Joshua voltou como disse que faria. Eu ainda não tinha nenhuma notícia de Cassidy. Estava preocupado, impaciente, sentia meu peito apertado como se algo estivesse prestes a me esmagar. Não sabia se ficava quieto, tentando manter a calma e desejando melhoras, ou se ia atrás de informações, confrontando quem quer que fosse para ter uma resposta imediata. Cada minuto que passava parecia uma eternidade, uma tortura silenciosa. — Calma, eles virão dizer alguma coisa. — Joshua colocou a mão em meu ombro, seu tom era tranquilo, mas sua expressão demonstrava que ele também estava preocupado. A situação era tensa. — Não aguento mais — reclamei, passando as mãos pelo rosto, tentando conter a tensão que tomava conta de mim. — Kai, fique calmo, logo alguém virá e… — Familiares de Cassidy Hoke — uma voz feminina chamou. Me levantei de imediato, meu coração disparando. — Aqui! — falei ansioso, quase me precipitando para mais perto. — Como ela está? O que aconteceu? E o meu filho? A médica
Cassidy conversava animadamente com Olívia e Michael, que tinham vindo logo cedo para visitá-la. Depois de dias no hospital, ela finalmente recebeu alta, e agora estávamos atentos para garantir seu conforto e segurança. — Quando pretendem fazer outra cerimônia? — Joshua perguntou, casualmente, mas com um brilho curioso nos olhos. — Os planos mudaram um pouco — respondi, lançando um olhar de soslaio para Cassidy. — Não quero que ela passe por emoções fortes antes do bebê nascer, então provavelmente faremos isso depois do nascimento. O som de risadas infantis interrompeu nossa conversa. Viramos para ver Rubi, agora mais confiante em seus passinhos desajeitados, brincando animadamente com o primo Isaac aos pés do sofá, onde Cassidy estava sentada. — Dylan tem falado com você? — questionei Joshua, tentando soar despreocupado. — Não muito. — Ele franziu o cenho, curioso. — Por quê? — Estou achando ele muito... estranho ultimamente. — afirmei, ainda incerto sobre o que estava ac
Acordei cedo. Ou melhor, eu nem dormi. Estava completamente eufórico, a mente um turbilhão de pensamentos e possibilidades. Eu odiava essa sensação de estar sem controle, de não saber o que aconteceria a seguir. Eu queria resolver tudo sozinho, agir à minha maneira, mas Kai usou aquela tática ridícula de envolver nossa mãe e, no final, fui forçado a contar a ele. O silêncio na recepção do escritório era denso, carregado de ansiedade e incertezas. O ar-condicionado murmurava baixinho, lançando um vento gelado que parecia zombar do suor frio escorrendo pela minha nuca. Kai estava ao meu lado, braços cruzados e expressão tranquila demais para quem estava prestes a testemunhar o possível desmoronamento da minha vida. Eu odiava o quanto ele parecia confiante, enquanto eu mal conseguia controlar a respiração. — Está nervoso? — ele perguntou, como se não fosse óbvio. O encarei, e as palavras queimavam na ponta da língua. Nervoso? Era um eufemismo. Eu estava à beira de um ataque d
— Mentira. — É verdade, eu sei que é difícil de acreditar... — suspirei, sentindo o peso esmagador da verdade nas palavras. — Mas é realmente o que está acontecendo. — Por que os homens dessa família nunca podem ter uma vida normal? — Josh esfregou o rosto com as mãos, a frustração estampada em cada linha de expressão. — E então? Como é a criança? — Eu não sei, ainda não o vi pessoalmente.— admiti, a vergonha me corroendo. — E como sabe que eles precisam de ajuda? — Fui até o endereço. A família perdeu tudo. Só restaram a tia e ele. — falei, minha perdida ao lembrar do cenário em que os dois vivem. — Então, se realmente for seu filho — e eu acredito que seja, ou esses cinco laboratórios falharam vergonhosamente — você precisa fazer alguma coisa. — Josh declarou, firme, a determinação em seus olhos como uma sentença irrefutável. — Eu sei. Eu só... não sei o que fazer. — Sabe, Dylan. Você sabe. — Ele rebateu, o tom cortante como uma lâmina. O silêncio se espalhou como
