* Valentina *.5 anos depois..Abro os olhos e vejo o teto branco, fecho os olhos novamente me recordando da noite de ontem, não que eu me arrependa, não me arrependo.Mas sempre no outro dia, sinto um vazio forte no peito, como se me faltasse algo.Olho para o lado César está dormindo, já perdi as contas das vezes que me pediu em casamento, e em todas eu disse não.Ele sabe como é a nossa relação já deixei isso claro, várias vezes, não quero compromisso com ninguém, não quero nada sério ao ponto de pensar que vamos ter algo no futuro.O futuro a Deus pertence e meu coração não entrego a mais ninguém, porque ninguém o merece.Somos apenas ficantes, César é meu ficante fixo, mas sem compromisso, ele está aberto para se relacionar com quem ele quiser e o mesmo vale para mim.Só que não consigo sair, por aí experimentando várias linguiças sem nem conhecer a pessoa, por isso tenho o César, quando bate a carência é para ele que eu vou.Não penso que estou o enganando, porque falei a verd
* Daniel *.Eu sabia que o patrão ia vir hoje, ele já tinha até me avisado, mas não esperava ver ela também.Já fazia cinco anos que não via mais seu rosto, de verdade, na minha frente. Mas em meus sonhos eu a via eu a tinha de novo pra mim, foi só uma noite, só uma, mas mudou tudo na minha vida.A cinco anos que não consigo mais ficar com ninguém, até já tentei mais meu amigo não levanta nem com reza, não sinto mais vontade de ficar com nenhuma mulher, por mais bonita que seja, não é ela.Aquela diaba me jogou uma praga aquela noite, eu tenho certeza, Davi até falou que no meu caso já estou quase virando padre, só colocar a batina, não bebo mais e nem sexo consigo fazer, é eu virei um padre, a diferença é que toda noite eu sonho com ela, fazendo amor com ela, e é tão real que acordo com aquele sentimento de satisfação.Então quando me aproximo mais do helicóptero, não consigo nem acreditar no que tô vendo, ela ali, a culpada da minha insônia, e dos meus pensamentos quando durmo, a m
Fico nem sei quantas horas refazendo aqueles documentos, meus olhos já estavam ardendo, e minhas costas também de tanto que fiquei sentado com a bunda colada na cadeira, e meu irmão me ajudou, ainda bem, senão não ia terminar hoje, a Val tava certa eu tenho de ter cópias disso tudo, senão toda vez que precisar eu me lasco.Quando saio já está escurecendo, vou andando até a sede e estranho o silêncio, entro pela porta da cozinha que está apenas encostada, e me deparo com uma cena bem estranha, bom estranha é pouco.A Val com um vestidinho curto, e um avental, o cabelo amarrado e uma frigideira na mão.Ela sabia cozinhar?Encostei ali e fiquei bem de olho, com os braços cruzados observando aquela cena bonita, até que ela se vira e me vê, e com o susto acaba gritando._ PESTE DOS INFERNOS O QUE TÁ FAZENDO AQUI. — não consegui evitar o sorriso quando ela me chamou assim, eu sentia tanta falta._ Vim trazer os documentos que a patroa pediu._ Deixa na mesa e pode ir embora. — ela vira colo
* Valentina *.Minha respiração está acelerada, meu peito parece que vai sair pela boca.Aí que ódio desse capataz.Porque eu não consigo me mexer quando ele se aproxima, porque fico igual uma idiota esperando cada movimento dele, eu odeio ele, odeio.E o pior que gostei do beijo, e estou com raiva de mim mesma por causa disso, não posso gostar, tenho de odiar.Gosto de ficar sozinha anoite, gosto do silêncio, por isso mandei todos para casa depois das quatro da tarde, assim posso tomar meu banho, relaxar e fazer qualquer coisa para comer, mas agora eu não estava nada relaxada, estava nervosa e a culpa disso é nele, eu estava na minha, bem quieta sem procurar confusão e ele veio atrás.O problema é que quase eu cedi, foi por quase mesmo, e eu tenho raiva do meu corpo que no primeiro toque do dele, já se acendeu todo feito uma lamparina, meu próprio corpo arma contra mim, e por esse motivo tenho de me manter com a cabeça no lugar, e focada para não fazer merda e me arrepender depois.
