As palavras de Lilibeth atingem Wendy como um choque. Ela recua um pouco, quase tropeçando, enquanto olha de Ethan para a mulher à sua frente. Heather nota toda a tensão que está pairando no ar e resolve tirar Wendy rapidamente dali. — Vem, amiga. Vamos para a nossa mesa. A nossa mesa reservada há uma semana... Wendy se deixa ser levada pela amiga, enquanto Lilibeth encara as duas se afastarem. — Você se casou? — Mamãe... — Ethan murmura, bebendo todo o resto do seu vinho em seguida. — Você se casou e sequer teve a decência de me avisar. — É complicado... — Complicado. — Lilibeth solta uma risada irônica, que devido ao uso constante de cigarros, se transforma em uma tosse seca. — Você só tem isso a me dizer? Eu sou a sua mãe! Sou a única pessoa que resta da sua família. Ethan sente o peso daquelas palavras. Ele olha para um ponto fixo da mesa, tentando não olhar em volta e procurar por Wendy. — Ela sabe sobre Olívia? — Não, mãe. — Sua mulher não sabe sobre... — Eu j
Depois de uma noite inteira em claro, pensando e repensando em tudo o que aconteceu no restaurante, Wendy se levantou da cama e ficou encarando a parede azul do quarto de hóspedes de Heather. A noite anterior ainda ecoa em sua mente, as palavras de Ethan cortando fundo. Ela sabia que tinha estragado tudo com seu comportamento impulsivo e ciumento. E por pior que fosse, Wendy sabia que Ethan tinha razão na maior parte do que falou. Não existia nada entre eles. Heather, que havia gentilmente acomodado Wendy em seu quarto de hóspedes depois do incidente e a confortado até cansar, entra com uma bandeja de café da manhã. — Bom dia, dorminhoca. Eu trouxe café, e acho que você vai precisar. Wendy suspira, passa a mão pelo cabelo desarrumado e aceita a bandeja, agradecendo a amiga. Ao escutar seu celular tocar, Wendy estica o pescoço e vê que chegou uma nova mensagem de seu irmão. Theodore: Bom dia! Espero que não tenha desistido de nada, hein. Reunião hoje as 10h. Estou te aguardando.
Após assinar alguns papéis e abordarem algumas pautas importantes, que necessitava da presença de todos os acionistas da empresa, Theo carrega Wendy para a sua sala. Ele não parava de tagarelar o quanto estava amando a ideia de tê-la ao seu lado e as coisas brilhantes que fariam juntos pelo futuro da empresa. Theodore começou a contar os planos que tinha para a fábrica que iriam abrir na Itália e horas se passaram. — Estou com muita fome! — Wendy informa, quando seu estômago reclama pela quinta vez e Theo ainda não parou de falar. — Juro. Podemos continuar esse assunto em um restaurante? — Eu estou falando demais, não é? — Theo empurra sua cadeira e se levanta. — Desculpe. Eu só... Quero fazer tudo direito. Não quero arruinar tudo o que o papai construiu. Wendy sabe exatamente como seu irmão está se sentindo. Ela viveu toda a sua vida, ouvindo que sua presença era a ruína da família. Ela então caminha até seu irmão e segura seu rosto com as mãos, olhando-o com um carinho único.
