"Fala, Max. Como sabia que eu já havia terminado a reunião com o advogado da Triton?" Perguntei, curioso.
"Oras, Victor, eu te conheço bem o suficiente." Sua voz soou divertida do outro lado da linha. "E então, como foi? O Adrien Moreau é tão implacável quanto me disseram?"
Suspirei, passando a mão pelos cabelos. "Você tinha razão, Max. A Triton é uma empresa bastante tradicional, assim como o seu dono, Leonardo Duval."
"Eu te disse!" Ele exclamou. "E você sabe o que isso significa, não é?"
Relutantemente, assenti, mesmo que ele não pudesse me ver. "Sim, eu sei. Você acha que eu preciso me casar para fechar esse negócio."
"Exatamente!" Max respondeu. "Esses caras da Triton querem ver uma imagem de família, de estabilidade. Um CEO solteiro de quase 40 anos não vai convencê-los."
Resmunguei, tentando não soar tão inconformado. "Eu sei, Max. Mas isso é muito arriscado. Não posso simplesmente arrumar uma noiva da noite pro dia."
"Mais arriscado do que perder esse contrato?" Sua voz ficou séria. "Você sabe o quanto isso significaria para a Calderón Enterprises, Victor. Não dá pra jogar essa oportunidade fora."
Fitei a estrada à minha frente, ponderando suas palavras. Ele tinha razão, essa fusão poderia ser uma virada de jogo para a minha empresa.
"Tudo bem, você tem um ponto." Admiti, derrotado. "Mas eu não vou me casar com a primeira mulher que aparecer, Max. Eu preciso ter o mínimo de controle sobre a situação."
Meu meio-irmão riu do outro lado. "Eu sei, eu sei. Você sempre foi um conquistador, Victor. Só não deixe essa sua fama de galã atrapalhar os planos da empresa, okay?"
Sorri de leve, relembrando de como eu costumava sair com modelos e atrizes quando era mais jovem. "Pode deixar, eu vou me comportar. Não posso estragar tudo por causa de um deslize."
"Ótimo. Agora vá pra casa e comece a procurar a sua futura esposa!" Max brincou, antes de nos despedirmos.
Desconectei o celular do sistema de áudio do carro, deixando a música ambiente tomar conta do veículo. Aquela conversa havia me deixado bastante pensativo.
Casar-me apenas por conveniência? Não era exatamente o que eu havia planejado para minha vida. Mas se aquilo significava garantir o futuro da Calderón Enterprises, talvez valesse a pena arriscar.
Afinal, eu já havia provado que podia me divertir e manter meu trabalho em ordem. Encontrar uma mulher que se encaixasse no perfil que a Triton exigia não deveria ser tão difícil.
Com essa determinação em mente, segui meu caminho para casa, disposto a encarar esse novo desafio de frente.
Enquanto deitado em minha cama, peguei o celular e comecei a vasculhar meus contatos e redes sociais. Meus olhos se detiveram nas fotos das últimas mulheres com quem eu havia saído. Belas, sim, mas a imagem que elas transmitiam estava longe do que a Triton Technologies e a família Duval esperavam.
Aquelas garotas chamavam muito a atenção, seu estilo de vida era um tanto extravagante e, francamente, vulgar. Não era o tipo de imagem que eu gostaria que minha empresa refletisse, muito menos que eu, como CEO, aparecesse associado.
A família Duval, por outro lado, sempre era retratada pelas revistas como um exemplo de família tradicional e conservadora. Suas viagens a locais históricos e sua postura impecável eram exatamente o que a Triton precisava enxergar em mim.
Soltei um suspiro frustrado, deixando o celular de lado. Não poderia cometer nenhum deslize que manchasse a reputação da Calderón Enterprises. Essa parceria era fundamental para o meu negócio.
Foi então que meu celular vibrou com uma nova notificação. Olhei para a tela e vi que era um e-mail da minha secretária, Clara Martins.
