Nicolas
Hoje era o primeiro dia de trabalho da nova secretaria do meu irmão e eu estava me controlando ao máximo para não ir até sua sala com algum pretexto qualquer, quando na verdade o que eu queria era vê-la.
Passei todos aqueles dias pensando na bela morena de olhos verdes que havia conseguido mexer comigo muito mais que qualquer outra mulher antes conseguira. E nós tínhamos apenas trocado algumas palavras.
Poderia ter sido apenas uma ilusão da minha cabeça e quando eu a conhecesse melhor, esse encanto repentino passasse da mesma forma que começou. Eu preferi não arriscar e consegui para que ela não viesse trabalhar diretamente comigo. Não queria correr o risco de que a nossa convivência acabasse por me levar a cometer a loucura de me envolver com uma funcionária que trabalhasse diretamente para mim.
Consegui me controlar a muito custo e não fui até a sala do meu irmão aquele primeiro dia, mas passei toda a noite me revirando na cama, sentindo desejo por uma mulher que havia visto apenas uma única vez. Ela não saia da minha cabeça e naquela noite até mesmo sonhei com ela. Era grave a situação, pensei sorrindo comigo mesmo.
Cheguei ao escritório da Construtora cedo no dia seguinte, mais ainda do que normalmente costumava chegar, e fui dar uma olhada nos sites de notícias. Gostava de estar bem informado sobre variados assuntos e, consequentemente, acabei vendo uma matéria em que aparecia minha atual namorada, a Natasha. Não sei nem se ainda poderia chamá-la assim, pois faz mais de um mês que não a vejo.
Pretendia terminar tudo entre nós, assim que ela chegasse ao Brasil, pois já havia passado da hora de dar um ponto final naquela relação.
As fotos mostravam a Natasha em um grande evento de moda, acompanhada por um ator americano que estava fazendo bastante sucesso no momento, pelo que pude perceber pela leitura rápida da reportagem. Estavam especulando se ela seria o novo caso do ator, mas mencionavam que ela atualmente namorava um empresário brasileiro. Fiquei aliviado por não ter sido mencionado diretamente, pois teria que acionar o departamento de marketing da nossa empresa, para averiguar os danos de tal informação.
Após a chegada da minha nova secretaria, deleguei algumas tarefas básicas, tendo em vista que ainda era nova no cargo e que não havia ninguém para ajudá-la nesse primeiro momento, como estava acontecendo com a Laila, que teve a sorte de poder contar com toda a experiência da Luciana para repassar quais seriam suas atividades e a melhor forma de as desempenhar.
Consegui me manter ocupado por toda a manhã, mas após retornar do horário de almoço não resisti e acabei indo até a sala do Henrique, com a única intenção de ver a Laila e saber se o que senti naquele primeiro dia tinha sido apenas por ela ser uma mulher muito bonita ou se eu realmente estava interessado em algo mais profundo.
Todas as salas dos principais diretores da Construtora ficavam no vigésimo andar, assim como as salas do RH e do departamento pessoal. Apenas a sala dos diretores financeiro, jurídico e do CEO ficavam no vigésimo primeiro andar, que no caso éramos eu, Henrique e o papai. Além das nossas salas, também tinha naquele andar, uma grande sala de reuniões, uma de arquivo e uma copa. Nossas salas contavam também com uma pequena recepção particular para cada um de nós, que eram onde ficavam as nossas secretarias e assistentes.
Cheguei a recepção da sala do Henrique, onde haviam duas mesas equipadas com computadores de última geração, além de uma impressora mais ao fundo, porém só estava a Bárbara sentada em uma delas. Olhei em torno para ter certeza de que a Laila realmente não estava, mas não perguntei diretamente por ela, pareceria estranho, no final das contas.
- Boa tarde, Nicolas. Posso ajudar em algo? – A Bárbara perguntou.
Achei estranho o fato de ela me chamar diretamente pelo meu nome, pois apesar de saber quem ela era, uma vez que já estava conosco há alguns meses auxiliando como assistente do diretor de Marketing, eu nunca tinha falado diretamente com ela antes e tampouco nós tínhamos qualquer tipo de intimidade.
