Parte 5...
— E será mesmo que você irá conseguir me ajudar? - ele cruzou as mãos sobre a mesa — Como vou ter a certeza de que a mulher que me apresentar, será a ideal para o que quero?
— Bem, o seu assistente fez uma pesquisa e achou minha agência no topo, porque fazemos um trabalho sério e dedicado - ela também se inclinou para a frente — Temos muitos clientes, homens e mulheres que buscam um par por vários motivos.
— Mas com tanta gente, será que vai achar uma a tempo? O meu prazo realmente é curto.
— Sei bem disso. Uma triagem será feita com todo cuidado, levando em consideração as informações de ambos os lados. Eu vou precisar que o senhor responda a um questionário da forma mais honesta possível - ela passou a língua pelo lábio — Eu não aceito que um cliente tente enganar o outro, usando minha agência. Sou uma pessoa responsável.
Ele ouvia o que ela dizia, mas seus olhos seguiram o movimento da língua ao acariciar aquele lábio delicado. Imaginou como seria dar uma mordida nele.
— Uma verificação é feita e refeita com cada detalhe e a situação financeira, antecedentes, moradia, emprego, relacionamentos mais pessoais, manias, hábitos e até mesmo alguma sujeira escondida embaixo do tapete será exposta na ficha - ela continuou a explicar — Qualquer coisa que possa vir a causar um problema, fará com que o cliente seja descartado.
— Nossa - ele balançou o corpo com um sorriso — Vai colocar um detetive particular atrás do cliente?
— Não, mas até que seria uma boa ideia - ela riu baixinho e mexeu na trança.
Isso aqueceu o corpo dele sem que quisesse. E nem fazia calor nesse dia.
— Eu preciso combinar os clientes, preciso formar um par que tenha um bom relacionamento, senão será perda de tempo.
Ele gostou do jeito dela. Sorriu e se reclinou na cadeira, cruzando os braços. Decidiu que queria ouvir mais um pouco.
— Gostaria de beber algo enquanto me explica?
Ela sorriu e negou com a cabeça.
— Obrigada, mas não. Eu prefiro continuar.
Ele fez que sim com a cabeça e ela pegou uma das folhas. Começaria a preencher.
— Vou lhe enviar por e-mail todo o questionário que deve ser preenchido corretamente - ergueu o dedo — Sem enrolação, está bem? - ele assentiu — Agora vou perguntar apenas o início.
Ele sorriu e balançou a cabeça.
— Certo. Agora eu tenho que convencer você. E quanto tempo irá me dar para isso, senhorita Fussô?
— Dez minutos... Talvez quinze - ela riu, brincando com ele, respondendo o mesmo que antes.
Nicolau fez um gesto com a cabeça. Estava curioso com o que ela queria saber a princípio.
— Pode perguntar - abriu a mão em concordância.
— Vamos lá... O senhor já foi preso recentemente ou no passado?
— No passado... - ele não iria mentir porque sabia que depois ela iria checar algumas das informações ou talvez até todas pra saber se batiam — Mas apenas por vinte e quatro horas... Como um castigo, por assim dizer - ele deu de ombros — Eu tinha quinze anos e um babaca estava incomodando a minha irmã mais nova. Sabe como é... Tive que ajudar.
— Imagino... Bateu nele?
— Trocamos alguns socos e ele saiu perdendo. Mas a queixa foi arquivada no dia seguinte.
— Hum... Imagino também - ela ajeitou uns fios que escapavam atrás da orelha — E por acaso, já bateu em uma mulher?
Ele apertou os lábios. Não era de seu feitio.
— Nunca.
— Mas já chegou a pensar em fazer isso?
— De forma alguma - ele apertou os olhos — Não sou um homem violento, senhorita Fussô.
— Não acho que seja, não o conheço - ela inclinou a cabeça de lado — São apenas perguntas.
— Ok.
— Quantos anos tem?
— Trinta e seis.
— Qual o nome de sua irmã? O senhor se dá bem com ela? - fazia anotações.
— Natália. E sim, nos damos muito bem.
— Qual o nome de seu melhor amigo?
— Diogo Loreto - ele respondeu rápido.
— Qual o nome de sua última amante? - ergueu o olhar para ele — Namorada?
— Jussara - torceu a boca.
— Quem terminou?
— Eu, é claro.
Ela o olhou de uma forma que não soube identificar e viu que segurou um sorriso. Dominique anotava tudo.
— Qual o nome do seu maior inimigo?
Ele franziu a testa. Inimigo?
— Não sei lhe responder isso... Não acho que tenha um inimigo de verdade.
— Certo... Vou reformular essa pergunta... Quem seria a pessoa, hoje, que adoraria ver o senhor se ferrar muito?
