Sai do colégio e resolvi dar uma volta pela cidade.
No meio da cidade havia uma ponte muito bonita que dava para o mar, fiquei olhando as águas calmas até ouvir alguém me chamar.
- Fátima? - Era o homem que me comprou o cigarro. - Achei que nunca mais iria lhe ver novamente.
Eu estava com um pouco de medo do homem, não sabia direito suas intenções comigo e nem queria saber.
- Eu nem sei seu nome, acho que não quero ser sua amiga. . . - Virei para o mar e o ignorei.
- Calma moça, você é sempre tão gentil. - Ele riu. - Meu nome é Johnny, mas pode me chamar de John!
Ele estendeu a mão mas eu o ignorei novamente.
- Não me importo com quem você seja. Não gosto de homens mais velhos.
- Não acredito que você pensa isso de mim. - Ele parecia mesmo ofendido. - Só acho que você deveria ser mais gentil com as pessoas.
- Eu não preciso da sua opinião!
Eu estava sendo grosseira mas mesmo assim ele não desistia.
Ele debruçou-se na ponte e sorriu.
- Você tem quantos anos?
- Porque lhe interessa? - Ri de seu espanto.
- Eu tenho 34 anos. - Ele insistia.
- Velho demais para uma garota de 15 anos.
Ele riu de minha ignorância.
- Quer um cigarro?
Ele ofereceu seu maço de cigarro e eu aceitei, ele acendeu e sorriu.
- Você é tão jovem e ao mesmo tempo tão madura. - Ele ria.
- Como assim? - Perguntei.
- As garotas que eu conheço da sua idade não pensam que sou muito velho para elas.
Eu ri e suspirei. Quando me dei conta já estava conversando com aquele homem.
O céu estava escurecendo e dando preliminares de chuva.
- Eu preciso ir para casa, vai chover e minha mãe vai se preocupar. - Me despedi e segui meu caminho para casa.
Acabei chegando encharcada em casa. Meus pais não estavam o que me deixou aliviada.
Já eram 19:38 e eu tinha que me arrumar para ir para a tal festa que Marie havia me convidado.
Meu banho ia tranquilo até começar a água virar sangue, esfreguei meu olhos e o sangue continuavam a sair do chuveiro. Olhei para as paredes e elas deixavam peles caírem ao chão. Eu tinha certeza de que aquilo eram só coisas de minha cabeça mas eu não pude conter o grito.
De repente meu pai abriu a porta do banheiro e tudo voltou ao normal.
- Pai saia daqui! - Gritei me cobrindo com a toalha de banho e ele obedeceu.
Eu não poderia deixar aquilo me abater, então continuei a me vestir. Eu não costumava ter roupas extravagantes e bonitas mas eu coloquei a “melhor” que pude encontrar.
Sai do quarto com cuidado para que meus pais não acordassem, desci as escadas nas pontas dos pés e sai pela porta vitoriosa.
As ruas estavam desertas, sem carros e nem pessoas, mas o atalho estavam lindo como sempre, as estrelas
deixavam o lugar muito mais agradável, o céu estavam limpo e a lua estava deslumbrante.
Chegando na escola logo avistei Marie sorrindo, ela estava linda, seus cabelos azuis combinavam com o céu.
- Oi moçinha, achei que havia desistido de ir a festa. - Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha.
Ela me deu um capacete e me deu um sorriso.
- Já andou de moto?
- Não. - Fui sincera.
- Então essa vai ser a sua primeira vez! - Ela me deu outro sorriso e deu partida. Subi em sua traseira e seguimos.
Não pude deixar de desgrudar de suas costas e abrir os braços para sentir o vento possuir o meu corpo. Foi a melhor sensação que pude ter.
Nós chegamos numa casa grande, carros parados e pessoas bebendo, outras dançando.
Marie segurou minha mão e me puxou para dentro da casa, estava tão cheia que tive que me espremer entre as pessoas.
Marie me jogou num sofá e saiu dizendo que iria pegar uma bebida. Fiquei observando as pessoas que passavam e percebi que estava tão solitária quanto antes.
