—Amanda sempre soube o que acontecia, mas assim como eu ela jamais deixaria a chance de explorar uma descoberta como essas passar. A questão agora é que estamos aqui, podemos não suportar um ao outro, mas precisamos encontrar uma forma de voltar. Se as comunicações não funcionam, deve haver alguma aeronave em algum lugar da ilha que possamos m****r de volta com dados do que está acontecendo e pedir ajuda.
—Para você é sempre assim, dados, trabalho. Você nunca se importa em como as pessoas ao seu redor estão, o que elas sentem ou o que vai lhes acontecer. Quando vai entender que isso apenas afasta os que lhe cercam? – resmungou o soldado.
—Como você mesmo disse mais cedo, eu sou CEO de uma grande corporação, eu não posso me dar o luxo de pensar em cada pessoa individualmente, tenho uma companhia que conta com as minhas decisões para continuar no mercado. Não apenas vocês, mas eu, todos aqui somos parte de algo maior. Lidamos com o desconhecido todos os dias, nosso trabalho é encontrar fronteiras e ultrapassá-las, não finja que você é diferente.
—Que droga. Se sobrevivermos lhe garanto que a primeira coisa que verá ao voltarmos será minha carta de demissão. Dessa vez você passou dos limites, mais da metade da minha equipe foi assassinada em segundos por um único monstro e você deixa para nos dizer agora que a ilha está cheia deles. Não quero vê-la nunca mais depois que sairmos daqui…
—Apenas faça o seu trabalho. Não leve para o lado pessoal…
—Não é pessoal, o passado ficou no passado. Apenas vamos encontrar um jeito de dar o fora daqui – disse o soldando saindo da sala e batendo a porta atrás de si.
Na sala com os computadores, Amanda continuava a conversar com os soldados restantes da equipe de Tom. Ainda que ninguém quisesse aceitar o que a jovem dizia, cada um deles havia visto o Tiranossauro citado cara a cara poucos minutos antes.
—Então… esses dinossauros. Isso é o projeto secreto desenvolvido nessa ilha – disse David – São algum tipo de experiência científica com clonagem, como nos filmes? Já ouvi dizer que podem replicar um ser apenas com as cadeias de DNA encontradas em fósseis, mas jamais imaginei que poderia ser verdade.
É mais complicado que isso – pensou a garota.
—Na verdade, em 1999, um ano antes que eu nascesse, minha mãe trabalhou em um projeto ambicioso de um cientista chamado Dr. Robert Redford. Não sei nada confirmado, mas dizem que o Dr. Redford não apenas conseguiu feitos notáveis com sua pesquisa, mas ele também criou uma máquina do tempo. Com o dispositivo ele era capaz de abrir portais e viajar para o passado e até mesmo o futuro. Dizem que ele levou um complexo de pesquisas inteiro ao passado e foi aí que eles entraram em contato com os primeiros desses dinossauros. Uma sucessão de falhas na segurança forçou o governo a intervir e depois de muitos incidentes e mortes o projeto foi finalmente cancelado. Porém, antes disso acontecer, centenas de dinossauros foram extraídos da ilha onde o projeto do Dr. Redford acontecia. Esses dinossauros foram entregues pelo governo à NextGen para pesquisas em um contrato milionário. A NextGen tinha conhecimento sobre essa ilha e imaginaram que esse seria o local perfeito para um laboratório de pesquisas desse nível, ninguém seria capaz de intervir em suas pesquisas aqui. Assim os primeiros desses dinossauros foram trazidos para cá.
Taylor Shawn, a soldada que encurralara Amanda pouco antes, cruzou os braços e balançou a cabeça. Seus cabelos negros brilhantes repicados pouco acima do pescoço causavam inveja à garota, que nunca imaginara existir uma mulher tão linda naquele tipo de atividade.
—Ótimo, máquina do tempo, certo? – comentou a soldada – Então fomos de O Parque dos Dinossauros para O Exterminador do Futuro em poucas palavras. Algo me diz que há muito mais do que você está dizendo. Me pergunto quantos segredos são mantidos em um lugar isolado do mundo como esse.
Donovan, um soldado que até aquele momento já havia desmontado, polido e remontado o fuzil mais de dez vezes, encarou a garota.
—Você disse 1999. Está dizendo que esses dinossauros estão nessa ilha há quase duas décadas?
Todos ficaram em silêncio quando um rugido fez as paredes tremerem. Taylor e os outros empunharam suas armas novamente.