Ele não precisou pensar muito dessa vez. Apesar de ter feito algumas inimizades no mundo dos negócios, nenhum deles seria mesmo um inimigo e nem iria ter vantagem se algo de ruim viesse a lhe acontecer.
A única pessoa que surgiu o nome na mente, era um de seus primos que tinha um modo diferente de ver as coisas e de vez em quando o aborrecia.
— Bem, um desafeto seria um primo. Mike - mexeu o ombro rápido — De vez em quando entramos em conflito.
Ela anotou cada palavra que ele lhe respondia. Depois fez mais algumas perguntas mais leves e tudo ia para seu questionário. Ela leu tudo para conferir.
— Então, eu posso ser um cliente ou não?
— Claro que pode - ela sorriu e enfiou a mão na bolsa pendurada na cadeira ao lado e tirou um cartão — Este é o meu e-mail pessoal e contato. O senhor irá receber em poucos minutos em seu e-mail o questionário completo e deve seguir o que diz.
— Isso quer dizer que fui aprovado - ele sorriu.
Parte 6...— Gosto muito de pessoas honestas, que não tentam me enganar para tirar proveito, por menor que seja - ela guardou as folhas na pasta — Por agora está tudo certo para mim.— Sabe, eu poderia ter mentido sobre algo - ele brincou.Ela foi guardando tudo enquanto falava para ele.— O senhor tem trinta e seis anos até daqui a três meses e meio. Diogo é seu amigo desde os doze anos de idade e vocês se conheceram quando ele mudou de turma na mesma escola em que estudava - olhou para ele enquanto fechava a pasta — Não ficou preso vinte e quatro horas e sim dezesseis horas, até que seu avô resolveu tudo.Ele fez uma cara engraçada, pego de surpresa.— O abusado que incomodou sua irmã era um playboy acostumado a dar em cima das meninas, se aproveitava delas e depois ainda saía espalhando mentiras. Fez bem em quebrar o nariz dele e fazer com que virasse piada. É o comportamento certo de um irmão mais velho que ama a irmã.Ele ficou sem saber o que falar.— E se o senhor tivesse menti
Parte 1...Dominique deu uma geral pra ver se alguém poderia vê-la ali ao lado do carro, no cantinho de estacionamento. Não viu ninguém, então ninguém a veria também.Não resistiu e com um sorriso enorme no rosto, fez uma dancinha boba e infantil, mexendo o corpo de um lado para outro, erguendo os braços. Se alguém a visse ali diria que é louca ou estava bêbada.De qualquer forma, ela estava feliz.Finalmente seus esforços e organização começavam a dar mais frutos do que ela esperava. Agora com essa conta de Nicolau Menotti, seu nome ficaria de vez conhecido no meio da alta sociedade como sempre almejou, mas não fazia ideia de que aconteceria tão depressa assim.Pelos cálculos dela poderia ter o nome ainda mais reconhecido em um período de cinco a dez anos. Mas agora, com apenas pouco mais de dois anos, já conseguia isso, graças a esse novo cliente.Imagine quantos novos clientes da sociedade fechada dos mais ricos, ela conseguria agora?Não podia falhar com Nicolau Menotti. Precisava
Parte 2...O avó dele era muito conhecido em Paradiso e havia muitas histórias de benfeitorias realizadas pela família. Isso passou para o pai dele, que teve algumas histórias não tão boas com relação a amantes e isso pelo jeito criou atritos na família.Ela não era muito ligada em fofocas, mas a partir do momento em que decidiu criar a agência e unir mulheres e homens que buscavam por uma companhia dentro do que achavam interessante para suas vidas, ela teve que começar a se ligar no que acontecia no meio e começar a conhecer nomes e rostos.Por enquanto ela estava conseguindo manter os negócios e estava tendo uma renda muito boa que ajudava a sustentar as necessidades, mas precisaria de mais para ficar mesmo relaxada e trabalhar apenas por prazer e não por necessidade.Por agora ela tinha uma grande responsabilidde nos ombros e conseguir essa conta de Menotti traria outras, de certeza. E apenas com o que ganharia dele para esse serviço já a deixaria descansar por no mínimo uns dois
Parte 3...Joane ela eram amigas há muito tempo, antes mesmo de tudo cair de forma tão louca em volta dela, mudando toda sua vida. E no momento em que ela se sentiu só, Joane estava lá.— Outra coisa, você tem que ligar para a clínica.Dominique parou de empurrar o carrinho.— O que foi? Eles ligaram para a agência? Eu não recebi nenhuma chamada hoje de manhã - se preocupou, sentindo um bolo na garganta.— Calma, eles não disseram nada fora do comum - não queria que a amiga ficasse preocupada — Só pediram que você ligasse para eles quando fosse possível.Não tinha como ela não se preocupar de imediato quando recebia um chamado da clínica. Logo seu coração batia forte.— Mas não disseram nada sobre a Dani?— Eu perguntei, mas a mulher que ligou disse apenas que seria bom que você passasse lá na clínica para ver a Dani, mas que não era nada grave.Ela até suspirou um pouco aliviada. Saber que a irmã poderia ter tido uma piora a deixava muito nervosa.— Está bem, eu vou ligar quando acab