Marie voltou depois de um tempo com duas bebidas na mão, um cigarro nos lábios e um sorriso amigável.
- Vem, vou te apresentar a alguns amigos! - Ela me puxou pela mão.
Marie me levou até uma parte da casa onde estava mais vazia, um grupo de garotos usavam narguilé.
- Fátima, esses são meus amigos! - Todos me cumprimentaram.
Eu estava ficando com um pouco de insegurança.
Marie me ofereceu um cigarro “diferente”.
- Marie você usa drogas? - Eu realmente estava surpresa.
- Não é nada Fátima. - Ela se aproximou de meu ouvido. - Acho melhor você usa-lo, ele é um amigo para quem tem a cabeça muito cheia de pensamentos mal agradáveis.
Eu aceitei o cigarro e eles comemoraram.
Eu aspirei a fumaça e de repente já estava feliz. Depois de um tempo eu já estava fora de mim e fazendo coisas que não faria se estivesse sóbria.
- Fátima, você gosta de. . . garotas? - Marie me perguntou.
- Não, eu gosto só de uma.
Eu não fui grossa por querer mas mesmo assim eles riram de minha resposta.
- Sei. . . acho que você deveria falar com ela, seja lá quem for. - Ela agora falava comigo com cautela.
- Você não entende, ela tem namorado e com certeza ela é hétero.
Ela sorria para mim me fazendo pensar um pouco.
De repente a festa começou a ficar lenta, meus olhos começaram a desfocar, eu não conseguia abrir a boca nem para suspirar.
Levantei-me e fui para o meio da pista de dança, não conseguia ouvir a musica e isso estava me incomodando.
De repente ouvi uma voz muito familiar, era ele, Robert, o professor. Ele chorava e olhava em meus olhos.
- Fall, porque me abandonou? - Ele chegava perto de mim.
- Não foi minha culpa! - Comecei a me afastar até ouvir a voz de Marie me chamar.
- Fátima, Fátima, fale comigo. . .
Eu acordei em seus braços, seus amigo estaticos me olhavam assustados. Percebi que a festa ja havia acabado.
- O que foi isso? - Ela me largou.
A impedi de me soltar e lhe dei um forte abraço sendo correspondida.
- Vem vamos para casa. - Ela me puxou para fora. - Quantas vezes isso ja te aconteceu? Foi a primeira?
- Bem. . . - eu não queria contar a ela sobre isso.
- Você pode me contar depois, já são 05:35 da manhã. - Ela me colocou em sua traseira e me levou para casa.
Pelo caminho ainda pudia ouvir os grito de Robert. Ele me culpava por ter sido preso.
- Durma bem!
Quando pude voltar a mim mesma já havia entrado em casa e deitado na cama.
Fiquei pensando no incidente o tempo todo até amanhecer.
Ouvi meu pais conversando, gritando, berrando, eles estavam brigando novamente.
Desci as escadas ara ir para o colegio e olhares se voltaram a mim.
- Querida. . . Fátima. . . vá para o colegio ta bom? - Meu pai beijou minha testa e forçou o riso.
Minha mãe apenas acenou com a mão.
Andei por aquela mata que já havia ficado monótona.
Cheguei no colegio e logo fui recebida com um forte abraço de Marie.
- Olá mocinha, como vai?
Ela era tão gentil que eu estava certa que deveria lhe contar meu segredo.
- Marie, eu quero conversar com você. Me encontre no intervalo mais tarde. - Soltei-a e segui para minha classe.
Não prestei atenção em volta mas creio que o verme do James estava me “secando”.
Colo quei meus fones de ouvido muito alto para não ouvir o professor, colo quei o capuz da jaqueta para disfarça-los.
Percebi que alguem bateu na porta, como de costume era a Melissa que me deu um sorriso. . . de costume.
Eu realmente não entendia o porque daquele sorriso todos os dias, talvez ela já soubesse que eu a admiro e só quer me provocar, ou talvez ela me ache. . . interessante.
A aula acabou e eu não tinha feito absolutamente NADA.
