O primeiro que entrou em minha vida foi o Eduardo, nos conhecemos no jardim de infância se não me falha a memória, nós dois gostávamos de Tartarugas Ninjas e a partir daquele dia continuamos amigos desde então. Eduardo quem dizia que nós só tínhamos uma vida e devíamos aproveita-la, estávamos no time de futebol do colégio e mesmo sendo gay, arrancava suspiros das garotas, nunca foi de demonstrar os seus sentimentos, porém eu sabia que ele amava Erik mesmo com suas constantes separações e cada um ficando com outros caras, no fundo eu desejava que os dois parassem com aquela palhaçada e ficassem finalmente juntos para valer, só que nenhum dos dois queriam ceder e abrir mão da vida de solteiros. Ele e Erik eram da mesma altura quase, Eduardo sendo talvez apenas alguns centímetros mais alto, Erik era magro, seus olhos eram de um castanho escuro, seu cabelo era mais comprido que o meu na parte da frente e ele sempre com um penteado para cima, enquanto o meu estava quase sempre caindo nos meus olhos e quase um palmo para cobrir totalmente a minha nuca. Erik usava alargadores nas duas orelhas, era de poucos milímetros e um piercing de argola no canto direito do lábio inferior, dos quatros ele era o que realmente sabia ter estilo. Eduardo por sua vez, era quase o mais simples possível, quase tanto quanto eu, sempre usando calças jeans e alguma blusa que puxava as mangas até o cotovelo, seus cabelos eram ondulados e castanhos, seus olhos eram azuis e por conta do futebol o seu corpo também era definido igual eu e o Lucca por conta do vôlei. Usava piercing no nariz e um alargador na orelha direita, sua pele era clara e um pouco leitosa, notava-se que se preocupava em passar camadas de protetor solar, o que era oposto da minha preocupação a minha pele branca e muito bem bronzeada. Erik com a sua descendência africana se mostrava presente nos cabelos escuros, no nariz largo e na pele de melanina forte e extraordinária, com um brilho natural magnifico quando a luz do Sol refletia em suas maçãs do rosto que eram marcantes, seus lábios carnudos habitavam um sorriso sempre animador e contagioso no grupo.
Dos dois, Eduardo era o desleixado do grupo e o provocador, agitava sempre para gente sair pra festas e a maioria das loucuras que já fizemos, a origem sempre vinha dele com as ideias, todo nós éramos sociáveis no colégio, só que o Edu era o que menos fazia isso, o que era meio irônico porque quando se tratava de ir para as festas, ele era o que mais sai beijando por ai, às vezes virava uma batalha entre ele e o Erik, quem causaria mais ciúme no outro.
Estávamos caminhando em direção ao colégio, com Skyla ao meu lado.
— Cachinhos dourados, está escutando o seu retardado? — Eduardo me deu um soco no ombro, me trazendo de volta a atenção para conversa.
— Fala, filho de cruz credo — respondi, ajeitei a mochila nas costas.
— Você fez o dever da aula de francês? Aquela merda é pra hoje e eu esqueci de fazer.
—Oui — respondi e fiz um bico ao pronunciar.
— Saúde — respondeu rindo. — Me passa depois então.
— Por que está pedindo pra ele e não para mim? Eu sendo atrás de você na aula — se queixou Erik.
— Sua letra é horrível no francês e por alguma razão que eu ainda desconheço para entender, sempre que peço o seu caderno minhas mãos sempre ficam com purpurina. Parece que você depenou o pó de fada em cima do caderno, velho.
— Para sua informação, minha letra é maravilhosa. Você que é cego e não usa os óculos que deveria usar — advertiu Erik.
— Eu não preciso de óculos.
— Ah tá! Então o que fica na sua mochila guardado é pra que? Enfeite?
— Exatamente. É moda querido, não sabia? Nossa, como você não leu isso nas suas revistas da Vogue?
— Elas são suas! — argumentou contrariado.
