Anna Martins
Eu me sento, exausta, mas sento, saindo da cama do hospital e Jackson me segura firme. Caminhamos lado a lado, como um casal, saindo do hospital. Ele abre a porta do carro e entra comigo. O motorista do governador nos leva até minha casa. Assim que chegamos, abro a porta e os meus dois cachorros, Brasil e América, correm em direção a Jackson, pulando animadamente sobre ele. Fico surpresa com a reação deles; nunca os vi gostar tanto de alguém tão rapidamente. Jackson me ajuda a servir a ração para os cachorros, e depois se senta no sofá. Ambos se deitam no colo dele, parecendo completamente à vontade. — Parece que não são só as pessoas que você consegue conquistar, senhor governador — comento, observando meus dois filhotes aninhados nele. — Será que também consigo conquistar sua mãe, Brasil e América? — diz ele, acariciando os cachorros com carinho. Engulo seco e, nesse momento, recebo uma ligação dos meus pais e avós, todos preocupados, querendo saber se estou noiva do governador dos Estados Unidos. Minha mãe, Mônica, pergunta se é verdade, enquanto minha avó, Helena, já exige ser convidada para o casamento. — Não, não estamos noivos, é um mal-entendido — explico, tentando acalmar minha família. — Eu ligo mais tarde para explicar melhor, prometo. Desligo o telefone e percebo Jackson me observando, um sorriso brincando em seus lábios. —Não contou a verdade para sua família?Tudo bem, podemos viajar no final de semana para Rússia e dessa forma os conheço e também peço diante deles, você em casamento.—diz ele com uma naturalidade que me admira. —Senhor governador, não acha que está levando a sério tudo isso?—pergunto-lhe. —Eu irei me casar com você Anna, então tenho que tratá-la com o devido respeito e também preciso fazer o mesmo com sua família—diz ele levantando-se do sofá e aproximando-se de mim. —O Mark me entregou um contrato, nosso contrato de casamento.—digo o deixando um pouco surpreso. —Sei que vê esse casamento como um contrato, mas eu não vejo assim Anna, espero que possa também ser minha amiga, minha confidente e uma mãe para minha filha. — Você pode dormir no quarto de visitas — digo, tentando não parecer nervosa, diante de tudo que ele me diz. Jackson apenas sorri e acena com a cabeça, enquanto os meus cachorros se ajeitam confortavelmente no colo dele novamente. Assim que levanto, ele também levanta e eu o levo até o quarto de visitas, quando abro a porta o Brasil acaba passando rápido e para que eu não pise nele, acabo me virando e caindo nos braços do Jackson, que me segura e a América corre também para dentro do quarto e ele desliza, acabamos caindo no chão e sem querer toco meus lábios no dele. Jackson Miller Eu não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Estávamos lá, Anna e eu, tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro. De repente, um movimento brusco e ela estava em cima de mim, nossos lábios se tocando, eu não consegui resistir e a beijei de forma tão ardente que me fez perder o fôlego. Por um instante, tudo ao meu redor desapareceu, exceto ela. Mas então, como se uma luz tivesse sido acesa em minha mente, percebi o que estava fazendo. Aquilo não era certo. Eu tinha cruzado uma linha que não deveria ter sido ultrapassada. Ela se assustou e saiu correndo para o seu quarto, deixando-me ali, atordoado e confuso. Eu entrei no quarto de visitas, preocupado com o que havia acontecido. Será que fui rápido demais? Será que ela estava pronta para isso? Eu culpava-me por roubar aquele beijo, por mexer com algo tão delicado como os sentimentos dela. O peso da incerteza pairava sobre mim enquanto eu tentava entender onde havia errado. Após alguns minutos decidi ir até ela e corri até a porta do quarto dela, batendo levemente e chamando por seu nome, mas não houve resposta. Preocupado, decidi abrir a porta lentamente, temendo que algo estivesse errado. E lá estava ela, no chão, os olhos fechados, parecendo vulnerável e assustada. Não hesitei em pegá-la nos braços e colocá-la cuidadosamente na cama. Quando seus olhos se abriram e ela olhou para mim, vi o medo estampado em seu rosto. Suas lembranças do passado estavam voltando com força avassaladora, deixando-a completamente perturbada. Eu queria poder tirar sua dor, protegê-la de tudo o que a machucava. Depois que ela se sentiu um pouco melhor, me preparei para sair do quarto, mas então escutei a sua voz, sussurrando para mim: —Fica comigo esta noite.