- Meu irmão se encontra em sua sala?
- O Henrique está com a Laila na sala dele. – Ela falou revirando os olhos e fiquei intrigado com a sua atitude, mas não falei, apenas passei por ela e entrei na sala do Henrique após bater rapidamente.
- Muito ocupado? – Perguntei ao ver os dois tão próximos um do outro, lendo algo na tela do computador que ficava sobre a mesa do Henrique.
Ela estava vestida de forma apropriada ao trabalho, com uma saia envelope até os joelhos preta e uma blusa de mangas compridas bege, com um pequeno laço onde deveria ser o último botão, o que conferia delicadeza ao traje sóbrio, mas mesmo assim me fez sentir tentado da mesma forma que aconteceu da primeira vez que a vi, uma semana atrás.
Seus cabelos estavam presos em um coque severo e ela estava maquiada de maneira discreta. Estava completamente linda e eu fiquei ainda mais enfeitiçado por aquela morena.
- Estava delegando mais algumas tarefas para a Laila, pois ela tem mostrado que aprende muito rápido e que é bastante eficiente. – O Henrique falou, olhando-a admirado e eu não gostei nada da forma como ele fazia isso.
Ela estava sentada na cadeira em frente à mesa do Henrique e sorriu ao ouvir os elogios a sua capacidade profissional.
- Eu agradeço muito a sua confiança, Henrique. – Ela falou.
Henrique!?
Fiquei extremamente irritado ao ver a forma como eles aparentemente estavam se dando tão bem, ao ponto de dispensar as formalidades após tão pouco tempo de convivência e já estavam tão íntimos após apenas dois dias de trabalho?
- Algo mais para hoje? – Ela perguntou de maneira profissional.
- Não. Gostaria apenas que você conclua tudo hoje, pois amanhã tem algumas demandas urgentes que eu preciso repassar com você.
Após assentir, ela então levantou-se e, depois de alisar a saia, pediu licença e começou a se retirar do escritório de maneira rápida, e tudo isso eu acompanhei deliciado, pois até os mais simples gestos que ela fazia me deixavam ainda mais encantado por ela.
Após a sua saída sentei em uma das cadeiras dispostas em frente à mesa do Henrique e fui direto ao ponto, para tirar aquela dúvida que havia se instalado em meu íntimo e que eu não queria que ficasse me remoendo.
- Você está interessado em sua nova secretaria?
- Está maluco, Nicolas? – Henrique falou levemente alterado. – Você, melhor do que ninguém, sabe que tenho pavor em misturar negócios com diversão. Jamais poderia me envolver com a nova secretaria.
O olhei atentamente, tentando identificar algum traço de incerteza, mas conclui que ele realmente estava sendo honesto.
O Henrique havia passado por um problema muito sério, logo que assumiu o seu cargo na construtora, quando uma funcionária havia se apaixonado por ele e feito o maior escândalo quando percebeu que ele não queria nenhum tipo de compromisso com ela. Depois dessa situação, ele havia prometido a si mesmo não mais se envolver com qualquer pessoa que estivesse minimamente ligada ao trabalho.
Mas eu precisava ter certeza.
- E então, veio aqui apenas para garantir que estou andando na linha com as novas funcionárias do meu escritório ou tem algum outro motivo?
- Precisamos enviar uma equipe até a obra do resort no Ceará. – Usei aquele assunto como desculpa. Era algo que poderíamos ter tratado por telefone ou até mesmo por e-mail, mas eu não costumava ir até o escritório do meu irmão e precisava ter alguma justificativa para tal ato.
Conversamos sobre aquele assunto, e após chegarmos a um consenso, fiz algumas anotações as quais precisaria passar para a minha secretaria, mas tive uma ideia melhor, e usaria aquilo como um pretexto para falar melhor com a Laila.
- Já que está tudo resolvido sobre esse assunto, vou voltar para minha sala. Até mais tarde. – Falei a título de despedida e meu irmão apenas acenou em concordância, já entretido em algo que estava vendo em seu computador.
