Heitor— Boa noite, Senhor D’angelo!— Boa noite, Charles! E a senhora D’angelo? — inquiro para o meu mordomo.— Está no banho, Senhor.— Ótimo! Estarei no meu escritório e não quero ser incomodado por ninguém. Pode levar algo para eu comer lá?— Desculpe, mas não acompanhar a sua esposa a mesa essa noite?— Eu não posso, Charles. Trouxe trabalho para casa e provavelmente terei que trabalhar até mais tarde essa noite.— Sim, Senhor! Avisarei a Senhora D’angelo. — Ele diz me dando as costas e eu vou direto para o escritório da casa.Solto um suspiro frustrado quando lembro que poderia estar com a Isadora em um jantar descontraído e depois… Solto uma lufada de ar e meneio a cabeça negativamente rindo dos meus pensamentos mais obscenos. Largo a Pasta em cima da mesa e tiro alguns papéis de dentro dela. Ligo o computador e abro na página de contabilidade da D’angelo para acessar alguns arquivos de pelo menos dois anos atrás para cá. Enfim, me acomodo em minha cadeira e começo a rigorosa t
HeitorAbro uma brecha de olho e pela primeira vez não encontro os pequenos raios de sol que costumam invadir as brechas das persianas do meu quarto. Suspiro baixo apreciando o delicado rosto adormecido de Isadora do meu lado. Os cabelos negros estão lindamente espalhados pelo meu travesseiro e tem algumas mechas no seu rosto também, mas eles não me impedem de observar os cílios negros e alongados, o nariz afilado e a boca carnuda de um tom rosado entreaberta. Ela faz um gesto engraçado com a boca que me faz sorrir e me pego suspirando outra vez. Meu olhar desce um pouco mais para baixo, para o colo onde os seus seios desnudos sobem e descem lentamente acompanhando uma respiração lenta e silenciosa. Sim, pela primeira vez ela adormeceu nos meus braços e não sei como me sinto em relação a isso. Tenho vontade de tocá-la, de senti-la e de beijá-la. Deus, de acordá-la com beijos matinais e com carícias. Envolvê-la e sentir o seu calor, e automaticamente o meu corpo desperta ansioso. Não f
IsadoraAmarro o laço lateral da calcinha do meu biquíni e imediatamente os meus olhos correm para o espelho de corpo inteiro do meu quarto. Sorrio quando percebo que estou maravilhosa e solto um suspiro logo em seguida. Como virou uma rotina gostosa passarmos o final de semana curtindo na piscina resolvi fazer algo diferente para Heitor essa manhã. Ele não gosta de boates e tão pouco de dançar, mas eu adoro fazer essas coisas, então resolvi fazer o meu gosto o atraindo um pouco para o meu mundo divertido aqui mesmo na mansão. Prendo os meus cabelos em um rabo de cavalo com a ajuda de uma liga preta e satisfeita com o resultado me afasto do espelho para pegar uma caixa de som que tem um formato retangular, e saio do quarto em seguida. Na área de lazer encontro o meu marido deitado em uma espreguiçadeira usando óculos escuros e uma sunga preta. A pele morena de um tom claro chega a se destacar no meio da pouca cor escura. Ao seu lado tem um copo com um resquício de uísque e prendo a re
Isadora— Filhos — falo de repente após algum tempo me recuperando do segundo orgasmo roubou todas as minhas forças.— O quê? — indaga completamente perdido. Viro-me para ficar de frente para ele na espreguiçadeira e começo a desenhar pequenos círculos no seu peitoral.— Você não pretende ter filhos algum dia? — Completo a minha interrogação.— Que pergunta é essa, Isadora? — Dá pra entender a sua confusão. Em um minuto estávamos no olho de um furacão e acabamos de ter mais um orgasmo dentro da piscina que confesso, não dá para comparar a sua intensidade. Aí, eu saio com uma pergunta repentina nada a ver. Quer dizer, não faz sentido para ele, mas eu estou curiosa com isso. — Sim, eu pretendo ter um filho algum dia.— Como? — Ele arqueia as sobrancelhas sugestivamente e dá para perceber a diversão nos seus olhos. Rolo os olhos para ele. — Você não pretende se casar, então quer ser um pai solteiro?— E por que não?— E a mãe? Ela pode não aceitar essa sua condição. — O calor do seu susp