Os dois ficaram debatendo sobre o assunto por quase metade do caminho. Enquanto Lucca estava com os fones de ouvido e desligado do que estava acontecendo, ele tinha ficado mais calado desde que tudo ocorreu. Perder a mãe foi duro para o pai dele, o sr. Matteo. Era por isso que eu estava cuidando do bistrô, Matteo não saia de casa desde que a Lena, sua esposa faleceu, Lucca fica com ele na maior parte da tarde e dar um pulo no bistrô as vezes para me ajudar. Erik e o Eduardo também ajudam quando podem, mesmo assim está sendo difícil para todos, porém é estranho o seu comportamento, enquanto eu fico revoltado com às coisas e até um pouco depressivo, Lucca estava apenas na dele, parou de entrar em brigas, suas notas estavam subindo e quase não bebia mais. Parecia até mais com paciência do que antes, era completamente o meu oposto de comportamento.
Puxei um dos lados do fone, fazendo ele prestar atenção em mim. Sua aparência era de cansaço, igual a minha.
— Ei, cara. Tudo bem? — perguntei preocupado. Até a Skyla olhou para cima, em nossa direção.
— Um pouco, mano. Estou com problemas pra dormir, só isso — contou e encolheu os ombros.
— Tem certeza que é só isso?
— Sim. Às coisas estão na mesma lá em casa, meu pai continua não querendo sair de casa. Fica a maior parte do tempo dentro do escritório da mamãe — respondeu, seu olhar era perdido. Lucca era o meu melhor amigo, o último a entrar para o grupo. Fizemos amizade por conta o vôlei, nem sabia que ele era irmão da Mikaella antes dele me levar para a sua casa e eu reconhecer as fotografias na sala. Naquele momento achei que fosse o destino e ainda continuo acreditando nisso. Talvez com um pouco mais de conhecimento sobre como a vida realmente tem um toque do sobrenatural às vezes.
— Tem algo que eu possa fazer, cara?
— Não, mano. Tá tranquilo, valeu — respondeu por fim, colocando os fones de ouvido de novo.
Havíamos chegado no portão do colégio. Os rapazes foram caminhando a frente enquanto eu me despedia da Skyla, ela sempre nos acompanhava e sempre estava nos esperando no fim do horário escolar.
— Ok, Sky é aqui q a gente se despede — comuniquei, estendendo a mão para ela. Skyla bateu sua pata na minha mão e com a língua para fora. Ela estava enorme, eu nem precisava quase mais me agachar para fazer carinho atrás da sua orelha. — Vá para casa, nos vemos daqui algumas horas.
O sinal já havia sido tocado e era o primeiro, levaria menos de cinco minutos para tocar o segundo sinal de aviso. Entrei pelo portão alto com grades do colégio, com um jardim enorme na frente antes de subirmos os degraus para o edifício antigo da escola. Parei de frente para porta, vendo os corredores cheio de estudantes conversando alto, o murmurinho de vozes logo cedo. Garotas passando toneladas de maquiagem para esconder olheiras e as imperfeições que só elas conseguiam enxergar.
Eu nem queria estar aqui, não tinha mais paciência para o colégio. Faltava ainda o ano que vem para conseguir me formar, não via a hora de sair desse mundinho fechado por classes e status, com pessoas vazias falando sobre coisas mais vazias do que elas, como se estivessem algum conhecido da vida fora dos seus mundinhos. Queria estar com a Mikaella e nessa hora surgiu o sentimento de raiva novamente, de ódio pela decisão que ela tomou. Por que eu quero estar com alguém que com certeza não quer estar comigo? Eu sou um idiota por acaso?
O segundo sinal tocou e caminhei em direção a sala de aula, a primeira aula seria de geografia. Eu poderia dormir por uns belos quarenta minutos, passei pelo mar de alunos que estavam caminhando para as suas salas sem grande pressa, igual a mim. Entrei na sala e avistei os rapazes já sentados na nossa fileira habitual, andei em direção a minha mesa de modo tão automático que não olhei que já tinha uma garota sentada em meu lugar.
