Um ano como esposa do governador?

Anna Martins

Saí do escritório de Jackson ainda um pouco eufórica. Aceitar um casamento de fachada com o governador dos Estados Unidos não era algo que eu esperava para a minha vida, mas as circunstâncias me empurraram para essa decisão.

Minha carreira como fotógrafa estava em declínio e apesar dos esforços dos meus pais e avós em aceitar ajuda deles e me apoiar ao sucesso da minha mãe Mônica Martins Mancini, uma fotógrafa de sucesso e renomada em toda a América, eu queria que meu sucesso fosse apenas através dos meus esforços.

Enquanto caminhava pelo corredor, sentia meu coração bater acelerado. A ideia de passar um ano fingindo ser a esposa de Jackson era surreal.

Estava quase na saída do prédio quando ouvi alguém chamar meu nome.

—Anna!

Virei-me para ver um homem vindo em minha direção. Ele parecia familiar, mas não conseguia situá-lo em minha memória.

—Sim?—perguntei, tentando soar educada.

—Sou eu, o Heitor. Não me reconhece?—disse ele, segurando meu braço gentilmente.

Olhei para ele, forçando minha mente a lembrar, mas não conseguia.

—Desculpe, mas não consigo me lembrar...

Ele suspirou, seus olhos cheios de uma mistura de esperança e decepção.

—Há um pouco mais de cinco anos, fui ao Brasil e te conheci. Começamos a namorar, mas eu precisei voltar para os Estados Unidos e você não quis continuar nosso namoro. Hoje, ao ver sua foto na mídia, decidi que seria bom te rever.

Enquanto ele falava, senti uma dor aguda na cabeça. Memórias começaram a surgir, como flashes de um passado distante. Eu via o rosto de Heitor, nossos momentos juntos, e um pedido de casamento que ele havia feito para mim.

—Eu... me lembro de você.—murmurei, ainda atordoada pelas lembranças repentinas. —Heitor, eu... meu Deus, não sei o que dizer.Sofri um acidente e perdi parte da minha memória e te ver hoje me fez recordar parte das minhas lembranças.

Ele me olhou com um sorriso triste.

—Não precisa dizer nada, Anna. Só queria te ver e saber como você está. Mas agora, vendo a situação em que você está, percebo que talvez não seja o melhor momento.

Minha mente estava um turbilhão. Primeiro, o casamento de fachada com Jackson, e agora, um pedaço esquecido do meu passado retornando de forma tão inesperada. —Heitor, eu... estou no meio de algo muito complicado. Podemos conversar mais tarde?

Ele assentiu, compreensivo.

—Claro, Anna. Vou deixar meu número com você. Quando se sentir pronta, me ligue. Não quero te pressionar, só queria te ver novamente.

Peguei o número que ele me entregou, ainda tentando processar tudo.

—Obrigada, Heitor. —digo e ele solta lentamente a minha mão.

Enquanto ele se afastava, fiquei ali parada, sentindo a cabeça girar. As memórias fragmentadas ainda dançavam na minha mente, e eu sabia que teria que confrontar tanto o meu passado quanto o futuro incerto que se desenrolava à minha frente.

Olhei para ele entrando no carro e vi uma mulher ali ao lado dele,quando olhei fixamente para ela, minha cabeça literalmente parecia que ia explodir, mais memórias apareceram.

Eu estava nos Estados Unidos, tinha vindo ver o Heitor, dizer que o amava, mas aquela mulher, me enganou, ela me deixou bêbada e no dia seguinte acordei numa cama do hotel, sem lembrar de nada que havia acontecido.

Senti uma tontura intensa e fiquei prestes a cair, quando senti que alguém me segurou e antes que eu fechasse os olhos, o governador me pegou em seus braços.

Assim que acordei, estava no hospital, o governador estava ali do meu lado, me olhando fixamente.

—O que aconteceu?—perguntei confusa.

—Você está bem?Se sente melhor?—ele me perguntou com um olhar preocupado.

—Eu senti uma intensa dor de cabeça e algumas lembranças do meu passado vieram a tona.

—Que tipo de lembranças?Você consegue lembrar delas?Do que aconteceu no seu passado?

—Na verdade não muito, apenas de momentos que tive com o meu namorado que tive no passado quando o revi hoje.

—Apenas dele?—o governador pergunta como se estivesse curioso.

—Mas por que eu estou aqui?—perguntei.

—O médico disse que você teve um colapso nervoso e acabou desmaiando, provavelmente um efeito colateral do seu acidente, onde pode causar, caso se force a lembrar ou se esforce muito mentalmente.

—Que horas são? Preciso ir para casa, o Brasil e a América devem estar com fome.—digo pensando nos meus cachorros.

—Eu irei com você, te levarei e passarei a noite ao seu lado, afinal iremos nos casar e eu vou cumprir com a minha promessa de cuidar de você.—disse ele me encarando de forma amorosa, o que me deixou um pouco surpresa.

Continua...

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