Wendy sentiu o estômago revirar. — Você está falando de Giancarlo? — Ah, então ele tem nome. — disparou Ethan, o sarcasmo afiado. — E por que ele estava pegando na sua mão, Wendy? Ela arregalou os olhos, surpresa pela acusação direta. — Ethan, não foi nada. Ele só pegou minha mão por curiosidade... — Curiosidade? — Ele viu minha aliança e perguntou se eu era casada. Só isso. Ethan balançou a cabeça, o maxilar rígido. — Interessante como "só isso" parece mais íntimo do que deveria ser para uma mulher casada, não acha? Wendy fechou os olhos por um momento, tentando conter a frustração. — Espera... foto? Quer dizer que te enviaram uma foto minha? — Com outro homem? É, enviaram. — Quem te enviou isso, Ethan? — perguntou, a voz firme, tentando manter o controle. Ele cruzou os braços, ainda encarando-a com dureza. — Não importa quem. A questão é: por que você estava deixando aquele cara pegar na sua mão? Wendy respirou fundo, tentando não ceder ao impulso de gritar. — Claro
Enquanto ligava sem parar para Wendy, Ethan andava de um lado para o outro em sua sala de estar. — Merda! — ele resmunga, quando a ligação cai novamente na caixa postal. — Wendy... Sophie, a babá, passa pela sala, indo rapidamente para a cozinha. Ethan abandonou o telefone e foi atrás dela. — O que eu falei sobre andar de toalha pela casa? Sophie já estava vestida quando Ethan entrou na cozinha, sua expressão fechada. Ela revirava a geladeira em busca de algo, como se não tivesse percebido a presença dele. — Sophie. — A voz de Ethan saiu dura. Ela se virou devagar, segurando uma garrafa de água, e arqueou uma sobrancelha. — Algum problema? Ethan cruzou os braços, a mandíbula tensa. — O que eu falei sobre andar pela casa de toalha? Sophie deu um suspiro teatral antes de dar um gole na água. — Foi um descuido. Eu achei que estava sozinha. — Isso já aconteceu antes. — Ele estreitou os olhos. — Eu pedi para que não se repetisse. Ela sorriu de leve, encostando-se à bancada.
— Tem certeza, pai? Não vai te atrapalhar? — Certeza absoluta. Vai resolver seus problemas, que eu vou passear com meu neto no parque. Emily encara seu pai, procurando algum motivo para desmarcar a reunião com sua antiga escola. Mas Ethan com a bolsa de bebê atravessada pelo corpo, munido de tudo o que Jasper precisa e não precisa para uma tarde no parque, não tinha como Emily se desesperar. — Ok, superavô. Se precisar de qualquer coisa, me liga. — Vai tranquila. E com o segurança. — Ele beijou a testa da filha. — Nos vemos mais tarde. Emily saiu e Ethan olhou para o pequeno Jasper no carrinho. — Certo, moleque. Só nós dois agora. Preparado para conquistar o mundo? Jasper apenas chupou a chupeta e mexeu os pezinhos. Ethan sorriu, empurrando o carrinho em direção à porta. Ele não sabia muito sobre bebês, nem sobre como ser um bom avô, e muito menos sobre como consertar seu casamento com Wendy. Mas, pelo menos por hoje, ia tentar acertar em pelo menos uma dessas coisas. Ao s
— Então me prove. Assim que desligou a ligação, Wendy soltou o celular e colocou as duas mãos sobre sua boca. — Ele não vai vir. — diz, se levantando da cama e andando pelo quarto. — Seria muita loucura... Wendy passou as mãos pelo rosto, tentando afastar a avalanche de pensamentos que a assombrava desde que desligou a ligação. Ethan não viria. Não fazia sentido. Ele nunca largaria tudo para atravessar o oceano por ela. Tentando afastar aquela inquietação, pegou sua bolsa e saiu do quarto, decidida a se concentrar no trabalho. No escritório da nova fábrica, Wendy manteve a postura firme e profissional. Respondeu e-mails, analisou contratos e lidou com os sócios italianos como se não houvesse um furacão de dúvidas dentro dela. No meio da manhã Giancarlo surgiu. Um sorriso de orelha a orelha, pronto para conquistar o mundo. Ou a Wendy. — Bella, você trabalha demais. — Ele parou na porta, os olhos castanhos avaliando-a com aquela confiança irritante que parecia ser sua marca regi
