— Pode falar, Joshua. — Cerrei os olhos. Já faz um tempo que ele está me encarando, como se quisesse rir ou estivesse zombando de mim. — Pensando se eu faço aquela pergunta — riu, provocador. — Não acha que é um tanto… sei lá, vocês já são casados. — Zombou. Obviamente, ele estava repetindo a mesma pergunta que fiz quando ele pediu Olívia em casamento, mesmo já estando casados. — Engraçadinho. — Como o tempo muda as pessoas, não é? — Ele riu novamente, sacudindo a cabeça. — É. O que importa é que estou feliz, e quero que Cassidy seja muito feliz no dia dela. — Por falar em felicidade, como andam as coisas? Antonella continua presa? Soltei um suspiro aliviado. Desde que conseguimos capturá-la, Antonella segue atrás das grades, acusada de diversos crimes, aguardando julgamento. — Felizmente, sim. Não vai sair de lá tão cedo. — Vocês estão livres, você e Cassidy. — Alexander disse, mas seu olhar ficou distante, pensativo. — Tenho uma coisa a dizer. — Não me diga que são gêmeo
Joshua voltou como disse que faria. Eu ainda não tinha nenhuma notícia de Cassidy. Estava preocupado, impaciente, sentia meu peito apertado como se algo estivesse prestes a me esmagar. Não sabia se ficava quieto, tentando manter a calma e desejando melhoras, ou se ia atrás de informações, confrontando quem quer que fosse para ter uma resposta imediata. Cada minuto que passava parecia uma eternidade, uma tortura silenciosa. — Calma, eles virão dizer alguma coisa. — Joshua colocou a mão em meu ombro, seu tom era tranquilo, mas sua expressão demonstrava que ele também estava preocupado. A situação era tensa. — Não aguento mais — reclamei, passando as mãos pelo rosto, tentando conter a tensão que tomava conta de mim. — Kai, fique calmo, logo alguém virá e… — Familiares de Cassidy Hoke — uma voz feminina chamou. Me levantei de imediato, meu coração disparando. — Aqui! — falei ansioso, quase me precipitando para mais perto. — Como ela está? O que aconteceu? E o meu filho? A médica
Cassidy conversava animadamente com Olívia e Michael, que tinham vindo logo cedo para visitá-la. Depois de dias no hospital, ela finalmente recebeu alta, e agora estávamos atentos para garantir seu conforto e segurança. — Quando pretendem fazer outra cerimônia? — Joshua perguntou, casualmente, mas com um brilho curioso nos olhos. — Os planos mudaram um pouco — respondi, lançando um olhar de soslaio para Cassidy. — Não quero que ela passe por emoções fortes antes do bebê nascer, então provavelmente faremos isso depois do nascimento. O som de risadas infantis interrompeu nossa conversa. Viramos para ver Rubi, agora mais confiante em seus passinhos desajeitados, brincando animadamente com o primo Isaac aos pés do sofá, onde Cassidy estava sentada. — Dylan tem falado com você? — questionei Joshua, tentando soar despreocupado. — Não muito. — Ele franziu o cenho, curioso. — Por quê? — Estou achando ele muito... estranho ultimamente. — afirmei, ainda incerto sobre o que estava ac
Acordei cedo. Ou melhor, eu nem dormi. Estava completamente eufórico, a mente um turbilhão de pensamentos e possibilidades. Eu odiava essa sensação de estar sem controle, de não saber o que aconteceria a seguir. Eu queria resolver tudo sozinho, agir à minha maneira, mas Kai usou aquela tática ridícula de envolver nossa mãe e, no final, fui forçado a contar a ele. O silêncio na recepção do escritório era denso, carregado de ansiedade e incertezas. O ar-condicionado murmurava baixinho, lançando um vento gelado que parecia zombar do suor frio escorrendo pela minha nuca. Kai estava ao meu lado, braços cruzados e expressão tranquila demais para quem estava prestes a testemunhar o possível desmoronamento da minha vida. Eu odiava o quanto ele parecia confiante, enquanto eu mal conseguia controlar a respiração. — Está nervoso? — ele perguntou, como se não fosse óbvio. O encarei, e as palavras queimavam na ponta da língua. Nervoso? Era um eufemismo. Eu estava à beira de um ataque d
