Foi ao mercado comprar frutas, fez os animais, leão de morango com uva, porco de banana, cachorro de manga decorado com a casca, até fez um monstro de kiwi e um carro de mamão, toda orgulhosa de si, colocou tudo em dois potes grandes, com muito cuidado, foi até a cidade deles de ônibus, demorou no total quase duas horas, foi do terminal de ônibus até lá de Uber, chegou apreensiva com vergonha, era sábado, logo depois do horário de almoço.

Ela desceu na frente da casa do vizinho, espiou e ouviu vozes, vindas dos fundos, deu para perceber que tinham pessoas na piscina.

Tocou o interfone ensaiando mentalmente o que iria dizer, estava virada de lado para o quintal, quase desistindo, olhou de relance e voltou olhar surpresa, perdeu até a reação, com aquele monumento de homem, vindo só de shorts sem camiseta, todo molhado, ficou olhando como não deveria, muito expressiva, não disfarçou e nem descolou o olhar, ficou com cara de boba, até que ele falou com ela

- Oi Skylar, não sabia que viria hoje.

Ela sorriu desconcertada olhando a tatuagem dele no braço

- Oi Riven, tudo bom? Eu não deveria ter vindo.

- Fiquei pensando no que falei, para o Amin, dos animais feitos com frutas.

- Só vim trazer, nem preciso entrar.

Ele estava parado no portão, com ele aberto, começou rir

- Tudo ótimo e você? Melhorou?

- Pode entrar, fica a vontade, vou chamar ele.

Deu espaço para ela entrar, foi indo em direção ao fundo do quintal, pela garagem, ela ficou sem jeito

- Tudo bem mesmo? Eu vir fazer isso?

- Não quero ser invasiva.

Ele respondeu rindo debochado

- Ah imagina, é uma gentileza.

- Pode entrar na cozinha.

A colocou para dentro sem ninguém ver, saiu no quintal, assobiou olhando para os fundos

- O Riven, vem aqui, trás o Amin!

Voltou para a cozinha, ela ficou séria sem entender

- Não é o Riven?

- Mais a tatuagem!

Rigel encostou no balcão debochando

- Não sou, e não disse nada de que era.

- Parece decepcionada.

Ela foi abrindo os potes envergonhada, ficou surpresa ao ver que não estava mais tão bonito, as frutas estavam escurecendo, soltando caldo, Rigel olhou de perto

- Iiiii se era a sua tentativa, de roubar o emprego da babá, ela não corre risco algum.

Riven foi entrando, de shorts e camiseta regata, ficou sério olhando ela

- Oi. Aconteceu alguma coisa?

- Não esperava te ver aqui.

Ela já estava constrangida pela má idéia, ao vê-lo a recebendo daquela forma ríspido, desejou fazer um buraco no chão e se enfiar, respondeu desconcertada

- Oi. Desculpa. Pensei em trazer as frutas em formato de...

Fechou o pote

- Foi uma péssima idéia, só fiquei constrangida por ter desmaiado e queria agradecer, a gentileza de vocês.

Começou guardar tudo na bolsa

- Os animais, se tornaram monstros.

- Ele nem deve lembrar, já se passaram dias.

Riven se aproximou confuso, a achando muito estranha

- Não, tudo bem, sem problemas.

- Já que está aqui, faça o que veio fazer.

Foi saindo, ainda sério

- Vou chamar ele, tenho certeza de que se lembra.

Rigel puxou a cadeira do balcão, sentou na frente dela

- Posso comer também?

Ela voltou a tirar tudo da bolsa, séria

- Não! Se puder parar de me olhar assim.

Ele continuou com o sorrisinho cínico debochado

- Assim como Sky?

Ela o olhou fixamente séria

- Com esse deboche, se parar eu agradeço.

Ele se levantou do mesmo jeito provocando

- Que chata, ainda bem que não conseguiu a vaga, ninguém gosta de babás más.

Violeta e Amin entraram juntos, ele se aproximou eufórico

- Staiii você trouxe os meus animais?

Foi subindo na cadeira

- Cadê? Me mostra logo.

- Uauuuu.

Ela mostrou rindo sem jeito

- É claro, eu disse que traria.

- Oi Violeta, desculpa vir assim, só queria agradecer a gentileza de vocês, no outro dia.

Violeta estava rindo de desespero, entretida olhando as frutas, pensando no quanto Riven ficou bravo com a visita, disse que estava tudo lindo, Amin começou comer como quem torturava os animais

- Aarrrr porquinho sem pernas.

- Nhaam sou forte como um leão.

- Come Stai, acaba com eles.

Ela ficou olhando cheia de admiração, acariciou o cabelo dele

- Obrigada, eu já comi muito, fiquei com medo de desmaiar de fome, de novo.

- Pode comer o que quiser, fiz tudo pra você reizinho.

Olhou para Violeta

- Está tudo limpinho viu, eu tomei o maior cuidado com tudo, lavei com aquele produto de mercado.

- Comprei as frutas hoje cedo.

Violeta ficou desacreditada olhando o neto comer com tanto gosto

- Muito obrigada mesmo Sky, foi uma excelente idéia, vamos aderir aqui em casa.

Rigel saiu da cozinha, foi contar para o irmão, que Amin estava comendo tudo, banana e maçã escura, casca de uvas, se deixassem até as cascas da manga, Riven foi indo para a cozinha

- Não estou gostando nada disso, quem que volta no lugar, quando não é contratada?

Foi para a cozinha, Amin já tinha comido quase tudo, Violeta já tinha lavado os potes, guardou os animais que sobraram, Sky estava de saída, se despedindo dele, o fazendo listar quais eram seus animais favoritos, Riven se aproximou sério

- Gostou das frutas filho?

O acariciou no cabelo

- Quero te ver comendo assim, todos os dias em.

Amin foi indo atrás delas duas

- Não papai, você chamou a outra babá, não a Stai.

Entrou correndo na frente da porta na sala

- Quando você vai voltar em?

- Eram só frutinhas, e os bichinhos de saladas, legumes?

Riven foi tirando Amin da frente

- Eeeee devagar filho, ela tem coisas pra fazer.

- Nós podemos fazer tudo isso aqui.

Amin torceu o bico com desdenha, fez fusquinha

- Mais nunca fizeram nada.

- Staiii?

Ela se aproximou, abaixou na frente dele mexida com dó de o rejeitar

- Amin, me desculpa, não posso ficar vindo aqui.

- Vou trabalhar em outro lugar e eu estudo ainda.

O puxou para perto

- Adorei te conhecer, você é tão lindooo.

O abraçou

- Toda criança que eu conhecer, daqui em diante, vou fazer questão de dizer, que não faço mais animais de frutas, pra ninguém.

- Você foi o último.

Ele a abraçou contrariado

- Não é pra fazer mesmo, pra ninguém em.

Deu um beijo no rosto, que ela pediu, foram saindo no quintal, Riven pediu para Amin ir para dentro, com a avó, foi acompanhando Sky até o portão, ela estava cabisbaixa mexendo no celular, se sentindo triste, foi chamando o Uber, ele também começou mexer no celular

- Foi muito gentil o que fez, ele dá muito trabalho para comer, sua dica foi excelente.

- Qual o seu Pix? Veio até aqui e teve os gastos com as frutas, deixa eu retribuir a gentileza.

- Duzentos cobre os gastos?

Ela parou perto do portão, muito séria se sentindo ofendida

- Não precisa pagar nada! Não vim por dinheiro, pode ficar tranquilo.

Ele sorriu irônico

- Se não por dinheiro, então porque Skylar?