Ethan dirigiu de volta para o apartamento em silêncio, com os pensamentos voltados para Emily e Jasper. A despedida de Wendy no aeroporto ainda ecoava em sua mente, mas ele sabia que ela precisava dessa viagem. Enquanto o carro avançava pelas ruas iluminadas, ele decidiu que seria bom levar algo para casa. Emily e a babá provavelmente não haviam comido direito. Parou em uma padaria 24 horas e comprou pães frescos, sucos e alguns doces para a filha. Ao chegar em casa, Ethan dispensou o segurança e carregou as sacolas para a cozinha, deixando-as sobre a mesa com cuidado. Ele espiou o apartamento silencioso antes de caminhar até o quarto de Emily. Ao abrir a porta com cuidado, encontrou a filha profundamente adormecida, os cachos espalhados sobre o travesseiro e Jasper no berço ao lado, igualmente tranquilo. Ethan ficou ali por um momento, observando-os com um sorriso calmo. Emily parecia tão serena, tão diferente da energia que costumava ter durante o dia. Ele ajeitou a coberta sobre
O tempo pareceu desacelerar enquanto os olhares de Wendy e Giancarlo se cruzavam. Ela mal podia acreditar no que via. O homem à sua frente não era mais o jovem garoto de rosto suave que ela lembrava; ele havia se tornado alguém mais maduro, com um ar confiante e um magnetismo que imediatamente preenchia o espaço ao redor. A última vez que o viu, ela tinha menos de dezesseis anos. Seu pai estava em uma reunião importante com empresários italianos, e Giancarlo, ainda um adolescente, aguardava na sala de estar. Chloe e Pietra, sempre desinibidas, faziam questão de monopolizar sua atenção, rindo alto e flertando descaradamente. Wendy, mais reservada, apenas observava de longe, escondida atrás de um livro que fingia ler. — Giancarlo... — Ela repetiu, tentando assimilar a mudança que o tempo havia trazido a ele. — Sim, um carne e osso. — brincou ele com um sorriso provocador, mas os olhos sérios refletiam um misto de surpresa e admiração ao vê-la. — Quanto tempo, Wendy. Ela riu, ainda
— Você lembra daquela vez em que Chloe e Pietra encheram a piscina com pétalas de rosa para impressionar os investidores do seu pai? — Giancarlo comentou entre risos, gesticulando como se ainda pudesse visualizar a cena. — Só esqueceram de avisar que o filtro estava ligado! Che disastro! Wendy gargalhou, quase engasgando com o vinho que segurava. — Meu pai ficou furioso! Ele teve que pagar uma fortuna para consertar a bomba da piscina. Quer saber um segredo? Nada daquilo era para investidores. As duas ficavam disputando para ver quem iria conquistar você primeiro. Giancarlo arregalou os olhos, uma expressão divertida tomando conta de seu rosto. — Ah, sì? — perguntou, a voz carregada de surpresa e um toque de provocação. —E quem venceu, afinal? Wendy balançou a cabeça, rindo. — Nenhuma delas, pelo que me lembro. Você parecia mais interessado em sair correndo dali do que em corresponder a qualquer uma das investidas. Ele sorriu de canto, brincando: — É que eu sempre preferi aque
Wendy sentiu o estômago revirar. — Você está falando de Giancarlo? — Ah, então ele tem nome. — disparou Ethan, o sarcasmo afiado. — E por que ele estava pegando na sua mão, Wendy? Ela arregalou os olhos, surpresa pela acusação direta. — Ethan, não foi nada. Ele só pegou minha mão por curiosidade... — Curiosidade? — Ele viu minha aliança e perguntou se eu era casada. Só isso. Ethan balançou a cabeça, o maxilar rígido. — Interessante como "só isso" parece mais íntimo do que deveria ser para uma mulher casada, não acha? Wendy fechou os olhos por um momento, tentando conter a frustração. — Espera... foto? Quer dizer que te enviaram uma foto minha? — Com outro homem? É, enviaram. — Quem te enviou isso, Ethan? — perguntou, a voz firme, tentando manter o controle. Ele cruzou os braços, ainda encarando-a com dureza. — Não importa quem. A questão é: por que você estava deixando aquele cara pegar na sua mão? Wendy respirou fundo, tentando não ceder ao impulso de gritar. — Claro
Enquanto ligava sem parar para Wendy, Ethan andava de um lado para o outro em sua sala de estar. — Merda! — ele resmunga, quando a ligação cai novamente na caixa postal. — Wendy... Sophie, a babá, passa pela sala, indo rapidamente para a cozinha. Ethan abandonou o telefone e foi atrás dela. — O que eu falei sobre andar de toalha pela casa? Sophie já estava vestida quando Ethan entrou na cozinha, sua expressão fechada. Ela revirava a geladeira em busca de algo, como se não tivesse percebido a presença dele. — Sophie. — A voz de Ethan saiu dura. Ela se virou devagar, segurando uma garrafa de água, e arqueou uma sobrancelha. — Algum problema? Ethan cruzou os braços, a mandíbula tensa. — O que eu falei sobre andar pela casa de toalha? Sophie deu um suspiro teatral antes de dar um gole na água. — Foi um descuido. Eu achei que estava sozinha. — Isso já aconteceu antes. — Ele estreitou os olhos. — Eu pedi para que não se repetisse. Ela sorriu de leve, encostando-se à bancada.
