Desde então, Alexander se trancou para o amor. Nunca mais quis amar, nunca mais quis arriscar. Para ele, se casar de novo era o mesmo que trair o sacrifício de Julia. Era colocar outra mulher em seu lugar, algo que ele jurou jamais fazer.
Mas nem todos pensavam assim. Seus pais e os pais de Julia insistiam para que ele seguisse em frente, refizesse a vida, desse à filha uma figura materna. Para seus sogros, a escolha ideal era óbvia: Tamara, a irmã mais nova de Julia. Bonita, educada, doce. Tamara sempre esteve por perto. A família via nela a sucessora natural da irmã — mas Alexander não a via com olhos de homem. Ela era apenas... Tamara. Uma amiga leal. Nada mais. Mesmo assim, os sogros foram além. Entraram com um pedido judicial de guarda de Adélia. A alegação? Que ele, um bilionário extremamente ocupado, não era capaz de oferecer à filha o lar e a atenção de que ela precisava. Aquilo o abalou profundamente. A ideia de perder Adélia o fez considerar o impensável. Talvez fosse hora de se casar novamente. Não por amor. Não por desejo. Mas por estratégia. Por proteção. Ele precisava de alguém. Uma mulher disposta a assinar um contrato. Um acordo claro: um casamento apenas no papel, com regras estabelecidas. Nada de sentimentos. Nada de cobranças. Apenas respeito mútuo, conforto, segurança — e, quem sabe, se houvesse desejo de ambas as partes, sexo sem envolvimento emocional. O amor? Esse ele havia enterrado com Julia. Ele estava absorto em seus pensamentos quando a porta da emergência se abriu lentamente, revelando um médico de meia-idade com expressão cansada, mas cordial. Alexander ergueu-se de imediato da poltrona em que havia sentado , o coração disparando no peito — sem entender bem o porquê. Afinal, aquela mulher era uma estranha.. — Ela está fora de perigo — anunciou o médico, oferecendo um sorriso breve. — Perdeu muito sangue, mas reagiu bem ao tratamento. É jovem, forte. Vai se recuperar. Alexander soltou um suspiro de alívio. Mas o alívio durou pouco. — E o bebê? — perguntou com a voz baixa, quase temendo a resposta. O médico abaixou os olhos por um instante antes de responder: — Infelizmente... não conseguimos salvá-lo. A hemorragia foi intensa. Fizemos o possível, mas era tarde demais. Alexander sentiu um peso no peito. Aquela jovem já havia perdido tanto, e agora mais uma dor seria somada à sua existência. Não sabia quem ela era, de onde viera, nem o que a tinha levado até aquele ponto. Mas, de algum modo, sentia-se responsável. — Ela disse seu nome? — perguntou. — Sim. Elizabete. Mas prefere ser chamada de Liz. "Liz." O nome soou familiar em seus pensamentos, como uma melodia esquecida de uma lembrança distante. Mas ele não comentou. — Posso vê-la? — Pode, sim. Ela está acordada, embora abalada. A enfermeira lhe deu banho, trocou as roupas e a deixou mais confortável. Fizemos o possível para dar a ela um pouco de dignidade. E com sua autorização, oferecemos os melhores cuidados. Alexander assentiu, agradecido. Antes de segui-lo, o médico não resistiu à curiosidade: — Com todo o respeito... é raro ver um homem como o senhor socorrer uma moradora de rua. Um bilionário, ainda por cima. O que o levou a fazer isso? Alexander não hesitou: — O que nos torna dignos não é o saldo bancário, doutor. É a forma como tratamos os que nada têm a nos oferecer. O mundo está tão frio... Se não temos compaixão, temos o quê? O médico sorriu, surpreso pela simplicidade daquela resposta, e o guiou até o quarto onde Liz estava. Quando a porta se abriu, Alexander a viu pela primeira vez... limpa. O rosto antes coberto pela sujeira da rua agora estava revelado, e o que viu lhe tirou o ar. Ela era linda. Delicada como uma pintura renascentista. Os cabelos escuros ainda úmidos caíam soltos sobre os ombros. Os olhos azuis — incrivelmente azuis — estavam levemente inchados pelas lágrimas, mas mesmo assim brilhavam com uma intensidade dolorosa. Sua pele era alva, os traços suaves, quase etéreos. E ela era tão jovem… Tão frágil. Liz ergueu o olhar quando percebeu a presença dele na porta. Por um segundo, hesitou. Mas então tentou se sentar na cama, com esforço. Ele se aproximou depressa. — Não se levante — disse ele, com a voz baixa, firme e gentil. — Está tudo bem. — Foi você quem me socorreu? — sua voz saiu fraca, rouca, mas cheia de emoção. — Fui. — Ele se sentou ao lado da cama, os olhos fixos nos dela. _Digamos que eu estava no lugar certo e na hora certa. As lágrimas voltaram aos olhos de Liz, e ela as limpou apressadamente com o dorso da