Deixamos Pâmella na frente da sua casa e Peter dirige seu Mustang e estaciona atrás de nós. Ela sai para fora do carro e fica um tempo olhando para nós,dizendo que se divertiu e agradecendo. Peter se aproxima e entrega as chaves para a patricinha.Pâmella me abraça novamente e eu a afasto delicadamente.— Rubi — ela me chama. — Esse fim de semana vai acontecer uma festa de aniversário para a minha cunhada. Você e seus amigos estão mais que convidados.Nos entreolhamos e sorrimos.— Vai ser um prazer,Srta. Albuquerque — diz Peter que pega a mão de Pâmella e beija-a.Pâmella fica surpresa e desconcertada.— Nossa presença está confirmada — digo. Viramos para entrar no carro e olho para a garota mais uma vez. — Tenha uma boa noite,Pâmella.Ela sorri e acena.— Boa noite,pessoal.Entro no carro e me ajeito ao lado de Cristiano. Pâmella atravessa os portões da mansão e começa a caminhar. Fico um tempo encarando a enorme casa,onde,em qualquer cômodo,Soraya pode estar tranquilamente vivendo
Ponho o vestido vermelho de veludo justo,estilo sereia,admiro o corte que ele tem na perna e pego minha pistola sobre a mesa,escondendo-a numa liga que amarro na coxa da perna que está à mostra. Solto os cabelos ondulados e começo a me maquiar. Ponho brincos de pequenos rubis e encaixo um anel de diamante no dedo. Borrifo um pouco da loção francesa. Por fim,procuro pelo batom vermelho-sangue no meio do meu estojo de maquiagem e o encontro,passo com vontade pelos lábios e o espalho,pressionando um lábio no outro. Calço o salto alto e me olho mais uma vez pelo espelho. Alcanço a mini bolsa em cima da cama e saio do quarto. Meus seguranças usam smoking e me esperam na porta. Susy pula alegre e me fotografa.— Vamos postar essa quando você chegar! — diz Susy. Ela olha para os seguranças que me observam. — Ela não tá gostosa,rapazes?Sorrio da afobação de Susy.Peter e Henrique concordam.Cristiano me olha de relance e depois dá as costas,com um humor péssimo.— Vou esperar no carro — diz,
Meus olhos detectam os muros enormes e majestosos que rodeiam o novo campo de combate da minha potencial inimiga antes mesmo de Henrique dar a curva. Seguro a rosa e olho para meus seguranças. Peter sai primeiro e dá a volta no carro e abre a porta para mim. Saio em seguida e Cristiano me acompanha. Respiro fundo e pego nas pontas do vestido encaminhando-me pelo caminho de pedrinhas brancas e subindo os pequenos degraus da escada que dão a porta enorme de madeira em cor verniz. Dois homens grandalhões barram nossa entrada de imediato e perguntam nossos nomes. Ele olha pela lista enorme enquanto reviro os olhos. Os convidados que vêm chegando param para me olhar da cabeça aos pés e é nesse exato instante que tenho total certeza de que estou fatal e agradeço a mim mesma por ter pego esse vestido.Vermelho. Vermelho é tudo que Soraya verá essa noite.Espero estar mais deslumbrante que a aniversariante. Quero causar uma ótima impressão e ao mesmo tempo uma odiosa. Quero que ela me ame e od
Troco olhares divertidos com Samanta.O som de thinking out loud,de Ed Sheeran,começa a soar e vejo vários casais se concentrando no centro do salão e começam a dançar. Samanta conta que a tia,a Pâmella em questão,tinha posto essa música na playlist especialmente para que ela e Marcos dançassem. Contudo,agora a garota está numa empreitada nos andares de cima e Peter não entra mais de forma alguma no seu WhatsApp e sinto vontade de roer as unhas. Evellyn está a ponto de sentar no colo de Marcos Logan e Sasha quase se ajoelha nos seus pés para que o cara dance a música coladinho a ela. Sinto vontade de rir.— Por que não dança com o Marcos até a tia Pâmella descer,Rubi? — Samanta tem a ideia mais fodida do planeta. — Você sabe dançar?As amigas de Pâmella me encaram como se eu fosse um pedaço de carne à mercê dos leões.— Eu sei.Marcos me pede ajuda articulando com os lábios em uma linguagem muda. Se levanta e estende a mão para mim. Rapidamente minha mente repassa a cena em que dançam