— Seus olhos suplicantes me tocaram profundamente, e eu não pude recusar. Sentei-me ao seu lado. —Eu estou aqui, não sairei daqui, não importa o que aconteça. Ela segurou a minha mão e apenas me olhou nos olhos, depois lentamente fechou os seus olhos e adormeceu, eu passei a noite ao lado dela, aproveitei cada minuto ao seu lado, sentindo o seu cheiro, ouvindo a sua respiração lenta e a vendo dormir. Eu precisava de respostas sobre o passado dela, e tudo o que eu mais desejava era que ela soubesse que é mãe da Sophia. A sensação de acordar ao lado dela era reconfortante, sua perna sobre a minha transmitia uma sensação de proximidade e conforto. Toquei em seus cabelos suavemente, e seus olhos se abriram lentamente. —Desculpe!Que constrangedor!—Ela murmurou, desviando o olhar. —Não há nada constrangedor nisso.— eu disse com um sorriso gentil. —Afinal, somos noivos. Devemos nos sentir à vontade um com o outro, não acha? Nossos olhares se encontraram, compartilhando um momento de cumplicidade, até que o som do celular dela cortou o clima. Continua...Anna MartinsOlho para o Jackson que estava apenas de calça e sem camisa, por um momento me senti atraída a ele, será que estou precisando de ajuda psiquiátrica? Pensei até voltar os meus pensamentos a aquele instante, em que meu celular começa a tocar.Atendo a chamada do meu celular e fico um pouco surpresa, ao ouvir a voz do Heitor.— Anna, sei que disse que não faria nada que fosse repentino e esperaria que me retornasse, mas eu não consigo tirar você dos meus pensamentos.— Heitor, eu…—antes que eu falasse algo ele me interrompeu.— Eu estou na porta da sua casa, será que poderíamos tomar o café da manhã juntos, sinto que precisamos conversar.—diz ele.—Como descobriu onde moro?—pergunto incrédula e naquele exato momento ouço o som da campainha tocar.—Deixa que eu abro para você.—diz o governador sussurrando, saindo do quarto sem camisa.Vou atrás dele, logo vejo os dois na minha sala, o Jackson sem camisa me olhando e o Heitor com uma cesta de café da manhã também me encarando.
Jackson MillerO sol dourado inundava o meu escritório, enquanto a luz do sol tocava na pele e no rosto dela no escritório, sentia-me em êxtase com Anna ali, diante de mim. Cada momento com ela era uma explosão de felicidade, e o dia parecia perfeito.Trocavamos olhares, enquanto eu assinava alguns documentos e ela elaborava alguns documentos diante da sua mesa com o computador.Enquanto observava Anna de frente para mim, sentia-me completo e seguro no meu escritório.No entanto, como uma avalanche, a Aurora entrou no meu escritório sem aviso, lançando a revista que tinha anunciando meu noivado. Suas palavras cortantes ecoaram no ar, exigindo uma explicação imediata.A Aurora virou-se para mim, os seus olhos implorando e esperando por uma explicação convincente.Aurora foi minha namorada por seis anos, a conheci na faculdade, junto com o Mark, mas meses antes de conhecer a Anna, eu havia terminado com ela, por não poder lhe dar o que ela mais desejava, um casamento.—Você disse-me
Jackson Miller Ainda absorvido no beijo com Anna, sinto uma mistura de calor e desejo inundar meu corpo. Estamos tão perdidos um no outro que não percebemos quando Mark entra na sala de arquivo. Ele limpa a garganta, e rapidamente nos afastamos. Anna, visivelmente envergonhada, apanha as folhas impressas e sai da sala sem dizer uma palavra. Mark me observa, os olhos cheios de perguntas.— O que realmente está acontecendo, Jackson? — ele pergunta, direto.Suspiro, sabendo que é hora de contar a verdade.— Anna... ela é a mãe da Sophia. — digo, sentindo o peso das palavras enquanto saem da minha boca. — Mas ela não lembra de nada do seu passado. Estou esperando que ela recupere suas memórias.Mark parece surpreso, mas também curioso. Ele se aproxima, baixando a voz.— Então, ela é a mulher que esteve com você apenas uma noite e depois de meses apareceu prestes a ter o bebê, quando você a socorreu e a levou para o hospital que foi incendiado?Assinto, lembrando-me daquele dia tumultuad
