Parte 1...
Nicolau estava agoniado, preso no trânsito infernal do centro de Paradiso. Ele detestava ir ao centro, mas pelo jeito, foi o único horário que teriam para ele.
Ele tinha um encontro marcado com uma pessoa e mesmo sem vontade de se enfiar no centro a essa hora, não poderia perder. Tinha que ser agora ou talvez não tivesse mais tempo de consertar um problema sério.
Checou o relógio de pulso pela quarta vez. Já estava atrasado mais de dez minutos e isso era péssimo. Ele odiava se atrasar, mas infelizmente não dependia apenas dele agora. Até por isso mesmo enviou uma mensagem para o número que tinha registrado no celular, avisando que estava preso no trânsito.
Era muito deselegante chegar atrasado a um encontro, ainda mais de negócios, porém nada podia fazer.
— Calma, não tem jeito a dar, vai ter um troço.
Ele ouviu a risada irônica do amigo do outro lado da ligação. Estava perto, mas ainda teria que achar um local para estacionar o carro. Esperava que o estacionamento do restaurante não estivesse cheio.
— Você é de lascar. Sabe que eu odeio atraso e justo agora, eu que vou dar o mau exemplo.
— Não tem muito o que fazer, Nico. É a vida da maioria das pessoas hoje em dia. Tem gente demais e carro demais nas ruas - riu novamente.
— Porra... Você tem que me dar apoio e não rir de mim.
— Mas eu estou dando, não estou?
— Você é um sacana, isso sim. Está se divertindo às minhas custas.
Ele viu o letreiro indicando o restaurante e deu um suspiro de alívio. Menos mal que já estava ali. Agora era achar uma vaga e correr lá para dentro encontrar com o senhor Fussô.
— Cara, você está seguro do que está fazendo?
— Não totalmente, mas é o que tenho que fazer - ele disse com voz aborrecida — Você sabe que eu preciso me casar o quanto antes.
Ouviu a risada do amigo novamente e isso o fez soltar um suspiro invocado. Sabia que o amigo adorava tirar sarro dessa situação sobre mulheres.
— Pelo amor de Deus... Apenas fecha o olho e aponta o dedo em sua agenda. O nome que sair, você casa com a mulher e resolve logo isso. Pronto!
— Sabe que não dá, Diogo - desligou o carro e pegou a pasta de documentos que tinha que assinar ainda.
— Ah, qualquer mulher vai servir. É só um acordo mesmo.
— E você acha que eu vou correr o risco de colocar um anel de casamento no dedo de uma das garotas com quem eu saio? - deu uma risadinha — Até parece que você não me conhece, colega.
— Mas a questão não é casar?
— Sim, mas não com qualquer uma, tá maluco? - ele conferiu se havia fechado correto a porta e seguiu pela lateral — Eu vou me casar sabendo que a que eu escolher na agência não vai querer me prender de verdade ou pior... Vai querer me arrancar mais grana do que o acordo.
— Bom, isso lá é verdade. As mulheres com quem você sai dariam tudo para realmente casarem com você.
— Eu sei disso e por isso que não vou perder meu tempo pedindo alguma delas em casamento. Além do mais, depois de um tempo eu quero voltar a ser solteiro.
Nicolau parou na porta de entrada do restaurante e olhou em volta. Estava quase cheio. Muitas mesas estavam ocupadas.
— Você já está com o acordo matrimonial pronto?
— Sim. Estou com um rascunho do que seria e caso encontre a mulher certa para isso, aí envio para meu advogado fazer todo o contrato.
Era isso. Ele só tinha essa chance agora de conseguir o que queria. Faria um acordo matrimonial onde cada uma das partes teria vantagem e depois de um ano no mínimo e no máximo um ano e meio, ele voltaria ao seu status de solteiro e poderia continuar com a vida como sempre.
— Tá... E como vai ser essa mulher certa para embarcar nessa com você? - Diogo perguntou com voz de riso.
— Alguém que não me cause nenhum problema - deu um passo para dentro do restaurante — Uma mulher comum que não me chame atenção, mas que seja fácil de lidar e que possa fingir bem que está apaixonada por mim, assim ninguém vai achar estranho quando me virem casado.
— Você também vai ter que fingir que é apaixonado por ela, sabe disso.
Isso era o mais fácil para ele. Poderia fingir muito bem que amava a falsa esposa. O importante é que as pessoas em volta acreditassem nisso, assim ele poderia receber seu prêmio desejado e depois de um tempo, era só mandar a mulher embora.
— Não tem problema. Quero uma mulher que não me atraía. Não vamos ficar sempre juntos na rua. Só quando for preciso ela vai estar ao meu lado e aí eu finjo bem.
