Laila
Estava no banheiro do quarto do Nicolas, quando senti que a porta foi aberta. Abri os olhos, que tinha fechado, pois estava lavando os cabelos e vi que se tratava do Nicolas, como eu havia imaginado.
Sorri, e me virei de costas, para continuar a minha tarefa. Presumi que ele desejava usar o banheiro, e pensei em dar maior privacidade, tanto a ele, quanto a mim mesma, uma vez que o box era de vidro transparente.
Mas ele abriu a porta do box e entrou, me surpreendendo ao pegar as minhas mãos e afastá-las do meu cabelo, substituindo-as pelas suas.
Ele começou a massagear meu couro cabeludo com pericia, me deixando apenas aproveitando o momento de intimidade.
Quando se deu por satisfeito, ligou novamente o chuveiro, e massageou novamente, até sair toda a espuma. Repetiu o processo com o condicionador, e depois que já estava com meus cabelos completamente limpos e cheirosos, ele encostou seu corpo no m
NicolasDepois que deixei a Laila em frente ao edifício no qual moravam suas novas amigas, decidi passar em uma cafeteria e comprar alguns muffins para dona Célia, para dar a ela quando fosse deixar a Laila em casa.Me senti mal por deixa-la, junto a Larissa, esperando por tanto tempo. Já tinha mandado mensagem para o Henrique, agradecendo por ter ido deixa-las em casa, visto que o motorista da família tinha folga aos domingos e eu demorei tanto.Claro que foi por uma boa causa, pensei com um sorriso. Uma ótima causa. Mas evitaria deixar pessoas esperando por nós da próxima vez que resolvesse ajudar minha garota a lavar os cabelos.Entrei em uma cafeteria já no bairro em que eu morava, pois sabia que era famosa por oferecer sobremesas de ótima qualidade. Claro que o fato de o preço ser um dos mais altos da capital não tinha nada a ver com o
LailaEntrei em casa me sentindo totalmente sem chão. Não acreditava que o Nicolas estava novamente caindo nas graças da Natasha. Depois de tudo o que ela fez e estava fazendo, dificultando o divórcio, se esquivando de falar com ele, agora eles simplesmente se encontravam para tomar um café.Não conseguia aceitar, na verdade. Por que acreditar que aconteceu, é claro que eu acreditava. Contra fatos, não há argumentos. Ou melhor, contra fotos que mostram o casal junto, não tinha como negar que estavam de beijinhos e abraços.O que mais doía era a mentira, pensei indignada.- Boa noite, vovó. – Falei ao entrar na sala de estar e beijar seu rosto fofinho.- Boa noite, Laila. Está tudo bem?- Sim. – Menti. – Tudo tranquilo.Minha vó estava fazendo o que
NicolasEu diria que saí da casa da Laila transtornado de raiva, mas acredito que tenho muito controle sobre mim mesmo, pois diante da cena que vi diante de mim, disse muito menos do que senti vontade de falar e dei meia volta, ao invés de fazer com que a Laila me ouvisse, e pudesse se arrepender do que acabara fazendo.Dirigi para casa de maneira lenta e controlada, apenas respirando forte, para acalmar as batidas do meu coração, que parecia que iria sair pela boca.Muita coisa tinha acontecido, em um dia que até eu ir deixar a Laila na casa das amigas dela, estava simplesmente perfeito e eu só podia lamentar.Cheguei em casa e, para meu completo alivio, não encontrei ninguém pelo caminho, indo direto para o meu quarto e me joguei pesadamente na cama.Mas estava inquieto demais para me acalmar, e apesar de ser uma noite relativamente fria, eu sentia o s
Laila Passei toda a manhã criando coragem para falar com o Nicolas, mas idealizar o que fazer é fácil, difícil é por aquilo em prática, essa era a verdade. - Você bem que poderia me ajudar com a Júlia, Laila. – Henrique falou. Eu estava em sua sala, aguardando enquanto ele assinava alguns documentos, para encaminhar aos outros diretores. - Eu já não aguento mais esse assunto, Henrique. Quanto mais a Júlia. – Falei entediada. - Não tenho culpa se não consigo falar com ela pelo telefone e não encontro nenhuma oportunidade para que possamos conversar. Ninguém colabora. – Reclamou, fazendo um gesto amplo com os braços. - Por que ninguém acredita nesse sentimento que você diz ter por ela, simples assim. - Por que você está de pé? – Percebi que ele mudou de assunto. – Parece nervosa hoje. - Não mude de assunto. – Fugi da pergunta. Estava mesmo me senti
NicolasReceber a visita do meu amigo de infância, João Felipe, e saber o que aconteceu com ele, o tempo que perdeu de estar ao lado da Sarinha, que ele tanto amava, mesmo sem saber que ela era sua filha, me fez ter ainda mais convicção que deveria deixar qualquer orgulho de lado e fazer o meu relacionamento com a Laila dar certo, de uma vez por todas.Ainda mais agora que não havia mais nada que me ligasse nem remotamente a Natasha, pois a Barbara conseguira com que a prima assinasse os papéis do divórcio e a convencera de que deveria viver ao lado homem que ela verdadeiramente amava, esquecendo de mim de uma vez por todas.Espero que a Natasha tenha dito a verdade a prima e realmente me deixe em paz de verdade. Apesar de tudo que ela aprontou, só desejo que ela siga sua vida e que seja bem feliz, fazendo o que tanto gosta e ao lado do homem
LailaJantei na casa do Nicolas naquela segunda feira, depois que tivemos uma longa conversa, esclarecendo todos os mal-entendidos que existiam entre nós e que aconteceram naquele domingo e reforçando a necessidade da confiança entre nós.O Nicolas tomou banho em sua casa e trocou de roupa, e quando foi me deixar na minha, acabou dormindo lá mesmo, pois não conseguíamos nos afastar um do outro, depois do que tinha acontecido.- Eu vou comprar um novo apartamento. – Nicolas falou quando eu já estava quase adormecendo, nós dois deitados de conchinha, o aconchego me fazendo sentir protegida e amada.Eu tinha dormido muito mal na noite anterior, só conseguindo conciliar o sono depois que extravasei todo o choro guardado dentro de mim.E, apesar de ainda não ser nem dez da noite, eu estava caindo de sono, mas despertei totalmente co
NicolasEntrei em casa e achei estranho o fato de não encontrar dona Célia sentada na sala de estar, fazendo o seu tão querido crochê. Já havia me habituado com aquela rotina, de chegar todas as noites em casa e encontrar a vó da minha esposa naquele mesmo lugar, sua poltrona favorita, pensei com um sorriso.A Laila não estava no escritório hoje, pois o seu projeto de casas populares estava sendo concretizado e ela, em conjunto com a equipe de engenharia, dirigida pelo Ricardo, estavam no local aonde estava sendo construídas as casas.Acredito que só deveria chegar mais tarde, como estava acontecendo sempre que ela decidia ir acompanhar a evolução das obras.Comecei a tirar o paletó, caminhando lentamente em direção ao pequeno bar no canto da sala, pois hoje era uma sexta-feira e o dia tinha sido bem puxado, ainda
PrólogoLailaNicolas havia andado poucos metros com o carro, quando eu pedi baixinho.- Você pode parar o carro, Nicolas?Era agora ou nunca. Eu iria aproveitar essa chance. Talvez não houvesse uma outra oportunidade como essa. Eu precisava tomar alguma atitude! O Nicolas tinha que perceber que existia alguém aqui bem pertinho dele que o amava muito. De verdade.Ele me olhou com estranheza, mas parou o carro ainda no estacionamento onde estávamos.- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou.