* Daniel *.Eu fui do céu ao inferno em minutos, cai em um buraco profundo que me tirou todo a ar, era assim que me sentia a cada palavra da Val para mim.Errei, eu sei que errei em ter aceitado aquela aposta, mas, eu não pensava em cumpri com ela, apenas aceitei por aceita. Não vi as consequências das minhas ações, até elas bateram bem na minha cara.Ouvir ela dizer que me amava encheu meu peito de tal forma, que ele transbordou dentro de mim, e eu fui capaz de entender que a amo da mesma maneira, não sei quando começou isso, mas estava aqui vivo em meu coração, e ela me amava há muito tempo, e eu não percebia.Escutar ela dizer que vai esquecer o que senti por mim, foi o mesmo de segurar meu coração na mão e apertar com força, era isso que eu estava sentindo, uma dor tão grande no peito, a dor da perca que nunca senti antes, a dor que quase se compara ao que senti quando ela deixou de ser minha amiga.Ela sai do estábulo, e leva com ela um pedaço do meu peito, pego minha camisa qu
* Valentina *.Com um sorriso falso no rosto, fingi estar feliz com meu aniversário, ainda estava dolorida, e isso me fazia lembrar ele, me lembrar de tudo e não sabia o que doía mais, meu coração ou o coitado do meu pãozinho que foi recheado com uma linguiça calabresa, maior do que ele esperava receber.Não sei como entrou tudo aquilo dentro de mim, era impossível e mesmo assim coube.Na frente de todos mantinha o sorriso, mas por dentro estava com vontade de chorar, cortei o bolo e entreguei aos meus parentes, era parente demais.Então Emanuel se aproximou de mim, com um papel na mão, era aquilo que tanto esperei, era o motivo que me deixaria alegre e depois de tudo que aconteceu eu não mudei de ideia.Daniel seria meu empregado e ia me pagar por isso._ Aqui está meu presente Valentina. Como eu prometi. — ele me entrega e eu abro rápido._ Obrigada. Eu amei sério, o nome é lindo, LUZ DA LUA. Que nome perfeito!_ É sim e você não sabe o melhor, é do lado da fazenda da mamãe, o prop
* Davi *.Fiquei envergonhado com a situação que aconteceu entre a Patrícia e a Anne, uma coisa que minha mãe me ensinou foi respeito, não só pelos parentes da patroa, mas por todos.E ver a Anne falando daquela forma e quase agredindo ela foi o mesmo que ela estivesse desrespeitando toda a família que mais apoiou e ajudou meu pai, só temos o que temos hoje por causa deles.Não é muito, mas para nós é o suficiente, dona Manuela ajudou meu pai comprar um pedaço de terra, uma pequena chácara, perto da fazenda.Assim cuidamos da fazenda da patroa, e a noite voltamos pra casa, nosso pedacinho de chão que meu pai tem muito orgulho.Pensei que com o tempo ela ia se acostumar com nosso jeito, deixei claro pra ela quem eu sou, e mesmo assim ela aceitou só que agora cobra de mim coisas que não vou fazer, nunca que vou largar meus pais e ir embora para Nova York só porque ela quer, ela diz que lá posso realizar meu sonho de ganhar um rodeio, que aqui não passo de um nada no meio de um monte de
* Valentina *.5 anos depois..Abro os olhos e vejo o teto branco, fecho os olhos novamente me recordando da noite de ontem, não que eu me arrependa, não me arrependo.Mas sempre no outro dia, sinto um vazio forte no peito, como se me faltasse algo.Olho para o lado César está dormindo, já perdi as contas das vezes que me pediu em casamento, e em todas eu disse não.Ele sabe como é a nossa relação já deixei isso claro, várias vezes, não quero compromisso com ninguém, não quero nada sério ao ponto de pensar que vamos ter algo no futuro.O futuro a Deus pertence e meu coração não entrego a mais ninguém, porque ninguém o merece.Somos apenas ficantes, César é meu ficante fixo, mas sem compromisso, ele está aberto para se relacionar com quem ele quiser e o mesmo vale para mim.Só que não consigo sair, por aí experimentando várias linguiças sem nem conhecer a pessoa, por isso tenho o César, quando bate a carência é para ele que eu vou.Não penso que estou o enganando, porque falei a verd
