. Mesmo Laura, que já havia visto vídeos de todos os dinossauros da Ilha Luna e também da Ilha Artemis no passado, ficara surpresa e impressionada com a majestade que a criatura tinha. Era um lagarto muito alto e perto deles parecia um gigante. Agora, cara a cara, seu rugido era ensurdecedor. Era a mesma sensação de quando se ouvia um trem ao longe e depois a locomotiva apitando a poucos metros.Aquele era um local perfeito para o predador caçar. A chuva apaga
Quando o predador percebera a presença do soldado bem diante de si, virara-se para ele imediatamente, certamente na intenção de atacar com as garras ou dar um bote. Donovan, no entanto, já estava posicionado como queria, apontando para cima com a .50 em suas mãos.O soldado disparara seis vezes seguidas, acertando cinco tiros no alvo pretendido. Os projéteis haviam atravessado pela parte de baixo da grande mandíbula, subindo, atravessando a cabeça e saindo pelo alto do crânio do dinossauro. A criatura emitira um último rugido e tombara para a frente, quase esmagando o soldado que saltara para o lado no mesmo instante.—Me digam que o desgraçado está morto! – berrou o soldado enquanto gemia sentado no chão molhado e coberto de grama na lateral da estrada.Os demais membros da equipe aproximaram-se da criatura caída que não mai
Logo o Eurocopter EC130 T2 estava levantando voo do terraço do prédio. Pouco antes de entrarem, Trevor apontara para os céus, a tempestade havia aumentado, mais relâmpagos, raios e trovões. Enquanto os soldados entravam o piloto orientara que fechassem bem qualquer entrada de ar e se segurassem, pois, o voo seria bem mais turbulento que aquele da viagem até a ilha.Laura se acomodara com Tom e os demais na parte traseira enquanto Amanda fora na frente junto de Trevor, assumindo como copiloto. Aquilo era novidade para a CEO da NextGen, mas a filha explicara antes que aprendera a voar ali mesmo com o piloto que a levava entre as instalações nos complexos.Segundo ela, naquele lugar, o melhor era aprender a fazer de tudo o máximo que conseguisse. Agora confirmava sua teoria, afinal, naquele momento ninguém conhecia melhor aquele lugar amaldiçoado do que ela.
—Há algo que realmente ainda não entendo – disse ele – Por que trazer esses dinossauros para cá? Quero dizer, não pelo lugar, mas por que levar dinossauros para qualquer lugar. Tenho observado as anotações nos computadores e a segurança nos complexos. Creio que haviam muitos militares por aqui para manter a segurança – e falharam miseravelmente, pensou – mas não me parece que estavam fazendo testes nesses animais com esse fim. Inicialmente imaginei que os dinossauros estivessem aqui para ser treinados, estudados, preparados para combate e fins militares. Mas agora não sei se é apenas isso. O que fazem? Pesquisas genéticas ou coisa do tipo? Por favor, não venha dizer que é tudo confidencial como faz sua mãe.Embora tivesse perdido os óculos que usava quando tinham sido atacados pelo Alossauro, a garota encontrara outro que tinha
Taylor e Dylan estavam na entrada do prédio onde Trevor sugerira que o grupo se abrigasse da tempestade quando o helicóptero fora abatido. Todos os sobreviventes viraram-se olhando de volta quando ouviram o barulho da aeronave caindo e explodindo instantes depois.Dessa vez havia dois Tiranossauros bem próximos deles, o tirano que os atacara logo que chegaram à ilha, chamado Julius e um outro, maior e de pele mais escura. Em meio à escuridão da manhã por conta da tempestade que caía, as chamas do helicóptero queimando eram como um sol brilhando no universo sem fim.Tom não esperava que Trevor houvesse sobrevivido quando vira o piloto se arrastando, alguns metros longe do local do acidente. O soldado já se preparava para correr de encontro ao amigo para ajudá-lo quando um dos predadores na cena também o avistara. Cada passo da criatura fazia o ch
—Precisamos ajudá-los – comentou a mulher de olhos azuis, aproximando-se do sujeito. Era um homem alto, com quase dois metros de altura, mais alto que Tom. O mesmo vestia um traje negro com linhas azuis semelhante ao que a mulher do rabo de cavalo usava. Tinha cabelos grisalhos bem curtos e uma cicatriz que descia sobre o olho esquerdo.—Mantenha os civis em segurança, temos a situação sob controle. Vamos nos reagrupar em cinco minutos – respondeu o homem sem sequer olhar para a mulher. Embora fosse cego do olho esquerdo, seu olhar não se desviava nem por um instante da ruiva que seguia com Tom e David – Roman? Prossiga com a operação, temos o alvo em posição – concluiu falando com outra pessoa por um comunicador que Taylor não identificara em lugar algum.De um cruzamento dois quarteirões abaixo um caminhão pipa surgira em alta velocidade, acelerando
Por um breve momento a tensão se instalara novamente no local. Todos da equipe de Tom voltaram seus olhares para Laura enquanto ela voltara-se para a filha. Taylor colocara o rifle que levava nas mãos sobre uma mesa e encarara todos os outros soldados presentes.Com exceção de Clark e Ralf, cujos trajes lembravam os uniformes militares que eles mesmos usavam, Leona, Roman e o líder vestiam-se com aquele estranho traje negro detalhado com linhas azuis. Quando estavam em ação, correndo ou realizando qualquer coisa, as linhas brilhavam com neon, porém, agora permaneciam mais escuras. Era apenas mais um elemento que ela não sabia explicar e que intrigava a todos.A linda morena voltou-se para Laura.—É realmente possível que eles tenham vindo do futuro? – indagou sem enrolar. Não havia tempo para conversa fiada.Laura ponderou as