—Quão seguro é esse lugar? – indagou a mulher encarando a garota.
—Julius não pode entrar aqui. As paredes são revestidas com aço e ele é grande demais para passar pelas portas. Ele está assim porque levaram a fêmea para o complexo de pesquisas no centro da ilha. Eu fui contra separá-los, mas ninguém quis me ouvir. Apesar de terem me concedido o comando, eu não tenho controle sobre tudo, como podem ver pela atual situação.
Taylor balançou a cabeça novamente.
—Então vocês tiraram a Sra. T-Rex do Sr. T-Rex e ele ficou furioso por isso. Me pergunto quantas outras bobagens vocês fizeram nesse lugar…
—Esse não é o maior dos nossos problemas, Shawn – disse Donovan enquanto Tom e Laura entravam novamente na sala.
—Quais os novos problemas que temos além de centenas de dinossauros querendo nossa pele, Donny? – perguntou o líder, pegando a conversa daquele ponto.
O soldado olhou para Amanda e então para Laura.
—A garota disse que os primeiros dinossauros foram trazidos para a ilha em 99. Isso quer dizer que os mais velhos conhecem cada centímetro desse lugar há dezoito anos. Eles também já se reproduziram e os mais novos nasceram aqui, é a casa deles. Nós somos os intrusos e estamos no quintal do inimigo.
Ainda acha que o melhor a se fazer é omitir informações? – disse Tom ironicamente para a mulher ao seu lado.
—Para piorar a tempestade derrubou várias torres sobre a usina de energia e isso causou o blecaute nos servidores. As medidas defensivas do complexo, bem como as câmeras de segurança foram todas desativadas. Estamos presos aqui – completou Taylor.
—Há alguma forma de religar a energia, Amanda? – perguntou o líder.
—Existe uma forma, mas não será fácil conseguir – respondeu a garota.
Não, não, não. É uma péssima ideia, a pior ideia de todas – disse Laura se colocando entre eles – É impossível. Temos de pensar em qualquer outra coisa, acreditem em mim.
Não, não, não. É uma péssima ideia, a pior ideia de todas – disse Laura se colocando entre Tom e a filha – É impossível. Temos de pensar em qualquer outra coisa, acreditem em mim.A tensão logo recaiu novamente sobre o grupo. Amanda explicara que havia um gerador secundário que poderia suprir algumas divisões do complexo no caso de a usina ser danificada, porém, a Dra Hamilton tinha razão em postar-se contra a ideia.A instalação onde o gerador secundário se localizava ficava oito quilômetros ao norte da localização atual da equipe e do lado de fora a chuva continuava a cair. A chuva, no entanto, era o menor dos problemas. Com a queda de energia todas as medidas de segurança do complexo haviam sido desativadas. Cercas elétricas, sensores de movimento e câmer
Tiranossauro.Vocês já conheceram o Julius.—Os Tiranossauros são extremamente assustadores e é um dos mais versáteis predadores já conhecidos. Ele costuma ter até 6,5 metros de altura e 13 metros de comprimento distribuídos em 10 toneladas de massa muscular. Apesar de seu tamanho, em campo aberto ele pode alcançar 40 km/h correndo em linha reta. Ele também é capaz de girar seu corpo em grande velocidade e sua cauda longa e forte é capaz de arremessar um veículo de tamanho médio para o ar facilmente. Nota: já vimos isso. Possui uma mandíbula capaz de exercer pressão de até 6 toneladas, ou seja, o que ele morde esmaga e não escapa. Além disso, tem cerca de sessenta dentes, todos com aproximadamente vinte centímetros de comprimento. Ninguém. Repetindo, NINGUÉM jamais venceu uma luta contra um Tirano
Taylor contara mentalmente até perder as contas controlando-se para não enforcar a garota. Laura e Amanda tinham mais em comum do que seriam capazes de admitir.Após falar sobre dezesseis espécies de dinossauros que poderiam matar uma pessoa em segundos, a menina convidou os soldados para uma refeição. A despensa era repleta de todo tipo de conservas e muitas carnes congeladas. A cozinha, decorada nas cores branca e azul claro nos pisos, azulejos e portas dos armários pequenas tinha três fornos de micro-ondas, uma máquina de café expresso, uma geladeira enorme e uma pia em formato de L em um canto. Tudo estava impecavelmente limpo.Amanda tinha jeito para cozinhar e enquanto preparava a comida e explicava detalhes sobre os complexos na ilha falava mais sobre dinossauros.Ela certamente gostava mais dos lagartos que de pessoas.Tom apanhara uma xí
