Mas Alexander não havia terminado com ela. Carregou-a no colo, o olhar faminto como o de um homem que havia provado algo viciante e precisava de mais. Entraram no quarto e ela, já mais ousada, o empurrou sobre a cama e montou sobre ele. Seus quadris começaram a se mover lentamente, provocando-o, guiando o ritmo. Alexander segurava seus quadris, os olhos cravados nela como se estivesse diante de uma deusa. — Isso... assim nifetinha gostosa ...me mostra do que é capaz — ele rosnou, sentindo-se à beira da loucura. Ela o cavalgava com um misto de desejo e desafio, os cabelos soltos balançando, os seios se movendo com cada movimento, os gemidos se misturando à respiração pesada dele. O prazer veio novamente, intenso, avassalador. E mesmo depois disso, ainda não tinham terminado. Alexander parecia uma máquina de fazer sexo e ela se igulava ao desejo insaciável dele ,depois que descobriu o prazer em seus braços. Foram para o banheiro. A água quente caía sobre os corpos ainda febris
Liz hesitou por um segundo. Uma pausa curta, mas suficiente para que o silêncio falasse por ela. — Não... por que eu ficaria? — mentiu, sorrindo com os lábios, mas não com os olhos. Alexander a observou em silêncio por um instante. Talvez tenha percebido a mentira, talvez tenha decidido ignorá-la. Seu rosto endureceu levemente, como se precisasse proteger algo dentro dele — ou dentro dela. — Que bom que não ficou — disse, a voz mais fria do que antes. — Porque eu fui claro, Liz. Não espere de mim o que eu não posso te dar. Se cometer o erro de se apaixonar e me cobrar algo... saiba que eu não hesitarei em tirar você da minha vida. Sem hesitar. O coração de Liz se apertou. Não pelas palavras em si, mas pela firmeza com que ele as disse. Ele não estava brincando. Mas, mesmo assim, ela não recuou. Quis desafiá-lo. Ou talvez, só quis entender até onde ele iria. — E se você se apaixonar? O que eu devo fazer? Ele riu. Um som baixo, rouco, sem alegria. — Não se preocupe, Li
Elizabete Vasconcelos — ou simplesmente Liz, como todos a chamavam — vagava pelas ruas de São Paulo como uma alma penada, com o corpo frágil coberto por roupas sujas e os pés descalços e feridos. A fome queimava seu estômago, a sede ressecava sua boca, e o frio da madrugada cortava sua pele como lâminas. Mas nada doía mais do que a rejeição. Nada era mais cruel do que ter sido jogada no mundo por aqueles que deveriam amá-la incondicionalmente.Filha única de uma família rica e tradicional, Liz crescera sob a vigilância implacável de dois carrascos: sua mãe, uma fanática religiosa obcecada pela aparência de santidade, e seu pai, um ex-sargento do exército, severo, inflexível e completamente insensível a qualquer emoção.Seu “pecado”? Ter engravidado aos 19 anos. Uma gravidez que nem sequer foi desejada. Um acidente. Um deslize cometido em um momento de ingenuidade com o homem que jurava amá-la. Lúcio.Eles tinham usado preservativo. Mas estourou. E com ele, estourou também a ilusão de
Ela cambaleava como um fantasma à deriva, um vulto perdido entre buzinas, luzes de farol e vitrines iluminadas que contrastavam cruelmente com sua escuridão. A cidade estava viva. Mas ela… estava morrendo.Tinha perdido tudo.O amor. A dignidade. O respeito. E agora… seu bebê.— Por favor… alguém… — murmurava, a voz arrastada, sumida pelo vento. — Me ajuda…Mas ninguém parava.Até que, ao tentar atravessar uma avenida movimentada, suas pernas falharam de vez. O som de pneus cantando no asfalto, o grito de um motorista, uma buzina estridente.E então, escuridão.Mas antes de desmaiar, seus olhos ainda conseguiram captar um único detalhe.O rosto dele.Tão irreal que por um instante achou que fosse a própria morte em forma de anjo.Olhos intensos, azul profundo como o céu antes da tempestade. Cabelos escuros, molhados pela chuva, grudando na testa. Maxilar marcado. Sobrancelhas contraídas em preocupação. Ele era o homem mais lindo que Liz já vira — e o último que imaginou que veria naqu
