* Daniel *.Olho para o Marco tentando alguma coisa com a Val, mas ali eu nem me preocupo sei que ela não vai dar atenção nenhuma para ele, do mesmo jeito que sei que não daria pra mim.A quem eu quero enganar, não passo do empregado assalariado, que conta cada centavo que ganha para dar conta das contas no mês, por mais que eu ganhe bem, dona Manuela é uma ótima patroa, mas eu sei até onde meus pés alcançam, e descobrir que aquela jaguatirica mora em meu peito há muito tempo, foi tão difícil para mim, aceitar isso.Vejo ela sair pisando duro toda brava para o estábulo e me levantei, claro que não faria nada, só ia entregar meu presente a ela, é simples mais é de coração._ Você não vai fazer o que tô pensando né Daniel? Sabe que ali o terreno é perigoso. — Davi fala segurando meu braço._ Só vou entregar o presente dela, não sou louco e nem tô bêbado para não saber minhas ações. Eu estava distraído mais só._ Não faz merda pra não se arrepender depois tô te avisando._ Se preocupe n
* Valentina *.Ainda não acredito que tive a coragem de fazer isso, mas aconteceu tão naturalmente como se tivesse de acontecer.Daniel é diferente dos outros que fiquei, acho eles bobos demais, tem a pele mais macia que a minha e parece que não vê sol, já ele não, sinto a aspereza da sua mão me tocar, não é ruim, isso só me mostra o peão que ele é.Não pensei que ele seria calmo, ou romântico como já ouvi muitas pessoas falar, principalmente na escola, que a primeira vez com o namorado era um sonho. Sim, foi um sonho, mas um sonho nada meloso, mas na medida certa de cuidado.Só que lá embaixo não estava na medida certa não, era bem maior do que eu imaginava, e não só o comprimento que ainda não acredito que entrou em mim, mas sim a largura, aquela linguiça ali não era do tipo linguiça churrasco, era linguiça calabresa mesmo.Não sei a quanto tempo estou deitada no chão, olhando para o teto, enquanto ele não tira os olhos de mim, passando o dedo devagar na minha barriga e circulando
* Daniel *.Eu fui do céu ao inferno em minutos, cai em um buraco profundo que me tirou todo a ar, era assim que me sentia a cada palavra da Val para mim.Errei, eu sei que errei em ter aceitado aquela aposta, mas, eu não pensava em cumpri com ela, apenas aceitei por aceita. Não vi as consequências das minhas ações, até elas bateram bem na minha cara.Ouvir ela dizer que me amava encheu meu peito de tal forma, que ele transbordou dentro de mim, e eu fui capaz de entender que a amo da mesma maneira, não sei quando começou isso, mas estava aqui vivo em meu coração, e ela me amava há muito tempo, e eu não percebia.Escutar ela dizer que vai esquecer o que senti por mim, foi o mesmo de segurar meu coração na mão e apertar com força, era isso que eu estava sentindo, uma dor tão grande no peito, a dor da perca que nunca senti antes, a dor que quase se compara ao que senti quando ela deixou de ser minha amiga.Ela sai do estábulo, e leva com ela um pedaço do meu peito, pego minha camisa qu
* Valentina *.Com um sorriso falso no rosto, fingi estar feliz com meu aniversário, ainda estava dolorida, e isso me fazia lembrar ele, me lembrar de tudo e não sabia o que doía mais, meu coração ou o coitado do meu pãozinho que foi recheado com uma linguiça calabresa, maior do que ele esperava receber.Não sei como entrou tudo aquilo dentro de mim, era impossível e mesmo assim coube.Na frente de todos mantinha o sorriso, mas por dentro estava com vontade de chorar, cortei o bolo e entreguei aos meus parentes, era parente demais.Então Emanuel se aproximou de mim, com um papel na mão, era aquilo que tanto esperei, era o motivo que me deixaria alegre e depois de tudo que aconteceu eu não mudei de ideia.Daniel seria meu empregado e ia me pagar por isso._ Aqui está meu presente Valentina. Como eu prometi. — ele me entrega e eu abro rápido._ Obrigada. Eu amei sério, o nome é lindo, LUZ DA LUA. Que nome perfeito!_ É sim e você não sabe o melhor, é do lado da fazenda da mamãe, o prop
* Davi *.Fiquei envergonhado com a situação que aconteceu entre a Patrícia e a Anne, uma coisa que minha mãe me ensinou foi respeito, não só pelos parentes da patroa, mas por todos.E ver a Anne falando daquela forma e quase agredindo ela foi o mesmo que ela estivesse desrespeitando toda a família que mais apoiou e ajudou meu pai, só temos o que temos hoje por causa deles.Não é muito, mas para nós é o suficiente, dona Manuela ajudou meu pai comprar um pedaço de terra, uma pequena chácara, perto da fazenda.Assim cuidamos da fazenda da patroa, e a noite voltamos pra casa, nosso pedacinho de chão que meu pai tem muito orgulho.Pensei que com o tempo ela ia se acostumar com nosso jeito, deixei claro pra ela quem eu sou, e mesmo assim ela aceitou só que agora cobra de mim coisas que não vou fazer, nunca que vou largar meus pais e ir embora para Nova York só porque ela quer, ela diz que lá posso realizar meu sonho de ganhar um rodeio, que aqui não passo de um nada no meio de um monte de
* Valentina *.5 anos depois..Abro os olhos e vejo o teto branco, fecho os olhos novamente me recordando da noite de ontem, não que eu me arrependa, não me arrependo.Mas sempre no outro dia, sinto um vazio forte no peito, como se me faltasse algo.Olho para o lado César está dormindo, já perdi as contas das vezes que me pediu em casamento, e em todas eu disse não.Ele sabe como é a nossa relação já deixei isso claro, várias vezes, não quero compromisso com ninguém, não quero nada sério ao ponto de pensar que vamos ter algo no futuro.O futuro a Deus pertence e meu coração não entrego a mais ninguém, porque ninguém o merece.Somos apenas ficantes, César é meu ficante fixo, mas sem compromisso, ele está aberto para se relacionar com quem ele quiser e o mesmo vale para mim.Só que não consigo sair, por aí experimentando várias linguiças sem nem conhecer a pessoa, por isso tenho o César, quando bate a carência é para ele que eu vou.Não penso que estou o enganando, porque falei a verd
* Daniel *.Eu sabia que o patrão ia vir hoje, ele já tinha até me avisado, mas não esperava ver ela também.Já fazia cinco anos que não via mais seu rosto, de verdade, na minha frente. Mas em meus sonhos eu a via eu a tinha de novo pra mim, foi só uma noite, só uma, mas mudou tudo na minha vida.A cinco anos que não consigo mais ficar com ninguém, até já tentei mais meu amigo não levanta nem com reza, não sinto mais vontade de ficar com nenhuma mulher, por mais bonita que seja, não é ela.Aquela diaba me jogou uma praga aquela noite, eu tenho certeza, Davi até falou que no meu caso já estou quase virando padre, só colocar a batina, não bebo mais e nem sexo consigo fazer, é eu virei um padre, a diferença é que toda noite eu sonho com ela, fazendo amor com ela, e é tão real que acordo com aquele sentimento de satisfação.Então quando me aproximo mais do helicóptero, não consigo nem acreditar no que tô vendo, ela ali, a culpada da minha insônia, e dos meus pensamentos quando durmo, a m
Fico nem sei quantas horas refazendo aqueles documentos, meus olhos já estavam ardendo, e minhas costas também de tanto que fiquei sentado com a bunda colada na cadeira, e meu irmão me ajudou, ainda bem, senão não ia terminar hoje, a Val tava certa eu tenho de ter cópias disso tudo, senão toda vez que precisar eu me lasco.Quando saio já está escurecendo, vou andando até a sede e estranho o silêncio, entro pela porta da cozinha que está apenas encostada, e me deparo com uma cena bem estranha, bom estranha é pouco.A Val com um vestidinho curto, e um avental, o cabelo amarrado e uma frigideira na mão.Ela sabia cozinhar?Encostei ali e fiquei bem de olho, com os braços cruzados observando aquela cena bonita, até que ela se vira e me vê, e com o susto acaba gritando._ PESTE DOS INFERNOS O QUE TÁ FAZENDO AQUI. — não consegui evitar o sorriso quando ela me chamou assim, eu sentia tanta falta._ Vim trazer os documentos que a patroa pediu._ Deixa na mesa e pode ir embora. — ela vira colo