Parte 4...
— Muito decepcionado com esse fato? - ela perguntou séria — Por acaso é machista ao ponto de achar que uma mulher não pode comandar uma empresa? - ela ergueu a sobrancelha.
— Não sou machista... Não muito, eu acho - ele respondeu de uma forma quase infantil.
Dominique sorriu de novo e ele sentiu um arrepio gostoso na nuca que desceu por sua coluna. Ela parecia bem centrada e direta. Gostava disso.
Quando ela parou de sorrir para pegar uma pasta, ele logo sentiu falta do sorriso. Era impressionante. Em pouco mais de um minuto a mulher o deixara deslocado do ambiente, totalmente ligado nela.
— E não é machismo - ele quis reforçar — É que eu achava que estaria lidando com um homem, apenas isso.
— Tudo bem, um engano comum - ela deu de ombro.
— Já foi confundida com um homem antes?
A pergunta era idiota, mas ele se sentia idiota. Não conseguia tirar os olhos daquela boca.
— Apenas pelo nome - ela riu de leve e tirou os óculos.
Então ele pode ver seus olhos. Eram de uma cor que raramente se via. De um azul puxado para violeta. Altamente adorável. Ficou encarando seu rosto, observando seus traços e ela mexeu a cabeça de lado. Depois estalou os dedos na frente dele.
— Senhor Menotti, lhe garanto que não sou um homem e tampouco sou um alien. Pode parar de me analisar e me dizer se ainda pretende me ouvir?
Ele com certeza a ouviria em outra ocasião, mas nesse momento estava em dúvida. E nem era por ser machista, mas sim pelo fato de que a beleza dela o distraía.
Ela mexia em uma pasta, procurando por algo. Seus dedos delicados passavam as folhas e ele seguia o movimento sem desviar o olhar. Ela usava um conjuntinho normal de terno e calça, como um uniforme que ele já vira em muitas outras mulheres,mas que nela estava muito sexy.
E quando ela cruzou as pernas, viu seus pés pequenos em sapatos de salto fino. A barra da calça um pouco erguida lhe chamou a atenção para um desenho que escapava por baixo.
Deveria ser uma tatuagem no tornozelo e isso o deixou curioso. Não deveria, mas deixou. ele respirou fundo e soltou um suspiro, dando um sorriso meio sem graça para ela.
— Ainda está pensando se aceita conversar comigo, senhor Menotti? - ela ergueu uma sobrancelha — Quanto tempo vai me dar para lhe mostrar que sei fazer o meu trabalho?
Passou por sua cabeça que se fosse outra coisa, poderia lhe dar algumas horas, mas para isso, quinze minutos seria bom.
— Dez... Talvez quinze minutos - ele disse rápido.
Tinha algo na voz dela que o fazia perder um pouco a noção de seu pensamento e sua língua ficava solta. E o pior foi quando ela sorriu de novo e ele sentiu seu estomâgo se apertar.
— Ok... Está bem - pegou algumas folhas e uma caneta — Vamos ser práticos e diretos - apertou a ponta de cima da caneta — Dez minutos está bom para mim. Você tem um prazo curto para encontrar uma candidata que sirva ao seu propósito - ela escreveu o nome dele em cima da folha — Eu posso encontrar a esposa perfeita para você - olhou para ele de novo — Já estou acostumada com homens como você.
Ele franziu a testa. Como assim?
— Explique homens como eu... Por favor - se inclinou.
— Homens de negócios... Empresários, ricos, ocupados... Com interesses diversos e que não gostam de enrolação - ela fez um gesto segurando a caneta — Vocês gostam de eficiência, de rapidez na excução dos serviços... E nada de uma bagagem emocional que vá atrasar ou complicar essa parte - ela ergueu o dedo.
Ela observava seu rosto enquanto falava. Queria ter a certeza de que mostrava ser capaz de fazer o que ele queria de sua agência. Nicolau parecia estar ouvindo com atenção, pois a encarava direto.
Nicolau ouvia o que ela falava, mas dessa vez estava ligado no pequeno nariz arrebitado com algumas sardas salpicadas que desciam pela lateral, passando pela maçã do rosto.
Até parecia ser uma garota inocente, mas se fosse, ele não estaria com o coração batendo mais rápido agora. Aquela boca bonita com um batom rosa parecia dizer encantamentos enquanto falava para ele com aquela voz sedutora, meio rouca e quase erótica.
Ele apertou o joelho por baixo da mesa para se concentrar no que ela lhe explicava e não parecer um tonto.
— Eu acertei em minha descrição?