mão. — Obrigada. Ninguém... nunca... — ela respirou fundo, engolindo o choro — ninguém nunca parou por mim. Ninguém se importou com o meu pedido de ajuda ....acho que se não fosse por você teria morrido...na verdade acho que seria até melhor eu... Aquilo o atingiu mais fundo do que gostaria de admitir. — Não diga isso Você é muito jovem ,tem uma vida inteira pela frente e a propósito eu nem me apresentei sou Alexander Ferraz e você é Elizabete ou simplesmente Liz como o médico me disse que prefere ser chamada. É um prazer conhece -la Liz . _Prazer Alexander e novamnte ,obrigada. Um silêncio se estendeu entre eles. Mas não era desconfortável. Era denso. Intenso. Cheio de perguntas não ditas e sensações não compreendidas. Alexander não conseguia parar de olhar para ela. Havia algo... algo naquela jovem que lhe parecia familiar. Um traço no rosto. Um jeito no olhar. Como se já a tivesse visto antes. E, mesmo sem saber de onde vinha, um desejo estranho nasceu em seu peito — o de protegê-la. De dar a ela o que julgava que nunca teve. Ela era tudo o que não fazia parte do seu mundo. E, ainda assim, ele estava ali. Incapaz de se afastar.Depois de um momento de silêncio Liz resolve falar novamente.. — Eu… eu sei quem o senhor é — murmurou Liz, baixando o olhar, envergonhada. — Já vi seu rosto em várias revistas. O CEO bilionário… o gênio da tecnologia. O homem mais poderoso do Brasil. Ela falou com uma mistura de admiração e incredulidade, como se não compreendesse como alguém tão distante de sua realidade poderia estar ali, ao seu lado, se importando com ela. Alexander sorriu de leve, tentando quebrar a tensão que ela parecia carregar nos ombros frágeis. — Prefiro que me chame só de Alexander. O fato de ter dinheiro não me torna menos humano, Liz. E, sinceramente… se as pessoas não se importaram com você, talvez seja porque perderam a humanidade há muito tempo. Os olhos dela se encheram de lágrimas. Não por tristeza, mas pela gentileza inesperada que lhe aquecia o peito. Era a primeira vez, em muito tempo, que alguém falava com ela como se ela ainda tivesse valor. — Como… como uma jovem como você foi parar nas
Liz discou com dedos trêmulos, o coração disparando como se uma parte dela ainda acreditasse. Mas tudo o que ouviu foi uma voz mecânica e fria: “O número que você chamou está desligado ou fora da área de cobertura.”Tentou de novo. Mais três vezes. Nada. O mesmo silêncio doloroso. A mesma ausência. A esperança foi dando lugar à humilhação, ao cansaço de confiar.— Eu sou mesmo uma idiota — murmurou, devolvendo o celular a Valéria. — Acreditar em homem de novo... eu sou uma burra.— Ei, não fala assim. Você só é boa demais. E gente boa demais sempre espera o melhor dos outros.Valéria era uma mulher de quarenta anos, enfermeira há décadas, com um coração enorme e um olhar cheio de compaixão. Quando soube que Liz não tinha pra onde ir, ofereceu sua casa. Um pequeno apartamento onde, de tempos em tempos, seu namorado Afonso dormia algumas noites,o que deixou Liz apreensiva ,achando que ia lhe atrapalhar e então ela lhe falou sobre isso.— Ele não fica lá direto, só às vezes. Você pode us
A mulher assentiu lentamente, como se cada resposta fosse parte de um quebra-cabeça que ela já sabia montar. — E a sua história, Liz? O que houve com você?O que uma jovem tão linda faz morando nas ruas ? Liz hesitou, mas algo na voz da mulher — autoritária, porém gentil — a fez ceder. Contou quase tudo. A briga com os pais, a rejeição, o hospital, a tentativa frustrada de recomeçar, a promessa de ajuda que nunca veio, a noite em que foi quase violada pelo namorado da amiga. O olhar da mulher se estreitou ao ouvir sobre a recusa dos empregos. — A sua beleza me chamou atenção de longe — ela disse, repousando a xícara sobre o pires. — Você não tem ideia de quanto pode se da bem na vida com esse rostinho e esse corpo perfeito. Liz franziu a testa. — Se for fazendo o que eu estou pensando... não. Eu não sou... não farei isso. A mulher sorriu, paciente. — Não precisa se ofender, querida. Só estou sendo realista. Já que sua beleza só lhe trouxe dor, sofrimento e atraiu os homens errad
