Capítulo 106
Eu mal tinha empurrado Bruno para fora do quarto quando Gisele bateu à porta.

Mas sua batida não foi um gesto educado de cortesia.

Antes que pudéssemos sequer nos afastar, ainda entrelaçados pelo último beijo, ela já havia invadido o quarto.

— Irmão.

Seu rosto estava pálido, o corpo todo tremendo, com uma expressão de puro pânico, olhando ao redor como se procurasse por perigo.

No instante seguinte, como se tivesse sido encurralada, ela se espremeu entre mim e Bruno, usando tanta força que me empurrou contra a parede.

— Irmão, sonhei que meu braço estava sangrando muito, doía tanto! Eu ouvi alguém dizer que ia me matar.

A cama do quarto de hóspedes era dura, mas encontrei uma boa posição para assistir àquela cena, quase como se estivesse assistindo a uma peça teatral.

Achei tudo engraçado. Ela mesma havia armado essa farsa e se colocava no papel de vítima.

Se Gisele estava mesmo atormentada por pesadelos, como Bruno acreditava, certamente era resultado de suas próprias culpas.

Se
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