— Com toda certeza - ele apoiou o cotovelo na mesa para segurar o queixo — Cada palavra.
— Ótimo - ela se recostou na cadeira — Sei como a mulheres pensam, senhor Menotti - fez uma cara divertida — A maioria das mulheres são muito emotivas, ligadas demais ao lado emocional e ao drama da vida - ela fez um gesto com as mãos — E tenho certeza de que muitas até matariam para estar na posição de sua esposa, não é mesmo? - ela indagou erguendo a sobrancelha — Só que o senhor não confia em nenhuma delas para correr esse risco, não é assim?
Nicolau estava acostumado a analisar e não a ser analisado e aquela mulher, uma linda mulher por sinal, estava dando as fichas certinhas em cada jogada.
Mas o engraçado é que ele não se sentiu exposto de uma maneira ruim. ao contrário, isso o deixou até mais tranquilo de ter escolhido certo. Só havia a questão de quem seriam as candidatas e do tempo para isso ser resolvido.
Parte 5...— E será mesmo que você irá conseguir me ajudar? - ele cruzou as mãos sobre a mesa — Como vou ter a certeza de que a mulher que me apresentar, será a ideal para o que quero?— Bem, o seu assistente fez uma pesquisa e achou minha agência no topo, porque fazemos um trabalho sério e dedicado - ela também se inclinou para a frente — Temos muitos clientes, homens e mulheres que buscam um par por vários motivos.— Mas com tanta gente, será que vai achar uma a tempo? O meu prazo realmente é curto.— Sei bem disso. Uma triagem será feita com todo cuidado, levando em consideração as informações de ambos os lados. Eu vou precisar que o senhor responda a um questionário da forma mais honesta possível - ela passou a língua pelo lábio — Eu não aceito que um cliente tente enganar o outro, usando minha agência. Sou uma pessoa responsável.Ele ouvia o que ela dizia, mas seus olhos seguiram o movimento da língua ao acariciar aquele lábio delicado. Imaginou como seria dar uma mordida nele.—
Parte 6...— Gosto muito de pessoas honestas, que não tentam me enganar para tirar proveito, por menor que seja - ela guardou as folhas na pasta — Por agora está tudo certo para mim.— Sabe, eu poderia ter mentido sobre algo - ele brincou.Ela foi guardando tudo enquanto falava para ele.— O senhor tem trinta e seis anos até daqui a três meses e meio. Diogo é seu amigo desde os doze anos de idade e vocês se conheceram quando ele mudou de turma na mesma escola em que estudava - olhou para ele enquanto fechava a pasta — Não ficou preso vinte e quatro horas e sim dezesseis horas, até que seu avô resolveu tudo.Ele fez uma cara engraçada, pego de surpresa.— O abusado que incomodou sua irmã era um playboy acostumado a dar em cima das meninas, se aproveitava delas e depois ainda saía espalhando mentiras. Fez bem em quebrar o nariz dele e fazer com que virasse piada. É o comportamento certo de um irmão mais velho que ama a irmã.Ele ficou sem saber o que falar.— E se o senhor tivesse menti
Parte 1...Dominique deu uma geral pra ver se alguém poderia vê-la ali ao lado do carro, no cantinho de estacionamento. Não viu ninguém, então ninguém a veria também.Não resistiu e com um sorriso enorme no rosto, fez uma dancinha boba e infantil, mexendo o corpo de um lado para outro, erguendo os braços. Se alguém a visse ali diria que é louca ou estava bêbada.De qualquer forma, ela estava feliz.Finalmente seus esforços e organização começavam a dar mais frutos do que ela esperava. Agora com essa conta de Nicolau Menotti, seu nome ficaria de vez conhecido no meio da alta sociedade como sempre almejou, mas não fazia ideia de que aconteceria tão depressa assim.Pelos cálculos dela poderia ter o nome ainda mais reconhecido em um período de cinco a dez anos. Mas agora, com apenas pouco mais de dois anos, já conseguia isso, graças a esse novo cliente.Imagine quantos novos clientes da sociedade fechada dos mais ricos, ela conseguria agora?Não podia falhar com Nicolau Menotti. Precisava
Parte 2...O avó dele era muito conhecido em Paradiso e havia muitas histórias de benfeitorias realizadas pela família. Isso passou para o pai dele, que teve algumas histórias não tão boas com relação a amantes e isso pelo jeito criou atritos na família.Ela não era muito ligada em fofocas, mas a partir do momento em que decidiu criar a agência e unir mulheres e homens que buscavam por uma companhia dentro do que achavam interessante para suas vidas, ela teve que começar a se ligar no que acontecia no meio e começar a conhecer nomes e rostos.Por enquanto ela estava conseguindo manter os negócios e estava tendo uma renda muito boa que ajudava a sustentar as necessidades, mas precisaria de mais para ficar mesmo relaxada e trabalhar apenas por prazer e não por necessidade.Por agora ela tinha uma grande responsabilidde nos ombros e conseguir essa conta de Menotti traria outras, de certeza. E apenas com o que ganharia dele para esse serviço já a deixaria descansar por no mínimo uns dois