* Daniel *.Eu sabia que o patrão ia vir hoje, ele já tinha até me avisado, mas não esperava ver ela também.Já fazia cinco anos que não via mais seu rosto, de verdade, na minha frente. Mas em meus sonhos eu a via eu a tinha de novo pra mim, foi só uma noite, só uma, mas mudou tudo na minha vida.A cinco anos que não consigo mais ficar com ninguém, até já tentei mais meu amigo não levanta nem com reza, não sinto mais vontade de ficar com nenhuma mulher, por mais bonita que seja, não é ela.Aquela diaba me jogou uma praga aquela noite, eu tenho certeza, Davi até falou que no meu caso já estou quase virando padre, só colocar a batina, não bebo mais e nem sexo consigo fazer, é eu virei um padre, a diferença é que toda noite eu sonho com ela, fazendo amor com ela, e é tão real que acordo com aquele sentimento de satisfação.Então quando me aproximo mais do helicóptero, não consigo nem acreditar no que tô vendo, ela ali, a culpada da minha insônia, e dos meus pensamentos quando durmo, a m
Fico nem sei quantas horas refazendo aqueles documentos, meus olhos já estavam ardendo, e minhas costas também de tanto que fiquei sentado com a bunda colada na cadeira, e meu irmão me ajudou, ainda bem, senão não ia terminar hoje, a Val tava certa eu tenho de ter cópias disso tudo, senão toda vez que precisar eu me lasco.Quando saio já está escurecendo, vou andando até a sede e estranho o silêncio, entro pela porta da cozinha que está apenas encostada, e me deparo com uma cena bem estranha, bom estranha é pouco.A Val com um vestidinho curto, e um avental, o cabelo amarrado e uma frigideira na mão.Ela sabia cozinhar?Encostei ali e fiquei bem de olho, com os braços cruzados observando aquela cena bonita, até que ela se vira e me vê, e com o susto acaba gritando._ PESTE DOS INFERNOS O QUE TÁ FAZENDO AQUI. — não consegui evitar o sorriso quando ela me chamou assim, eu sentia tanta falta._ Vim trazer os documentos que a patroa pediu._ Deixa na mesa e pode ir embora. — ela vira colo
* Valentina *.Minha respiração está acelerada, meu peito parece que vai sair pela boca.Aí que ódio desse capataz.Porque eu não consigo me mexer quando ele se aproxima, porque fico igual uma idiota esperando cada movimento dele, eu odeio ele, odeio.E o pior que gostei do beijo, e estou com raiva de mim mesma por causa disso, não posso gostar, tenho de odiar.Gosto de ficar sozinha anoite, gosto do silêncio, por isso mandei todos para casa depois das quatro da tarde, assim posso tomar meu banho, relaxar e fazer qualquer coisa para comer, mas agora eu não estava nada relaxada, estava nervosa e a culpa disso é nele, eu estava na minha, bem quieta sem procurar confusão e ele veio atrás.O problema é que quase eu cedi, foi por quase mesmo, e eu tenho raiva do meu corpo que no primeiro toque do dele, já se acendeu todo feito uma lamparina, meu próprio corpo arma contra mim, e por esse motivo tenho de me manter com a cabeça no lugar, e focada para não fazer merda e me arrepender depois.
Visto uma calça jeans, uma camisa de mangas longas azul, em meu pé minha bota de cano longo e meu chapéu de palha.Desço devagar, sem pressa nenhuma vendo Emanuel sentado à mesa tomando café e às duas moças que trabalham na casa de olho nele.Me aproximo e beijo sua bochecha e sussurro em seu ouvido._ Sua mulher sabe que aqui, tem duas sirigaitas de olho em você? — ele sorri fraco e abaixa a cabeça._ E você acha que sou louco de olhar, só tenho olhos para a Morena da minha vida. — concordo e me sento, pegando um pedaço de bolo. _ Ele está te chamando._ Não estou com pressa._ Antes quando ele chamava você ia correndo._ Isso era antes.Continuo tomando meu café quando Daniel aparece na porta da cozinha._ Licença, posso entrar. — ele pergunta me olhando com um sorriso e eu sei o motivo. Peste._ Claro Daniel, você sempre foi bem vindo. Vem tomar café. — Emanuel fala e eu mordo a língua para me controlar._ Obrigado patrão._ Não precisa mais me chamar de patrão._ É costume. — ele