Jackson Miller—Gostaria de convidá-los para jantar na minha casa esta noite.— sugeri, mantendo minha voz firme e amigável.—Acho que seria uma ótima oportunidade para nos conhecermos melhor e para que vocês possam conhecer a Sophia.A menção de Sophia pareceu pegar todos de surpresa. Vi os olhos de Adriano se estreitarem ligeiramente enquanto ele processava a informação.—Quem é Sophia—ele perguntou, sua voz cautelosa.Sorri levemente, tentando dissipar qualquer preocupação. —Sophia é minha filha. Ela tem cinco anos e é uma menina adorável. Tenho certeza de que vocês irão gostar de conhecê-la.Olhei para cada um deles, esperando ver a aceitação em seus rostos. A mãe de Anna sorriu suavemente e assentiu.—Seria bom conhecê-los melhor.—ela disse, olhando para o marido e os seus sogros, avós de Anna, buscando confirmação.Adriano respirou fundo e finalmente assentiu. —Tudo bem. Aceitamos seu convite, Jackson.Senti um peso enorme ser levantado dos meus ombros. —Ótimo, vou cuidar dos prep
Anna Martins Eu estava do lado de fora do escritório de Jackson, sentindo-me nervosa e ansiosa. Saber que meu pai e meu avô estavam lá dentro, conversando com o homem que logo se tornaria meu marido, só aumentava minha tensão. Quando vi Jackson sair da sala com meu pai e meu avô, senti um nó se formar em meu estômago. O que eles estavam discutindo lá dentro? Será que meu pai estava fazendo algum tipo de teste para ver se Jackson era digno o suficiente para mim?Assim que eles se despediram e saíram, Jackson me viu e seu sorriso iluminou seu rosto. Mas minha mente estava tumultuada com preocupações, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me chamou e eu entrei em seu escritório.—Jackson eu entendo se você quiser desistir. Agora que sabe que minha família é... influente, e pode ser assustador para alguém como você, governador dos Estados unidos, lidar com isso.— minha voz um sussurro incerto, —Eu entendo se isso for demais para você. Minha família pode ser... difícil às veze
Anna MartinsSaí do toalete e pedi a Lilian que fossem para casa com o motorista, pois eu precisava passar em um lugar.Peguei um táxi e fui até a empresa do Heitor. Assim que cheguei, Isadora me olhou com desprezo e perguntou o que eu desejava. Respondi que estava ali para falar com ela mesma.Heitor apareceu e pediu para eu acompanhá-lo até o escritório dele.—Eu estou aqui para falar com a Isadora.—disse encarando ela que me olhou surpresa.Isadora caminhou comigo até o escritório dela e, assim que nos sentamos, eu disse:— Hoje descobri algo importante, mas tem uma peça que não consigo encaixar, então estou aqui para que me ajude neste jogo. Já aviso, não estou aqui para ganhar o Heitor e nem muito menos para perder de você. Então, se for sincera comigo, te ajudo no que precisar, poderá me pedir o que quiser que eu lhe darei, uma espécie de desejo, apenas um desejo, mas não pense em um que possa ser para me ferir, ou eu mesma irei feri-la, já que mais do que ninguém, sabe que sou
Jackson Miller Finalmente, depois de tanta preocupação, vejo Anna entrando na sala, sã e salva. Meu coração que esteve em pedaços nas últimas duas horas horas se acalma ao vê-la. Abraço-a fortemente, sentindo seu cheiro familiar e a sensação reconfortante de tê-la em meus braços.Depois de alguns momentos, levo Anna para o nosso quarto. Ainda sinto a urgência de protegê-la, mas também quero celebrar sua volta. Sorrio para ela, tentando deixar todo o medo para trás.— Tenho uma surpresa para você — digo, indo até o guarda-roupa e pegando um vestido vermelho. — Para você, meu amor.Seus olhos brilham ao ver o vestido, mas há mais. De um pequeno estojo, tiro uma pulseira delicada com pingentes de câmeras fotográficas, cada uma com uma foto em miniatura da nossa filha, Sophia, desde que era um bebê até os seus cinco anos.Anna coloca a mão sobre a boca, emocionada.— Jackson... é lindo. Obrigada — diz, e me beija, um beijo cheio de amor e gratidão.Deixo-a com a pulseira enquanto vou to
Jackson MillerA noite estava serena, e uma brisa suave soprava pela janela entreaberta, trazendo consigo o perfume das flores do jardim. Estávamos deitados na cama, a luz suave das velas iluminava os cantos do cômodo, criando sombras dançantes nas paredes. Eu olhava para Anna, deitada ao meu lado, e sentia meu coração acelerar. A proximidade dela, o brilho em seus olhos, tudo contribuía para um momento que eu sabia que seria inesquecível.Ela se virou para mim, um sorriso tímido nos lábios, e nossos olhares se encontraram. Havia algo no ar, uma tensão elétrica que nos envolvia e nos atraía irresistivelmente um para o outro.Sem dizer uma palavra, estendi a mão e acariciei seu rosto, a suavidade de sua pele sob meus dedos enviando ondas de calor pelo meu corpo.— Anna, você é a pessoa mais incrível que já conheci — murmurei, minha voz carregada de sinceridade e desejo.Ela não respondeu com palavras, mas seus olhos me disseram tudo o que eu precisava saber. Lentamente, nos inclinamos