Parte 3...Joane ela eram amigas há muito tempo, antes mesmo de tudo cair de forma tão louca em volta dela, mudando toda sua vida. E no momento em que ela se sentiu só, Joane estava lá.— Outra coisa, você tem que ligar para a clínica.Dominique parou de empurrar o carrinho.— O que foi? Eles ligaram para a agência? Eu não recebi nenhuma chamada hoje de manhã - se preocupou, sentindo um bolo na garganta.— Calma, eles não disseram nada fora do comum - não queria que a amiga ficasse preocupada — Só pediram que você ligasse para eles quando fosse possível.Não tinha como ela não se preocupar de imediato quando recebia um chamado da clínica. Logo seu coração batia forte.— Mas não disseram nada sobre a Dani?— Eu perguntei, mas a mulher que ligou disse apenas que seria bom que você passasse lá na clínica para ver a Dani, mas que não era nada grave.Ela até suspirou um pouco aliviada. Saber que a irmã poderia ter tido uma piora a deixava muito nervosa.— Está bem, eu vou ligar quando acab
Parte 1...Nicolau continuava curioso sobre seu encontro mais cedo com Dominique Fussô. Depois que ela descreveu partes de sua vida, ele também queria saber sobre a dela.Mandou que o assistente Clusô fizesse uma pesquisa sobre ela para ver o que descobriria.Quando chegou no escritório ele o avisou de que havia um e-mail pessoal à sua espera. Leu tudo com cuidado assim como ela o orientou e de qualquer forma, faria mesmo isso. Não tinha costume de assinar documentos que não sabia ao certo o que eram, isso era perigoso.Depois que releu tudo ele fez a assinatura para enviar de voltar para ela. O arquivo com as candidatas estava em anexo e ele mandou imprimir.Realmente Dominique tinha feito o serviço de forma rápida. Ele estava com cinco páginas de candidatas e todas dentro do que ele gostava em matéria de aparência física.Sem dúvida todas eram lindas. Mulheres que chamam atenção em qualquer lugar onde passem. Ele leu com calma cada folha com as descrições de cada uma.A primeira era
Parte 2...Para ser marquês ele teria que levar junto uma marquesa. Era a exigência. E se ele não tivesse sua marquesa, o primo tinha. Mike era casado há quatro anos. Ele seria o seguinte no testamento para receber tudo o que vinha junto com o título e isso ele não iria deixar e nem era louco de jogar fora algo tão importante assim.— Dominique também era de família rica, mas o pai foi preso acusado de desvio de dinheiro, posse de informações sigilosas sobre o mercado de ações e mais cinco outros processos como sonegação de impostos - Nicolau se virou para ele — Com a prisão do pai, a mãe dela pediu o divórcio, mas acabou perdendo tudo porque a dívida era enorme e o governo tomou tudo, prendendo as contas.Ele apertou o copo. Tinha uma vaga lembrança de um caso desse que dominou a mídia por alguns meses, mas depois acabou desviando o interesse para outros assuntos.— A mãe dela não aceitou perder a fortuna, o nome e todo o luxo que tinha, além do status de superioridade que o nome do
Parte 1...Dominique gostava de manter tudo organizado e dentro de seu controle. Toda vez que algo fugia de seu palno ela começava a ficar preocupada e nervosa.Quando o assistente de Nicolau ligou marcando um encontro em um local que ela não conhecia, um pouco distante de sua casa e ainda por cima em um restaurante pequeno que ele tinha reservado uma ala para que ninguém os incomodasse e nem algum curioso fizesse imagens deles, ela ficou preocupada se ele já teria achado a candidata certa ou se iria apenas desistir do negócio e queria lhe dizer isso pessoalmente.De qualquer forma, ela tinha que ir ao encontro e já começava a imaginar queal delas ele teria escolhido. Se houvesse mais tempo ela tinha certeza de que conseguiria unir a melhor candidata ao que ele precisava, mas estava segura de que as meninas que ela havia indicado também seriam excelentes esposas.Ela viu a placa do restaurante e parou na entrada. O rapaz que cuidava da entrada indicou uma vaga para ela. Quando desceu