Estavam todos correndo até eu olhar para trás e ver um homem com uma espingarda nas mão correndo atrás de nós.
- Mas o que. . .
- Corra Feh, só corra! - Marie disse rindo muito.
Chegamos em um lugar estranho, quase na saída da cidade. Os meninos começaram a beber e eu e Marie focamos em silencio.
- Não acredito que roubou! - Comecei o sermão.
- Calma Feh, só foi umas bebidinhas, nada demais! - Marie levantou as mãos para dizer que se rendia.
- Ok, só não façam isso de novo ok?
Todos balançaram a cabeça e prometeram não roubar novamente.
Aquela noite os amigos de Marie fizeram loucuras o tempo todo, estava escurecendo e eu já sabia que meus pais iam me encher.
- Preciso voltar para casa, meus pais devem estar me esperando!
- Mas nem começou a festa! - Marie me segurou e me fez parar.
- Que festa?
- É uma festa na casa de um “amigo”meu! - Marie fez aspas com as mãos. - Você não pode recusar.
Eu comecei a ser induzida a ir na tal festa.
Chegando lá já tinham bastante carros e motos paradas na frente do potão. Haviam casais se beijando e deixando todos verem isso.
Marie pegou-me pelo braço e me levou para dentro.
- A festa esta boa. - Ela agora gritava em meu ouvido pois a musica estava alta.
- Se você esta dizendo. . .
Marie me levou para ficar com seus amigos e sumiu no meio da multidão. Os garotos acabaram me fazendo usar varias coisas que eu já não sabia o que eram.
Marie chegou puxando uma garita pela mão, ela cumprimentou todos e sorriu.
- Marie safadinha, nunca para mais de um mês com a mesma pessoa! - Um dos garotos riu.
Fiquei com uma pouco de ciúmes confesso. Marie e a garota focaram de caricias o resto da festa, de repente a garota levantou e fez um olhar malicioso mordendo os labios para Marie, as duas levantaram e Marie piscou para um dos garotos que ria intensamente.
Fiquei pensando no que as duas estavam fazendo mas fui tirada dos pensamentos por um deles que me abraçou.
- Fátima. . . tem namorado ou namorada? - Ele perguntou com muita timidez.
- N-não, Porque? - estava com medo do que ele iria me pedir.
- Quer focar comigo? . . . Quer dizer, só nesta festa, sem compromisso, só nesta festa! - Ele sorriu para mim. - Eu te acho a garota mais linda do colégio.
Eu fiquei sem jeito mas fui atacada com um beijo.
- Ei, parem com isso, é nojento! - Um dos garotos bateu palma e riu.
Eu parei e olhei séria fazendo-o parar de me beijar e se desculpar.
- Eu nem sei seu nome!
O garoto parecia envergonhado e cabisbaixo.
- Me desculpe, meu nome é Markus!
- Então. . . Markus eu não quero ficar com ninguem no momento, ok? - Levantei-me e fui para o banheiro.
Um casal estava se agarrando no banheiro. Ignorei e comecei a lavar o rosto.
Depois de um tempo o banheiro estava vazio, só eu e meus pensamentos naquele vazio.
Estava pensando em como sou burra em não aproveitar a vida, o Markus tinha me chamado de linda e não tentou me estuprar, e eu nem sequer pude corresponder aquele beijo.
Marie entrou no banheiro e se assustou comigo.
- Feh!
- Marie! - Respondi.
- Achei que estava om os meninos!
- Achei que estava com uma garota fazendo sacanagens! - Fechei a cara.
Marie começou a rir e me abraçou.
- Esta com ciúmes!
- Não, não estou não, é só que você fica com essas garotas e se esquece de mim. - Comecei a fazer drama.
- Pare com isso Feh, eu te amo!
Nós começamos a rir.
- Foi. . . bom? - Sorri maliciosamente para Marie que fazia o mesmo.
- Feh. . . você vai saber quando começar a namorar com Melissa “patricinha”Backwall!
Nós rimos e fomos atras dos garotos.
Dancei até não conseguir mais. A festa estava acabando e nós ainda estavamos lá.
Percebi que o céu já estava clareando quando Marie me chamou para irmos embora.
Chegando em casa percebi que meus pais me esperavam do lado de fora. Marie se despediu e foi embora.
- Onde você estava? - Minha mãe se exaltava.
