Parada na porta da “Mont’s Gallery”, Wendy conseguia ver Chloe transitando entre seus convidados, graças as enormes portas de vidro. Não muito longe dela, estava Pietra, que ria descontroladamente com uma amiga. Apertando a pequena bolsa em suas mãos, Wendy se questionava se deveria entrar. Ela conhecia suas irmãs tempo o suficiente, para não confiar em nenhuma palavra delas. — Não vai entrar? — Theo! — Wendy exclama, colocando a mão sobre seu coração acelerado. — Que susto. — Desculpe. Ela olha novamente para as irmãs através do vidro. — Não sei. — responde, com um suspiro. — Tenho uma sensação estranha sobre essa noite. Não sei se é bom ou ruim. Chloe, que conversava com um repórter, gira nos seus saltos e olha para fora da galeria, dando de cara com seus dois irmãos. Ela sorri largamente e começa a acenar, falando algo com o homem ao seu lado. — É... — Theo murmura, colocando a mão nas costas de Wendy. — Agora você não tem para onde correr. Os dois sequer passaram pela po
Logo que aquelas palavras deixaram a boca de Ethan, era como se tudo a volta deles tivesse deixado de existir. Wendy ficou sem palavras diante da confissão de Ethan. Seu coração batia forte no peito, e ela sentia um turbilhão de emoções rodopiando dentro de si. As palavras dele ecoavam em sua mente, preenchendo-a com uma mistura de surpresa, encanto e incerteza. — Ethan... — murmurou ela, lutando para encontrar as palavras certas para expressar o que estava sentindo. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Ethan avançou para perto dela, colocando as mãos suavemente em seu rosto. Seus olhos se encontraram, cheios de intensidade. E então, sem pensar duas vezes, Wendy se deixou levar pelo momento. Ela inclinou-se para frente, seus lábios encontrando os dele em um beijo apaixonado. Era como se o mundo ao seu redor desaparecesse, deixando apenas ela e Ethan, unidos pelo fogo ardente do amor que os consumia. Envoltos naquele beijo, eles não podiam ver as expressões dos conhecid
As palavras da garota caíram como uma bomba, ecoando no corredor e deixando Wendy atordoada. Seu coração começou a bater mais rápido, e ela sentiu um nó se formar em sua garganta. Ethan ficou estático ao lado de Wendy, seus olhos se arregalaram em surpresa e incredulidade. — Como assim, minha filha? — Ethan perguntou, sua voz soando mais dura que costuma ser. — Meu nome é Emily. Emily Carver. Minha mãe é Claire, e ela me disse quem é meu pai recentemente. E... bem, ela disse que você é ele. — Claire... A menção daquele nome, trouxe de volta lembranças que Ethan havia enterrado profundamente no fundo de sua mente. Ele se viu transportado de volta no tempo, para uma noite de verão há quase dezesseis anos, quando ele e Claire eram apenas jovens que tinham acabado de se conhecer, vivendo no calor incandescente do momento. Wendy notou a expressão de Ethan mudar enquanto ele mergulhava em suas lembranças, e seu coração apertou com compaixão. Ela podia imaginar as emoções conflitantes
— Esse é um dos motivos de eu estar aqui. — Emily continua. — Escondi a gravidez da minha mãe, o máximo que consegui, mas... assim que ela descobriu, me colocou para fora de casa. Wendy sentiu o coração apertar ao ouvir aquilo. Ela podia imaginar o quão difícil e assustadora era aquela situação, já que ela também estivera grávida uma vez. — Com quantos meses você está? — Seis... — ela murmura, alisando a barriga que antes era escondida pelo largo moletom preto. — É ele. — E o pai? Será presente? — Eu duvido muito. — Emily solta uma risada melancólica. — Sumiu logo que o teste deu positivo. Até se mudou. — Sinto muito. — Está tudo bem. — ela dá de ombros, vestindo novamente o grande casaco preto. — Fui uma idiota em acreditar nas palavras bonitas de alguém, que só queria me levar para a cama. — Emily balança a cabeça e encara Wendy. — Enfim... Wendy entende que aquela é uma deixa para que aquele assunto seja posto de lado. — Ethan está a sua espera. — Ok... hmmm... sobre a g
