Contrato de casamento com o Governador
Contrato de casamento com o Governador
Por: Julliany Soares
Amor à primeira vista é raro...

Jackson Miller

Dizem que amor a primeira vista é raro, mas eu a amei desde que eu a segurei firme, desde o momento em que seus olhos abriram ao olhar para mim, no corredor do hotel, que passou a ser o meu lugar de refúgio nos últimos anos.

Por longos meses a procurei incansavelmente, mas Chicago se tornou pequeno diante da ausência dela, mas tão rápido como ela surgiu em minha vida, da mesma forma partiu, me deixando apenas um fruto da única noite em que passamos juntos, não consigo parar de pensar que no mesmo dia em que nossa filha nasceu, fruto de uma única noite de amor, uma câmera de gás na ala em que ela estava no hospital, explodiu, eu não consigo esquecê-la, a frustração e a dor que senti naquela noite ficaram marcados até hoje mesmo após cinco anos desde que a perdi naquele incêndio devastador em uma das alas do hospital.

Saio do meu carro e na entrada da escola da minha filha, a vejo correr em minha direção, sinto o seu abraço com suas mãos pequenas agarradas no meu pescoço.

A levo para dentro do carro, a coloco na cadeirinha e o motorista começa a dirigir.

Meu telefone toca e logo atendo, o meu assessor me pede para conhecer a nova secretária e eu nego.

—Senhor Governador, preciso que seja um pouco mais flexível, as notícias de que o senhor não consegue trabalhar com uma funcionária por mais de um mês já está sendo mau visto, dizem até que não gosta de mulheres, os boatos estão aumentando, preciso que a conheça, ou teremos que casá-lo o mais breve possível.

—Estou indo para casa após meses sem conseguir buscar a minha filha na escola, leve-a até o escritório da minha casa, após o almoço eu conheço a nova secretária, espero que tenha feito uma boa escolha dessa vez, não quero que os meus eleitores pensem que eu sou um governador difícil de se relacionar com os funcionários, ou até mesmo que não gosto de mulheres, mas está fora de questão sobre um casamento para mim, não irei casar-me.

Desligo a chamada e dou atenção a minha princesa que estava irritadiça por eu ter atendido a ligação, enquanto estava com ela ao meu lado.

—Governador, sem ligações mais hoje, combinado?—disse a minha pequena e guardando o meu ela e guardando meu celular no paletó, balancei a cabeça em sinal afirmativo.

Sophia não conseguia chamar-me de pai, talvez eu tivesse culpa, já que não a chamava de filha, mas apenas de princesa, mas não queria deixá-la desconfortável, ou forçá-la a me chamar de pai se assim eu a chamasse de filha.

Eu estava a tentar ser um bom pai, mas dedicava a maioria do meu tempo como o Jackson Miller, o governador dos Estados Unidos.

 Chego em casa após buscar a Sophia na escola, entrei na mansão com ela nos braços, sentindo o peso do mundo nos meus ombros. A minha princesa com os seus olhos brilhantes, olhou-me e disse:

—Papai, estou com fome.—Seu sorriso era um bálsamo para minha alma cansada.

—Vamos almoçar, minha princesa.—respondi, tentando deixar de lado minhas preocupações.

Na sala de jantar, a refeição já estava pronta. Coloquei Sophia na cadeira e servi seu prato com cuidado. Enquanto comíamos, ela falava animadamente sobre seu dia, e eu me senti momentaneamente aliviado. O som de suas risadas preencheu o ambiente, trazendo uma paz que só ela conseguia proporcionar.

Depois do almoço, deixei Sophia brincando no jardim sob os cuidados da babá e me dirigi ao escritório para uma reunião. Ao entrar, vi Mark, meu assessor, ao lado de uma jovem mulher que parecia estranhamente familiar.

—Governador, esta é Anna Martins, sua nova secretária.—disse Mark, com seu tom usualmente profissional.

Senti meu coração parar por um instante. Anna Martins? Não podia acreditar no que via. Era a mesma mulher com quem eu passara uma noite inesquecível cinco anos atrás e mãe de Sophia, que eu acreditava ter morrido. —Anna?—consegui sussurrar, mal contendo a surpresa na minha voz.

Ela me olhou com uma expressão confusa. —Sim, senhor governador. Prazer em conhecê-lo.

Meu mundo girou. Ela não me reconhecia. Mark continuou, aparentemente alheio à tensão que crescia no ar.

—Anna viveu por muitos anos no Brasil, ela trabalhou com ongs . Ela é extremamente qualificada para o trabalho.—disse o meu assessor.

Mantive a compostura com dificuldade.

—Obrigado, Mark. Anna, seja bem-vinda à equipe.

Ela sorriu, um sorriso que eu conhecia bem, era o mesmo que eu via por anos da nossa filha, mas que agora parecia distante e inalcançável. Realmente, Anna não se lembrava de mim, nem da filha que tínhamos juntos.

 As implicações eram gigantescas. Eu precisava descobrir a verdade sobre o que aconteceu e, mais importante, decidir como lidar com sua presença em minha vida e na vida da Sophia.

—Se precisar de algo, estou à disposição.— disse ela antes de sair da sala.

Observei a porta se fechar, uma mistura de emoções tumultuava meu interior. O passado, que eu pensava estar enterrado, havia retornado, trazendo uma avalanche de questões e decisões.

Sozinho no meu escritório, desabei na cadeira, encarando o teto. Pensamentos turbulentos cruzavam minha mente. Como eu iria contar a Sophia sobre a mãe? E se Anna nunca recuperasse a memória? Eu precisava proteger minha filha, mas também sentia a necessidade de ajudar Anna a recuperar suas lembranças e torná-la a minha mulher, a mãe da nossa filha.

Decidi ali mesmo que iria investigar o passado de Anna e descobrir a verdade por trás do acidente. Não importava quão doloroso isso fosse, eu sabia que precisava fazer isso por Sophia, por Anna e por mim mesmo.

Mark entrou no escritório e eu pedi a ele que investigasse absolutamente tudo sobre a Anna, tudo desde seis anos atrás da vida dela.

Continua...

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