Assim que recebi a mensagem do motorista informando que Clara se recusava a entrar no carro, senti uma pontada de frustração. Respirei fundo e respondi, decidido:— Estou indo para aí agora mesmo.Peguei minhas coisas e sai apressado da empresa. Não conseguia entender o porquê de Clara estar se recusando a sair de sua casa, afinal, agora ela era minha esposa e, de acordo com o contrato, deveria morar comigo.Aquilo me deixou levemente irritado. Dirigi rapidamente até o endereço do apartamento dela, estacionando o carro e saindo decidido a resolver aquela situação.Ao me aproximar, questionei:— O que está acontecendo aqui? Por que você se recusa a sair?Clara me encarou, os olhos brilhando com certa determinação.— Eu não acho certo isso, Victor. Como vou morar na sua casa se é a sua casa? E além disso, você vai transitar com outras mulheres por lá — ela bufou, claramente incomodada.Segurei o impulso de rir da situação. Então era isso? Ciúmes?— Você está com ciúmes, Clara? — pergunt
Conforme Victor se afastava, com seu jeito frio e distante, não pude conter as lágrimas escorrendo por meu rosto. Tudo aquilo era tão perturbador, sua frieza e a forma como me tratava, como se eu fosse apenas um objeto a ser manipulado para seus próprios interesses.Nem mesmo consegui terminar minha refeição, sentindo nojo da comida à minha frente. Não conseguia nem mesmo respirar direito, tamanha a angústia que me consumia naquele momento.Nem mesmo minha própria mãe poderia me consolar nessa situação. Ela certamente me diria que estava errada, que era um risco muito grande me casar apenas para ajudar minha família. Mas o que eu poderia fazer ao ver meu irmão naquela situação, a clínica de meus pais afundando em dívidas?Sequei minhas lágrimas com papel toalha e me levantei da cadeira. Eu sabia que, mesmo que eu não dormisse no mesmo quarto que Victor, os empregados poderiam falar algo para a mídia. Não importava o quanto fossem pagos, pessoas miseráveis e de pouca fé simplesmente nã
Talvez houvesse algo em mim que o atraísse, mesmo eu sendo a pessoa desastrada que sou.Mas o fato de este ter sido um casamento tão repentino ainda me assustava. Apenas minha melhor amiga sabia sobre isso, e era melhor que minha mãe e meu irmão não ficassem sabendo, ou então viraria um caos. Eu precisava evitar ao máximo que esse assunto vazasse. Afinal, tudo isso iria acabar quando conseguíssemos o que queríamos - Victor, seus negócios, e eu, ajudar minha família.Joana me disse que iria limpar a sala de jantar e logo iria descansar. Agradeci pelo chá e desejei boa noite.Quando o chá finalmente esfriou, bebi o restante e coloquei a xícara na pia, decidindo lavá-la antes de ir dormir. Não queria deixar a louça suja para Joana.Porém, quando estava lavando a xícara, Victor apareceu na cozinha e me questionou:— O que está fazendo? Eu deixei bem claro para não mexer aqui. Se estiver com fome, chame alguém, mas nunca prepare ou limpe as sujeiras.Respirei fundo, abaixando o olhar.— De
Observei enquanto Clara bebia lentamente a água, seus olhos me encarando de forma desconfiada. Desviei o olhar quando vi Leonardo Triton entrando no prédio e se aproximando de nós.— Que prazer o traz aqui, Triton? — cumprimentei-o, estendendo a mão. — Aproveito para apresentar a minha esposa — Olhei para Clara, que arregalou os olhos e engoliu o gole d'água rapidamente. — Clara, esse é o Leonardo Triton.— Muito prazer, senhor Triton — Ela sorriu de forma meiga, seu rosto ficando totalmente vermelho. Ela me olhou, parecendo ter muitas perguntas que eu não poderia responder naquele momento.— Vim te trazer um convite pessoalmente, e claro — Triton olhou para Clara —, conhecer sua linda esposa — Seu sorriso era malicioso.Por um instante, senti meu sangue ferver. Será que eu sentiria algo por Clara? Nosso casamento era apenas uma fachada para conseguir um contrato com esse homem. Meu meio-irmão deixou muito claro que Leonardo Triton gosta de fazer negócios com homens casados, pois assi
