05

Estavam todos correndo até eu olhar para trás e ver um homem com uma espingarda nas mão correndo atrás de nós.

- Mas o que. . .

- Corra Feh, só corra!  - Marie disse rindo muito.

Chegamos em um lugar estranho, quase na saída da cidade. Os meninos começaram a beber e eu e Marie focamos em silencio.

- Não acredito que roubou!  - Comecei o sermão.

- Calma Feh, só foi umas bebidinhas, nada demais!  - Marie levantou as mãos para dizer que se rendia.

- Ok, só não façam isso de novo ok?

Todos balançaram a cabeça e prometeram não roubar novamente.

Aquela noite os amigos de Marie fizeram loucuras o tempo todo, estava escurecendo e eu já sabia que meus pais iam me encher.

- Preciso voltar para casa, meus pais devem estar me esperando!

- Mas nem começou a festa!  - Marie me segurou e me fez parar.

- Que festa?

- É uma festa na casa de um “amigo”meu!  - Marie fez aspas com as mãos.  - Você não pode recusar.

Eu comecei a ser induzida a ir na tal festa.

Chegando lá já tinham bastante carros e motos paradas na frente do potão. Haviam casais se beijando e deixando todos verem isso.

Marie pegou-me pelo braço e me levou para dentro.

- A festa esta boa.  - Ela agora gritava em meu ouvido pois a musica estava alta.

- Se você esta dizendo. . .

Marie me levou para ficar com seus amigos e sumiu no meio da multidão. Os garotos acabaram me fazendo usar varias coisas que eu já não sabia o que eram.

Marie chegou puxando uma garita pela mão, ela cumprimentou todos e sorriu.

- Marie safadinha, nunca para mais de um mês com a mesma pessoa!  - Um dos garotos riu.

Fiquei com uma pouco de ciúmes confesso. Marie e a garota focaram de caricias o resto da festa, de repente a garota levantou e fez um olhar malicioso mordendo os labios para Marie, as duas levantaram e Marie piscou para um dos garotos que ria intensamente.

Fiquei pensando no que as duas estavam fazendo mas fui tirada dos pensamentos por um deles que me abraçou.

- Fátima. . . tem namorado ou namorada?  - Ele perguntou com muita timidez.

- N-não, Porque?  - estava com medo do que ele iria me pedir.

- Quer focar comigo? . . . Quer dizer, só nesta festa, sem compromisso, só nesta festa!  - Ele sorriu para mim.  - Eu te acho a garota mais linda do colégio.

Eu fiquei sem jeito mas fui atacada com um beijo.

- Ei, parem com isso, é nojento!  - Um dos garotos bateu palma e riu.

Eu parei e olhei séria fazendo-o parar de me beijar e se desculpar.

- Eu nem sei seu nome!

O garoto parecia envergonhado e cabisbaixo.

- Me desculpe, meu nome é Markus!

- Então. . . Markus eu não quero ficar com ninguem no momento, ok?  - Levantei-me e fui para o banheiro.

Um casal estava se agarrando no banheiro. Ignorei e comecei a lavar o rosto.

Depois de um tempo o banheiro estava vazio, só eu e meus pensamentos naquele vazio.

Estava pensando em como sou burra em não aproveitar a vida, o Markus tinha me chamado de linda e não tentou me estuprar, e eu nem sequer pude corresponder aquele beijo.

Marie entrou no banheiro e se assustou comigo.

- Feh!

- Marie!  - Respondi.

- Achei que estava om os meninos!

- Achei que estava com uma garota fazendo sacanagens!  - Fechei a cara.

Marie começou a rir e me abraçou.

- Esta com ciúmes!  

- Não, não estou não, é só que você fica com essas garotas e se esquece de mim.  - Comecei a fazer drama.

- Pare com isso Feh, eu te amo!

Nós começamos a rir.

- Foi. . . bom?  - Sorri maliciosamente para Marie que fazia o mesmo.

- Feh. . . você vai saber quando começar a namorar com Melissa “patricinha”Backwall!

Nós rimos e fomos atras dos garotos.

Dancei até não conseguir mais. A festa estava acabando e nós ainda estavamos lá.

Percebi que o céu já estava clareando quando Marie me chamou para irmos embora.

Chegando em casa percebi que meus pais me esperavam do lado de fora. Marie se despediu e foi embora.

- Onde você estava?  - Minha mãe se exaltava.

- Em qualquer lugar melhor do que aqui!  - Entrei em casa e fui para o quarto.

Deitei me na cama e suspirei por ter tido uma das melhores noites que já tive.

Na manhã seguinte acordei com barulhos muito altos vindo da sala. Levantei-me e olhei as horas: 05:25. Me arrumei e desci as escadas.

