Eu não conseguia parar de me perguntar onde o Sr. Calderón estaria. Aquela era uma exposição tão importante para a Calderón Enterprises, e eu precisava que tudo saísse perfeito.
Enquanto caminhava apressadamente pelo corredor do Smart City Expo World, senti o suor se acumulando em minhas axilas. Meu Deus, isso não podia estar acontecendo! Corri para o banheiro feminino, puxando alguns papéis e passando-os em meus braços, tentando diminuir o incômodo.
— Vai dar tudo certo, Clara, vai dar tudo certo — murmurei para mim mesma, enquanto me olhava no espelho. Retoquei a maquiagem e ajeitei a blusa, tentando parecer o mais apresentável possível.
Quando cheguei ao estande da empresa, suspirei aliviada ao ver que tudo estava montado e pronto, exatamente como havíamos planejado. Agradeci aos funcionários em nome do Sr. Calderón, esperando que ele chegasse a qualquer momento.
Então, lá estava ele, parado no meio do estande, com sua expressão séria e distante. Meu coração disparou, e eu me aproximei, tentando disfarçar meu nervosismo.
— Bom dia, Sr. Calderón. Fico feliz que tenha chegado — disse, tentando manter a voz firme. — Todos os preparativos estão prontos, e os convidados começam a chegar.
Ele me encarou por alguns instantes, seus olhos penetrantes me deixando ainda mais apreensiva.
— Obrigado, Clara — ele respondeu, em seu tom habitual, frio e formal. — Espero que tudo corra bem.
Assenti, sentindo um nó se formar em minha garganta. Odiava quando ele me tratava dessa forma, como se eu não passasse de uma funcionária qualquer. Eu queria tanto impressioná-lo, mostrar que sou muito mais do que apenas sua secretária.
Mas naquele momento, tudo o que eu pude fazer foi acompanhá-lo pelo estande, rezando para que nada desse errado.
Enquanto acompanhava o Sr. Calderón pelo estande, percebi que algo não parecia estar funcionando corretamente no sistema de projeção que havíamos preparado. As imagens estavam travando e a apresentação não fluía como o planejado.
Meu estômago afundou quando vi a expressão preocupada do meu chefe. Ele rapidamente pegou o celular e começou a fazer ligações, provavelmente tentando contatar o técnico responsável.
— Preciso que esse sistema volte a funcionar o mais rápido possível — ele disse, sua voz carregada de tensão. — É essencial para a nossa apresentação.
Assenti, sentindo a ansiedade tomar conta de mim. Não podia deixar que essa falha prejudicasse tudo o que havíamos preparado.
Foi então que alguns curiosos se aproximaram, fazendo perguntas sobre o projeto que estávamos expondo. Sem pensar duas vezes, usei meus conhecimentos técnicos para explicar detalhadamente o funcionamento do sistema e os benefícios do nosso produto.
Para minha surpresa, percebi que o Sr. Calderón me observava com atenção, sua expressão insondável. Será que ele estava impressionado com meu desempenho?
À medida que os visitantes me bombardeavam com mais questionamentos, eu me sentia cada vez mais confiante. Respondia a tudo com precisão, demonstrando meu domínio sobre o assunto.
Quando finalmente consegui resolver o problema técnico, não pude conter um suspiro de alívio. O Sr. Calderón se aproximou, seus olhos fixos em mim.
— Bom trabalho, Clara — ele disse, e eu pude notar um leve traço de aprovação em sua voz. — Você se saiu muito bem.
Senti minhas bochechas esquentarem com o elogio. Não estava acostumada a receber palavras de reconhecimento do meu chefe tão formal e distante.
— Obrigada, Sr. Calderón — respondi, tentando manter a compostura. — Fico feliz que tudo tenha se resolvido a tempo.