Rio de Janeiro,Brasil18 de Janeiro,2014Lembro-me como se fosse ontem do cheiro que aquela mulher exalava quando invadiu a minha fortaleza,com planos de levar para longe tudo o que tinha me restado,logo de uma garotinha que não passaria de uma mera pedra no seu sapato. No entanto,parece que os gigantes têm esse mal,quanto mais inferior você for,mais vão querer se livrar de você,e mais tratarão de destruí-lo,sem deixar de subestimá-lo. Soraya Ortiz cheirava a rosas vermelhas,inconvenientemente,o mesmo cheiro da mulher que nos trouxe ao mundo,nos abandonando uma semana depois com nosso pai de partida ao exterior,em busca de riquezas e vida de luxo. Posso não conhecer a minha mãe,mas a odeio por ter nos largado como se fôssemos nada nessa vida de merda. Agora,no nosso aniversário de doze anos,em pleno a um passeio muito divertido que tivemos pelo zoológico,apesar da companhia indesejada de Soraya,papai nos revela duas caixinhas de veludo,uma vermelha para mim,e uma verde escuro para mi
Fiz que sim e voltei para continuar a escutar o que era falado na sala,porém,um silêncio total tomava de conta do lugar. Espichei um pouco o pescoço para ver algo e encontrei a sala vazia. Rapidamente puxei o braço de Ágata para darmos o fora dali e chegarmos em casa antes de Soraya,sem levantar suspeitas. A desgraçada é muito pior do que imaginava,é uma interesseira que veio à procura de raspar tudo o que pertencia a sua irmã que certamente odiava. Agora me pergunto se essa mulher também não era uma golpista fria e calculista como Soraya,mas,pelo que pude ouvir,ela era muito pior e mais ardilosa que nossa madrasta. Ela deixou suas filhas e seu marido por dinheiro sujo,deixando duas migalhas para nós duas,filtradas pelo seu trabalho desonesto e que,por consequência,caso seja a tal chave que aquelas pessoas procuram,podem colocar nossas vidas em perigo. Eu odeio mais ainda aquela mulher,espero que pague pelos seus pecados no inferno,meus sentimentos seriam insignificantes a pessoas com
Pedras batiam na lataria do automóvel e a estrada parecia tortuosa dado as curvas radicais do motorista. Abri os olhos devagar,notando a frieza das algemas em meus pulsos,o ambiente hostil em que nos encontrávamos e os cabelos de Soraya voando sobre o banco à nossa frente devido as pancadas fortes de vento que atravessavam a janela. Ela coloca a cabeça para fora e volta rapidamente,sacando sua pistola urgentemente. Pensei muito se deveria fazer algo,olhei para minha irmã sonolenta e me recordei do seu estado de poucas horas. Não. Não poderia ficar sem fazer nada. Me ergui e olhei pela janela,estávamos sendo perseguidos,talvez pudesse ser a polícia. Então não ruminei muito sobre as consequências e simplesmente agi,pulando no volante que o amante de Soraya dirigia. Ela gritou e tentou me tirar de cima,puxando meus cabelos e me ameaçando com a pistola voltada na minha cabeça. O carro dançava de um lado e outro pela estrada.— Mata logo essa pirralha,Soraya! — dizia o amante. — Soraya!So
Dias atuais…Buenos Aires,ArgentinaEscolher brinquedinhos de tortura se tornou a parte mais divertida do meu trabalho. Pego o machado em meio às diversas variedades jogadas pela mesa e me volto a cadeira onde meu interrogado está amarrado e amordaçado. Olho para Ametista que sorri imaginando meu próximo passo. Me sento na mesa à sua frente,cruzando as pernas,chamando a atenção do homem. Engraçado,mesmo com o medo do que pode lhe acontecer,o desgraçado não trai seus instintos sexuais.Pigarreio com um sorriso diabólico.— Seria mais interessante se me olhasse nos olhos em vez das minhas pernas. — Olho para Ametista e ela atende ao comando,retirando a mordaça. Sorrio para meu prisioneiro. — Alejandro González.O homem cerra os dentes e me encara com uma face nada amigável.— Rubi Jenner — ele cospe meu nome com ódio na voz. — O que quer comigo?Estudo-o com os olhos.— Você tem algo que eu quero e eu posso garantir que minha superior não faça nada a sua família. — Desço da mesa e me ap