Um buquê de gardênias descansava tranquilamente no centro do papel de embalagem verde-claro, decorado com um fino papel de rede ao redor. O cartão não estava assinado, mas trazia uma frase provocativa: "Você não achou que as flores eram para você, né? Entregue para o Juan por mim." O tom sarcástico não deixava dúvidas de quem era o remetente. Apesar da súbita entrega de flores por Rui, aquilo ao menos me salvou do dilema complicado em que estava presa há pouco. Porém, Juan me jogou em uma situação ainda mais difícil. Ele pegou o buquê, o aproximou do nariz e, ao sentir o aroma, as rugas em sua testa se suavizaram. De bom humor, ele me perguntou: — Você sabe qual é o significado das gardênias? Eu o olhei sem entender. — Não, não sei. Ele sorriu e colocou as flores em minhas mãos. — Não ouso aceitar essas flores. ... Eu esperava que a noite terminasse tranquilamente, mas ao sair do restaurante, nos deparamos com uma multidão de fãs do Kevin, bloqueando a entrada.
O som suave do tecido fino sendo rasgado era quase inaudível, mas, para mim, soou estridente. Meus ombros ficaram expostos, revelando uma vasta área de pele, e só quando a brisa fria começou a tocar meu braço, senti uma dor surda irradiar de lá. Alguém estava apertando e rasgando minha roupa de propósito quando puxava meus braços.— Ela até ajuda a amante, não tem vergonha nenhuma! Vamos arrancar as roupas dela e ver se ela sabe o que é ter vergonha! — Uma das garotas gritou.Por um instante, fiquei atônita. Sempre diziam que as meninas deviam ajudar umas às outras, mas, ao mesmo tempo, elas também conheciam bem as fraquezas umas das outras. Sabiam exatamente o que uma garota mais valorizava e o que podia fazê-la se sentir humilhada. Lembrei-me de casos de violência escolar que havia conhecido antes. Não era incomum que as agressoras encurralassem suas vítimas no banheiro da escola e arrancassem suas roupas, apenas para humilhá-las. No entanto, nunca imaginei que, após tantos anos
Só quando eu entrei no jato particular que Bruno havia preparado, percebi que ele não estava brincando sobre a viagem. Naquela vez em que ele me perguntou para onde eu queria ir, não levei a sério e, sem pensar muito, mencionei uma ilha de clima ameno, com clima primaveril o ano inteiro. Depois disso, nunca mais toquei no assunto. Especialmente após nosso desentendimento, sequer ousei pensar que essa viagem fosse realmente acontecer.Eu estava andando distraída pelo avião, quando ele apareceu atrás de mim, claramente esperando reconhecimento.— E aí, gostou do meu arranjo? — Gostei, gostei. — Respondi com sinceridade, embora meu olhar não estivesse direcionado para o rosto dele.Ele apontou com orgulho para as malas não muito longe e disse:— Ali tem algo que preparei para você. Perguntei casualmente:— O quê? Ele ergueu as sobrancelhas, com uma expressão misteriosa.— Diversos biquínis, de várias cores e estilos. Sorrindo de forma constrangida, retruquei:— E você trouxe sunga d
Assim como Bruno disse. Ele era fácil de agradar. Enlacei sua cintura com as mãos, beijando suavemente seu queixo, enquanto minha voz se enchia de uma sedução cuidadosamente ensaiada.— Então, me ajuda a vender as ações do Grupo Oliveira, tá? — Olhei para ele, com olhos cheios de sinceridade, e perguntei: — Pode ser? Enquanto falava, balancei levemente sua cintura.— Então me peça direito, hein? Bruno não estava em uma situação muito melhor que a minha. Sua voz rouca, carregada de desejo, falava das ações, mas eu sempre conseguia perceber um significado oculto em seu tom.Imediatamente, suavizei minha voz:— Amor, por favor. Depois, não sabia se o avião encontrou alguma turbulência durante o voo, mas de repente começou a sacudir descontroladamente. Abraçamo-nos com força, o som das nossas respirações ofegantes invadindo os ouvidos um do outro, incapazes de conter o medo. Logo, tudo saiu do controle...Não me lembrava de como adormeci. Quando abri os olhos novamente, já es
