Bruno me ergueu do chão, segurando-me em seus braços. — Com uma técnica tão ruim, acha que pode me mandar embora?... Eu nem sabia quem foi que acabou de perder o controle e rugir, pedindo para eu fazer mais rápido... Mordi os lábios, querendo retrucar, mas as palavras eram embaraçosas demais para sair: — Você, parecia estar bem satisfeito! Soltei um leve resmungo e desviei o rosto. No segundo seguinte, senti sua boca quente envolvendo meu lóbulo da orelha. — Agora está com vergonha? Antes parecia ser tão ousada, né? Fingindo estar calma, empurrei-o. — Não gostou? Então, não há próxima vez. Virei-me para voltar ao quarto, mas, conforme caminhava, uma frustração começou a surgir. Até a areia macia sob meus pés parecia incômoda. Os humanos eram realmente criaturas estranhas. Sob o domínio do desejo, era fácil se perder, e uma vez perdido, era fácil fazer algo de que se arrependeria depois... Como agora. Bruno me alcançou em dois passos, colocando o braço em meus omb
Meu olhar caiu sobre a mala preta ao lado da perna dele. — Você não disse que não iria embora? Bruno, com suas longas pernas, caminhou até a beira da cama e tentou acariciar o topo da minha cabeça, mas virei de lado, evitando seu toque. Sua mão ficou no ar, retraindo-se de forma constrangedora. — Sim, vou voltar. Suspirei por dentro, sem saber ao certo o que estava sentindo. Bruno, esse homem, era realmente irritante. Quando eu já estava pronta para deixá-lo partir, ele vinha com esse jogo de profunda afeição. E quando eu acreditava em suas mentiras, sem a menor defesa, ele anunciava sua partida. — Faltam só esses dias? — Sim, é urgente. — Não dá para ficar? — Tenho que voltar. — Mas você disse que ficaria comigo por uma semana. A paciência de Bruno desapareceu, e sua expressão ficou séria. — Estou voltando para resolver algo relacionado a você. Seja sensata e entenda a importância das coisas. Eu te trago no futuro novamente. Mas seu semblante não demonstrava
Alguns choravam por causa da despedida, enquanto outros se alegravam com o reencontro. O aeroporto estava lotado, e eu passava apressada sozinha, sem nem mesmo uma mala de mão para me acompanhar. Parecia que Bruno ia quebrar sua promessa mais uma vez. Ele havia dito que estaria presente no julgamento hoje, mas até agora, não o vi, nem recebi uma única mensagem dele. Antes de ele embarcar, pelo menos eu lhe desejei uma boa viagem. Havia uma sensação de isolamento no meu peito, como se uma parede invisível me separasse de tudo ao meu redor. Com um sorriso falso no rosto, forcei-me a romper esse vazio interior. Eu não tinha tempo a perder, e nada podia afetar meu estado mental naquele momento. Hoje era um dia muito importante para mim. Enquanto esperava a hora do julgamento, finalmente encontrei minha cliente. Como ela havia prometido, se sua condição de saúde permitisse, ela viria. Mas a mulher que apareceu diante de mim, que deveria ser deslumbrante, estava irreconhecível
O resultado foi bem claro. Agradeci à confiança do meu cliente e ao juiz por ter considerado as minhas observações como um jovem advogado ao proferir a sentença. Ursula logo publicou uma mensagem no Twitter: [Grata pelo encontro, a partir de agora seguiremos caminhos diferentes.] Os internautas precisavam de tempo para assimilar, assim como Ursula. Ela segurou minha mão, tremendo sem parar. O que eu podia fazer naquele momento não era interferir, mas apenas lhe oferecer um abraço. Eu imaginava que, dentro dela, estava acontecendo uma despedida grandiosa para Kevin, para o amor deles, e para a sua própria vida que estava prestes a se extinguir. Após a saída de Ursula, recebi o restante do pagamento na minha conta bancária: trinta e cinco milhões de reais. Junto com o adiantamento que já havia sido pago, o total era cinquenta milhões de reais. Ursula, como sempre, cumpriu sua palavra e garantiu que eu recebesse um valor satisfatório. Foi só mais tarde que descobri que es