"Sr. Calderón, só lembrando que amanhã temos a exposição no evento das 10h da manhã. Favor confirmar sua presença."
Contemplei a mensagem por alguns instantes, meus pensamentos se voltando para Clara. Ela era eficiente, discreta e mantinha uma imagem impecável. Talvez... Talvez ela pudesse ser a resposta para meu problema.
Respirando fundo, levantei-me da cama e comecei a me despir, preparando-me para uma boa noite de sono. Precisava refletir melhor sobre essa possibilidade. Clara poderia ser a candidata perfeita para se tornar minha noiva e, assim, garantir essa fusão tão importante.
Com esse novo plano em mente, senti uma pontada de esperança. Talvez eu não tivesse que recorrer a um casamento puramente por conveniência. Quem sabe, com o tempo, eu pudesse até mesmo desenvolver alguns sentimentos por ela.
Desliguei as luzes e me acomodei embaixo das cobertas, determinado a chegar a uma decisão sobre o assunto. Afinal, o futuro da Calderón Enterprises dependia disso.
Deitado em minha cama, não conseguia parar de pensar em todas as possibilidades que se apresentavam diante de mim. Meus olhos voltaram a se debruçar sobre a foto de uma das belas jovens com quem eu havia saído no passado.
Sim, aquele tipo de mulher seria muito mais fácil. Não haveria complicações, apenas sorrisos e gemidos. Eu poderia simplesmente dormir com uma delas e resolver meu "problema" de uma forma rápida e indolor.
Porém, uma voz em minha mente insistia em me lembrar do que realmente estava em jogo. A Calderón Enterprises dependia dessa fusão com a Triton Technologies. Não podia arriscar tudo por causa de um capricho.
Suspirei pesadamente, colocando o celular de lado. Clara Martins, minha competente secretária, poderia ser uma opção muito mais viável. Afinal, ela mantinha uma imagem impecável, era eficiente e discreta.
Mas então me lembrei de sua tendência a ser um tanto desastrada e atrapalhada em certas situações. Como eu poderia apresentá-la como minha noiva diante da família Duval, se ela estivesse sempre atrasada ou cometendo gafes?
E quanto a ter filhos? Será que eu teria que estender o contrato de casamento por anos a fio? Seria esse o preço a pagar pela estabilidade da minha empresa?
Frustrado, passei as mãos pelo rosto, sentindo a tensão acumular-se em meus músculos. Não havia uma solução perfeita. Qualquer caminho que eu escolhesse teria seus desafios.
Talvez a resposta estivesse em encontrar um meio-termo. Uma mulher que pudesse desempenhar o papel de noiva perfeita, mas que também me atraísse e com quem eu pudesse criar uma conexão real, ainda que fosse apenas por conveniência.
Mas onde eu encontraria alguém assim? Alguém que conciliasse beleza, elegância e competência?
Suspirando novamente, decidi que precisava dormir. Amanhã seria um longo dia, com a exposição da Calderón Enterprises. Quem sabe eu não encontraria minha resposta lá?
Desliguei as luzes e fechei os olhos, tentando acalmar minha mente inquieta. Fosse qual fosse a solução, precisava agir rápido. Meu futuro e o da minha empresa dependiam disso.