Ele tinha uma fama enorme de mulherengo e também de não ter sentimentos, então queria que isso continuasse para quando ele estivesse de novo solteiro.
E realmente ele não iria se casar se não fosse a questão atual que pedia que tomasse uma atitude tão drástica quanto essa, de perder sua liberdade por um tempo, ainda que curto. Um ano passa rápido, ainda mais para ele que é muito ocupado.
— Isso é meio esquisito pra mim. Tem certeza que essa agência de namoro vai dar certo?
Autora Ninha Cardoso.
Espero que goste deste novo romance contemporâneo, onde amizade, carinho e amor vão estar juntos até o final. O livro está completo e será postado por completo após a liberação da plataforma.
Deixe seu comentário para que isso ajude a trazer mais romances diferentes feitos com carinho. Agradeço sua companhia aqui comigo.
Parte 2...— Não seja tonto, Diogo - entrou no salão grande e foi analisando as pessoas em volta. Não sabia como seria o senhor Fussô — Isso não tem nada a ver com namoro, é tudo um acerto. Cada pessoa deixa claro o ponto que espera do outro e se houver concordância entre as vontades e gostos pessoais, começam um relacionamento, mas é só interesse pessoal.— Credo, que coisa nada romântica.— O que eu menos quero é romance, Diogo - um menino passou correndo por ele.— Só você mesmo para aparecer com uma coisa dessa.— Diogo, eu prefiro ser honesto. Não me adianta nada ficar com bobagens românticas apenas para conseguir o que quero. É mais rápido e simples abrir o jogo.— Tudo bem, mas você poderia fazer um acordo desse com a Lívia, por exemplo.Dessa vez foi ele quem riu.— Lívia sempre quis que eu assumisse um namoro com ela. O que acha que ela iria fazer se eu pedisse que se casasse comigo para depois de um ano cada um ir para seu lado?— É... Você tem razão - ele pausou — E a Noeli
Parte 3...Enquanto ia caminhando pelo local, algumas cabeças se viravam para olhar para ele, curiosas. Nicolau chamava mesmo a atenção pela sua altura e pelo seu tom de pele, herdado de sua mãe espanhola.Parou e colocou a haste dos óculos na boca, virando a cabeça devagar.Viu um casal com um bebê no carrinho ao lado. Um rapaz muito jovem para ser o dono de uma agência de tal porte e que estava concentrado em seu notebook. Nem mesmo levantou a cabeça quando ele passou ao lado da mesa.Do outro lado do salão ele notou uma mulher de costas, com a mão apoiando o queixo e olhando pela grande janela de vidro, vendo o movimento que passava lá fora na calçada do outro lado. O cabelo loiro escuro estava preso em uma trança longa que chegava até o meio da coluna.Parecia bem distraída. Avançou mais um pouco e viu um homem em outra mesa, a cabeça baixa, lendo algo. Ele se aproximou e o homem levantou a cabeça, o encarando, mas logo depois voltou a baixar sem lhe dar a mínima atenção. Então nã
Parte 4...— Muito decepcionado com esse fato? - ela perguntou séria — Por acaso é machista ao ponto de achar que uma mulher não pode comandar uma empresa? - ela ergueu a sobrancelha.— Não sou machista... Não muito, eu acho - ele respondeu de uma forma quase infantil.Dominique sorriu de novo e ele sentiu um arrepio gostoso na nuca que desceu por sua coluna. Ela parecia bem centrada e direta. Gostava disso.Quando ela parou de sorrir para pegar uma pasta, ele logo sentiu falta do sorriso. Era impressionante. Em pouco mais de um minuto a mulher o deixara deslocado do ambiente, totalmente ligado nela.— E não é machismo - ele quis reforçar — É que eu achava que estaria lidando com um homem, apenas isso.— Tudo bem, um engano comum - ela deu de ombro.— Já foi confundida com um homem antes?A pergunta era idiota, mas ele se sentia idiota. Não conseguia tirar os olhos daquela boca.— Apenas pelo nome - ela riu de leve e tirou os óculos.Então ele pode ver seus olhos. Eram de uma cor que
Parte 5...— E será mesmo que você irá conseguir me ajudar? - ele cruzou as mãos sobre a mesa — Como vou ter a certeza de que a mulher que me apresentar, será a ideal para o que quero?— Bem, o seu assistente fez uma pesquisa e achou minha agência no topo, porque fazemos um trabalho sério e dedicado - ela também se inclinou para a frente — Temos muitos clientes, homens e mulheres que buscam um par por vários motivos.— Mas com tanta gente, será que vai achar uma a tempo? O meu prazo realmente é curto.— Sei bem disso. Uma triagem será feita com todo cuidado, levando em consideração as informações de ambos os lados. Eu vou precisar que o senhor responda a um questionário da forma mais honesta possível - ela passou a língua pelo lábio — Eu não aceito que um cliente tente enganar o outro, usando minha agência. Sou uma pessoa responsável.Ele ouvia o que ela dizia, mas seus olhos seguiram o movimento da língua ao acariciar aquele lábio delicado. Imaginou como seria dar uma mordida nele.—