A Dra Hamilton deu dois passos e ficou frente a frente com o homem no comando.—Brad Vipers, John Jonnes, Hank McCartney, Charles Grey, Scoth Wilson, James Logan, Julian Solo, Jonathan Kent, Allan Grant, Luca Baker – recitou a cientista. Todos os soldados presentes a encararam ao ouvir aqueles nomes – Surpreso por me ouvir dizer os nomes dos membros da sua equipe? Não pense que cuido de meus funcionários como meros peões em um tabuleiro. Sei suas patentes, menções honrosas, ações em campo e se duvidar até o número de seu serviço social. Sei que tinham família e o valor de cada uma das vidas aqui. Não ache que estou pensando unicamente na empresa quando digo que precisamos esperar por ajuda. Preciso me preocupar com a vida e a segurança de cada um de vocês. Quando digo que o melhor é ficarmos aqui é porque é o melhor a ser feito.Aquela
Tom caminhava à frente do grupo. Levava o rifle empunhado procurando observar ao longe confiando em seus instintos. A chuva molhava a mira da arma e impedia que o recurso fosse usado. Taylor e David cobriam as laterais frontais do grupo, as cientistas ficavam no meio da formação e os outros militares cobriam a retaguarda.Fazia dez minutos que os sobreviventes haviam deixado o complexo quando encontraram uma pequena guarita abandonada. Não havia ninguém, a porta estava arrombada e as vidraças quebradas. Tudo estava destruído, haviam sinais de luta e sangue pelas paredes.—A porta foi arrombada de fora para dentro – comentou Amanda – Algum dinossauro maior procurando se abrigar da chuva talvez. Quando a energia caiu as luzes se apagaram, acredito que ligaram lanternas nervosos e isso assustou os dinos mais próximos.—Mas as janelas foram arrombadas d
Tom aproximou-se da garota e inclinou seu corpo robusto sobre o dela espiando o tablet por sobre seu ombro. Amanda quase desaparecera ao lado do sujeito.—Existe algum outro caminho que possamos tomar?—Infelizmente não.Laura posicionou-se entre os dois e levantando o olhar, focou-se no soldado.—Essas criaturas são muito rápidas e se temos vinte no radar agora, em uma hora o bando pode ter trinta ou mais. Eles se comunicam de alguma forma que ainda não compreendemos, mas sempre realizam ataques organizados, vindo de todos os lados. Precisamos sair daqui e avançar o mais rápido que pudermos se quisermos chegar com vida àquele prédio – disse.Antes que qualquer outro dissesse alguma coisa, a luz que invadia o aposento, vindo de um poste distante por uma janela fora bloqueada pela criatura que saltara em seu batente. Era um lagarto bípede de cor escu
O grupo sequer tivera qualquer chance de reação diante do ataque. Em um momento todos ouviram um rugido próximo e já no instante seguinte a gigantesca criatura saía velozmente de entre as árvores, avançando com fúria, fazendo com que se espalhassem como formigas.—Alossauro! – gritou Amanda.Então aquele era um Alossauro – pensaram os soldados. Mesmo Laura, que já havia visto vídeos de todos os dinossauros da Ilha Luna e também da Ilha Artemis no passado, ficara surpresa e impressionada com a majestade que a criatura tinha. Era um lagarto muito alto e perto deles parecia um gigante. Agora, cara a cara, seu rugido era ensurdecedor. Era a mesma sensação de quando se ouvia um trem ao longe e depois a locomotiva apitando a poucos metros.Aquele era um local perfeito para o predador caçar. A chuva apaga
Quando o predador percebera a presença do soldado bem diante de si, virara-se para ele imediatamente, certamente na intenção de atacar com as garras ou dar um bote. Donovan, no entanto, já estava posicionado como queria, apontando para cima com a .50 em suas mãos.O soldado disparara seis vezes seguidas, acertando cinco tiros no alvo pretendido. Os projéteis haviam atravessado pela parte de baixo da grande mandíbula, subindo, atravessando a cabeça e saindo pelo alto do crânio do dinossauro. A criatura emitira um último rugido e tombara para a frente, quase esmagando o soldado que saltara para o lado no mesmo instante.—Me digam que o desgraçado está morto! – berrou o soldado enquanto gemia sentado no chão molhado e coberto de grama na lateral da estrada.Os demais membros da equipe aproximaram-se da criatura caída que não mai