Coloquei delicadamente o braço de Clara sobre o meu, em um gesto de cavalheirismo. Percebi que ela ficou um pouco envergonhada, não esperando essa reação minha.Entramos juntos na loja de roupas, e eu sabia que era um estabelecimento caro. Clara parecia hesitante.— Victor, eu… eu não posso aceitar — ela disse, desconfortável.— É um presente — respondi com firmeza. — Você é minha esposa e deve estar mais linda do que já é.Minhas palavras chamaram a atenção de uma das vendedoras, que se aproximou com um sorriso largo.— Recém-casados? — ela perguntou em uma voz gentil. — Dá para ver no olhar de vocês dois. Venha, vou atender a senhora.Clara foi com a vendedora para conhecer as variações de vestidos. Enquanto isso, sentei-me em uma poltrona em frente aos provadores, esperando pacientemente para ver cada um dos modelos que ela experimentaria. Queria observar cada detalhe, para saber qual deles ficaria perfeito nela.Admito que, apesar de toda a frieza que existe entre nós, uma parte d
Sorrio nervosamente para as câmeras, ainda não acreditando que tudo isso está realmente acontecendo. Meu coração bate acelerado enquanto acompanho Victor nesse tapete vermelho, cheio de flashes e olhares curiosos. Não imaginava que iria me encontrar nessa situação tão surreal.E se meu irmão ficar sabendo que me casei com meu chefe? E se minha mãe descobrir? Eles ficarão tão chateados comigo... Ou talvez coisa pior. Preciso ter uma boa desculpa preparada, pois eles jamais aceitariam essa situação.Talvez eu possa dizer que apenas vim acompanhá-lo ao evento, como sua convidada. Quem sabe isso possa ajudar a explicar a situação. Respiro fundo, tentando me acalmar, quando finalmente entramos no luxuoso salão da festa.— São poucos convidados mesmo? — pergunto a Victor, visivelmente nervosa.Ele me olha e então beija minha testa, soltando minha mão.— É uma festa bem exclusiva — ele explica. — O senhor Triton dificilmente chama muitas pessoas, são escolhidas a dedo. E se ele nos chamou, p
Assim que as portas do elevador se abriram, meus olhos foram presenteados com uma visão deslumbrante. O Capa Steakhouse & Bar era exatamente como eu havia imaginado - ou até mesmo melhor.O espaço era dividido em dois terraços externos e uma elegante sala de jantar, todos decorados com um tema espanhol cativante. Havia detalhes incríveis, como trajes de toureiro pendurados nas paredes e um jogo de luzes vermelhas que criava uma atmosfera charmosa e sofisticada.Fiquei encantada com a beleza do local, mas estranhei que estivesse completamente vazio. Olhei para Victor, um pouco confusa.—Está fechando?— Perguntei.Victor sorriu e então me respondeu:—Não, querida. Eu fechei o restaurante só para nós dois.Senti meu rosto esquentar ante aquela revelação. Não precisava disso, afinal.—Não era necessário, Victor...— comecei a dizer.Ele, porém, me interrompeu, dando um beijo suave em minha têmpora.—Mas eu precisava— disse, em um tom carinhoso.Aquele gesto e suas palavras me deixaram um t
Ainda podia sentir o cheiro de Clara em minhas mãos enquanto voltava para casa com ela adormecida em meu ombro. Depois de ter saído abruptamente da festa do senhor Triton, a melhor coisa que fiz foi levar Clara para um jantar a sós. Não esperava, no entanto, que ela se entregaria por completo daquela forma. Clara era minha, disso eu tinha certeza.Quando o motorista chegou em minha casa, não ousei acordar Clara. Peguei-a no colo assim que saí do carro e a levei direto para o meu quarto. Queria tê-la em minha cama, ao meu lado.Retirei delicadamente o vestido dela, deixando-a apenas de lingerie. Meu Deus, que mulher. Aquela conversa com o senhor Triton realmente me tirou do eixo. Eu não poderia deixar Triton ter Clara em suas mãos. Agora eu entendia o motivo do homem querer fazer negócios com empresários casados — ele tinha seus próprios negócios por baixo dos panos.Não que eu não soubesse da sujeira de Triton. Por isso mesmo, eu queria o contrato. Mas uma festa privada? Isso foi long