O intervalo chegou e eu fui guardar minhas coisas no meu armario. James e seus VERMES se aproximavam, eu quase adentrei meu armario mas mesmo assim eles conseguiram tropeçar em mim, todos envolta riam do ato.
Desci as escada furiosa, Marie estava sentada no chão com seus amigos fumando Tabaco.
- Marie, podemos conversa?
- Claro Feh!
Ela me deu um apelido carinhoso?
Ela se levantou e chegou num canto comigo.
Suspirei mas fui impedida de falar, pois Marie socou um cigarro na minha boca.
- Olha, tem que me prometer que vai guardar esse segredo para sempre! - Eu estava insegura de contar aquilo.
- Esta bem, se você me contar seus segredos contarei os meus! - Ela sorria gentimente me confortando.
- Eu tenho aqueles apagões desde quando tinha 9 anos. . . Mas quando um incidente aconteceu eu fiquei pior.
- Incidente? Que incidente? - Ela chegou mais perto.
- Por favor não conte isso nem para seu travesseiro. - Eu realmente estava implorando.
- Eu juro que não vou pensar nessa conversa para o resto de minha vidas!Ela me confortava com suas palavras, então comecei.- Eu estudava num colegio um tanto preconceituosa. Não tinha amigos e nem colegas, ram todos uns esnobes mediocres. Um professor chamado Robert começou a se aproximar de mim. . . como amigo claro. Um certo dia ele se ofereceu para me ajudar na prova de suamateria, eu aceitei, então to dia depois da aula ele me dava aulas extras. Nos eramos grandes amigos, ele me ajudava muito com tudo e com todos, eu perguntei a ele se ele gostava de mim. . . do outro jeito mas ele negou até a alma, disse que se lembrava de sua filha que havia morrido num acidente de carro, ele chorou e eu o amparei. No dia seguinte a aula ia como de costuma, eu havia tirado dez em todas as suas provas, mas ai um policiais entraram e começaram a mandar todo mundo sair, eles me barraram na porta e começa
Estavam todos correndo até eu olhar para trás e ver um homem com uma espingarda nas mão correndo atrás de nós.- Mas o que. . .- Corra Feh, só corra! - Marie disse rindo muito.Chegamos em um lugar estranho, quase na saída da cidade. Os meninos começaram a beber e eu e Marie focamos em silencio.- Não acredito que roubou! - Comecei o sermão.- Calma Feh, só foi umas bebidinhas, nada demais! - Marie levantou as mãos para dizer que se rendia.- Ok, só não façam isso de novo ok?Todos balançaram a cabeça e prometeram não roubar novamente.Aquela noite os amigos de Marie fizeram loucuras o tempo todo, estava escurecendo e eu já sabia que meus pais iam me encher.- Preciso voltar para casa, meus pais devem estar me esperando!- Mas nem começou a festa! - Ma
Johnny carregava uma xicara nas mãos. Ele me deu a xicara e ficou me analisando.- O que foi? - Perguntei com medo.- Isso esta horrivel! - Ele virou e foi até um comodo da casa.Fiquei pegando minhas coisas que estavam em cima da mesa.Johnny voltou com um espelho e me mostrou. Meu olho direito estava roxo.- Que droga! - Abaixei a cabeça.- Diga-me, por que fizeram isto contigo? - Ele tocou meu braço e eu me afastei.- Porque eu gosto de alguem, e acho que nessa cidade é crime! - Fui até a porta. - Pode abrir a porta? Quero ir para casa.- Claro. . . - John abriu a porta e sorriu. - Acho que esta muito escuro para uma menina de 15 anos andar por ai, se você quiser eu te levo de carro.- Acho que é muito perigoso uma menina de 15 anos andar de carro com um adulto desconhecido. - Virei-me e fui embora.Cheg