- Bom dia adulta!  - Meu pai ironizou.

- Bom dia pai!  

Meu pai realmente estava furioso comigo, pegou-me pelo braço e me fez sentar no sofa.

- Quem era aquela?  - Ele perguntou.

- Ela quem?

- Aquela mocinha que te trouxe de motocicleta!  - Meu pai me segurava forte pelo braço.

- Ah, era a minha amiga Marie!  - Sorri para ele mas não fui correspondida.

- Então, se conheceram a onde?

- Pai, ela é minha amiga, ok?  - Levantei-me e sai de casa.

Chegando no colegio Marie veio me cumprimentar.

- Oi Feh, como passou a noite?

- Bem. . .

Comecei a encarar Melissa que aparentemente esta quase nua. Melissa olhou para mim e sorriu me deixando vermelha.

- Fala serio Feh!  - Marie me puxou pelo braço para trás de uma pilastra.  - Você fica ai babando por ela e não toma atitudes.

- O que eu vou fazer? Me diga!  - Abaixei a cabeça.

- Chame-a para sair!  - Marie sorriu.  - Agora eu tenho que ir, até mais!

Marie saiu correndo e pulou nas costas de um de seus amigos.

Adentrei minha classe e me isolei como de costume.

O professor de artes já estava na sala, ele distribuiu folhas para todos começarem a escrever as cartas.

Eu escrevi para Melissa uma carta bem boba, nela dizia:

“Olá Melissa, sou seu admirador secreto, pode me chamar de Bunny.

Gosto muito de você, e queria muito te conhecer melhor mas nossos universos são muito distantes. Eu quero muito começar uma conversa escondida então quero que você e eu conversemos através do armario 89, vou colocar todos os dias uma carta lá e quero que leia-as.

Beijos de seu admirador secreto”

Eu acreditava realmente que isso ia dar certo.

Esperei todos saírem da sala de aula. Pude ver Melissa colocar sua carta na mesa de James, depois sair correndo. Fiquei com ciumes e peguei a carta de Melissa para mim.

Colo quei minha carta no armario de Melissa e corri para o patio.

Marie veio andando e pegou meu braço.

- Onde estava? você demorou para descer.

Eu contei o que havia feito e Marie pediu para ver a carta de Melissa.

A carta dizia varias coisas meio promiscuas como por exemplo pedir para que ele fosse a sua casa hoje a noite. Eu fiquei bastante revoltada e rasguei-a em varios pedaços.

- Qual é Feh, isso é só uma carta boba!  - Marie tentava me acalmar.

- Ele nunca vai ficar sabendo do convite!  - Eu ria malignamente fazendo Marie rir muito.

- Acha que ela vai gostar “senhor Bunny”?  - Marie ainda ria.

- Acho que sim “senhora capacho do senhor Bunny! “- E ainda estava em efeito de maldade.

Subimos para a classe e pude ver Melissa e suas amigas lendo a minha carta. Entrei em desespero.

Na saida vi novamente Melissa ler outra vez a carta e guarda-la em seu caderno. Fiquei aliviada, já era um começo ela não ter rasgado e jogado fora.

Marie veio correndo e me abraçou.

- Feh sua apaixonada do caramba!  

- Não enche!  - Eu corei.

Marie ria de mim o tempo inteiro.

- E ai? Quer sair de novo?  - Ela perguntou.

- Não posso, meus pais estão furiosos comigo!  - Eu tive de recusar.

- Por que?

- Porque eu sai de casa e voltei tarde. Eles não são acostumados com isso, sabe?

- Ok, então deixa pra proxima, ok?  - Ela me beijou a bochecha e foi embora.

Eu fui suspirando para casa, mas então James e os verme apareceram na minha frente me barrando.

 - O que querem, seus vermes?  - Tentei empurra-lo mas eram um bando de brutamontes.

- Você acha que sou burro?  - Sim.  - Eu vi você escrevendo cartinha para minha namorada.

- Acho que você alem de burro é louco!  - Eu novamente tentei empurra-lo.

- Sua lesbica, eu vou te ensinar a gostar de homens.

Ele pegou-me pelo braço e eu me debatia, no desespero acabei lhe chutando, o que rendeu muita dor.

- Sua vadia, agora você vai ver.

Ele começou a tentar me bater mas eu conseguia fugir.

Um deles me segurou pelos braços, eu recebi um soco e apaguei.

Acordei num lugar desconhecido, estava deitada num sofa, havia uma bolsa de gelo em cima de meu olho, senti uma dor imensa na cabeça.

Levantei-me e procurei algum conhecida.

- Que bom que acordou!

Tomei um susto com a voz de Johnny.

- Você não deveria ficar brigando com moleques como eles.

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