Isadora— Pode me ajudar a fechar o meu vestido? — peço dando as costas para a minha mãe, que está fazendo algumas gracinhas para a Marie em minha cama e fico de frente para o espelho de corpo inteiro.— Claro, querida! — Solto o ar com força pela boca e me sinto transpirar de ansiedade. — Você precisa relaxar, Isadora. Isso não é o fim do mundo! — Ela resmunga, parando atrás de mim— Eu sei, eu sei! Mas só de pensar que Heitor…— Vai ser lindo, filha, você vai ver! — Ela me sorrir confiante. E eu sei que ela está certa. Será lindo e será… bem exposto também. — Pronto, agora deixe-me vê-la! — Ela pede e eu abro um pouco os meus braços, virando-me de frente para ela. Os olhos de Sara chegam a brilhar de felicidade. — Estou tão feliz que finalmente você e Heitor se resolveram! Não podiam desperdiçar um amor tão lindo como o de vocês.— Obrigada por não me deixar estragar tudo, mãe! Como sempre você olha além do que conseguimos enxergar. — A abraço carinhosamente e beijo o seu rosto. Alg
Isadora— O que está fazendo aqui? — pergunto, adentrando o cômodo e seguro um rosnado alto para não assustar os bebês. Dou mais dois passos na direção da loira, que continua embalando o meu filho nos seus braços. No entanto, ela dá dois passos para trás e sorri para mim de uma forma que eu não consigo explicar, mas eu sei, que não é nada bom.— Ele não é lindo? — Ellen indaga ignorando a minha interrogação. Ela solta um suspiro emocionado e imediatamente me sinto intrigada. O que está acontecendo aqui? Por que ela veio até a mansão? E meu Deus, por que está aqui no quarto dos meus filhos?! — Ele se parece com pai, não acha? O nosso lindo bebê! — Meu coração para uma batida para essa última frase e eu ofego no mesmo instante.— O que... o que disse? — pergunto com um fio de voz. Contudo, Ellen ri baixinho, porém, sonoro o suficiente para demostrar a sua felicidade. — Devolve o meu filho, Ellen! — exijo, estendendo os meus braços em sua direção. No entanto, ela aperta a criança, proteg
HeitorMomentos antes…— Max? — falo assim que ele me atende.— Qual é Heitor, já deu tempo de sentir a minha falta, caralho?! — Reviro os olhos para o seu resmungo malcriado.— Deixa de ser idiota, Max! — rebato com humor. — Só gostaria de pedir que verifique o seu e-mail. Eu preciso que prepare alguns contratos para amanhã nas primeiras horas do dia de amanhã. Enviei uma lista com algumas discriminações dos tipos de contratos para cada um dos novos clientes da D’angelo.— Quando exatamente fez isso? Heitor, são onze da noite, caramba! Por que não vai dar uns amassos na sua mulher? — Penso em rebater quando escuto uma voz feminina do outro lado da linha.— Max, você não vem? — Me pego sorrindo.— Cara, eu estou um tanto ocupado agora! — Ele sussurra um tanto exasperado e logo me dou conta de que ele deve estar acompanhado essa noite. Não é novidade que o meu advogado é um descarado, louco por calcinhas, mas o fato é que ele é tão viciado no seu trabalho quanto eu era no meu. Não impo
IsadoraEnquanto isso…As horas parecem não passar e Heitor não vem para o nosso quarto nunca. Ainda nervosa, olho para os meus filhos dormindo tranquilos e seguros em nossa cama. O que me conforta é saber que eles estão aqui comigo, mas o meu coração está inquieto com essa demora de Heitor em retornar com notícias. Solto um suspiro audível pela boca, anda de um lado para o outro e depois vou para uma das janelas, mas nada tira essa minha inquietação. Impulsiva, eu caminho apressada para a porta e quando giro a chave no trinco, Lupe me aborda preocupada.— Onde a Senhora pensa que vai? — Faço não para ela.— Eu não posso, eu não aguanto mais essa espera, Lupe! Eu preciso saber o que está acontecendo naquele quarto.— Mas Senhora, o senhor G’ang…— Fique aqui com os meus filhos, Lupe e mantenha a porta fechada com chave. Eu voltarei logo! — Lupe parece protelar o meu pedido. Bufo audivelmente contrariada — Lupe, por favor!— É que... eu estou com medo e se ela…— Eu volto logo! — digo