- Em qualquer lugar melhor do que aqui! - Entrei em casa e fui para o quarto.
Deitei me na cama e suspirei por ter tido uma das melhores noites que já tive.
Na manhã seguinte acordei com barulhos muito altos vindo da sala. Levantei-me e olhei as horas: 05:25. Me arrumei e desci as escadas.
- Bom dia adulta! - Meu pai ironizou.
- Bom dia pai!
Meu pai realmente estava furioso comigo, pegou-me pelo braço e me fez sentar no sofa.
- Quem era aquela? - Ele perguntou.
- Ela quem?
- Aquela mocinha que te trouxe de motocicleta! - Meu pai me segurava forte pelo braço.
- Ah, era a minha amiga Marie! - Sorri para ele mas não fui correspondida.
- Então, se conheceram a onde?
- Pai, ela é minha amiga, ok? - Levantei-me e sai de casa.
Chegando no colegio Marie veio me cumprimentar.
- Oi Feh, como passou a noite?
- Bem. . .
Comecei a encarar Melissa que aparentemente esta quase nua. Melissa olhou para mim e sorriu me deixando vermelha.
- Fala serio Feh! - Marie me puxou pelo braço para trás de uma pilastra. - Você fica ai babando por ela e não toma atitudes.
- O que eu vou fazer? Me diga! - Abaixei a cabeça.
- Chame-a para sair! - Marie sorriu. - Agora eu tenho que ir, até mais!
Marie saiu correndo e pulou nas costas de um de seus amigos.
Adentrei minha classe e me isolei como de costume.
O professor de artes já estava na sala, ele distribuiu folhas para todos começarem a escrever as cartas.
Eu escrevi para Melissa uma carta bem boba, nela dizia:
“Olá Melissa, sou seu admirador secreto, pode me chamar de Bunny.
Gosto muito de você, e queria muito te conhecer melhor mas nossos universos são muito distantes. Eu quero muito começar uma conversa escondida então quero que você e eu conversemos através do armario 89, vou colocar todos os dias uma carta lá e quero que leia-as.
Beijos de seu admirador secreto”
Eu acreditava realmente que isso ia dar certo.
Esperei todos saírem da sala de aula. Pude ver Melissa colocar sua carta na mesa de James, depois sair correndo. Fiquei com ciumes e peguei a carta de Melissa para mim.
Colo quei minha carta no armario de Melissa e corri para o patio.
Marie veio andando e pegou meu braço.
- Onde estava? você demorou para descer.
Eu contei o que havia feito e Marie pediu para ver a carta de Melissa.
A carta dizia varias coisas meio promiscuas como por exemplo pedir para que ele fosse a sua casa hoje a noite. Eu fiquei bastante revoltada e rasguei-a em varios pedaços.
- Qual é Feh, isso é só uma carta boba! - Marie tentava me acalmar.
- Ele nunca vai ficar sabendo do convite! - Eu ria malignamente fazendo Marie rir muito.
- Acha que ela vai gostar “senhor Bunny”? - Marie ainda ria.
- Acho que sim “senhora capacho do senhor Bunny! “- E ainda estava em efeito de maldade.
Subimos para a classe e pude ver Melissa e suas amigas lendo a minha carta. Entrei em desespero.
Na saida vi novamente Melissa ler outra vez a carta e guarda-la em seu caderno. Fiquei aliviada, já era um começo ela não ter rasgado e jogado fora.
Marie veio correndo e me abraçou.
- Feh sua apaixonada do caramba!
- Não enche! - Eu corei.
Marie ria de mim o tempo inteiro.
- E ai? Quer sair de novo? - Ela perguntou.
- Não posso, meus pais estão furiosos comigo! - Eu tive de recusar.
- Por que?
- Porque eu sai de casa e voltei tarde. Eles não são acostumados com isso, sabe?
- Ok, então deixa pra proxima, ok? - Ela me beijou a bochecha e foi embora.
Eu fui suspirando para casa, mas então James e os verme apareceram na minha frente me barrando.
- O que querem, seus vermes? - Tentei empurra-lo mas eram um bando de brutamontes.
- Você acha que sou burro? - Sim. - Eu vi você escrevendo cartinha para minha namorada.
- Acho que você alem de burro é louco! - Eu novamente tentei empurra-lo.
