— Você lembra daquela vez em que Chloe e Pietra encheram a piscina com pétalas de rosa para impressionar os investidores do seu pai? — Giancarlo comentou entre risos, gesticulando como se ainda pudesse visualizar a cena. — Só esqueceram de avisar que o filtro estava ligado! Che disastro! Wendy gargalhou, quase engasgando com o vinho que segurava. — Meu pai ficou furioso! Ele teve que pagar uma fortuna para consertar a bomba da piscina. Quer saber um segredo? Nada daquilo era para investidores. As duas ficavam disputando para ver quem iria conquistar você primeiro. Giancarlo arregalou os olhos, uma expressão divertida tomando conta de seu rosto. — Ah, sì? — perguntou, a voz carregada de surpresa e um toque de provocação. —E quem venceu, afinal? Wendy balançou a cabeça, rindo. — Nenhuma delas, pelo que me lembro. Você parecia mais interessado em sair correndo dali do que em corresponder a qualquer uma das investidas. Ele sorriu de canto, brincando: — É que eu sempre preferi aque
Wendy sentiu o estômago revirar. — Você está falando de Giancarlo? — Ah, então ele tem nome. — disparou Ethan, o sarcasmo afiado. — E por que ele estava pegando na sua mão, Wendy? Ela arregalou os olhos, surpresa pela acusação direta. — Ethan, não foi nada. Ele só pegou minha mão por curiosidade... — Curiosidade? — Ele viu minha aliança e perguntou se eu era casada. Só isso. Ethan balançou a cabeça, o maxilar rígido. — Interessante como "só isso" parece mais íntimo do que deveria ser para uma mulher casada, não acha? Wendy fechou os olhos por um momento, tentando conter a frustração. — Espera... foto? Quer dizer que te enviaram uma foto minha? — Com outro homem? É, enviaram. — Quem te enviou isso, Ethan? — perguntou, a voz firme, tentando manter o controle. Ele cruzou os braços, ainda encarando-a com dureza. — Não importa quem. A questão é: por que você estava deixando aquele cara pegar na sua mão? Wendy respirou fundo, tentando não ceder ao impulso de gritar. — Claro
Enquanto ligava sem parar para Wendy, Ethan andava de um lado para o outro em sua sala de estar. — Merda! — ele resmunga, quando a ligação cai novamente na caixa postal. — Wendy... Sophie, a babá, passa pela sala, indo rapidamente para a cozinha. Ethan abandonou o telefone e foi atrás dela. — O que eu falei sobre andar de toalha pela casa? Sophie já estava vestida quando Ethan entrou na cozinha, sua expressão fechada. Ela revirava a geladeira em busca de algo, como se não tivesse percebido a presença dele. — Sophie. — A voz de Ethan saiu dura. Ela se virou devagar, segurando uma garrafa de água, e arqueou uma sobrancelha. — Algum problema? Ethan cruzou os braços, a mandíbula tensa. — O que eu falei sobre andar pela casa de toalha? Sophie deu um suspiro teatral antes de dar um gole na água. — Foi um descuido. Eu achei que estava sozinha. — Isso já aconteceu antes. — Ele estreitou os olhos. — Eu pedi para que não se repetisse. Ela sorriu de leve, encostando-se à bancada.