— Tem certeza, pai? Não vai te atrapalhar? — Certeza absoluta. Vai resolver seus problemas, que eu vou passear com meu neto no parque. Emily encara seu pai, procurando algum motivo para desmarcar a reunião com sua antiga escola. Mas Ethan com a bolsa de bebê atravessada pelo corpo, munido de tudo o que Jasper precisa e não precisa para uma tarde no parque, não tinha como Emily se desesperar. — Ok, superavô. Se precisar de qualquer coisa, me liga. — Vai tranquila. E com o segurança. — Ele beijou a testa da filha. — Nos vemos mais tarde. Emily saiu e Ethan olhou para o pequeno Jasper no carrinho. — Certo, moleque. Só nós dois agora. Preparado para conquistar o mundo? Jasper apenas chupou a chupeta e mexeu os pezinhos. Ethan sorriu, empurrando o carrinho em direção à porta. Ele não sabia muito sobre bebês, nem sobre como ser um bom avô, e muito menos sobre como consertar seu casamento com Wendy. Mas, pelo menos por hoje, ia tentar acertar em pelo menos uma dessas coisas. Ao s
— Então me prove. Assim que desligou a ligação, Wendy soltou o celular e colocou as duas mãos sobre sua boca. — Ele não vai vir. — diz, se levantando da cama e andando pelo quarto. — Seria muita loucura... Wendy passou as mãos pelo rosto, tentando afastar a avalanche de pensamentos que a assombrava desde que desligou a ligação. Ethan não viria. Não fazia sentido. Ele nunca largaria tudo para atravessar o oceano por ela. Tentando afastar aquela inquietação, pegou sua bolsa e saiu do quarto, decidida a se concentrar no trabalho. No escritório da nova fábrica, Wendy manteve a postura firme e profissional. Respondeu e-mails, analisou contratos e lidou com os sócios italianos como se não houvesse um furacão de dúvidas dentro dela. No meio da manhã Giancarlo surgiu. Um sorriso de orelha a orelha, pronto para conquistar o mundo. Ou a Wendy. — Bella, você trabalha demais. — Ele parou na porta, os olhos castanhos avaliando-a com aquela confiança irritante que parecia ser sua marca regi
Londres, 2013. — Isso é ridículo! Eu não posso aparecer na frente de toda aquela gente, usando essa coisa horrenda. — Seu pai escolheu. Você está mais do que careca que saber, que as decisões do seu pai são irrefutáveis. Wendy encara o espelho mais uma vez e cruza os braços, extremamente irritada. Ela chega à conclusão de que seu pai só pode enxergá-la como uma palhaça, para fazer com que vista aquele vestido roxo todo armado e com mangas bufantes. — É meu aniversário de quinze anos. Eu deveria ter pelo menos o direito de escolher o que vestir. Abby, a babá de Wendy, apenas encolhe os ombros e sorri para a menina através do espelho. — Você sabe que não é apenas o seu aniversário. — a velha mulher diz, abraçando a garota de lado. — E não importa a roupa que você vista, menina. Você sempre estará linda. — Sua opinião não vale, babá. Eu duvido que Steve vá me achar bonita dentro desse troço enorme e roxo. — Claro que... Abby teve sua fala cortada, pela presença de uma das em