— Senhor Blackwell, desculpe, mas precisamos do seu depoimento novamente. Irritado, Ethan levanta o olhar para o policial que acabava de entrar na sala e fala: — Caralho, de novo? Eu já estou sentado nessa merda, há sete horas! Vocês tiraram meu celular, aparece um pastel igual você a cada duas horas e me pede pra repetir tudo de novo. O policial, um homem a beira dos trinta anos com olhos assustados, suspirou, cruzando os braços. — Eu entendo sua frustração, senhor Blackwell, mas essa é uma investigação séria. Precisamos esclarecer alguns pontos. Ethan soltou uma risada irônica, passando as mãos pelo rosto. — Esclarecer? Eu já disse tudo o que aconteceu. Mas vocês continuam me segurando aqui como se eu fosse um maldito criminoso. O policial puxou a cadeira e sentou-se à frente dele, abrindo um bloco de notas. — Quem é Eda Martin? Ethan bufa. — É a mãe da minha esposa. Com toda calma do mundo, o policial escreve em seu bloco. — E onde está a senhora... — ele olha novament
Ethan fechou os olhos por um segundo, tentando reunir paciência. — O que faz na minha casa? — Eu a chamei, pai. — Emily diz. — Você não voltava, eu estava ficando preocupada e... não tinha como ligar para Wendy. Ethan suspirou, passando a mão pelo rosto. — Não precisava chamar sua mãe por isso. Claire cruzou os braços, encarando-o com um olhar afiado. — Claro que precisava. Meu neto esteve em perigo. Minha filha estava em pânico e você em uma delegacia. Ethan riu sem humor. — Ah, me poupe, Claire. Você acha que eu escolhi estar naquela delegacia? — Não, Ethan. Mas você escolheu aquela garota. E agora Emily e Jasper estão pagando por isso. O maxilar de Ethan travou, e ele deu um passo à frente. — Eu fiz o que precisava ser feito para proteger nosso neto. Claire bufou. — Você quer um prêmio por isso? — Não. Mas eu também não vou ficar aqui ouvindo sermão como se eu fosse o vilão dessa história. Emily, que assistia ao embate entre os pais, finalmente interveio. — Chega!
Quando a ligação termina, Wendy engoliu em seco, sentindo o estômago embrulhar. A torrada no prato agora parecia intragável. Ela apoiou os cotovelos na mesa e massageou as têmporas, tentando processar tudo. Sua mãe estava morta. Isso significava que, finalmente, a ameaça tinha acabado. Mas o preço… Seu peito apertou ao pensar em Ethan e Jasper naquela situação. O terror que Emily deve ter sentido. O pânico de Ethan ao ver o neto em perigo. Tudo por culpa dela. Ela inspirou fundo, forçando-se a manter o controle. Não adiantava se afogar na culpa agora. Ethan estava certo: não havia nada que ela pudesse fazer. Mas então, por que ela sentia que tudo dentro dela estava desmoronando? Após o café, Wendy se arrastou até a fábrica. Ela se sentou atrás da mesa no escritório e olhou para o documento que estava sobre o notebook. “FESTA DE LANÇAMENTO SICILIA” O celular de Wendy vibrou sobre a mesa, e ao ver o nome de Theo na tela, ela respirou fundo antes de atender a chamada de vídeo. A
A noite finalmente havia chegado. A festa de lançamento da nova fábrica de Vinhos Montenegro na Sicília estava prestes a começar, e tudo estava impecável. O grande salão da fábrica fora transformado em um espaço luxuoso e sofisticado. Lustres de cristal pendiam do teto alto, refletindo luz dourada sobre as mesas elegantemente postas. Arranjos de flores brancas e folhagens verdes decoravam os centros, contrastando com as toalhas em tons de vinho profundo. Prateleiras de vidro exibiam as garrafas da nova safra, estrategicamente iluminadas para destacar o brilho do líquido rubro dentro delas. O aroma suave de madeira envelhecida e uvas frescas pairava no ar, misturado à melodia suave de um quarteto de cordas ao fundo. Wendy, apesar de todo o turbilhão interno, estava deslumbrante. Seu vestido longo de seda preta abraçava seu corpo com elegância, destacando suas curvas e sua postura altiva. O decote discreto e as alças finas traziam um toque de sofisticação, enquanto a fenda lateral rev