Ela estava com a cabeça baixa, lendo um livro, seu cabelo ondulado e castanho claro caia sobre o rosto, por um momento pensei que fosse Mikaella, entretanto a ideia logo se mostrou ser absurdo e impossível daquilo acontecer.
Pigarrei para chamar sua atenção. A garota calmamente levantou a cabeça, subiu os olhos pelo meu corpo parado ao lado da mesa até chegar ao meu rosto, pude ver seus olhos cor de mel, até pareciam dourados com a luz da sala refletindo neles. Usava delineador e lápis de olhos, destacando mais ainda a cor dos seus olhos, um batom roxo acentuava os seus lábios, era uma cor diferente e mesmo assim discreto, seu rosto era arredondado nas maçãs, o nariz era fino e pequeno, chegava a ser delicado com um piercing no lado esquerdo. Ela era bonita, muto bonita.
— O que foi? — quebrou o gelo e o encantando que eu estava tendo por ela.
— Er.... você deve ser nova por aqui e ... — comecei a falar com calma.
— Isso é bem óbvio — interrompeu e cruzou as mãos em cima do livro. — Você é tão perspicaz assim, querido?
Pisquei surpreso com ela. Que garota grossa!
— Você está no meu lugar, querida — rebati com rispidez. — Poderia sair, por favor?
Ela arqueou a sobrancelha e continuou no lugar me encarando. Qual é o problema dessa menina?
— Qual é o seu nome? — perguntou por fim.
— Gabriel.
— Hm... — o som veio do fundo da garganta, como um felino a ronronar. Ela levantou o livro da mesa como se estivesse procurando por algo. — Não vejo seu nome aqui, Gabriel. então acho que não estou no seu lugar.
Revirei os olhos com a sua resposta. Mas que garota abusada e folgada, quem ela pensa que é? Antes que eu pudesse dar uma resposta à altura, a professora havia chegado me obrigando a sentar na carteira vaga do lado. Fuzilei ela com os olhos, enquanto ela dava um sorriso sacana e voltava a sua atenção ao livro. Olhei para os meninos a frente e Erik moveu os lábios pra dizer: ela é quente, então colocou o dedo na coxa como se estivesse saindo fumaça. Mostrei o dedo do meio e o ignorei.
A professora iniciou a chamada da classe, estavam todos presentes e eu por alguma razão desconhecida esperava que ela chamasse o nome da novata, para que eu finalmente pudesse colocar um nome na ladrona de carteira. Nada mais do que justo, já que ela sabia o meu nome e eu não sabia ainda o dela. Chegando no final da chamada e nada da professora dizer o nome da guria, estava quase desistindo da ideia quando a própria ladrona se levantou e falou.
— Com licença. Mas a senhora não chamou o meu nome — informou, colocou o cabelo para trás do ombro dando uma visão melhor do seu rosto. De pé ali parada ao meu lado, pude observa-la melhor. Não era muito magra, o uniforme em seu corpo parecia bem justo, realçava os seus seios e acentuava sua cintura. Ela realmente tinha um corpo bonito.
A professora pegou a lista novamente para checar se houve um pulo no nome da chamada. Porém a garota não lhe deu tempo de analisar nada.
— Talvez não esteja ainda na lista. Meu nome é Kayla. Estudarei aqui pelos próximos meses porque acabei de me mudar — explicou com rapidez, voltando a se sentar na cadeira sem esperar qualquer resposta da professora ou da sala.
— Ok. Bem-vinda ao colégio Santos Dumont, Kayla — respondeu a professora com ar de simpática, anotando algo na lista. — Já coloquei seu nome na chamada a caneta, porém acredito que até o fim do dia todos os professores terão a lista atualizada com o seu nome completo.