IsadoraNão sei mais o que pensar. A minha visita até o escritório da casa não deu em nada, Heitor não teve o bom senso de me ligar e de dizer qualquer coisa e estou com o meu coração ardendo de preocupação. O dia já claro e eu sequer conseguir dormir. Passei a noite em claro, andando de um lado para o outro da sala de visitas e confesso que estou prestes a chamar a polícia. Contudo, quando a porta da frente finalmente se abre e ele passa por ela, sinto o meu pobre e sofrido coração acelerar demasiadamente e eu não sei dizer se é de alívio ao vê-lo vivo e bem, ou se de raiva por sumir por tanto tempo, sem dar uma notícia sequer. Heitor se livra de um casaco que eu não reconheço e me lança um olhar cansado. Seus olhos não escondem a sua surpresa, provavelmente por ser apenas cinco da manhã e o fato de eu estar acordada a essa hora. Em silêncio, ele dobra o casaco e o apoia no seu antebraço e após se livrar dos sapatos, caminha para dentro da sala.— Por que está acordada a essa hora? —
HeitorUma semana depois... — Senhor D’angelo, a Senhora Beatrice já está aqui como pediu! — Minha secretária avisa pelo telefone. Largo uma caneta em cima do contrato e afasto o papel para o centro da mesa.— Pode mandá-la entrar, Lena! — peço e olho diretamente para a porta que se abre no segundo seguinte e a mulata exuberante passa por ela com o seu jeito espalhafatoso.— Querido D’angelo! — Ela cantarola, me estendendo a sua mão para beijar-lhe.— Beatrice, como sempre está linda!— Hum, senti sua falta do meu garoto de ouro!— Venha, vamos sentar-nos. Temos algumas coisas para resolver.— Estou curiosa com essa conversa, D’angelo. Você não me adiantou muita coisa e sabe como detesto surpresas! — Rio dos seus resmungos e após oferecer-lhe uma cadeira, contorno a minha mesa e me sento de frente para ela.— Com certeza você vai gostar dessa! — ralho com humor. Ela arqueia as sobrancelhas perfeitas e cruza as pernas deixando parte de suas coxas expostas, devido uma fenda na sua sai
Bônus de Tadeu Lincon - parte 1Um homem deve saber o momento certo para deixar o amor entrar no seu coração. A minha vida toda eu sempre soube que não estaria livre disso. O problema é que esse tal de amor sempre chega tardiamente e quando ele chega, é difícil de decifrá-lo. Como descobrir se o seu coração foi contaminado por esse bichinho travesso? Eu não faço a menor ideia. Só sei que se não abrimos os olhos para perceber tal sentimento, podemos sofrer horrores ou perder a sua cara-metade de vez. Enfim, eu estou vigiando esse sentimento que parece ser tão minúsculo que nem dá para perceber a sua chegada. Isso é uma metáfora, claro. Contudo, não estou tão distante assim desse pensamento. Por exemplo, o meu melhor amigo e meu chefe fez uma dessas burradas e porra eu poderia bater naquela cabeça de ferro e abri-la em duas bandas, só para ter a certeza de que finalmente ele veria que a Isadora era o grande amor da sua vida. Posso da glória por ele não ter estragado tudo de uma vez por
Bônus de Tadeu Lincon - parte 2— Um... baile? Bene-ficente? — Faço sim com a cabeça. Ela respira fundo e me olha nos olhos outra vez. — De...depende!— De que? — A morena mexe os ombros.— De quando isso vai acontecer. — Me pego sorrindo e presunçosamente chego mais perto da garota. Encosto-me na parede bem próximo do seu corpo e apoio um cotovelo no espelho. Estou tão perto que consigo sentir o seu perfume de rosas e obviamente escuto o som a sua respiração também. Contudo, ela desviar o seu olhar e o fixa na porta agora.— Amanhã — respondo baixo e arrastado, e imediatamente o seu olhar volta para mim. E, porra, me sinto preso neles! É a primeira vez que nos olhamos tão de perto assim sem todo o seu profissionalismo. Ela não faz ideia, mas tem uma intensidade arrasadora. Nesse caso me pergunto, sou eu a seduzi-la, ou não ela a mim? Engulo em seco quando obtenho a resposta.— Sim, eu aceitaria! — Com licença do palavrão, mas… Caralho! O meu subconsciente gritou quando senti o meu co