Ele se virou lentamente, como se aquele nome tivesse o poder de paralisar o tempo. Quando seus olhos encontraram os dela, o mundo inteiro pareceu parar. Nenhum som. Nenhuma respiração. Só aquela conexão intensa e eletrizante que voltava com uma força avassaladora.Ele a devorava com os olhos, como se estivesse tentando entender quem era aquela mulher à sua frente. Liz estava mais bonita do que ele recordava — os traços delicados, os lábios levemente entreabertos, os olhos brilhando com desafio e dor. A transformação era visível. Ela já não era apenas a garota quebrada que ele salvara na rua. Ela era uma mulher. Linda, intensa, com uma sensualidade que parecia natural… e absolutamente proibida.Aquilo o desestabilizou.Havia algo nela que agora o atraía de forma irracional, selvagem. Um ímã poderoso que o puxava para perto, e ele nunca sentiu tanto desejo assim por uma mulher ,nem mesmo por Julia ,a sua falecida esposa .Ele neo sabia porque na segunda vez que via aquele garota ele fic
Liz fechou os olhos, sentindo a dor de ser acusada tão injustamente por Valéria. A lembrança era amarga, mas nada se comparava à intensidade do olhar de Alexander, que a queimava. — Ela disse que você voltou para as ruas, onde, segundo ela, nunca deveria ter saído. E eu fiquei desesperado. Desde aquela noite em que te socorri, algo em mim despertou. Me senti responsável por você, Liz. Como se… como se te conhecesse antes. Como se fosse meu dever te proteger. Por mais estranho que isso possa parecer, eu sinto que já te conhecia… só não lembro de onde. Ele se abaixou levemente, ficando à altura dela, os rostos perigosamente próximos de novo. Liz pôde ver cada detalhe do rosto dele, o calor dos olhos, a tensão no maxilar. A respiração dele roçava sua pele, e tudo em seu corpo clamava por algo que ela mesma não queria admitir. Seus rostos se inclinaram, inconscientemente, como se um beijo fosse inevitável… mas ela se conteve no último instante, respirando fundo. — Posso falar agora? —
Ele lançou um olhar breve para ela antes de voltar os olhos para a rua. — Não é desprezo. — A voz dele saiu baixa, mais pesada. — Muito pelo contrário... Eu já amei mais do que qualquer homem nessa vida .Quanto ela morreu,Julia ,minha falecida esposa , tudo em mim morreu junto. Inclusive a capacidade de sentir esse tipo de amor de novo. Ela o fitou, surpresa com a honestidade. — Você é viúvo...? Ele assentiu. — Sim. E antes que pergunte, se tenho filhos ,sim, tenho uma filha. de seis anos. A razão da minha vida. Liz sentiu o coração apertar. — E mesmo assim vai me levar pra sua casa? Onde a sua filha mora?Ela não vai estranhar isso ? Ele respirou fundo. — Ela não está em casa. Está na casa dos avós. Dormindo lá hoje... contra a minha vontade. — Por quê? — perguntou, curiosa. A expressão dele endureceu. — Os pais da minha esposa.... estão tentando me tirar a guarda dela na justiça. Acham que eu não sou um bom pai por... motivos pessoais. Está sendo uma briga
Com o polegar, ele tocou seus lábios. Ela fechou os olhos, sentindo a eletricidade daquele toque. Esperava pelo beijo. Queria. Desejava. Mas ele se afastou. — Eu te quero, Liz. Como nunca quis mulher alguma. E está mais do que evidente. Ele se acomodou no sofá com a confiança de um predador no controle. Esticou uma das pernas com indolência e, com um leve tapa em sua coxa musculosa, a convidou sem dizer uma palavra. O gesto, simples e carregado de masculinidade, arrepiou cada centímetro do corpo de Liz. Hesitante, sentindo o coração martelar no peito, ela se aproximou. Seus olhos se encontraram por um instante — intensos, carregados de tensão e desejo contido — antes que ela finalmente cedesse e se acomodasse em seu colo. As mãos dele imediatamente deslizaram por sua cintura, firmes, possessivas,como se já fosse dele. A sensação do corpo dela encaixado sobre o dele fez seu maxilar travar. O calor entre os dois era palpável, quase sufocante. O vestido fino de Liz pouco escond
Mas Alexander não havia terminado com ela. Carregou-a no colo, o olhar faminto como o de um homem que havia provado algo viciante e precisava de mais. Entraram no quarto e ela, já mais ousada, o empurrou sobre a cama e montou sobre ele. Seus quadris começaram a se mover lentamente, provocando-o, guiando o ritmo. Alexander segurava seus quadris, os olhos cravados nela como se estivesse diante de uma deusa. — Isso... assim nifetinha gostosa ...me mostra do que é capaz — ele rosnou, sentindo-se à beira da loucura. Ela o cavalgava com um misto de desejo e desafio, os cabelos soltos balançando, os seios se movendo com cada movimento, os gemidos se misturando à respiração pesada dele. O prazer veio novamente, intenso, avassalador. E mesmo depois disso, ainda não tinham terminado. Alexander parecia uma máquina de fazer sexo e ela se igulava ao desejo insaciável dele ,depois que descobriu o prazer em seus braços. Foram para o banheiro. A água quente caía sobre os corpos ainda febris