Então esse era seu nome, Kayla. Era diferente, combinava com ela. Fiquei a encarando por um tempo, vendo como ela parecia ser tão segura de si, sem o nervosismo de ser a novata no colégio quase no final do ano. Sem se preocupar com as pessoas a encarando, se perguntando quem ela era, porque se mudou faltando poucos meses para acabar o ano seletivo. Eu mesmo estava com essas curiosidades na cabeça, até que alguém acerta uma bolinha de papel na minha mesa, me fazendo voltar a atenção na aula. Olhei para frente e peguei o papel e o desdobrei, nele estava escrito com letras grandes: tira uma foto que aposto que dura mais. Revirei os olhos com a piada, devia ter sido um dos rapazes. Olhei em direção ao Erik e bingo, era o próprio e ele fazia uma cara de bobo como se estivesse babando, fingindo que era eu.
— Larga do meu pé, idiota — sussurrei com advertência para ele que apenas riu com o meu pedido.
Os três riram com a gracinha, Lucca e Edu fizeram a mesma careta para me provocar. Eu tinha uns amigos muito idiotas que pegavam muito no meu pé, fiquei feliz com isso que acabei rindo junto com eles.As aulas como sempre passaram com grande tédio, em algumas matérias eu prestava atenção genuína e em outras eu ficava apenas escrevendo no caderno ou me pegava encarando Kayla que parecia estar de verdade concentrada na aula, até nas mais chatas. Minha raiva inicial por ela logo se dissipou, agora foi tomada pela curiosidade, nunca tinha sentido isso antes, me senti estranho, tentando afastar qualquer sentimento que fosse por ela.Estávamos na hora do intervalo, eu e os garotos sempre ficávamos nos bancos ao ar livre pelo simples fato de que podíamos ver toda a movimentação da garotada ao redor. Eu e o Lucca observávamos as garotas passarem com seus shorts lindíssimos d
Nunca fui um cara muito religioso, acreditava em uma força maior, porém nunca realmente rezei por algo ou sequer por alguém. Por conta disso fiquei impressionado comigo mesmo quando percebi que estava sentado nos degraus de uma igreja e resolvi entrar, não sei o que aconteceu comigo para fazer isso. Apenas sentia uma grande vontade de entrar e assim o fiz.Não era uma igreja muito grande, mas possuía seu charme com os vidrais coloridos de anjos e arcanjos que iluminava em parte os bancos enfileirados que eram usados por poucas pessoas rezando naquele momento. Andei até a primeira fileira do banco, onde não se encontrava ninguém, me sentei e olhei para o púlpito sem saber o que fazer a não ser encara-lo.Que raios eu estou fazendo aqui? Nunca fui de orar ou de pedir ajuda a Deus, por que iria começar agora?Uma voz em meu coração respondeu:
O dia passou com uma pressa inusitada, foi tudo tão corrido e tranquilo ao mesmo tempo no trabalho, minha mente ficou ocupada o tempo todo, a dor de cabeça foi embora na segunda aula e me sentia com muito mais energia, como se tivesse tomado vinte latinhas de energéticos. No fim do dia, saindo do trabalho fui para a academia, tinha aula de boxe as dezenove horas. Precisava gastar energia acumulada e a raiva que me percorria de forma repentina sempre, como ainda possuía a sensação de que algo ruim poderia acontecer e eu não queria ser surpreendido novamente, eu resolvi fazer aulas de boxes. Me ajudava na maioria das vezes.Meu treinador era um boxeador, um homem enorme, musculoso e incrível no ringue. Ainda não foi possível termos uma luta mano-a-mano e eu não fazia questão de ter uma, sabia que iria perder de forma feia para ele, um soco vindo dele iria me nocautear de primeira. Gustavo era um