Parada na porta da “Mont’s Gallery”, Wendy conseguia ver Chloe transitando entre seus convidados, graças as enormes portas de vidro. Não muito longe dela, estava Pietra, que ria descontroladamente com uma amiga. Apertando a pequena bolsa em suas mãos, Wendy se questionava se deveria entrar. Ela conhecia suas irmãs tempo o suficiente, para não confiar em nenhuma palavra delas. — Não vai entrar? — Theo! — Wendy exclama, colocando a mão sobre seu coração acelerado. — Que susto. — Desculpe. Ela olha novamente para as irmãs através do vidro. — Não sei. — responde, com um suspiro. — Tenho uma sensação estranha sobre essa noite. Não sei se é bom ou ruim. Chloe, que conversava com um repórter, gira nos seus saltos e olha para fora da galeria, dando de cara com seus dois irmãos. Ela sorri largamente e começa a acenar, falando algo com o homem ao seu lado. — É... — Theo murmura, colocando a mão nas costas de Wendy. — Agora você não tem para onde correr. Os dois sequer passaram pela po
Logo que aquelas palavras deixaram a boca de Ethan, era como se tudo a volta deles tivesse deixado de existir. Wendy ficou sem palavras diante da confissão de Ethan. Seu coração batia forte no peito, e ela sentia um turbilhão de emoções rodopiando dentro de si. As palavras dele ecoavam em sua mente, preenchendo-a com uma mistura de surpresa, encanto e incerteza. — Ethan... — murmurou ela, lutando para encontrar as palavras certas para expressar o que estava sentindo. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Ethan avançou para perto dela, colocando as mãos suavemente em seu rosto. Seus olhos se encontraram, cheios de intensidade. E então, sem pensar duas vezes, Wendy se deixou levar pelo momento. Ela inclinou-se para frente, seus lábios encontrando os dele em um beijo apaixonado. Era como se o mundo ao seu redor desaparecesse, deixando apenas ela e Ethan, unidos pelo fogo ardente do amor que os consumia. Envoltos naquele beijo, eles não podiam ver as expressões dos conhecid
As palavras da garota caíram como uma bomba, ecoando no corredor e deixando Wendy atordoada. Seu coração começou a bater mais rápido, e ela sentiu um nó se formar em sua garganta. Ethan ficou estático ao lado de Wendy, seus olhos se arregalaram em surpresa e incredulidade. — Como assim, minha filha? — Ethan perguntou, sua voz soando mais dura que costuma ser. — Meu nome é Emily. Emily Carver. Minha mãe é Claire, e ela me disse quem é meu pai recentemente. E... bem, ela disse que você é ele. — Claire... A menção daquele nome, trouxe de volta lembranças que Ethan havia enterrado profundamente no fundo de sua mente. Ele se viu transportado de volta no tempo, para uma noite de verão há quase dezesseis anos, quando ele e Claire eram apenas jovens que tinham acabado de se conhecer, vivendo no calor incandescente do momento. Wendy notou a expressão de Ethan mudar enquanto ele mergulhava em suas lembranças, e seu coração apertou com compaixão. Ela podia imaginar as emoções conflitantes
— Esse é um dos motivos de eu estar aqui. — Emily continua. — Escondi a gravidez da minha mãe, o máximo que consegui, mas... assim que ela descobriu, me colocou para fora de casa. Wendy sentiu o coração apertar ao ouvir aquilo. Ela podia imaginar o quão difícil e assustadora era aquela situação, já que ela também estivera grávida uma vez. — Com quantos meses você está? — Seis... — ela murmura, alisando a barriga que antes era escondida pelo largo moletom preto. — É ele. — E o pai? Será presente? — Eu duvido muito. — Emily solta uma risada melancólica. — Sumiu logo que o teste deu positivo. Até se mudou. — Sinto muito. — Está tudo bem. — ela dá de ombros, vestindo novamente o grande casaco preto. — Fui uma idiota em acreditar nas palavras bonitas de alguém, que só queria me levar para a cama. — Emily balança a cabeça e encara Wendy. — Enfim... Wendy entende que aquela é uma deixa para que aquele assunto seja posto de lado. — Ethan está a sua espera. — Ok... hmmm... sobre a g
Com as mãos tremulas, Wendy tirou o telefone de ouvido e o encarou por alguns segundos, enquanto aquela mensagem eletrônica se repetia. Sem entender o porquê estava fazendo aquilo, Wendy apertou o número um e colocou o telefone de volta na orelha. — Você me atendeu. — a voz feminina e rouca murmurou. — Já faz muitos anos, cachinhos de ouro. Wendy era apenas uma menina de treze anos, quando ouviu aquele apelido pela última vez. E naquele momento, mesmo sendo uma mulher adulta, aquilo ainda a aterrorizava. — Posso ouvir sua respiração, cachinhos de ouro. Não vai falar com a mamãe? — O... que... você... quer? — Conversar, minha querida. Faz anos que ligo para a mansão e toda vez sou recusada. E na primeira vez que decido ligar para a empresa, você atende. Eu sabia que você um dia tomaria conta desse lugar. Ainda bem que tudo deu certo para uma de nós, depois daquela noite. Mesmo que tenha alisado seus lindos cachos loiros, você continua sendo a cachinhos de ouro da mamãe. As palavr