— Tem certeza, pai? Não vai te atrapalhar? — Certeza absoluta. Vai resolver seus problemas, que eu vou passear com meu neto no parque. Emily encara seu pai, procurando algum motivo para desmarcar a reunião com sua antiga escola. Mas Ethan com a bolsa de bebê atravessada pelo corpo, munido de tudo o que Jasper precisa e não precisa para uma tarde no parque, não tinha como Emily se desesperar. — Ok, superavô. Se precisar de qualquer coisa, me liga. — Vai tranquila. E com o segurança. — Ele beijou a testa da filha. — Nos vemos mais tarde. Emily saiu e Ethan olhou para o pequeno Jasper no carrinho. — Certo, moleque. Só nós dois agora. Preparado para conquistar o mundo? Jasper apenas chupou a chupeta e mexeu os pezinhos. Ethan sorriu, empurrando o carrinho em direção à porta. Ele não sabia muito sobre bebês, nem sobre como ser um bom avô, e muito menos sobre como consertar seu casamento com Wendy. Mas, pelo menos por hoje, ia tentar acertar em pelo menos uma dessas coisas. Ao s
— Então me prove. Assim que desligou a ligação, Wendy soltou o celular e colocou as duas mãos sobre sua boca. — Ele não vai vir. — diz, se levantando da cama e andando pelo quarto. — Seria muita loucura... Wendy passou as mãos pelo rosto, tentando afastar a avalanche de pensamentos que a assombrava desde que desligou a ligação. Ethan não viria. Não fazia sentido. Ele nunca largaria tudo para atravessar o oceano por ela. Tentando afastar aquela inquietação, pegou sua bolsa e saiu do quarto, decidida a se concentrar no trabalho. No escritório da nova fábrica, Wendy manteve a postura firme e profissional. Respondeu e-mails, analisou contratos e lidou com os sócios italianos como se não houvesse um furacão de dúvidas dentro dela. No meio da manhã Giancarlo surgiu. Um sorriso de orelha a orelha, pronto para conquistar o mundo. Ou a Wendy. — Bella, você trabalha demais. — Ele parou na porta, os olhos castanhos avaliando-a com aquela confiança irritante que parecia ser sua marca regi
— Senhor Blackwell, desculpe, mas precisamos do seu depoimento novamente. Irritado, Ethan levanta o olhar para o policial que acabava de entrar na sala e fala: — Caralho, de novo? Eu já estou sentado nessa merda, há sete horas! Vocês tiraram meu celular, aparece um pastel igual você a cada duas horas e me pede pra repetir tudo de novo. O policial, um homem a beira dos trinta anos com olhos assustados, suspirou, cruzando os braços. — Eu entendo sua frustração, senhor Blackwell, mas essa é uma investigação séria. Precisamos esclarecer alguns pontos. Ethan soltou uma risada irônica, passando as mãos pelo rosto. — Esclarecer? Eu já disse tudo o que aconteceu. Mas vocês continuam me segurando aqui como se eu fosse um maldito criminoso. O policial puxou a cadeira e sentou-se à frente dele, abrindo um bloco de notas. — Quem é Eda Martin? Ethan bufa. — É a mãe da minha esposa. Com toda calma do mundo, o policial escreve em seu bloco. — E onde está a senhora... — ele olha novament
Ethan fechou os olhos por um segundo, tentando reunir paciência. — O que faz na minha casa? — Eu a chamei, pai. — Emily diz. — Você não voltava, eu estava ficando preocupada e... não tinha como ligar para Wendy. Ethan suspirou, passando a mão pelo rosto. — Não precisava chamar sua mãe por isso. Claire cruzou os braços, encarando-o com um olhar afiado. — Claro que precisava. Meu neto esteve em perigo. Minha filha estava em pânico e você em uma delegacia. Ethan riu sem humor. — Ah, me poupe, Claire. Você acha que eu escolhi estar naquela delegacia? — Não, Ethan. Mas você escolheu aquela garota. E agora Emily e Jasper estão pagando por isso. O maxilar de Ethan travou, e ele deu um passo à frente. — Eu fiz o que precisava ser feito para proteger nosso neto. Claire bufou. — Você quer um prêmio por isso? — Não. Mas eu também não vou ficar aqui ouvindo sermão como se eu fosse o vilão dessa história. Emily, que assistia ao embate entre os pais, finalmente interveio. — Chega!
Quando a ligação termina, Wendy engoliu em seco, sentindo o estômago embrulhar. A torrada no prato agora parecia intragável. Ela apoiou os cotovelos na mesa e massageou as têmporas, tentando processar tudo. Sua mãe estava morta. Isso significava que, finalmente, a ameaça tinha acabado. Mas o preço… Seu peito apertou ao pensar em Ethan e Jasper naquela situação. O terror que Emily deve ter sentido. O pânico de Ethan ao ver o neto em perigo. Tudo por culpa dela. Ela inspirou fundo, forçando-se a manter o controle. Não adiantava se afogar na culpa agora. Ethan estava certo: não havia nada que ela pudesse fazer. Mas então, por que ela sentia que tudo dentro dela estava desmoronando? Após o café, Wendy se arrastou até a fábrica. Ela se sentou atrás da mesa no escritório e olhou para o documento que estava sobre o notebook. “FESTA DE LANÇAMENTO SICILIA” O celular de Wendy vibrou sobre a mesa, e ao ver o nome de Theo na tela, ela respirou fundo antes de atender a chamada de vídeo. A