Enquanto saia do escritório, falei com o meu advogado para preparar o contrato com a Clara, colocando os prazos e minhas exigências, para que ela entenda como será o nosso acordo de casamento. Desliguei o telefone depois de instruir meu advogado a preparar o contrato de acordo com minhas exigências. Havia um prazo definido, não poderia perder essa oportunidade.A Triton Technologies, da família Duval, era um dos maiores grupos empresariais do país. Leonardo Duval, o patriarca, era constantemente alvo da mídia por sua imagem de homem de família e seus valores tradicionais. Até meu meio-irmão Max já havia dito que Duval confiaria mais nele por serem da mesma "família".Suspirei, irritado. Não havia tempo a perder. Precisava dessa parceria a todo custo, independentemente dos laços familiares de Duval.Saí do escritório e entrei em meu carro. Mal tinha me acomodado quando meu celular tocou. Era minha mãe.— Alô, mãe? — atendi, tentando manter a paciência.— Victor, você está indo para casa
Após o jantar, me despedi de minha mãe e irmã. Precisava voltar para casa e pensar com mais calma sobre a proposta que faria a Clara.Assim que entrei no carro, meu celular tocou. Atendi pelo viva-voz.— Fala, Max — disse, tentando manter a compostura.Meu meio-irmão foi direto ao assunto:— Ei, Vic, você já arrumou uma noiva, né? — ele perguntou, em tom urgente.Suspirei, sentindo a pressão aumentar.— Ainda estou resolvendo alguns detalhes, Max. Mas pode ser que Clara aceite a proposta — expliquei, tentando soar confiante.Max não perdeu tempo:— Ótimo, ótimo! Você precisa fechar esse negócio, Vic. Você sabe como as coisas estão difíceis na empresa do papai. Essa parceria com a Triton pode ser a salvação, mas não podemos deixar escapar.Senti meu maxilar se tensionar. Eu sabia muito bem a importância dessa parceria, era uma questão de vida ou morte para a empresa.— Pode deixar, Max. Vou fazer o possível para convencer a Clara — respondi, determinado.— Boa, irmão. Faça o que for pre
Assim que sai do escritório de Victor, não conseguia parar de pensar no absurdo daquele contrato. Como ele tinha a audácia de exigir que eu não pudesse me relacionar com outros homens, enquanto ele teria a liberdade de me trair quando bem entendesse?Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos. Precisava conversar com Isabella sobre isso, ela sempre me dava bons conselhos."Será que posso esperar até sexta-feira para falar com ela?" - me questionei, enquanto caminhava em direção ao metrô.O dia passou lentamente, com meu olhar desviando constantemente em direção à casa de Victor. Aquela proposta me deixara realmente intrigada. Será que eu deveria aceitar os termos dele e interpretar o papel de "esposa exemplar"?Terminei minhas tarefas no escritório com esmero, tentando não pensar muito no assunto. Quando finalmente saí, senti um cansaço enorme. Nem mesmo consegui ir visitar meu irmão no hospital, já que ele estava com a imunidade baixa. Apenas segui direto para casa.Ao chega
— Clara, você está um pouco mais calma? — ele perguntou.Assenti levemente, ainda preocupada com o estado de Pedro.— Sim, estou tentando me acalmar. Onde será que está o médico? Preciso falar com ele sobre o que está acontecendo — disse, minha voz ainda um pouco trêmula.Nesse momento, o médico entrou no quarto, aproximando-se de nós.— Senhorita Clara, fico feliz que tenha vindo tão rápido — ele disse, com semblante sério.Eu o encarei, esperando que ele continuasse.— Infelizmente, seu irmão foi sedado ainda hoje pela manhã. Ele estava muito agitado, e nossa equipe achou melhor contê-lo para não sobrecarregar ainda mais o seu coração — o médico explicou, com cuidado.Senti meu coração apertar ao ouvir aquilo. Meu irmão estava em perigo.— Entendo... Obrigada por cuidar dele, doutor. Faça o possível por Pedro, por favor — pedi, a preocupação evidente em minha voz.Victor ficou em silêncio ao meu lado, observando atentamente a conversa.O médico assentiu, com uma expressão mais suave
Após deixar Clara na cafeteria, não pude evitar me preocupar com a situação do meu meio-irmão Max. Ele havia estado no hospital mais cedo, mas não quis me explicar o motivo. Precisava entender o que estava acontecendo.Dirigi rapidamente de volta ao hospital, vasculhando os corredores até encontrá-lo. Lá estava ele, próximo à entrada, parado ao lado de seu carro.Aproximei-me, o rosto tenso.— Max, preciso falar com você — declarei, sem rodeios.Ele se virou, parecendo pálido.— Victor? O que está fazendo aqui? — questionou, a voz trêmula.— O que você estava fazendo no hospital mais cedo? — perguntei, direto.Max desviou o olhar, claramente desconfortável.— Ah, isso... Bem, eu estava fazendo alguns exames de rotina, só isso — ele respondeu, evasivo.Franzi o cenho, preocupado.— Exames de rotina? Mas você parece tão tenso. Aconteceu alguma coisa? — insisti, colocando a mão em seu ombro.Ele suspirou pesadamente.— Olha, Victor, não é nada sério, ok? Só uma pequena alteração em um do
Assim que cheguei ao escritório, meus olhos imediatamente encontraram Clara. Ela parecia tensa, provavelmente aguardando minha chegada.Respirei fundo e me aproximei dela.— Clara, será que podemos conversar em minha sala? — pedi, em tom sério.Ela assentiu, levantando-se rapidamente. Porém, ao dar um passo, Clara tropeçou em seus próprios pés, quase caindo.Por reflexo, estendi os braços e a segurei, impedindo que ela se desequilibrasse.— Cuidado! — exclamei, preocupado.Clara me encarou, o rosto completamente corado.— Obrigada, desculpe a quase queda — ela murmurou, ajeitando a roupa com nervosismo.Sorri de leve, acompanhando-a até a sala. Fechei a porta atrás de nós e a convidei a se sentar.— Então, Clara, li que você teve o final de semana para analisar a proposta com calma. O que achou? — perguntei, direto.Ela respirou fundo, abaixando o olhar.— Sim, eu li o contrato com atenção. Mas, sinceramente, ainda não sei se conseguirei aceitar esse tipo de acordo — confessou, a voz
Eu mal conseguia pregar os olhos durante a noite, a cabeça rodando com todos os pensamentos e emoções que me assolavam. Como Victor havia me deixado com tão pouco tempo para me preparar para esse casamento?Ele simplesmente me informou que nos casaríamos amanhã, sem dar qualquer chance de eu organizar algo. Eu precisava encontrar um vestido, cuidar da maquiagem e do cabelo, tudo em um curto espaço de tempo.— Meu Deus, o que eu vou fazer? — murmurei para mim mesma, rolando na cama de um lado para o outro.Não havia tempo a perder, então, quando o despertador tocou, forcei-me a levantar, mesmo que meus olhos pesassem de cansaço. Pulei da cama e fui direto para o banheiro, tomando um banho rápido para tentar me despertar.Ao sair, vesti o primeiro vestido que encontrei, colocando minhas sapatilhas confortáveis. Precisava ir atrás de todas as coisas de que precisava sem me preocupar com a aparência nesse momento.Peguei minha bolsa e meu celular, saindo de casa apressada. Tomei o metrô e
Quando a atendente se aproximou, pude ver seu olhar de reprovação ao analisar minhas roupas simples.—Em que posso ajudá-la, querida?— ela disse, com certo desdém.Respirei fundo, engolindo o amargo gosto em minha boca.—Bom, eu... Eu preciso de um vestido de noiva. Eu vou me casar hoje e não tenho nada preparado ainda — expliquei, tentando manter a calma.A atendente ergueu uma sobrancelha, parecendo surpresa.—Ah, entendo. Bem, nós temos diversos modelos de aluguel que podem servir perfeitamente a você, querida— ela respondeu, com um sorriso forçado.Não tive outra escolha a não ser aceitar. Não podia perder mais tempo procurando em outros lugares. Precisava chegar a tempo para o casamento.—Então, por favor, me mostre o que vocês têm— pedi, resignada.Ao olhar ao redor daquela loja luxuosa, senti meu estômago se revirar. Como eu, uma simples secretaria, iria conseguir comprar ou mesmo alugar qualquer coisa ali? Aqueles vestidos pareciam custosos demais para meu bolso.A atendente m