Ao sair do escritório, fui até a mesa aonde a Laila estava sentada e parei ao seu lado.
- Posso ajudá-lo, senhor Nicolas? – Ela perguntou de maneira eficiente.
A proximidade entre nós me possibilitou sentir melhor o seu perfume, algo bem floral e muito feminino, o que me fez desejar me aproximar ainda mais de seu corpo, porém o bom senso prevaleceu e eu disse apenas o que já havia planejado.
- Você pode passar essas anotações em forma de relatório e me m****r por e-mail?
Diante o meu pedido, ela fez uma expressão confusa, mas não questionou a minha ordem e apenas recebeu os papéis de minhas mãos.
- Claro, senhor. Precisa para hoje ainda?
- Você tem até amanhã, antes do horário de almoço.
Ela acenou concordando e apesar da necessidade que eu sentia de continuar admirando sua beleza, eu me despedi das duas garotas, pois a Bárbara estava na mesa ao lado, olhando para nós com expressão questionadora, e saí do escritório a contragosto.
Laila - O que você está achando do seu novo trabalho? – A Larissa perguntou, quando estávamos jantando aquela noite. - Estou amando. – Falei sorrindo. - Fico tão feliz por você. – Ela falou sorrindo também. - Você poderia arrumar um trabalho também, Larissa. Essa merreca que você ganha na padaria mal dá para pagar o seu cursinho. – Minha mãe falou, nos fazendo revirar os olhos juntas, parecia até combinado. Mas sempre era assim, mamãe falava esse tipo de coisa e a gente chegava a conversar uma com a outra apenas pelo olhar, pois apesar de ser totalmente sem noção, ela era nossa mãe e sempre a respeitamos. - O que o pai dela manda ajudaria bastante aqui em casa, mas você gasta tudo com roupas e festas, não é mesmo, Melinda? – A vovó falou, o que acabou gerando uma discussão entre as duas, algo bem normal de acontecer na nossa casa. A vovó sempre sustentou a mamãe e
NicolasEu havia decidido terminar minha relação com a Natasha, mas estava sendo bem difícil, uma vez que eu não estava conseguindo falar com ela pessoalmente, desde que chegou ao Brasil, há três dias. Parecia até mesmo que ela estava fugindo de mim, algo que eu não conseguia compreender.Mas hoje à noite eu pretendia por fim aquilo de uma vez por todas e seguir o que meu coração pedia, desde que conheci a Laila.Cada dia mais, eu tinha certeza que não era apenas uma atração passageira o que eu estava sentindo por aquela garota. Ela não me saia da cabeça e eu pretendia começar, seja o qual for o envolvimento que nós viermos a ter, da forma corr
Nicolas Depois de deixar a Laila em sua residência, fui para a minha casa, e apesar de a gente ter apenas conversado, para mim foi o suficiente, pelo menos por enquanto, e eu estava me sentindo bastante satisfeito com a noite. Depois de tomar uma ducha rápida, entrei em meu quarto e percebi que o celular estava tocando com uma chamada. Era a Natasha e atendi rapidamente. Fazia dias que tentava falar com ela e estava ficando frustrado já, com a forma como ela estava fugindo de mim nos últimos dias. - Onde você estava? Já te liguei mais de dez vezes! – Ela foi logo reclamando, o que me deixou ainda mais chateado com ela. - Boa noite, Natasha. Como você está? – Falei, não tomando conhecimento de sua atitude tão autoritária. - Estava bem, até o meu namorado desprezar a minha companhia para estar com suas funcionárias! Fiquei imediatamente em alerta ao ouvir suas palavras. C
Nicolas Não me importei com o que diziam os sites de fofocas hoje, sobre o fato de eu estar acompanhando a Natasha em um evento. Eu havia terminado tudo com ela e ponto. Estava livre. Mas ainda assim, liguei algumas vezes para ela e tentei também enviar algumas mensagens, mas ao que tudo indicava, eu havia sido bloqueado. Melhor assim. Passei o dia todo tentado a ir até a sala do Henrique, apenas no intuito de ver a Laila. Mas estava tão cheio de coisas a resolver que preferi aguardar o final do expediente, pois pretendia ir deixa-la em casa novamente. Ou tentar, pois eu iria fazer a proposta, mas não podia ter certeza se ela iria aceitar, essa era a verdade. Estava pensando em como faria, afinal eu não poderia simplesmente chegar e oferecer uma carona, pois caso eu estivesse errado e ela não estivesse compartilhando do mesmo interesse que eu, ela poderia simplesmente considerar com assedio, quando a Helen entrou em meu escri
