O ar sumiu de mim naquele estante. Não, não podia ser! Nat soltou um gemido de susto e suas pernas ficaram bambas que tive que segurar com meu braço para não cair.
— Você está mentindo — falei com insegurança.
— Eu nunca conto mentiras sobre as desgraças da sua vida — respondeu sorrindo. — Principalmente essa tão importante.
— Como você pode fazer isso?! Exclamou Natasha revoltada. Thryee encolheu os ombros com desprezo.
— O amor só existe na cabeça de quem ama — falou. — E a cabeça daqueles dois está cheia de amor, por ela — e apontou para mim. — Isso é uma fraqueza, sempre foi.
Avancei em sua direção e lhe dei um tapa forte no rosto, escutei o barulho estalar da minha pele contra a dele, seu rosto virou para o outro lado. O choque e surpresa tomou conta dele po
Olhei para o Troy, meu melhor amigo, meu primeiro amor... meu noivo. Eu o amava, como poderia não amar? Sabia que era mentira do Thryee, Troy nunca machucaria Gabe, ele podia não gostar dele, mas nunca tentaria mata-lo. Troy é um herói, se preocupava com as pessoas, ele voltou para buscar Luriel.Sempre foi alegre e feliz, nunca que ele ficaria tão sombrio como Thryee descreveu. Eu o amava por isso, mas não estava apaixonada por ele como antes. Sempre que via o Gabriel, tudo fazia sentido, tudo se encaixava. Eu ficava no paraíso, me sentia amada e feliz como nunca achei que poderia ser. Ele era sempre o meu porto seguro, minha razão de querer ser alguém melhor.Eu fiz sacrifícios em nome dele, o larguei por ama-lo demais. Sofri por não estar com ele a cada dia que ficamos longe um do outro e agora, mesmo nessa crise, me sinto em paz em vê-lo aqui, tão perto de mim. Só que t
Meu coração batia mais rápido do que qualquer coisa, mais rápido que a de um beija-flor, para aqui com os dois no chão indefesos e possuídos por algo que eu não conseguia controlar. Mesmo com meus poderes confusos, sem saber se voltaram por completo, sabia que conseguiria puxar a espada da mão dele.— Por favor, volta para mim — implorei em um lamento. Gabriel girou a cabeça e me encarou. Seus olhos dourados me fitavam e ele franziu o cenho, tentando me reconhecer. — Sou eu.Eu sabia o risco que corria, mas precisava trazer os dois de volta. Gabriel piscou varias vezes e os dourados dos seus olhos foram sumindo. Ele foi voltando para mim.— Mikaella — sussurrou meu nome. Como eu amava meu nome em seus lábios. Ele olhou confuso para o que estava acontecendo, para o que ele estava prestes a fazer, notando a espada ainda em sua mão, jogo ela para longe.
Pessoas mentiram, me traíram e não existe dor pior que essa. O amor da minha vida, morto pelo meu primeiro amor. Thryee é o Diabo encarnado e fez Troy o seu primeiro demônio. Mesmo que ele dissesse que nunca obrigou Troy a soltar a flecha, ele sabia que no fundo sempre será culpa dele. A culpa era dos dois.Como Troy pode fazer isso comigo? Me enganar todo esse tempo? por meses? Ele não me amava? Se isso é amor, eu não o quero. Alguém tire o de mim! Com esse sentimento dolorido em meus órgãos, era como sentir o veneno correndo pelas minhas veias, corroendo tudo por dentro. Nunca senti tanta dor como estou sentindo agora.Como poderei amar de novo? Como poderia viver em um mundo onde nunca mais verei o sorriso dele novamente? Eu o amei tanto, por um período tão curto, que não é justo. Amor não se mede em dias, mas o nossos foi passageiro demais.Eu nunca
Recuperei a consciência aos poucos. Meus olhos ainda estavam fechados, porém conseguia sentir a claridade tentando invadir minha visão, aonde quer que eu estivesse. Meus outros sentidos começaram a ficar em alerta, senti que estava deitada em uma cama macia com lençol de veludo por debaixo. Abri meus olhos e pisquei várias vezes, me adaptando a claridade de luz que entrava pela janela.Me sentei na cama devagar, minha cabeça girava e precisei fechar os olhos para a tontura passar. Por Deus, o que houve comigo? A onde estou? Não conseguia me lembrar de nada depois de estar com Thryee dentro da Ferrari, desejando poder ficar vagando para sempre no espaço.Comecei a observar a onde eu estava. Era um quarto grande, a cama era de casal e havia um teto com cortinas vermelhas presas nas colunas de suporte da cama, a decoração do quarto era vermelho com dourado. Notei que parecia um quarto de castelos