Eu não conseguia parar de me perguntar onde o Sr. Calderón estaria. Aquela era uma exposição tão importante para a Calderón Enterprises, e eu precisava que tudo saísse perfeito.Enquanto caminhava apressadamente pelo corredor do Smart City Expo World, senti o suor se acumulando em minhas axilas. Meu Deus, isso não podia estar acontecendo! Corri para o banheiro feminino, puxando alguns papéis e passando-os em meus braços, tentando diminuir o incômodo.— Vai dar tudo certo, Clara, vai dar tudo certo — murmurei para mim mesma, enquanto me olhava no espelho. Retoquei a maquiagem e ajeitei a blusa, tentando parecer o mais apresentável possível.Quando cheguei ao estande da empresa, suspirei aliviada ao ver que tudo estava montado e pronto, exatamente como havíamos planejado. Agradeci aos funcionários em nome do Sr. Calderón, esperando que ele chegasse a qualquer momento.Então, lá estava ele, parado no meio do estande, com sua expressão séria e distante. Meu coração disparou, e eu me aprox
— Claro, Sr. Calderón — respondi, tentando manter a calma. — O que posso fazer por você?Ele me conduziu até fora do estande, em direção à saída do centro de eventos. Seu semblante parecia mais relaxado do que o usual.— Quero lhe agradecer pelo excelente trabalho que você realizou hoje — ele disse, surpreendendo-me. — Sua competência e dedicação foram fundamentais para o sucesso da nossa apresentação.Senti minhas bochechas esquentarem com o elogio. Não estava acostumada a receber tamanho reconhecimento do meu chefe tão reservado.— Muito obrigada, senhor — respondi, tentando manter a compostura. — Fico feliz em saber que meu desempenho foi satisfatório.Ele assentiu, pensativo.— Na verdade, gostaria de convidá-lo para jantar comigo — ele continuou. — É a minha forma de agradecer pelo seu esforço.Mal pude acreditar no que estava ouvindo. Um convite para jantar, vindo do próprio Sr. Calderón? Meu estômago se agitou, e eu senti uma pontada de ansiedade.— Eu… Eu ficaria honrada, senh
Ao carregar Clara em meus braços, não pude deixar de notar o quanto ela parecia frágil e vulnerável naquele momento. Sua expressão envergonhada e as lágrimas que ainda brilhavam em seus olhos me fizeram sentir uma pontada de arrependimento por tê-la colocado naquela situação constrangedora.Entrei no consultório do meu dentista particular, que já nos aguardava. Quando chegamos, Clara deu dois leves tapinhas em meu ombro, emitindo um som suave com a garganta, como se me lembrasse que ainda a estava carregando.— Oh, desculpe-me — disse, colocando-a delicadamente no chão. Ela ajeitou a roupa, o rosto completamente corado como um pimentão.— Doutor, peço perdão por estarmos aqui a esta hora, mas é um caso urgente — expliquei, sentindo a necessidade de me justificar.— Não se preocupe, meu amigo — respondeu o dentista, com um sorriso tranquilizador. — Vamos atender a senhorita imediatamente.Ele então conduziu Clara para a sala de atendimento, e eu os acompanhei, determinado a garantir qu
Reerguer a clínica de sua família seria uma excelente oportunidade para estreitar os laços com Clara. Afinal, ela precisava de ajuda, e eu poderia oferecer muito mais do que apenas um simples emprego. Essa poderia ser a chance perfeita de me aproximar dela.Com um sorriso satisfeito, comecei a traçar meu próximo passo. Estava determinado a fazer com que essa noite não se perdesse em vão. Pelo contrário, ela poderia ser o início de algo muito maior do que apenas um jantar.Clara, minha secretária, talvez fosse a mulher que eu estava procurando para ser minha noiva por contrato. E eu não iria desistir até ter a certeza de que ela aceitaria a minha proposta.Naquela manhã, quando cheguei ao escritório, percebi que Clara ainda não havia chegado. Isso não era novidade, afinal ela sempre tendia a se atrasar, mesmo depois de todas as minhas repreensões.No entanto, levando em conta os eventos da noite anterior, decidi ser um pouco mais compreensivo. Aquele acidente no restaurante deve ter si