Laila Eu estava quase me beliscando para ter certeza de que era mesmo o Nicolas que estava indo me deixar em casa novamente, pois parecia surreal aquilo. - A Barbara falou que você e o meu irmão haviam saído juntos e que ele iria te deixar em casa. – O Nicolas falou, parecendo chateado com algo. – O que aconteceu que mudaram de ideia? Ele não quis esperar enquanto você ia apenas pegar o seu celular? - Ela falou isso? – Perguntei surpresa, estreitando os olhos. – O Henrique saiu há mais de uma hora atrás. Foi para uma reunião, a mesma para a qual ele precisava daqueles contratos assinados. - E por que ela diria algo que não é verdade? – Nicolas perguntou, com a expressão confusa.
Acordei me sentindo triste no sábado, lembrando das coisas que a minha mãe falou, da forma como ela nos culpava por seus problemas. Eu estava gostando muito de trabalhar na construtora e, tendo em vista o clima dentro de casa quando a mamãe estava mal-humorada, eu teria preferido que hoje fosse um dia de semana normal, para que eu pudesse sair para ir trabalhar. Mas como não era, eu pensei na minha programação para hoje, que seria fazer supermercado, coisa que a minha mãe não gostava de fazer, e lavar roupas. Lembrei então do Nicolas perguntando o que eu faria no fim de semana, e o quanto ele ficaria surpreso se eu dissesse quais eram os meus planos reais, pois eu tenho certeza que as suas amigas e namoradas nunca falariam algo do tipo, provavelmente os planos seriam muito mais glamorosos que os meus. Peguei meu celular e fui a procur
NicolasEu parei o carro em frente à casa da Laila e já estava me preparando para descer e ir até a sua porta, quando a vejo parada em frente à residência.Assim que viu o carro estacionando, já veio caminhando ao meu encontro. Estava linda, pude perceber, mesmo com a película escura que cobria os vidros do meu carro.Eu ainda não a tinha visto com seus cabelos soltos e só agora pude ter noção do quanto eram longos e pareciam sedosos.Destravei o carro e pretendia descer para abrir a porta para ela, porém antes que eu pudesse concluir qualquer ação que pretendera de início, ela abriu a porta.- Olá. – Ela falou, a título de cumprimento.- Boa noite, Laila. Está linda. – Comentei, sem conseguir me controlar. – Entre.Ela sorriu, parecendo satisfeita e envergonhada ao mesmo tempo, com o elogio, mas sentando no banco e fechando a porta de maneira delicada.Eu sabia, mesmo com o pouco tempo de convivência que tínhamos um com o outro, que ela era um pouco tímida e sempre parecia nervosa na
Laila O local para o qual o Nicolas me trouxe era bem diferente do que eu havia imaginado a princípio, pois era tranquilo e frequentado por pessoas de todos os tipos, com música ambiente e apesar de ter bastante gente àquela hora, não estava cheio e era bem iluminado. Gostei muito do lugar e quando ele me perguntou o que eu queria beber, respondi de imediato que queria provar algum drinque e pedi uma sugestão. Agora eu estava com o meuSex on the beachnas mãos e estava amando o sabor, apesar de ser a primeira experiência com bebidas alcoólicas, eu já havia visto minha mãe chegar em casa bêbada tantas vezes que eu jamais iria exagerar no álcool. Ela era meu exemplo constante do que não deveria fazer, como vovó tão bem colocara. - O que você está achando do seu drinque? – Nicolas perguntou divertido, acredito que lembrando ainda as várias caretas que eu fiz de início, quando tomei os primeiros pequeno