Parte 1...Nicolau continuava curioso sobre seu encontro mais cedo com Dominique Fussô. Depois que ela descreveu partes de sua vida, ele também queria saber sobre a dela.Mandou que o assistente Clusô fizesse uma pesquisa sobre ela para ver o que descobriria.Quando chegou no escritório ele o avisou de que havia um e-mail pessoal à sua espera. Leu tudo com cuidado assim como ela o orientou e de qualquer forma, faria mesmo isso. Não tinha costume de assinar documentos que não sabia ao certo o que eram, isso era perigoso.Depois que releu tudo ele fez a assinatura para enviar de voltar para ela. O arquivo com as candidatas estava em anexo e ele mandou imprimir.Realmente Dominique tinha feito o serviço de forma rápida. Ele estava com cinco páginas de candidatas e todas dentro do que ele gostava em matéria de aparência física.Sem dúvida todas eram lindas. Mulheres que chamam atenção em qualquer lugar onde passem. Ele leu com calma cada folha com as descrições de cada uma.A primeira era
Parte 2...Para ser marquês ele teria que levar junto uma marquesa. Era a exigência. E se ele não tivesse sua marquesa, o primo tinha. Mike era casado há quatro anos. Ele seria o seguinte no testamento para receber tudo o que vinha junto com o título e isso ele não iria deixar e nem era louco de jogar fora algo tão importante assim.— Dominique também era de família rica, mas o pai foi preso acusado de desvio de dinheiro, posse de informações sigilosas sobre o mercado de ações e mais cinco outros processos como sonegação de impostos - Nicolau se virou para ele — Com a prisão do pai, a mãe dela pediu o divórcio, mas acabou perdendo tudo porque a dívida era enorme e o governo tomou tudo, prendendo as contas.Ele apertou o copo. Tinha uma vaga lembrança de um caso desse que dominou a mídia por alguns meses, mas depois acabou desviando o interesse para outros assuntos.— A mãe dela não aceitou perder a fortuna, o nome e todo o luxo que tinha, além do status de superioridade que o nome do
Parte 1...Dominique gostava de manter tudo organizado e dentro de seu controle. Toda vez que algo fugia de seu palno ela começava a ficar preocupada e nervosa.Quando o assistente de Nicolau ligou marcando um encontro em um local que ela não conhecia, um pouco distante de sua casa e ainda por cima em um restaurante pequeno que ele tinha reservado uma ala para que ninguém os incomodasse e nem algum curioso fizesse imagens deles, ela ficou preocupada se ele já teria achado a candidata certa ou se iria apenas desistir do negócio e queria lhe dizer isso pessoalmente.De qualquer forma, ela tinha que ir ao encontro e já começava a imaginar queal delas ele teria escolhido. Se houvesse mais tempo ela tinha certeza de que conseguiria unir a melhor candidata ao que ele precisava, mas estava segura de que as meninas que ela havia indicado também seriam excelentes esposas.Ela viu a placa do restaurante e parou na entrada. O rapaz que cuidava da entrada indicou uma vaga para ela. Quando desceu
Parte 2...Uma coisa que Dominique tinha orgulho era de sua pequena, porém próspera agência de casamentos. Tudo o que ela fazia era dentro da lei, incluindo as pesquisas sobre os clientes.Depois de tudo o que viu o pai passar após seus erros terem vindo à tona, ela fez questão de fazer o inverso. Tinha registro de cada coisa, pagava os impostos certinhos, fazia relatórios de clientes e evitava qualquer um que pudesse trazer um mau nome para a agência.Até mesmo a pequena casa que comprou com o dinheiro que realmente era dela, tinha todos os documentos certos. O carro que ela usava ainda era o mesmo há cinco anos. Cuidava bem porque sabia que era um bem necessário e não poderia comprar um novo agora. Tinha uma responsabilidade maior com a irmã.A comida chegou e ela estava com fome, mas achou melhor mesmo foi desviar a atenção daquela boca grande de lábios bem feitos e do sorriso branco.O homem era muito charmoso. Se não fosse a questão dele ser quem é, além dela precisar da conta de