Confesso que a noite passada foi uma verdadeira loucura. Depois de sair do consultório do dentista com meu chefe, Sr. Calderón, eu mal tinha cabeça para qualquer outra coisa além de correr para a clínica da minha família.— Mãe, como está o Miguel? — perguntei, aflita, assim que cheguei.Ela me olhou com aquele olhar sereno que só as mães conseguem ter.— Querida, o médico não deixou você visitar porque ele precisa de repouso. Mas não se preocupe, ele está bem.Bem? Como poderia estar bem se nem sequer podia vê-lo? Meu coração apertava só de imaginar meu irmãozinho sozinho naquele leito de hospital.— Mas mãe, eu preciso vê-lo! Ele deve estar se sentindo tão mal... — insisti, a voz embargada pela preocupação.— Filha, fique tranquila. O médico disse que as visitas frequentes podem deixá-lo mais doente. A imunidade dele ainda está frágil — ela explicou, tentando me acalmar.Mesmo assim, não conseguia me convencer. Mal dormi pensando no Miguel. E hoje, quando finalmente consegui visitar
Quando finalmente Victor desligou a ligação, ele me encarou com aquele olhar sério.— E então, Clara, como está o seu dente? — ele perguntou.Respirei aliviada por ele não ter tocado no meu atraso e no incidente com a xícara.— Ah, está ótimo, senhor! Bem firme e colado — respondi, tentando sorrir. Mas, ao ver sua expressão impassível, senti meu rosto queimar de vergonha.— Fico feliz em ouvir isso — ele disse, em um tom calmo. — Mas, ainda assim, acho justo que eu pague o seu tratamento. Aquilo não deveria ter acontecido.Abri a boca para protestar, mas ele me interrompeu:— Por favor, não insista. Eu me sinto responsável e gostaria de arcar com os custos.Assenti, relutantemente. Meu coração dizia que não deveria ter aceitado, que era uma atitude generosa demais de sua parte. Mas minha mente sabia que não poderia recusar, dada a situação financeira delicada da minha família.— Muito obrigada, senhor. Eu... eu aprecio muito a sua compreensão — gaguejei, sentindo-me ainda mais constra
Mal tinha chegado ao escritório e já podia sentir o olhar penetrante do Sr. Calderón sobre mim. Eu odiava quando ele me encarava daquele jeito, como se pudesse ver direto na minha alma. Aqueles olhos negros pareciam perscrutar cada movimento meu, cada gesto.Estava apenas copo de café da Starbucks para o senhor Calderón, havia me atrasado cinco minutos por conta de um maldito ciclista passou na minha frente e me fazendo derrubar todo o meu café em minha camiseta. Precisei correr para o banheiro assim que cheguei no prédio para tentar tirar a grande mancha da camisa, mas foi em vão.Estendi o copo de café, a mão tremendo levemente. — Desculpe o atraso, senhor. Tive um pequeno imprevisto no caminho.— Engoli em seco, rezando para que ele não notasse a mancha em minha blusa.Ele pegou o copo, os lábios se contraindo em uma careta.— Senhorita Martins, você sabe muito bem que odeio atrasos — A voz grave e autoritária ecoou pelo escritório silencioso.Abaixei o olhar, sentindo minhas b
— Eu espero que sim...— Mordi o lábio inferior, a insegurança ainda me corroendo por dentro. — Às vezes eu me sinto tão… inadequada perto dele, sabe? Como se nunca fosse o suficiente.Isabella me encarou com seriedade. — Olha, você precisa parar de se menosprezar assim. Você é incrível, Clara, e merece muito mais do que esse chefe rabugento te tratando mal. — Ela fez uma pausa, seus olhos brilhando com determinação. — Se ele não consegue enxergar o seu valor, o problema é dele, não seu.Suas palavras me acalmaram um pouco. Ela sempre sabia o que dizer para me fazer sentir melhor. — Obrigada, Isa. Eu realmente não sei o que faria sem você.— Ah, você sabe que eu sempre estarei aqui pra você.— Ela me deu um abraço apertado. — Agora vá se trocar logo, antes que o Sr. Grinch volte e fique bravo por você estar demorando.Ri da comparação, me sentindo um pouco mais leve. — Certo, certo. Já estou indo.Me dirigi ao banheiro, a camisa de Isabella em mãos. Talvez, com o apoio da minha am