Desde então, Alexander se trancou para o amor. Nunca mais quis amar, nunca mais quis arriscar. Para ele, se casar de novo era o mesmo que trair o sacrifício de Julia. Era colocar outra mulher em seu lugar, algo que ele jurou jamais fazer.Mas nem todos pensavam assim.Seus pais e os pais de Julia insistiam para que ele seguisse em frente, refizesse a vida, desse à filha uma figura materna. Para seus sogros, a escolha ideal era óbvia: Tamara, a irmã mais nova de Julia.Bonita, educada, doce. Tamara sempre esteve por perto. A família via nela a sucessora natural da irmã — mas Alexander não a via com olhos de homem. Ela era apenas... Tamara. Uma amiga leal. Nada mais.Mesmo assim, os sogros foram além. Entraram com um pedido judicial de guarda de Adélia. A alegação? Que ele, um bilionário extremamente ocupado, não era capaz de oferecer à filha o lar e a atenção de que ela precisava.Aquilo o abalou profundamente.A ideia de perder Adélia o fez considerar o impensável. Talvez fosse hora d
Depois de um momento de silêncio Liz resolve falar novamente.. — Eu… eu sei quem o senhor é — murmurou Liz, baixando o olhar, envergonhada. — Já vi seu rosto em várias revistas. O CEO bilionário… o gênio da tecnologia. O homem mais poderoso do Brasil. Ela falou com uma mistura de admiração e incredulidade, como se não compreendesse como alguém tão distante de sua realidade poderia estar ali, ao seu lado, se importando com ela. Alexander sorriu de leve, tentando quebrar a tensão que ela parecia carregar nos ombros frágeis. — Prefiro que me chame só de Alexander. O fato de ter dinheiro não me torna menos humano, Liz. E, sinceramente… se as pessoas não se importaram com você, talvez seja porque perderam a humanidade há muito tempo. Os olhos dela se encheram de lágrimas. Não por tristeza, mas pela gentileza inesperada que lhe aquecia o peito. Era a primeira vez, em muito tempo, que alguém falava com ela como se ela ainda tivesse valor. — Como… como uma jovem como você foi parar nas
Liz discou com dedos trêmulos, o coração disparando como se uma parte dela ainda acreditasse. Mas tudo o que ouviu foi uma voz mecânica e fria: “O número que você chamou está desligado ou fora da área de cobertura.”Tentou de novo. Mais três vezes. Nada. O mesmo silêncio doloroso. A mesma ausência. A esperança foi dando lugar à humilhação, ao cansaço de confiar.— Eu sou mesmo uma idiota — murmurou, devolvendo o celular a Valéria. — Acreditar em homem de novo... eu sou uma burra.— Ei, não fala assim. Você só é boa demais. E gente boa demais sempre espera o melhor dos outros.Valéria era uma mulher de quarenta anos, enfermeira há décadas, com um coração enorme e um olhar cheio de compaixão. Quando soube que Liz não tinha pra onde ir, ofereceu sua casa. Um pequeno apartamento onde, de tempos em tempos, seu namorado Afonso dormia algumas noites,o que deixou Liz apreensiva ,achando que ia lhe atrapalhar e então ela lhe falou sobre isso.— Ele não fica lá direto, só às vezes. Você pode us
A mulher assentiu lentamente, como se cada resposta fosse parte de um quebra-cabeça que ela já sabia montar. — E a sua história, Liz? O que houve com você?O que uma jovem tão linda faz morando nas ruas ? Liz hesitou, mas algo na voz da mulher — autoritária, porém gentil — a fez ceder. Contou quase tudo. A briga com os pais, a rejeição, o hospital, a tentativa frustrada de recomeçar, a promessa de ajuda que nunca veio, a noite em que foi quase violada pelo namorado da amiga. O olhar da mulher se estreitou ao ouvir sobre a recusa dos empregos. — A sua beleza me chamou atenção de longe — ela disse, repousando a xícara sobre o pires. — Você não tem ideia de quanto pode se da bem na vida com esse rostinho e esse corpo perfeito. Liz franziu a testa. — Se for fazendo o que eu estou pensando... não. Eu não sou... não farei isso. A mulher sorriu, paciente. — Não precisa se ofender, querida. Só estou sendo realista. Já que sua beleza só lhe trouxe dor, sofrimento e atraiu os homens errad