— Você não pode estar falando sério. — falei, atônita. — Kai... — É a verdade, ele está há dias indo visitar o menino. Pelo que sei, eles contaram ontem que Dylan é pai do garoto. — Kai explicou, os olhos fixos nos meus, como se quisesse transmitir mais do que palavras. — Kai... não acredito que escondeu essa história de todo mundo. — Pisquei diversas vezes, tentando processar. — Você sabia esse tempo todo? — É a história dele, meu amor. Não podia falar, entende? — Ele tocou em minha barriga, o gesto cheio de cuidado e preocupação. O toque de Kai me acalmava, mas o peso daquela revelação pairava sobre nós. Uma criança que Dylan não conhecia até agora, um segredo que abalou a todos. — Sim, tudo bem. — Murmurei, tentando absorver. — E agora? — Agora... — suspirou, os dedos deslizando pela minha pele em círculos lentos. — Não faço ideia. Ele está tentando conhecer o menino, mas não vai ser fácil. Dylan sempre fugiu de laços. — Caramba, Kai... que coisa tão... — Complicada. — comp
Ver a felicidade de Cassidy e Rubi é um sentimento indescritível, um calor que invade meu peito e ameaça transbordar pelos olhos. Minha filha é a estrela brilhante de sua própria festa de aniversário. A menina passa de colo em colo, risonha e tranquila, aceitando cada carinho com um sorriso encantador. Ela ama a atenção — definitivamente minha filha. Cassidy também está radiante. A felicidade brilha nos olhos dela de uma maneira que me faz perder o fôlego. Sempre estive presente em todos os aniversários dos meus sobrinhos. Nunca faltei a nenhum. Mas hoje é diferente. Hoje, a celebração é na minha casa, pela minha filha. E não há nada no mundo que se compare a isso. — Ok, agora vamos cantar os parabéns para ela — anunciou minha esposa, a voz doce chamando a atenção de todos. Caminhei até elas, posicionando-me atrás do bolo. Cassidy segurou Rubi em seus braços enquanto todos começaram a cantar, mas meu foco estava totalmente nas duas mulheres da minha vida. Perfeitas. Abso
— Cassidy! Estou tão feliz e orgulhosa! Você foi exatamente o que o Kai precisava para transformar a vida dele de vez! — Senti um toque suave no meu ombro e virei o rosto, encontrando o sorriso caloroso da minha sogra. — Ele também fez muito por mim, muito mesmo — respondi, com um sorriso grato. — Vocês fizeram muito um pelo outro. Kaili, de onde estiver, deve estar transbordando de orgulho agora. — Eu realmente espero que sim. Ouvir histórias sobre o pai do meu marido sempre aquece meu coração. Mesmo sem estar mais aqui, Kaili deixou um legado de bondade e amor que vive através de Kai. Rubi é uma garotinha de sorte, tendo dois avôs que a amam tanto. A comemoração estava um verdadeiro sucesso! As crianças corriam animadas pela sala, risadas ecoando por todos os cantos. Até o filho de Dylan, que no começo estava um pouco tímido, agora brincava e se divertia como se sempre fizesse parte daquele caos alegre. Eu aproveitei um momento de tranquilidade para correr ao banheiro,
Três semanas depois do aniversário de Rubi, o aguardado julgamento de Antonella finalmente começou. Eu não queria que Cassidy estivesse presente, mas ela também era uma testemunha importante. — Tem certeza de que consegue, meu amor? — perguntei antes de entrarmos, a preocupação evidente na minha voz. — Está se sentindo bem? Se não estiver... — Kai — ela tocou meu rosto, um sorriso confiante nos lábios. — Eu estou ótima. Imagina só, vamos ver essa desgraçada ser condenada. — Uma risada escapou dela, um misto de alívio e satisfação. — Sim, é isso que eu espero. — afirmei, determinado. — Então, vamos lá. — disse Cassidy, firme. Entramos e nos acomodamos logo no início da fileira. Da família, apenas Alexander estava presente; Joshua não pôde vir por conta de compromissos de trabalho. O primeiro dia de julgamento começou intenso. Felizmente, eu fui o primeiro a depor. Não senti nem um pingo de remorso ou piedade enquanto respondia às perguntas e observava as provas se empilhare