O dia estava começando a me deixar no meio termo, pensava na Mikaella e relembrava das férias que ficamos juntos. E agora sentado na mesa da cozinha com uma garrafa de uísque do armário de bebidas do meu pai, apenas deixava tudo muito mais mórbido, sempre que começava a beber eu refletia sobre as coisas, sobre tudo em mim.Não estou feliz, mas também não estou triste. Não quero desistir de esperar por ela, só que também não estou motivado a seguir em frente. Não estou com vontade de ficar dentro de casa sofrendo, nem de sair para conhecer outras garotas. Porque tudo que reparo nelas é que elas não são a Mia, quando olho para elas eu penso: minha Mia é mil vezes melhor.Giro o copo com a bebida dentro e tomo um gole, o uísque queima minha garganta e deixa minha mente um pouco entorpecente, me pego encarando mais uma vez a garrafa na minha
De sexta-feira, o bistrô fica mais movimentado com a chegada do final de semana as pessoas gostam de sair para comer fora. Mais uma vez fiquei no balcão servindo o que estava nas vitrines e anotando os pedidos entre as mesas, o sr. Matteo ainda não havia aparecido para trabalhar, mesmo sabendo que as coisas estavam indo muito bem, o ambiente havia mudado desde que ele parou de vim trabalhar. Eu sabia que o luto possuía muitos estágios e que era difícil perder alguém que você ama, porém não consigo imaginar como ter sido para o Lucca e o Matteo, ele amava muito a esposa que qualquer pessoa conseguia ver isso. Eles eram o casal que todo mundo queria ter com a pessoa amada, Matteo e Lena eram perfeitos um para o outro, ela sempre era gentil, um doce de mulher, ela constantemente me recebeu de braços abertos em sua casa, mesmo quando eu e o Lucca fizéssemos coisas suspeitas como algumas brigas, ela nunca m
Quando voltei para o bistrô Kayla já não estava mais lá. Meu horário também já tinha acabado e por conta disso arrumei rápido minhas coisas e fui embora. Não quis ir direto para casa, em geral depois do trabalho eu não vou para casa, fico quase uma hora e meia andando sem rumo pelo calçadão da praia com a Skyla ao meu lado, era o momento que eu fazia a caminhada com ela, sempre andava com uma bola de tênis na mochila pra brincar com ela por um tempo.Me sentei em um banco de frente pra praia e retirei da mochila a bola, joguei quase na água para Skyla correr e buscar. Ficamos brincando com isso por uns quinze minutos, até que se sentou ao meu lado um senhor de quase setenta anos. Ele trajava roupas de frio, com um suéter grosso azul, uma gravata borboleta vermelha e uma boina com aba curvada, em seu rosto um óculo quadrado marrom com lentes grossas lhe ajudava
A noite chegou e a lua refletia seu brilho nas ondas, Skyla estava deitada no chão perto do banco, a temperatura caiu um pouco e resolvi voltar para casa, pensando na conversa com o senhor e como ele poderia saber o meu nome. Aquilo foi extremamente sinistro.— Sky, vamos nessa. Está ficando tarde — chamei estalando o dedo para ela. Skyla se levantou rápido, com as orelhas arqueadas e veio caminhando com preguiça na minha direção e bocejou.— Quando disse que estava tarde, não quis dizer tão tarde assim — comentei enquanto caminhava. — Não deu nem vinte horas ainda, Sky.Ela chacoalhou seus pelos como se não ligasse para o que eu disse. O caminho todo para casa passei olhando para trás, a sensação de que estava sendo seguido voltou e ainda mais depois daquele senhor saber o meu nome, minha paranoia ficou mais aflorada. Comecei também a
— Chegamos — anunciei alegre, sem soltar seu braço. — Melhor lugar para se estudar.— Com um bando de crianças gritando e brincando — retrucou rindo, indo em direção as mesas. — Claro, pode servir. Tem uma vista bem bonita.— Wishfells é completamente feita com ótimas vistas — me gabei e me sentei ao seu lado. — Não existe nenhum outro lugar melhor.— Você não sai muito daqui, não é? — perguntou com ar de pena. — Existe um mundo fora daqui, talvez perceba que existe outros lugares melhores sim.— Eu dei a volta ao mundo — contei cruzando os braços na frente do peito. — Três vezes antes dos meus dez anos de idade e Wishfells continua sendo o melhor lugar.— Caramba! Ok, então — cedeu e deu de ombros. — Vamos estudar.Kayla retirou o roteiro d