— Mentira. — É verdade, eu sei que é difícil de acreditar... — suspirei, sentindo o peso esmagador da verdade nas palavras. — Mas é realmente o que está acontecendo. — Por que os homens dessa família nunca podem ter uma vida normal? — Josh esfregou o rosto com as mãos, a frustração estampada em cada linha de expressão. — E então? Como é a criança? — Eu não sei, ainda não o vi pessoalmente.— admiti, a vergonha me corroendo. — E como sabe que eles precisam de ajuda? — Fui até o endereço. A família perdeu tudo. Só restaram a tia e ele. — falei, minha perdida ao lembrar do cenário em que os dois vivem. — Então, se realmente for seu filho — e eu acredito que seja, ou esses cinco laboratórios falharam vergonhosamente — você precisa fazer alguma coisa. — Josh declarou, firme, a determinação em seus olhos como uma sentença irrefutável. — Eu sei. Eu só... não sei o que fazer. — Sabe, Dylan. Você sabe. — Ele rebateu, o tom cortante como uma lâmina. O silêncio se espalhou como
— Você não pode estar falando sério. — falei, atônita. — Kai... — É a verdade, ele está há dias indo visitar o menino. Pelo que sei, eles contaram ontem que Dylan é pai do garoto. — Kai explicou, os olhos fixos nos meus, como se quisesse transmitir mais do que palavras. — Kai... não acredito que escondeu essa história de todo mundo. — Pisquei diversas vezes, tentando processar. — Você sabia esse tempo todo? — É a história dele, meu amor. Não podia falar, entende? — Ele tocou em minha barriga, o gesto cheio de cuidado e preocupação. O toque de Kai me acalmava, mas o peso daquela revelação pairava sobre nós. Uma criança que Dylan não conhecia até agora, um segredo que abalou a todos. — Sim, tudo bem. — Murmurei, tentando absorver. — E agora? — Agora... — suspirou, os dedos deslizando pela minha pele em círculos lentos. — Não faço ideia. Ele está tentando conhecer o menino, mas não vai ser fácil. Dylan sempre fugiu de laços. — Caramba, Kai... que coisa tão... — Complicada. — comp
Ver a felicidade de Cassidy e Rubi é um sentimento indescritível, um calor que invade meu peito e ameaça transbordar pelos olhos. Minha filha é a estrela brilhante de sua própria festa de aniversário. A menina passa de colo em colo, risonha e tranquila, aceitando cada carinho com um sorriso encantador. Ela ama a atenção — definitivamente minha filha. Cassidy também está radiante. A felicidade brilha nos olhos dela de uma maneira que me faz perder o fôlego. Sempre estive presente em todos os aniversários dos meus sobrinhos. Nunca faltei a nenhum. Mas hoje é diferente. Hoje, a celebração é na minha casa, pela minha filha. E não há nada no mundo que se compare a isso. — Ok, agora vamos cantar os parabéns para ela — anunciou minha esposa, a voz doce chamando a atenção de todos. Caminhei até elas, posicionando-me atrás do bolo. Cassidy segurou Rubi em seus braços enquanto todos começaram a cantar, mas meu foco estava totalmente nas duas mulheres da minha vida. Perfeitas. Abso
— Cassidy! Estou tão feliz e orgulhosa! Você foi exatamente o que o Kai precisava para transformar a vida dele de vez! — Senti um toque suave no meu ombro e virei o rosto, encontrando o sorriso caloroso da minha sogra. — Ele também fez muito por mim, muito mesmo — respondi, com um sorriso grato. — Vocês fizeram muito um pelo outro. Kaili, de onde estiver, deve estar transbordando de orgulho agora. — Eu realmente espero que sim. Ouvir histórias sobre o pai do meu marido sempre aquece meu coração. Mesmo sem estar mais aqui, Kaili deixou um legado de bondade e amor que vive através de Kai. Rubi é uma garotinha de sorte, tendo dois avôs que a amam tanto. A comemoração estava um verdadeiro sucesso! As crianças corriam animadas pela sala, risadas ecoando por todos os cantos. Até o filho de Dylan, que no começo estava um pouco tímido, agora brincava e se divertia como se sempre fizesse parte daquele caos alegre. Eu aproveitei um momento de tranquilidade para correr ao banheiro,