A diretora levantou e passou a mão em meu braço.- Muito bonito da sua parte Fátima, mas a culpa também foi de seus amigos!Eu olhava para Melissa e ela continuava chateada.- Todos estão falando sobre seu show Fátima! - O James segurou a mão de Melissa.- Cala a boca seu verme! - Markus me defendeu.- Eu acho que você é um coitado, gosta de uma les. . .- Cale-se James, você também esta errado! - A diretora o repreendeu.Depois de uma discussão fomos dispensados.Os alunos gritavam pelas janelas me fazendo lembrar do incidente de Robert.Comecei a passar mal, quase cai no chão mas Marie me ajudou.- Por que vocês se arriscaram por mim? - Perguntei para Marie.- Porque somos amigos, e amigos nunca abandonam amigos!Eu a abracei forte e logo depois os garotos fizeram abraço col
Depois de um tempo conversando com Marie, fui dispensada pelos médicos. Marie me deu carona até em casa.Chegando lá pude ver um carro familiar parado em frente ao meu portão. Vi meu tio Leopold sair com malas nas mãos.- Fátima, minha querida sobrinha, como você cresceu! - Ele largou as malas no chão para poder me abraçar. -Quem é esta linda menina que te acompanha.- Prazer senhor, meu nome é Marie, sou uma amiga da Feh! - Marie esticou o braço e o cumprimentou.- Fátima, querida, precisamos conversar, você precisa saber de uma coisa. . .- Ok, Tichau Feh, nos vemos por ai. . .- NÃO, você é minha amiga, e eu não tenho nada a te esconder! - Segurei o braço de Marie impedindo-a de ir embora.Meu tio guiou-nos até a sala de estar.- Fátima. . . sua m&atil
Demorei um tempo para me arrumar.Quando cheguei no colegio, vi Marie fumando um cigarro de costas para mim.- Olha só, vai morrer se continuar fumando! - A assustei engrossando a voz.- Engraçadinha!Vi Marie enxugando as lagrimas com sua jaqueta.- Você está chorando? - Espantei me.- Não, o sol esta irritando os meus olhos! - Que engraçada. - Sim, mas não é nada!- Ok, o que esta havendo?- Você tem outros assuntos a se preocupar, vem, vamos para a festa!Marie pegou minha mãe e me levou até sua moto.Chagando lá, fiquei com um mal pressentimento. O lugar era estranho, era uma boate com pessoas estranhas. Tinha mais homens do que mulheres, o que me deixava com muito medo pois todos nos olhava torto.Havia dançarinas em pole dance, e as poucas mulheres dali estavam com homens.- Marie, q
Eu tentava respirar mas meus pensamentos me matavam, até que Cat subiu as escadas e me encarou.- Falou com ela? - Perguntei ainda chorando.- Sim. . . ela disse que é para você relaxar e. . . e que te ama! - Ela falava olhando para o chão como se estivesse se culpando de algo.- Como assim? Ela tem que voltar, eu preciso dela AGORA! - Fátima, sua mãe esta doente, ela precisa se cuidar um polco, ok? Ela vai voltar logo! - Cat acariciou meu rosto. -Agora vá tomar um banho e tente se acalmar, vou fazer um chá para nós!Fiquei observando Cat sair pela porta, corri até o banheiro e tomei um banho de banheira.Desci as escadas a procura de Cat, ela estava na cozinha fazendo o tal chá.- Minha mãe não vai voltar tão cedo né?Cat se virou rapidamente para mim num susto.- Por que diz iss
Abri os olhos lentamente, ainda não conseguia ver absolutamente nada.Tentei me mexer, mas não tive sucesso, pude começar a ver um pouco do teto branco encima de mim. Continuei tentando me mexer, mas continuava sem conseguir nada, fechei meus olhos novamente.Ouvi vozes vindo de longe, abri os olhos e pude ouvir e ver alguém entrar pela porta, meus olhos foram voltando ao normal me deixando ver seu rosto gentil.- Que bom que acordou! - A mulher estava com uma prancheta nas mãos, e nela escrevia algumas coisas. - Quantos dedos tem aqui? - Ela mostrava os dedos.- Onde eu estou? - Tentei me mexer novamente fazendo a ficar desesperada.- Pelo amor de Deus não faça isso novamente! - Ela apertou um botão para que minha cama me colocasse sentada. - Você sofreu um acidente muito grave.- Acidente? Como assim?- Bem, vamos deixar as perguntas pa