“Abigail Zapata Monterrey”Eu tinha ido à sala do Martim só para implicar com ele. Eu o peguei com mulheres diferentes ali algumas vezes, mas eu nunca me esqueceria da primeira vez. E eu realmente queria que ele se esquecesse de todas as mulheres que haviam estado ali.Mas o nosso momento foi interrompido pelo Emiliano com uma proposta indecorosa. E depois que o Emiliano saiu da sala do Martim, o telefone dele tocou e eu acabei voltando para a minha sala sem concluir o que eu havia ido fazer lá.Agora eu estava aqui, sentada nesse restaurante italiano, esperando a Camila, que tinha sido a autora convite, chegar. E ela estava atrasada vinte minutos.- Eu estou com fome e vou fazer o meu pedido! – Eu informei, já sentindo o mau humor da fome me pegar.- Abi, só mais um minuto, por favor? – O Emiliano pediu e eu o encarei já impaciente.- É muita falta de respeito ela se atrasar assim. E o pior é que a criatura nem trabalha, fica em casa o dia inteiro à toa. – Eu reclamei, mas esperei.-
“Martim Monterrey”No fim do dia a Camila ainda não tinha aparecido e eu estava grato por isso. Aquelas duas conseguiram acabar com o bom humor da Abigail, que não quis mais almoçar e se trancou em sua sala depois que voltamos do restaurante. Eu tentei de todas as formas fazê-la baixar a guarda, mas ela estava irredutível. Nem o lanche que eu mandei entregar abrandou o coração dela. Eu já sabia que quando ela se fechava assim, dificilmente se acalmaria.Mas eu estava preocupado, afinal nós ainda receberíamos a sua madrasta em casa à noite e essa, pelo que eu já sabia, tinha potencial para despertar a fúria da Abigail só com a sua presença.- Posso entrar? – Eu abri apenas uma fresta da porta da sala dela.- Pode. – Ela respondeu, fria e sem levantar a cabeça.- Vamos pra casa, coelhinha. – Eu chamei calmamente.- Eu vou terminar isso aqui. – Ela respondeu quase que automaticamente, parecia que nem estava ali.Eu criei coragem e me aproximei, me abaixei ao lado da sua cadeira e comecei
“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava rindo da gracinha que o Martim fez e olhando para ele, pensando se ele estava só me fazendo rir ou se estava me fazendo uma promessa, eu abri a porta mais por um ato mecânico, mas eu ainda estava presa nos olhos brincalhões dele.- Ah, mas se eu soubesse que você ficaria tão feliz em me receber eu teria vindo antes, Abigail! – Eu ouvi a voz da Magda e o meu sorriso se fechou imediatamente. Eu simplesmente bati a porta na cara dela, por mim, que fosse embora. E o Martim riu ainda mais.- Coelhinha, você realmente bateu a porta na cara da inconveniente? – O Martim tinha um sorriso lindo quando ele sorria assim, tão leve e despreocupado, parecia que ele sorria até com os olhos.- Ah! Bati? Nem percebi! – Dei de ombros e ele esticou a mão e girou a maçaneta, abrindo a porta.Eu virei e vi de pé em minha frente a chata da Magda, o filhinho idiota dela e o Tony. Eu não estava muito feliz com o Tony por me fazer receber essa mulher e achava bom que essa v
“Martim Monterrey”Eu estava achando que havia me preocupado à toa, a Abigail sabia lidar com as cobras muito bem. A forma debochada e direta com que ela tratava a madrasta e o filho era divertida, deixando claro que não os suportava e que eles estavam incomodando. Mas ela estava cutucando a fera e eu talvez precisasse ficar atento para protegê-la. Essa tal Magda realmente não era boa coisa.- Senta, mamãe, pensa na herança. – O tal de Enrico falou no ouvido da mãe, mas todos nós ouvimos muito bem.- Muito bem, vamos ver quantos absurdos eu terei que suportar. – A Magda limpou a garganta e se sentou engolindo o desaforo.- Não é nenhum absurdo, Magda! Não seja dramática. – O Tony chamou sua atenção. – Vou lembrar aos quatro que o juiz concordou com esse termo de condutas que deverá ser seguido por vocês. Vamos lá, primeira coisa, a Magda e o Enrico vão dividir o quarto.- Isso é alguma piada? Olha o tamanho dessa casa, com certeza tem mais de dois quartos aqui. – A Magda reclamou.- A
“Abigail Zapata Monterrey”Eu ainda estava me deliciando com a diversão que o Martim me proporcionou. Eu não sabia do que tinha gostado mais, do acordo, das câmeras ou dos meus cunhados aqui conosco, porque conhecendo a Pilar, a Magda iria se arrepender dessa ideiazinha estapafúrdia de vir me atormentar.- Ai, Martim, você merece um prêmio! – Eu pulei em seu colo e passei minhas pernas pela sua cintura quando ele trancou a porta do nosso quarto.- Mereço é? – Ele me olhou de um jeito safado, como se já soubesse o que pedir.- Merece. Eu jamais teria pensado em tudo isso! Sinceramente, quando você quer ser mau você é ótimo! – Eu olhei para ele animada.Ele me segurava em seu colo e tinha um sorriso sedutor.- Qualquer coisa por você, coelhinha. – Ele me beijou rapidamente e caminhou comigo até a cama, se sentando e me mantendo presa a ele. – Não se esqueça que temos que falar baixo. – Ele sussurrava em meu ouvido. – Me desculpe por trazer os meus irmãos sem te avisar.- Está brincando?
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu
“Martim Monterrey”Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas
“Martim Monterrey”Depois que saímos da casa da Mônica eu decidi ir para o meu apartamento e pedi ao Emiliano que me deixasse sozinho. Ele relutou, mas recebeu a ligação de uma amiga que estava na cidade e precisou ir encontrá-la.- Eu vou te mandar o nome do restaurante onde vou estar, se você mudar de idéia, me encontra lá. – O Emiliano insistiu antes de sair.- Não se preocupe, meu amigo, eu vou ficar bem! – Tentei manter a calma para que ele não se preocupasse, pois ele era bem capaz de mandar a amiga vir para o apartamento e me incluir nesse jantar, só para não me deixar sozinho.Depois que ele saiu, eu olhei em volta e comecei a ficar agitado novamente. Esse apartamento seria onde eu iria morar com a minha esposa, a noiva fujona. Eu tinha um ótimo apartamento não muito longe dali, mas como me casaria e depois da lua de mel moraria nesse, eu havia esvaziado o meu antigo apartamento e entregado as chaves para o corretor no dia anterior.Mas olhando agora, eu não gostava desse luga