Estava caminhando pela areia da praia, tentando clarear a minha mente e me forçando a não cair no choro. Talvez eu devesse voltar para casa e encher a cara até o meu coração ficar dormente, sem sentir nenhuma dor.Como ela pode fazer isso? Terminar tudo dessa forma? Ela não me amava? Qual foi o problema que fez ela ir embora? Minha cabeça procurava de todas as formas tentar achar uma explicação para ela ter me deixado e pode ter certeza que há uma lista longa de motivos para ela ter ido. Só que eu queria contra-atacar minha própria mente, listando os motivos que ela devia ter ficado, mesmo que o motivo maior e que mais faz sentido para mim fosse apenas um. Que eu a amava mais do que tudo, que isso devia ter sido o suficiente para ter feito ela ficar.Começou a chover do nada, não havia sinal algum no céu de que ia chover antes daquela tempestade che
O primeiro que entrou em minha vida foi o Eduardo, nos conhecemos no jardim de infância se não me falha a memória, nós dois gostávamos de Tartarugas Ninjas e a partir daquele dia continuamos amigos desde então. Eduardo quem dizia que nós só tínhamos uma vida e devíamos aproveita-la, estávamos no time de futebol do colégio e mesmo sendo gay, arrancava suspiros das garotas, nunca foi de demonstrar os seus sentimentos, porém eu sabia que ele amava Erik mesmo com suas constantes separações e cada um ficando com outros caras, no fundo eu desejava que os dois parassem com aquela palhaçada e ficassem finalmente juntos para valer, só que nenhum dos dois queriam ceder e abrir mão da vida de solteiros. Ele e Erik eram da mesma altura quase, Eduardo sendo talvez apenas alguns centímetros mais alto, Erik era magro, seus olhos eram de um castanho escuro, seu cabelo
Os três riram com a gracinha, Lucca e Edu fizeram a mesma careta para me provocar. Eu tinha uns amigos muito idiotas que pegavam muito no meu pé, fiquei feliz com isso que acabei rindo junto com eles.As aulas como sempre passaram com grande tédio, em algumas matérias eu prestava atenção genuína e em outras eu ficava apenas escrevendo no caderno ou me pegava encarando Kayla que parecia estar de verdade concentrada na aula, até nas mais chatas. Minha raiva inicial por ela logo se dissipou, agora foi tomada pela curiosidade, nunca tinha sentido isso antes, me senti estranho, tentando afastar qualquer sentimento que fosse por ela.Estávamos na hora do intervalo, eu e os garotos sempre ficávamos nos bancos ao ar livre pelo simples fato de que podíamos ver toda a movimentação da garotada ao redor. Eu e o Lucca observávamos as garotas passarem com seus shorts lindíssimos d
Nunca fui um cara muito religioso, acreditava em uma força maior, porém nunca realmente rezei por algo ou sequer por alguém. Por conta disso fiquei impressionado comigo mesmo quando percebi que estava sentado nos degraus de uma igreja e resolvi entrar, não sei o que aconteceu comigo para fazer isso. Apenas sentia uma grande vontade de entrar e assim o fiz.Não era uma igreja muito grande, mas possuía seu charme com os vidrais coloridos de anjos e arcanjos que iluminava em parte os bancos enfileirados que eram usados por poucas pessoas rezando naquele momento. Andei até a primeira fileira do banco, onde não se encontrava ninguém, me sentei e olhei para o púlpito sem saber o que fazer a não ser encara-lo.Que raios eu estou fazendo aqui? Nunca fui de orar ou de pedir ajuda a Deus, por que iria começar agora?Uma voz em meu coração respondeu: