Assim que cheguei ao escritório, meus olhos imediatamente encontraram Clara. Ela parecia tensa, provavelmente aguardando minha chegada.Respirei fundo e me aproximei dela.— Clara, será que podemos conversar em minha sala? — pedi, em tom sério.Ela assentiu, levantando-se rapidamente. Porém, ao dar um passo, Clara tropeçou em seus próprios pés, quase caindo.Por reflexo, estendi os braços e a segurei, impedindo que ela se desequilibrasse.— Cuidado! — exclamei, preocupado.Clara me encarou, o rosto completamente corado.— Obrigada, desculpe a quase queda — ela murmurou, ajeitando a roupa com nervosismo.Sorri de leve, acompanhando-a até a sala. Fechei a porta atrás de nós e a convidei a se sentar.— Então, Clara, li que você teve o final de semana para analisar a proposta com calma. O que achou? — perguntei, direto.Ela respirou fundo, abaixando o olhar.— Sim, eu li o contrato com atenção. Mas, sinceramente, ainda não sei se conseguirei aceitar esse tipo de acordo — confessou, a voz
Eu mal conseguia pregar os olhos durante a noite, a cabeça rodando com todos os pensamentos e emoções que me assolavam. Como Victor havia me deixado com tão pouco tempo para me preparar para esse casamento?Ele simplesmente me informou que nos casaríamos amanhã, sem dar qualquer chance de eu organizar algo. Eu precisava encontrar um vestido, cuidar da maquiagem e do cabelo, tudo em um curto espaço de tempo.— Meu Deus, o que eu vou fazer? — murmurei para mim mesma, rolando na cama de um lado para o outro.Não havia tempo a perder, então, quando o despertador tocou, forcei-me a levantar, mesmo que meus olhos pesassem de cansaço. Pulei da cama e fui direto para o banheiro, tomando um banho rápido para tentar me despertar.Ao sair, vesti o primeiro vestido que encontrei, colocando minhas sapatilhas confortáveis. Precisava ir atrás de todas as coisas de que precisava sem me preocupar com a aparência nesse momento.Peguei minha bolsa e meu celular, saindo de casa apressada. Tomei o metrô e
Quando a atendente se aproximou, pude ver seu olhar de reprovação ao analisar minhas roupas simples.—Em que posso ajudá-la, querida?— ela disse, com certo desdém.Respirei fundo, engolindo o amargo gosto em minha boca.—Bom, eu... Eu preciso de um vestido de noiva. Eu vou me casar hoje e não tenho nada preparado ainda — expliquei, tentando manter a calma.A atendente ergueu uma sobrancelha, parecendo surpresa.—Ah, entendo. Bem, nós temos diversos modelos de aluguel que podem servir perfeitamente a você, querida— ela respondeu, com um sorriso forçado.Não tive outra escolha a não ser aceitar. Não podia perder mais tempo procurando em outros lugares. Precisava chegar a tempo para o casamento.—Então, por favor, me mostre o que vocês têm— pedi, resignada.Ao olhar ao redor daquela loja luxuosa, senti meu estômago se revirar. Como eu, uma simples secretaria, iria conseguir comprar ou mesmo alugar qualquer coisa ali? Aqueles vestidos pareciam custosos demais para meu bolso.A atendente m
Confesso que, quando a vi se aproximando do altar, tive que me esforçar para manter minha expressão séria e inabalável. Por dentro, eu estava surpreso com sua aparência impecável, considerando o pouco tempo que ela teve para se arrumar.Ela era realmente uma mulher incrível, conseguindo se virar tão bem em uma situação tão apertada. Senti um certo orgulho brotando em meu peito, algo que me pegou de surpresa.Meu irmão Max se aproximou, parando ao meu lado.— Meus parabéns, irmão. Você fez uma bela escolha. Essa garota parece saber se virar muito bem — ele sussurrou, com um sorriso discreto.Assenti em silêncio, concordando com suas palavras. Eu sabia que Clara era competente e capaz de lidar com a situação. Afinal, essa escolha foi relativamente fácil para mim.Quando ela finalmente chegou ao meu lado, o juiz de paz iniciou a cerimônia rapidamente. O fotógrafo não perdia nenhum detalhe, capturando cada momento.Meu coração batia um pouco mais rápido conforme nos aproximávamos dos voto
Assim que recebi a mensagem do motorista informando que Clara se recusava a entrar no carro, senti uma pontada de frustração. Respirei fundo e respondi, decidido:— Estou indo para aí agora mesmo.Peguei minhas coisas e sai apressado da empresa. Não conseguia entender o porquê de Clara estar se recusando a sair de sua casa, afinal, agora ela era minha esposa e, de acordo com o contrato, deveria morar comigo.Aquilo me deixou levemente irritado. Dirigi rapidamente até o endereço do apartamento dela, estacionando o carro e saindo decidido a resolver aquela situação.Ao me aproximar, questionei:— O que está acontecendo aqui? Por que você se recusa a sair?Clara me encarou, os olhos brilhando com certa determinação.— Eu não acho certo isso, Victor. Como vou morar na sua casa se é a sua casa? E além disso, você vai transitar com outras mulheres por lá — ela bufou, claramente incomodada.Segurei o impulso de rir da situação. Então era isso? Ciúmes?— Você está com ciúmes, Clara? — pergunt
Conforme Victor se afastava, com seu jeito frio e distante, não pude conter as lágrimas escorrendo por meu rosto. Tudo aquilo era tão perturbador, sua frieza e a forma como me tratava, como se eu fosse apenas um objeto a ser manipulado para seus próprios interesses.Nem mesmo consegui terminar minha refeição, sentindo nojo da comida à minha frente. Não conseguia nem mesmo respirar direito, tamanha a angústia que me consumia naquele momento.Nem mesmo minha própria mãe poderia me consolar nessa situação. Ela certamente me diria que estava errada, que era um risco muito grande me casar apenas para ajudar minha família. Mas o que eu poderia fazer ao ver meu irmão naquela situação, a clínica de meus pais afundando em dívidas?Sequei minhas lágrimas com papel toalha e me levantei da cadeira. Eu sabia que, mesmo que eu não dormisse no mesmo quarto que Victor, os empregados poderiam falar algo para a mídia. Não importava o quanto fossem pagos, pessoas miseráveis e de pouca fé simplesmente nã
Talvez houvesse algo em mim que o atraísse, mesmo eu sendo a pessoa desastrada que sou.Mas o fato de este ter sido um casamento tão repentino ainda me assustava. Apenas minha melhor amiga sabia sobre isso, e era melhor que minha mãe e meu irmão não ficassem sabendo, ou então viraria um caos. Eu precisava evitar ao máximo que esse assunto vazasse. Afinal, tudo isso iria acabar quando conseguíssemos o que queríamos - Victor, seus negócios, e eu, ajudar minha família.Joana me disse que iria limpar a sala de jantar e logo iria descansar. Agradeci pelo chá e desejei boa noite.Quando o chá finalmente esfriou, bebi o restante e coloquei a xícara na pia, decidindo lavá-la antes de ir dormir. Não queria deixar a louça suja para Joana.Porém, quando estava lavando a xícara, Victor apareceu na cozinha e me questionou:— O que está fazendo? Eu deixei bem claro para não mexer aqui. Se estiver com fome, chame alguém, mas nunca prepare ou limpe as sujeiras.Respirei fundo, abaixando o olhar.— De
Observei enquanto Clara bebia lentamente a água, seus olhos me encarando de forma desconfiada. Desviei o olhar quando vi Leonardo Triton entrando no prédio e se aproximando de nós.— Que prazer o traz aqui, Triton? — cumprimentei-o, estendendo a mão. — Aproveito para apresentar a minha esposa — Olhei para Clara, que arregalou os olhos e engoliu o gole d'água rapidamente. — Clara, esse é o Leonardo Triton.— Muito prazer, senhor Triton — Ela sorriu de forma meiga, seu rosto ficando totalmente vermelho. Ela me olhou, parecendo ter muitas perguntas que eu não poderia responder naquele momento.— Vim te trazer um convite pessoalmente, e claro — Triton olhou para Clara —, conhecer sua linda esposa — Seu sorriso era malicioso.Por um instante, senti meu sangue ferver. Será que eu sentiria algo por Clara? Nosso casamento era apenas uma fachada para conseguir um contrato com esse homem. Meu meio-irmão deixou muito claro que Leonardo Triton gosta de fazer negócios com homens casados, pois assi