Pensei que meu coração já estivesse completamente ferido. Mas, quando Bruno me alimentou com o café da manhã, algo apertou de leve no meu peito. Quando ele me carregou até o banheiro para usar o toalete, a mesma sensação pressionou meu coração mais uma vez. À noite, ele abriu as cortinas e os fogos de artifício brilhantes explodiram sobre a praia. Ele continuou desligando as ligações de Gisele, me abraçou e disse que, durante essas férias, ele só ficaria comigo...Ele parecia ser mais habilidoso que um médico experiente, realizando uma espécie de ressuscitação apenas com pequenos gestos.Pensei que eu seria fria e impiedosa, mas, aparentemente, não era o caso.Eu o odeio por ter me dado tudo tarde demais, e também odeio a mim mesma por não ter sido firme o suficiente. Odeio o fato de ter sido tocada por essas pequenas coisas, como se eu fosse uma criança. Odeio ainda mais o fato de que, no momento em que o vejo, meu coração se descontrolou por ele...Cada movimento de Bruno era co
Bruno, ao ver-me chegar, fez menção de se levantar para me acompanhar até o quarto. Eu o empurrei de volta, obrigando-o a se deitar novamente, como se ele estivesse me carregando nas costas. Estendi o braço e tirei o celular de suas mãos. Só então percebi que a pulseira que ele sempre usava no pulso não estava mais lá, e eu não sabia desde quando tinha sumido. — E a sua pulseira? — Perguntei. Ele olhou para o pulso e, ao recolher o braço, deu um tapinha leve no meu. — Faz um tempo que não uso mais. Fiquei completamente surpresa. Aquela pulseira era tão importante para ele que, mesmo quando a tinha deixado na Antiga Mansão da família Henriques, ele fez questão de voltar para buscá-la. Seria que agora, por ele e Gisele já terem ficado juntos e alcançado um final feliz, ele achou que não precisava mais a usar? Mas, vendo que ele não estava de bom humor, preferi não continuar discutindo o assunto. — Estou atrapalhando a empresa? Bruno apertou a ponte do nariz, cansado,
Bruno me ergueu do chão, segurando-me em seus braços. — Com uma técnica tão ruim, acha que pode me mandar embora?... Eu nem sabia quem foi que acabou de perder o controle e rugir, pedindo para eu fazer mais rápido... Mordi os lábios, querendo retrucar, mas as palavras eram embaraçosas demais para sair: — Você, parecia estar bem satisfeito! Soltei um leve resmungo e desviei o rosto. No segundo seguinte, senti sua boca quente envolvendo meu lóbulo da orelha. — Agora está com vergonha? Antes parecia ser tão ousada, né? Fingindo estar calma, empurrei-o. — Não gostou? Então, não há próxima vez. Virei-me para voltar ao quarto, mas, conforme caminhava, uma frustração começou a surgir. Até a areia macia sob meus pés parecia incômoda. Os humanos eram realmente criaturas estranhas. Sob o domínio do desejo, era fácil se perder, e uma vez perdido, era fácil fazer algo de que se arrependeria depois... Como agora. Bruno me alcançou em dois passos, colocando o braço em meus omb
Meu olhar caiu sobre a mala preta ao lado da perna dele. — Você não disse que não iria embora? Bruno, com suas longas pernas, caminhou até a beira da cama e tentou acariciar o topo da minha cabeça, mas virei de lado, evitando seu toque. Sua mão ficou no ar, retraindo-se de forma constrangedora. — Sim, vou voltar. Suspirei por dentro, sem saber ao certo o que estava sentindo. Bruno, esse homem, era realmente irritante. Quando eu já estava pronta para deixá-lo partir, ele vinha com esse jogo de profunda afeição. E quando eu acreditava em suas mentiras, sem a menor defesa, ele anunciava sua partida. — Faltam só esses dias? — Sim, é urgente. — Não dá para ficar? — Tenho que voltar. — Mas você disse que ficaria comigo por uma semana. A paciência de Bruno desapareceu, e sua expressão ficou séria. — Estou voltando para resolver algo relacionado a você. Seja sensata e entenda a importância das coisas. Eu te trago no futuro novamente. Mas seu semblante não demonstrava