Parte 6...— Gosto muito de pessoas honestas, que não tentam me enganar para tirar proveito, por menor que seja - ela guardou as folhas na pasta — Por agora está tudo certo para mim.— Sabe, eu poderia ter mentido sobre algo - ele brincou.Ela foi guardando tudo enquanto falava para ele.— O senhor tem trinta e seis anos até daqui a três meses e meio. Diogo é seu amigo desde os doze anos de idade e vocês se conheceram quando ele mudou de turma na mesma escola em que estudava - olhou para ele enquanto fechava a pasta — Não ficou preso vinte e quatro horas e sim dezesseis horas, até que seu avô resolveu tudo.Ele fez uma cara engraçada, pego de surpresa.— O abusado que incomodou sua irmã era um playboy acostumado a dar em cima das meninas, se aproveitava delas e depois ainda saía espalhando mentiras. Fez bem em quebrar o nariz dele e fazer com que virasse piada. É o comportamento certo de um irmão mais velho que ama a irmã.Ele ficou sem saber o que falar.— E se o senhor tivesse menti
Parte 1...Dominique deu uma geral pra ver se alguém poderia vê-la ali ao lado do carro, no cantinho de estacionamento. Não viu ninguém, então ninguém a veria também.Não resistiu e com um sorriso enorme no rosto, fez uma dancinha boba e infantil, mexendo o corpo de um lado para outro, erguendo os braços. Se alguém a visse ali diria que é louca ou estava bêbada.De qualquer forma, ela estava feliz.Finalmente seus esforços e organização começavam a dar mais frutos do que ela esperava. Agora com essa conta de Nicolau Menotti, seu nome ficaria de vez conhecido no meio da alta sociedade como sempre almejou, mas não fazia ideia de que aconteceria tão depressa assim.Pelos cálculos dela poderia ter o nome ainda mais reconhecido em um período de cinco a dez anos. Mas agora, com apenas pouco mais de dois anos, já conseguia isso, graças a esse novo cliente.Imagine quantos novos clientes da sociedade fechada dos mais ricos, ela conseguria agora?Não podia falhar com Nicolau Menotti. Precisava
Parte 2...O avó dele era muito conhecido em Paradiso e havia muitas histórias de benfeitorias realizadas pela família. Isso passou para o pai dele, que teve algumas histórias não tão boas com relação a amantes e isso pelo jeito criou atritos na família.Ela não era muito ligada em fofocas, mas a partir do momento em que decidiu criar a agência e unir mulheres e homens que buscavam por uma companhia dentro do que achavam interessante para suas vidas, ela teve que começar a se ligar no que acontecia no meio e começar a conhecer nomes e rostos.Por enquanto ela estava conseguindo manter os negócios e estava tendo uma renda muito boa que ajudava a sustentar as necessidades, mas precisaria de mais para ficar mesmo relaxada e trabalhar apenas por prazer e não por necessidade.Por agora ela tinha uma grande responsabilidde nos ombros e conseguir essa conta de Menotti traria outras, de certeza. E apenas com o que ganharia dele para esse serviço já a deixaria descansar por no mínimo uns dois
Parte 3...Joane ela eram amigas há muito tempo, antes mesmo de tudo cair de forma tão louca em volta dela, mudando toda sua vida. E no momento em que ela se sentiu só, Joane estava lá.— Outra coisa, você tem que ligar para a clínica.Dominique parou de empurrar o carrinho.— O que foi? Eles ligaram para a agência? Eu não recebi nenhuma chamada hoje de manhã - se preocupou, sentindo um bolo na garganta.— Calma, eles não disseram nada fora do comum - não queria que a amiga ficasse preocupada — Só pediram que você ligasse para eles quando fosse possível.Não tinha como ela não se preocupar de imediato quando recebia um chamado da clínica. Logo seu coração batia forte.— Mas não disseram nada sobre a Dani?— Eu perguntei, mas a mulher que ligou disse apenas que seria bom que você passasse lá na clínica para ver a Dani, mas que não era nada grave.Ela até suspirou um pouco aliviada. Saber que a irmã poderia ter tido uma piora a deixava muito nervosa.— Está bem, eu vou ligar quando acab