Com as mãos tremulas, Wendy tirou o telefone de ouvido e o encarou por alguns segundos, enquanto aquela mensagem eletrônica se repetia. Sem entender o porquê estava fazendo aquilo, Wendy apertou o número um e colocou o telefone de volta na orelha. — Você me atendeu. — a voz feminina e rouca murmurou. — Já faz muitos anos, cachinhos de ouro. Wendy era apenas uma menina de treze anos, quando ouviu aquele apelido pela última vez. E naquele momento, mesmo sendo uma mulher adulta, aquilo ainda a aterrorizava. — Posso ouvir sua respiração, cachinhos de ouro. Não vai falar com a mamãe? — O... que... você... quer? — Conversar, minha querida. Faz anos que ligo para a mansão e toda vez sou recusada. E na primeira vez que decido ligar para a empresa, você atende. Eu sabia que você um dia tomaria conta desse lugar. Ainda bem que tudo deu certo para uma de nós, depois daquela noite. Mesmo que tenha alisado seus lindos cachos loiros, você continua sendo a cachinhos de ouro da mamãe. As palavr
Londres, 2011. — Mãe, eu gosto dessa blusa! — Mas você não vai levar. Já cansei de dizer que quando for para a casa do seu pai, tem que trazer coisas novas de lá. Wendy bufa e cruza os braços, enquanto sua mãe retira todas as roupas que ela tinha acabado de guardar na mochila surrada. — Aliás, há outra coisa que precisamos conversar, antes de você ir. — Eda se senta, olhando para sua filha adolescente. — O seu aniversário. — O que tem meu aniversário? — Wendy perguntou. Desde que se entendia por gente, todas as suas festas de aniversário eram comemoradas com o aniversário da Vinhos Montenegro. E aquele ano não seria diferente. — Não se faça de boba, cachinhos de ouro. — ela se levanta por poucos segundos, segura a mão da filha e a puxa para se sentar ao seu lado. — Sabe que seu pai dará uma grande festa. E eu quero estar lá. — Mamãe... — Wendy murmura, sentindo-se envergonhada pelo que estava prestes a dizer. — eu já tentei outras vezes... o papai sempre diz que a senhora nã
Com as mãos na cintura, um rosto estarrecido e sua gêmea avoada do lado, Chloe olha alternadamente entre seus outros dois irmãos. — Que merda é essa, Theo? — Olha a boca, Chloe. — Não! — ela exclama e adentra o quarto. — Você acabou de dizer que a Wendy é nossa irmã de sangue. O papai traiu a nossa mãe! — Chloe olha para Wendy, que encarava o chão abobalhada com toda aquela informação. — Agora está explicado por que eu nunca gostei de você. Pior do que ser adotada, é ser uma bastarda. Chloe lançou um olhar de desprezo para Wendy, seu rosto contorcido em desdém. — Uma bastarda, uma filha ilegítima nascida de uma traição nojenta, com aquela mulher pobre! Sempre soube que você não pertencia a esta família de verdade. Wendy sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. As palavras de Chloe cortaram fundo, atingindo-a onde mais doía. Ela nunca imaginara que sua própria irmã pudesse ser tão cruel. — Chloe, para com isso! — Theodore interveio, tentando acalmar os ânimos. — Não er
— Mamãe... o que... — Eda... — Oliver murmura, olhando alternadamente entre a maluca da sua ex-amante e sua filha amedrontada. — Abaixe essa faca. Você vai machucá-la. — Oras... essa é a ideia, querido. Wendy sentiu seu coração bater descompassadamente, enquanto estava presa aos braços de sua mãe com a lâmina fria da faca pressionando seu pescoço delicado. Oliver permanecia imóvel com seu olhar fixo em Eda. Ele sabia que qualquer passo em falso poderia desencadear uma tragédia irreparável. — Eda, por favor. — ele implorou, com a voz angustiada. — Não faça isso. Wendy é só uma criança. Ela não tem culpa das escolhas erradas que fizemos. Eda soltou uma risada sinistra, a faca tremendo levemente em sua mão, deixando Wendy cada minuto mais apavorada. — Escolhas erradas? Ter ficado comigo, foi uma escolha errada? — Eda, sabe que nós só nos envolvemos porque eu estava passando por alguns problemas com a minha mulher. — o olhar de Eda fica ainda mais furioso e Oliver tenta melho