Isadora— Pensei que estivéssemos indo para um restaurante — comento quando percebo que estamos indo para o outro lado da cidade.— Não estamos.— Para onde então?— Logo verá. Enquanto não chegamos que tal abrir o meu presente? — sugere me fazendo sorrir amplamente outra vez e com certeza os meus olhos faiscaram de felicidade.— Presente? — indago olhando ao seu redor.— Abre o porta-luvas. — Puxo uma respiração profunda e a solto audivelmente, abrindo a pequena porta com as mãos cheias de dedos se é que vocês me entendem e paro com a minha euforia encarando a caixinha preta e quadrada, atada com um delicado laço de fita dourado. Seguro o objeto como quem segura um fino cristal e olho para o meu marido admirada. Ele me olha rapidamente e depois fita o trânsito movimentado. — Não vai abrir? — indaga. Confesso que estou trêmula e nervosa com tudo isso. Será que Heitor finalmente está baixando a guarda para um sentimento chamado amor? Nossa, é melhor não viajar tanto! Mas pode ser, não
Isadora— Uau, a senhora está linda! — Lupe sibila me olhando da cabeça aos pés assim que entra no meu quarto. Sorrio para ela através do reflexo do espelho, passando o pompom com o pó no rosto sem lhe dizer nada. — Vai sair?— Sim. Eu vou à casa da minha mãe. Já tem alguns dias que não a visito. E depois irei ao shopping, eu preciso comprar algumas roupas para mim. — A garota suspira esperançosa.— E, não vai me levar junto? — Ount! Gemo mentalmente e agraciada. Lupe tem me acompanhado sempre que saio de casa e ela tem sido uma ótima companhia desde então. No entanto, dessa vez não pretendo levá-la comigo, pois tenho alguns motivos nessa saída de última hora. Sorrio para a garota outra vez.— Dessa vez não, Lupe, mas… — Ponho empolgação em minha voz. — Prometo que outro dia nos divertiremos juntas. — A minha acompanhante abre um sorriso largo. — O Senhor D’angelo já saiu? — Procuro saber.— Faz alguns minutos. Por que não foi tomar café da manhã com ele? — Dou de ombros.— Digamos qu
IsadoraMinutos depois o táxi para em frente ao suntuoso prédio da D’angelo e assim que passo pelo elegante hall escuto uma voz conhecida me chamar com uma empolgação que me faz sorrir. Olho para trás e encontro o loiro alto e elegante vindo ao meu encontro.— Peter? — Meu sorriso se amplia e o dele também. Ele se aproxima um tanto constrangido e para a uma distância considerável.— Faz tempo que não te vejo por aqui. Desde o dia que subiu para falar com o chefão — comenta com um certo humor me fazendo rir.— Pois é!— O que está fazendo aqui? — Dou de ombros.— Ah, eu vim visitar o meu marido.— Ah, é! Eu soube do casamento. Meus parabéns atrasados!— Obrigada, Peter! — Nos olhamos em silêncio por um tempo sem saber o que dizer. — Então, eu… preciso… — Aponto para os elevadores.— Ah, claro! Também estou subindo. Posso te acompanhar, se quiser.— Tudo bem! — Viro-me para ir para o elevador e Peter me acompanha ao meu lado. Na apertada caixa de aço ninguém diz nada, o que é bem chato
IsadoraLigo o som ambiente e a voz de The Weekend se espalha pelo quarto, cantando Earned It, e começo a espalhar o batom cremoso pelos meus lábios, enquanto bato o pé no tapete felpudo seguindo o ritmo da música. O tom vermelho na minha boca faz um contrate lindo com a luz amarelada do abajur que luta contra a escuridão do cômodo. Ergo o meu corpo diante do espelho e fito a figura sexy, vestida em um conjunto de lingerie vermelho, com rendas delicadas pretas e lacinhos minúsculos perolados que adoravam o meu busto e quadris. Passo as mãos pelos fios longos e negros dos meus cabelos que escolhi manter soltos, e logo uma mão desliza pela lateral do meu pescoço, passando lentamente pelo medalhão do colar. Passo as pontas dos dedos com suavidade pelo sutiã meia taça, depois pelo corpete negro e só paro na liga toda de renda vermelha, com fitas negras que trançam o delicado objeto. Meus olhos descem para os meus pés através do reflexo do espelho, e contemplo a bota de cano longo e negra,