— Mentira. — É verdade, eu sei que é difícil de acreditar... — suspirei, sentindo o peso esmagador da verdade nas palavras. — Mas é realmente o que está acontecendo. — Por que os homens dessa família nunca podem ter uma vida normal? — Josh esfregou o rosto com as mãos, a frustração estampada em cada linha de expressão. — E então? Como é a criança? — Eu não sei, ainda não o vi pessoalmente.— admiti, a vergonha me corroendo. — E como sabe que eles precisam de ajuda? — Fui até o endereço. A família perdeu tudo. Só restaram a tia e ele. — falei, minha perdida ao lembrar do cenário em que os dois vivem. — Então, se realmente for seu filho — e eu acredito que seja, ou esses cinco laboratórios falharam vergonhosamente — você precisa fazer alguma coisa. — Josh declarou, firme, a determinação em seus olhos como uma sentença irrefutável. — Eu sei. Eu só... não sei o que fazer. — Sabe, Dylan. Você sabe. — Ele rebateu, o tom cortante como uma lâmina. O silêncio se espalhou como
— Você não pode estar falando sério. — falei, atônita. — Kai... — É a verdade, ele está há dias indo visitar o menino. Pelo que sei, eles contaram ontem que Dylan é pai do garoto. — Kai explicou, os olhos fixos nos meus, como se quisesse transmitir mais do que palavras. — Kai... não acredito que escondeu essa história de todo mundo. — Pisquei diversas vezes, tentando processar. — Você sabia esse tempo todo? — É a história dele, meu amor. Não podia falar, entende? — Ele tocou em minha barriga, o gesto cheio de cuidado e preocupação. O toque de Kai me acalmava, mas o peso daquela revelação pairava sobre nós. Uma criança que Dylan não conhecia até agora, um segredo que abalou a todos. — Sim, tudo bem. — Murmurei, tentando absorver. — E agora? — Agora... — suspirou, os dedos deslizando pela minha pele em círculos lentos. — Não faço ideia. Ele está tentando conhecer o menino, mas não vai ser fácil. Dylan sempre fugiu de laços. — Caramba, Kai... que coisa tão... — Complicada. — comp
Ver a felicidade de Cassidy e Rubi é um sentimento indescritível, um calor que invade meu peito e ameaça transbordar pelos olhos. Minha filha é a estrela brilhante de sua própria festa de aniversário. A menina passa de colo em colo, risonha e tranquila, aceitando cada carinho com um sorriso encantador. Ela ama a atenção — definitivamente minha filha. Cassidy também está radiante. A felicidade brilha nos olhos dela de uma maneira que me faz perder o fôlego. Sempre estive presente em todos os aniversários dos meus sobrinhos. Nunca faltei a nenhum. Mas hoje é diferente. Hoje, a celebração é na minha casa, pela minha filha. E não há nada no mundo que se compare a isso. — Ok, agora vamos cantar os parabéns para ela — anunciou minha esposa, a voz doce chamando a atenção de todos. Caminhei até elas, posicionando-me atrás do bolo. Cassidy segurou Rubi em seus braços enquanto todos começaram a cantar, mas meu foco estava totalmente nas duas mulheres da minha vida. Perfeitas. Abso
— Cassidy! Estou tão feliz e orgulhosa! Você foi exatamente o que o Kai precisava para transformar a vida dele de vez! — Senti um toque suave no meu ombro e virei o rosto, encontrando o sorriso caloroso da minha sogra. — Ele também fez muito por mim, muito mesmo — respondi, com um sorriso grato. — Vocês fizeram muito um pelo outro. Kaili, de onde estiver, deve estar transbordando de orgulho agora. — Eu realmente espero que sim. Ouvir histórias sobre o pai do meu marido sempre aquece meu coração. Mesmo sem estar mais aqui, Kaili deixou um legado de bondade e amor que vive através de Kai. Rubi é uma garotinha de sorte, tendo dois avôs que a amam tanto. A comemoração estava um verdadeiro sucesso! As crianças corriam animadas pela sala, risadas ecoando por todos os cantos. Até o filho de Dylan, que no começo estava um pouco tímido, agora brincava e se divertia como se sempre fizesse parte daquele caos alegre. Eu aproveitei um momento de tranquilidade para correr ao banheiro,