Ao ouvir o que o secretário disse, eu imediatamente me dei conta: nos últimos dias, enquanto me divertia fora, evitei entrar na internet para não estragar meu humor. Assim que tirei o celular do bolso, ele rapidamente segurou minha mão.— Presidente Ana, a partir de hoje à noite, você não será mais a Presidente Ana. Que tal aproveitar o dia e aprovar minha carta de demissão?— Por que só hoje à noite?Embora já tivesse acordado o preço de compra com os acionistas, eu ainda não tinha assinado nada. Além disso, muitos detalhes ainda precisavam ser discutidos, como a forma como eles planejavam dividir tudo, entre outros pontos.Olhei desconfiada para ele, mas sem hesitar, peguei o tablet que ele me passou e assinei imediatamente. Minha mãe tinha falecido, e ele já estava prestes a sair. Na verdade, fui eu quem pediu para que ele me ajudasse nessa transição. Mas quem diria que, ao fazer isso, acabei removendo não só ele, como também a mim mesma do Grupo Oliveira?— Ah, a propósito, o
As roupas que Bruno preparou para mim não estavam no quarto.Este hotel era parceiro de mais de duzentas marcas, e o primeiro andar era repleto de lojas de luxo. Quando o mordomo me levou até lá, no entanto, não havia uma única pessoa.— Hoje, pode passear à vontade. O Presidente Bruno já arranjou para que o local fosse reservado só para você. As roupas que gostar podem ser levadas diretamente para o encontro com o Presidente Bruno.A maneira como o mordomo falava, com suas mãos cobertas por luvas brancas e os dedos levemente curvados, dava vontade de dar-lhe um soco...Escolhi um vestido longo de desfile em um tom de roxo encantado.O corpete justo, de estilo palaciano, tinha um decote tomara-que-caia com uma fenda que chegava até o umbigo. Um véu de tecido leve fluía da cintura, e as flores bordadas na saia revelavam uma beleza sedutora a cada passo.Romântico, mas com um toque de sensualidade.Arrumei-me, achando-me a pessoa mais bonita do mundo. Mas, no instante em que vi Bruno, pa
Bruno ficou atônito por um momento, e a chama de desejo em seus olhos lentamente se apagou. Ele fez um gesto com a mão, e os garçons ao nosso redor se retiraram, deixando apenas nós dois no luxuoso salão.Só depois de eu assinar o contrato foi que Bruno me permitiu levantar. Ele me virou de frente para ele, seus olhos negros fixos nos meus. Mesmo sem dizer uma palavra, senti que, naquele instante, nossas almas estavam entrelaçadas, como se houvesse uma conexão invisível e profunda entre nós.Nossas almas estavam entrelaçadas de tal forma que não era possível distinguir onde uma começava e a outra terminava. Como se todos esses anos juntos, independentemente de amor ou desamor, tivessem criado laços inquebráveis.Uma sensação inexplicável de felicidade me invadiu de maneira avassaladora, e comecei a me sentir tonta. Sua mão grande pousou no topo da minha cabeça e deslizou pelos fios de cabelo até alcançar as pontas, que caíam sobre minhas costas.— Sra. Henriques, você deixou o cab
Bruno me acalmava suavemente, dando leves tapinhas em minhas costas. — O que foi? Ficou emocionada? Eu funguei e respondi: — Um pouco. — Você achou que voltei mais cedo só para preparar essas coisas para você? Então subestimou demais o que sou capaz de fazer. Acha que não resolveria isso por celular? — Bruno me deu um beijo no rosto. — Já percebeu que a internet ficou silenciosa de repente? Não tem mais ninguém te xingando. Eu não tinha prestado atenção se estavam me xingando ou não, mas demorei um pouco para conseguir recuperar a minha voz: — O que você quer dizer com isso? Olhei para ele, confusa. Lembrei do olhar estranho do secretário quando mencionou algo sobre o que estava acontecendo online. Naquele momento, arrependi-me profundamente de não ter conferido nada, nem mesmo no carro, quando estava vindo para cá. Eu só tinha ficado sem internet por três dias. Apenas três dias... O que de tão grave poderia ter acontecido? Quando Bruno, com um olhar satisfeito, me co