Ele assentiu, e então voltou sua atenção para o evento. Naquele momento, senti como se uma pequena barreira houvesse sido quebrada entre nós. Talvez, apenas talvez, eu pudesse impressioná-lo ainda mais.
Determinada a provar meu valor, continuei a atender aos visitantes com dedicação e competência. Aquela seria a minha chance de mostrar ao Sr. Calderón que eu era muito mais do que apenas sua secretária.
Assim que o técnico informou que demoraria a chegar, senti meu coração acelerar. Não podíamos permitir que aquele problema técnico atrapalhasse nossa apresentação. Foi então que uma ideia surgiu em minha mente.
— Sr. Calderón, talvez eu possa tentar resolver isso — me manifestei, encarando-o com determinação. — Acredito que consigo identificar e corrigir o problema.
Ele me observou por alguns instantes, sua expressão impassível. Podia sentir seu olhar penetrante sobre mim, avaliando minhas palavras.
— Está bem, Clara — ele respondeu, com sua voz grave. — Faça o que for preciso, mas precisamos que isso funcione.
Assenti rapidamente e me aproximei do sistema, examinando-o minuciosamente. Meus dedos voavam sobre o teclado, enquanto eu diagnosticava o problema e buscava a solução. Podia sentir o olhar do Sr. Calderón sobre mim, e isso só aumentava minha concentração.
Depois de alguns tensos minutos, consegui resolver a falha. As imagens voltaram a ser projetadas com perfeição, e uma onda de alívio me invadiu.
— Pronto, Sr. Calderón — informei, voltando-me para ele. — O sistema está funcionando novamente.
Algo brilhou nos olhos dele, e por um breve instante, pude jurar que vi um esboço de sorriso em seus lábios.
— Excelente trabalho, Clara — ele disse, sua voz levemente mais suave. — Você realmente sabe o que está fazendo.
Senti minhas bochechas esquentarem com o elogio. Não estava acostumada a receber tanta atenção e reconhecimento do meu chefe tão reservado.
— Obrigada, senhor — respondi, tentando manter a compostura. — Fico feliz por ter conseguido resolver o problema a tempo.
Dali em diante, a exposição transcorreu perfeitamente. Eu e o Sr. Calderón trabalhamos em sincronia, com ele apresentando os projetos e eu dando o suporte técnico sempre que necessário. A parceria fluía de uma maneira que eu nunca havia experimentado antes.
Quando finalmente chegou a hora de encerrar o evento, senti uma onda de satisfação me invadir. Havíamos cumprido nosso objetivo com louvor, e eu tinha a certeza de que o Sr. Calderón estava impressionado com meu desempenho.
Talvez, apenas talvez, essa fosse a oportunidade que eu precisava para mostrar a ele que eu era muito mais do que apenas sua secretária.
Quando o evento finalmente chegou ao fim, fiquei surpresa ao ver o Sr. Calderón se aproximar de mim.
— Clara, você poderia me acompanhar? Gostaria de conversar com você a respeito do seu desempenho de hoje.
Senti meu coração acelerar. Será que havia feito algo errado? Minha mente correu rapidamente, tentando lembrar se havia cometido algum erro durante a exposição.
— Claro, Sr. Calderón — respondi, tentando manter a calma. — O que posso fazer por você?Ele me conduziu até fora do estande, em direção à saída do centro de eventos. Seu semblante parecia mais relaxado do que o usual.— Quero lhe agradecer pelo excelente trabalho que você realizou hoje — ele disse, surpreendendo-me. — Sua competência e dedicação foram fundamentais para o sucesso da nossa apresentação.Senti minhas bochechas esquentarem com o elogio. Não estava acostumada a receber tamanho reconhecimento do meu chefe tão reservado.— Muito obrigada, senhor — respondi, tentando manter a compostura. — Fico feliz em saber que meu desempenho foi satisfatório.Ele assentiu, pensativo.— Na verdade, gostaria de convidá-lo para jantar comigo — ele continuou. — É a minha forma de agradecer pelo seu esforço.Mal pude acreditar no que estava ouvindo. Um convite para jantar, vindo do próprio Sr. Calderón? Meu estômago se agitou, e eu senti uma pontada de ansiedade.— Eu… Eu ficaria honrada, senh
Ao carregar Clara em meus braços, não pude deixar de notar o quanto ela parecia frágil e vulnerável naquele momento. Sua expressão envergonhada e as lágrimas que ainda brilhavam em seus olhos me fizeram sentir uma pontada de arrependimento por tê-la colocado naquela situação constrangedora.Entrei no consultório do meu dentista particular, que já nos aguardava. Quando chegamos, Clara deu dois leves tapinhas em meu ombro, emitindo um som suave com a garganta, como se me lembrasse que ainda a estava carregando.— Oh, desculpe-me — disse, colocando-a delicadamente no chão. Ela ajeitou a roupa, o rosto completamente corado como um pimentão.— Doutor, peço perdão por estarmos aqui a esta hora, mas é um caso urgente — expliquei, sentindo a necessidade de me justificar.— Não se preocupe, meu amigo — respondeu o dentista, com um sorriso tranquilizador. — Vamos atender a senhorita imediatamente.Ele então conduziu Clara para a sala de atendimento, e eu os acompanhei, determinado a garantir qu
Reerguer a clínica de sua família seria uma excelente oportunidade para estreitar os laços com Clara. Afinal, ela precisava de ajuda, e eu poderia oferecer muito mais do que apenas um simples emprego. Essa poderia ser a chance perfeita de me aproximar dela.Com um sorriso satisfeito, comecei a traçar meu próximo passo. Estava determinado a fazer com que essa noite não se perdesse em vão. Pelo contrário, ela poderia ser o início de algo muito maior do que apenas um jantar.Clara, minha secretária, talvez fosse a mulher que eu estava procurando para ser minha noiva por contrato. E eu não iria desistir até ter a certeza de que ela aceitaria a minha proposta.Naquela manhã, quando cheguei ao escritório, percebi que Clara ainda não havia chegado. Isso não era novidade, afinal ela sempre tendia a se atrasar, mesmo depois de todas as minhas repreensões.No entanto, levando em conta os eventos da noite anterior, decidi ser um pouco mais compreensivo. Aquele acidente no restaurante deve ter si
Confesso que a noite passada foi uma verdadeira loucura. Depois de sair do consultório do dentista com meu chefe, Sr. Calderón, eu mal tinha cabeça para qualquer outra coisa além de correr para a clínica da minha família.— Mãe, como está o Miguel? — perguntei, aflita, assim que cheguei.Ela me olhou com aquele olhar sereno que só as mães conseguem ter.— Querida, o médico não deixou você visitar porque ele precisa de repouso. Mas não se preocupe, ele está bem.Bem? Como poderia estar bem se nem sequer podia vê-lo? Meu coração apertava só de imaginar meu irmãozinho sozinho naquele leito de hospital.— Mas mãe, eu preciso vê-lo! Ele deve estar se sentindo tão mal... — insisti, a voz embargada pela preocupação.— Filha, fique tranquila. O médico disse que as visitas frequentes podem deixá-lo mais doente. A imunidade dele ainda está frágil — ela explicou, tentando me acalmar.Mesmo assim, não conseguia me convencer. Mal dormi pensando no Miguel. E hoje, quando finalmente consegui visitar
Quando finalmente Victor desligou a ligação, ele me encarou com aquele olhar sério.— E então, Clara, como está o seu dente? — ele perguntou.Respirei aliviada por ele não ter tocado no meu atraso e no incidente com a xícara.— Ah, está ótimo, senhor! Bem firme e colado — respondi, tentando sorrir. Mas, ao ver sua expressão impassível, senti meu rosto queimar de vergonha.— Fico feliz em ouvir isso — ele disse, em um tom calmo. — Mas, ainda assim, acho justo que eu pague o seu tratamento. Aquilo não deveria ter acontecido.Abri a boca para protestar, mas ele me interrompeu:— Por favor, não insista. Eu me sinto responsável e gostaria de arcar com os custos.Assenti, relutantemente. Meu coração dizia que não deveria ter aceitado, que era uma atitude generosa demais de sua parte. Mas minha mente sabia que não poderia recusar, dada a situação financeira delicada da minha família.— Muito obrigada, senhor. Eu... eu aprecio muito a sua compreensão — gaguejei, sentindo-me ainda mais constra
Mal tinha chegado ao escritório e já podia sentir o olhar penetrante do Sr. Calderón sobre mim. Eu odiava quando ele me encarava daquele jeito, como se pudesse ver direto na minha alma. Aqueles olhos negros pareciam perscrutar cada movimento meu, cada gesto.Estava apenas copo de café da Starbucks para o senhor Calderón, havia me atrasado cinco minutos por conta de um maldito ciclista passou na minha frente e me fazendo derrubar todo o meu café em minha camiseta. Precisei correr para o banheiro assim que cheguei no prédio para tentar tirar a grande mancha da camisa, mas foi em vão.Estendi o copo de café, a mão tremendo levemente. — Desculpe o atraso, senhor. Tive um pequeno imprevisto no caminho.— Engoli em seco, rezando para que ele não notasse a mancha em minha blusa.Ele pegou o copo, os lábios se contraindo em uma careta.— Senhorita Martins, você sabe muito bem que odeio atrasos — A voz grave e autoritária ecoou pelo escritório silencioso.Abaixei o olhar, sentindo minhas b
— Eu espero que sim...— Mordi o lábio inferior, a insegurança ainda me corroendo por dentro. — Às vezes eu me sinto tão… inadequada perto dele, sabe? Como se nunca fosse o suficiente.Isabella me encarou com seriedade. — Olha, você precisa parar de se menosprezar assim. Você é incrível, Clara, e merece muito mais do que esse chefe rabugento te tratando mal. — Ela fez uma pausa, seus olhos brilhando com determinação. — Se ele não consegue enxergar o seu valor, o problema é dele, não seu.Suas palavras me acalmaram um pouco. Ela sempre sabia o que dizer para me fazer sentir melhor. — Obrigada, Isa. Eu realmente não sei o que faria sem você.— Ah, você sabe que eu sempre estarei aqui pra você.— Ela me deu um abraço apertado. — Agora vá se trocar logo, antes que o Sr. Grinch volte e fique bravo por você estar demorando.Ri da comparação, me sentindo um pouco mais leve. — Certo, certo. Já estou indo.Me dirigi ao banheiro, a camisa de Isabella em mãos. Talvez, com o apoio da minha am
Enquanto me dirigia ao restaurante Boucherie Union Square, meu estômago revirava de nervosismo. Essa reunião com o advogado da Triton Technologies poderia definir os rumos de toda a negociação.Adrien Moreau era conhecido por ser um negociador astuto e implacável. Especializado em fusões e aquisições, ele era extremamente leal ao dono da Triton, Leonardo, agindo como seus olhos e ouvidos em todas as transações.Ao chegar, avistei-o sentado em uma das mesas reservadas, sério e impassível como sempre. Tomei um fôlego profundo antes de me aproximar.— Uma ótima escolha para o restaurante — ele comentou assim que me viu.— Perfeito para uma reunião como a nossa — respondi, tentando manter a calma.Fomos guiados até a mesa e nos acomodamos. O garçom trouxe os cardápios e nos deixou a sós.— Bem, Sr. Moreau, agradeço por aceitar esse encontro — comecei, desejando que minha voz não denunciasse meu nervosismo.— Pelo contrário, Sr. Calderón, o prazer é meu — ele respondeu, seus olhos me estud