Três semanas depois do aniversário de Rubi, o aguardado julgamento de Antonella finalmente começou. Eu não queria que Cassidy estivesse presente, mas ela também era uma testemunha importante. — Tem certeza de que consegue, meu amor? — perguntei antes de entrarmos, a preocupação evidente na minha voz. — Está se sentindo bem? Se não estiver... — Kai — ela tocou meu rosto, um sorriso confiante nos lábios. — Eu estou ótima. Imagina só, vamos ver essa desgraçada ser condenada. — Uma risada escapou dela, um misto de alívio e satisfação. — Sim, é isso que eu espero. — afirmei, determinado. — Então, vamos lá. — disse Cassidy, firme. Entramos e nos acomodamos logo no início da fileira. Da família, apenas Alexander estava presente; Joshua não pôde vir por conta de compromissos de trabalho. O primeiro dia de julgamento começou intenso. Felizmente, eu fui o primeiro a depor. Não senti nem um pingo de remorso ou piedade enquanto respondia às perguntas e observava as provas se empilhare
— Tudo bem, e eu faço o quê exatamente? — perguntei, a curiosidade evidente na voz. — O que quiser. Pode só conversar, dar as boas-vindas ou... sei lá, você decide, amor. — Kai respondeu, coçando a nuca com um sorriso sem jeito, como se não tivesse a menor ideia de como lidar com aquilo. Revirei os olhos, um sorriso divertido nos lábios. — Ok, vamos lá antes que você se embole mais ainda. Kai riu e me deu um beijo rápido antes de me entregar Rubi, que brincava animada com uma das bonecas preferidas, um presente do avô. — Vamos conhecer a nova vizinha, Rubi? — perguntei, tentando soar empolgada. Ela respondeu com entusiasmo, sacudindo a boneca pelos braços enquanto descíamos para o andar de baixo. Chegamos diante da porta já conhecida. Dei duas batidinhas antes que a maçaneta girasse, revelando uma mulher de expressão gentil e olhos levemente cansados. Ela era bonita, com longos cabelos escuros e um ar maternal que fazia Tyler, o garotinho tímido ao seu lado, parecer ainda
— É isso. Não vão ouvir falar dessa mulher tão cedo. Parabéns. — Joshua comentou, com um sorriso satisfeito, quase como se finalmente tivesse tirado um peso de seus ombros. — Que alívio! — respondi, a voz embargada, misturando felicidade e uma exaustão que só quem passou por algo assim pode entender. — Agora sim, estamos completamente livres dela. A condenação de Antonella havia saído. Cada acusação contra ela foi aceita, cada mentira desmascarada. E com isso, ela enfrentaria o que merecia. Tentativa de homicídio, calúnia, perseguição, ameaça… A lista era longa. Ela não veria a luz do dia por muitos, muitos anos. Finalmente, o pesadelo que nos perseguia tinha chegado ao fim. — Você foi incrível, amor — Kai sussurrou, me abraçando apertado, com aquele toque suave que sempre me trazia a sensação de que nada poderia nos separar. — Fiz o que tinha que fazer, meu amor. — respondi, os olhos ainda cheios de gratidão. Sentia como se um peso tivesse sido retirado do meu peito, e por
Meses depois Respirei fundo pela terceira vez. A ansiedade era inevitável. — Está tudo bem, Cassidy? — Kai indagou, o tom preocupado transparecendo em sua voz, enquanto seus olhos passeavam atentos pela minha expressão. — Sim, meu amor, está tudo bem. Só estou um pouco cheia, acho que comi demais. — Sorri, tentando tranquilizá-lo, mas sentia um aperto no peito que não conseguia disfarçar. — Mas você comeu bem pouco hoje — comentou, franzindo a testa. — Tem certeza que não é o caso de irmos ao hospital? — Tenho certeza, está tudo bem, meu amor. — garanti, acariciando minha barriga. O peso era constante, e o cansaço me consumia mais do que quando estive grávida de Rubi. Nosso filho seria um menino grande e forte. As contrações de treinamento haviam se intensificado, e eu tentava ignorar a sensação incômoda que se repetia. — Mama! — Rubi chamou, estendendo os bracinhos para mim. Seus olhos curiosos observavam a barriga enorme. — Sim, querida. — Ofereci a mão, enquanto ela se aprox