Visto uma calça jeans, uma camisa de mangas longas azul, em meu pé minha bota de cano longo e meu chapéu de palha.Desço devagar, sem pressa nenhuma vendo Emanuel sentado à mesa tomando café e às duas moças que trabalham na casa de olho nele.Me aproximo e beijo sua bochecha e sussurro em seu ouvido._ Sua mulher sabe que aqui, tem duas sirigaitas de olho em você? — ele sorri fraco e abaixa a cabeça._ E você acha que sou louco de olhar, só tenho olhos para a Morena da minha vida. — concordo e me sento, pegando um pedaço de bolo. _ Ele está te chamando._ Não estou com pressa._ Antes quando ele chamava você ia correndo._ Isso era antes.Continuo tomando meu café quando Daniel aparece na porta da cozinha._ Licença, posso entrar. — ele pergunta me olhando com um sorriso e eu sei o motivo. Peste._ Claro Daniel, você sempre foi bem vindo. Vem tomar café. — Emanuel fala e eu mordo a língua para me controlar._ Obrigado patrão._ Não precisa mais me chamar de patrão._ É costume. — ele
* Daniel *.Demorei um tempão para conseguir dormir, eu pensava no gosto delicioso da boca dela, do beijo que eu tanto resisti a aceitar que era o que eu queria desde o começo, mas demorei também porque minha cabeça tava doendo pra caramba, latejando e tive de tomar dois comprimidos para conseguir dormir, e mesmo assim acordei com a minha cabeça doendo de novo, mas claro tinha um galo ali maior que, moeda de um real.Quando eu olhei no espelho nem acreditei naquilo, na minha cabeça, dava pra ver sem o chapéu, já que foi perto da testa.Arrependido?Claro que não, roubei um beijo dela, e até roubaria mais. Só que tenho amor a minha vida, e se eu morrer como vou conquistar a minha jaguatirica?Com a Val tem de ir de mansinho, comendo pelas beiradas, eu conheço aquela jaguatirica melhor do que ela mesma e sei o que fazer, para quando chegar a hora ela não me recusar, e eu tô doido pra esse dia, tô até sonhando com ele, e agora digamos que o sonho melhorou, pois quando dormi sonhei com a
* Valentina *.Eu quero paz, só isso é pedir muito?Não, o que eu tinha na cabeça de entrar em um lugar desse com aquela peste, eu sabia que ele tava aprontando, aquele sorrisinho deslavado me mostrou.E eu mesmo assim, confiei nele.E agora como estou?Sem ar, sem pernas, sem dignidade nenhuma, pois ainda não acredito que só dele falar no meu ouvido fez um estrago na minha calcinha.Nem o César com toda a sua habilidade, conseguiu me deixar desse jeito, já essa peste com algumas palavras acabou comigo.Não, não posso baixar minha guarda com o Daniel.Ainda com as pernas moles, saio andando na frente, pego meu celular e ilumino a saída, nem consegui ver o lugar direito e já fui agarrada.Que ódio!Monto na Rainha e saio trotando na frente, nem quero ver a cara dele, deve estar rindo de mim, e eu estou com muita raiva de mim mesma, meu corpo é meu maior inimigo.Como pode isso?Minha cabeça grita que não, mas meu corpo não obedece, tenho medo de acabar fazendo uma loucura que posso me
* Daniel *.Não consigo evitar o sorriso no rosto, foi por pouco, muito pouco mesmo, que não tenho ela de volta.A Val tem todo esse jeitinho bravo, mas é só encurralar, pressionar que é igual rosca, ela espana facilzinho, facilzinho.Se não fosse pelo meu irmão, hoje eu ia ter ela pedindo pra ser minha de novo, e eu faria com todo gosto porque eu tô louco pra isso.Visto a roupa mais que depressa, e quando saio Davi está no sofá olhando para o teto._ Tinha de chega justo agora? — digo me aproximando e ele se levanta._ Então. Fizeram as pazes?_ Não._ Oxi, então o que estavam fazendo?_ Eu estava tentando domar a minha jaguatirica, e estava quase conseguindo até você chegar._ Ata, e você acredita que algum dia vai conseguir domar a Val? Tá maluco é ali não tem jeito não, é sangue ruim mesmo._ Só não vou te matar, porque tô com pressa. Vamos logo que tenho de continuar rondando meu terreiro antes que outro pegue o que é meu.Digo isso pelo safado no Marco, ele tá de olho no meu e