- Sua lesbica, eu vou te ensinar a gostar de homens.
Ele pegou-me pelo braço e eu me debatia, no desespero acabei lhe chutando, o que rendeu muita dor.
- Sua vadia, agora você vai ver.
Ele começou a tentar me bater mas eu conseguia fugir.
Um deles me segurou pelos braços, eu recebi um soco e apaguei.
Acordei num lugar desconhecido, estava deitada num sofa, havia uma bolsa de gelo em cima de meu olho, senti uma dor imensa na cabeça.
Levantei-me e procurei algum conhecida.
- Que bom que acordou!
Tomei um susto com a voz de Johnny.
- Você não deveria ficar brigando com moleques como eles.
Johnny carregava uma xicara nas mãos. Ele me deu a xicara e ficou me analisando.- O que foi? - Perguntei com medo.- Isso esta horrivel! - Ele virou e foi até um comodo da casa.Fiquei pegando minhas coisas que estavam em cima da mesa.Johnny voltou com um espelho e me mostrou. Meu olho direito estava roxo.- Que droga! - Abaixei a cabeça.- Diga-me, por que fizeram isto contigo? - Ele tocou meu braço e eu me afastei.- Porque eu gosto de alguem, e acho que nessa cidade é crime! - Fui até a porta. - Pode abrir a porta? Quero ir para casa.- Claro. . . - John abriu a porta e sorriu. - Acho que esta muito escuro para uma menina de 15 anos andar por ai, se você quiser eu te levo de carro.- Acho que é muito perigoso uma menina de 15 anos andar de carro com um adulto desconhecido. - Virei-me e fui embora.Cheg
A diretora levantou e passou a mão em meu braço.- Muito bonito da sua parte Fátima, mas a culpa também foi de seus amigos!Eu olhava para Melissa e ela continuava chateada.- Todos estão falando sobre seu show Fátima! - O James segurou a mão de Melissa.- Cala a boca seu verme! - Markus me defendeu.- Eu acho que você é um coitado, gosta de uma les. . .- Cale-se James, você também esta errado! - A diretora o repreendeu.Depois de uma discussão fomos dispensados.Os alunos gritavam pelas janelas me fazendo lembrar do incidente de Robert.Comecei a passar mal, quase cai no chão mas Marie me ajudou.- Por que vocês se arriscaram por mim? - Perguntei para Marie.- Porque somos amigos, e amigos nunca abandonam amigos!Eu a abracei forte e logo depois os garotos fizeram abraço col
Depois de um tempo conversando com Marie, fui dispensada pelos médicos. Marie me deu carona até em casa.Chegando lá pude ver um carro familiar parado em frente ao meu portão. Vi meu tio Leopold sair com malas nas mãos.- Fátima, minha querida sobrinha, como você cresceu! - Ele largou as malas no chão para poder me abraçar. -Quem é esta linda menina que te acompanha.- Prazer senhor, meu nome é Marie, sou uma amiga da Feh! - Marie esticou o braço e o cumprimentou.- Fátima, querida, precisamos conversar, você precisa saber de uma coisa. . .- Ok, Tichau Feh, nos vemos por ai. . .- NÃO, você é minha amiga, e eu não tenho nada a te esconder! - Segurei o braço de Marie impedindo-a de ir embora.Meu tio guiou-nos até a sala de estar.- Fátima. . . sua m&atil
Demorei um tempo para me arrumar.Quando cheguei no colegio, vi Marie fumando um cigarro de costas para mim.- Olha só, vai morrer se continuar fumando! - A assustei engrossando a voz.- Engraçadinha!Vi Marie enxugando as lagrimas com sua jaqueta.- Você está chorando? - Espantei me.- Não, o sol esta irritando os meus olhos! - Que engraçada. - Sim, mas não é nada!- Ok, o que esta havendo?- Você tem outros assuntos a se preocupar, vem, vamos para a festa!Marie pegou minha mãe e me levou até sua moto.Chagando lá, fiquei com um mal pressentimento. O lugar era estranho, era uma boate com pessoas estranhas. Tinha mais homens do que mulheres, o que me deixava com muito medo pois todos nos olhava torto.Havia dançarinas em pole dance, e as poucas mulheres dali estavam com homens.- Marie, q
Eu tentava respirar mas meus pensamentos me matavam, até que Cat subiu as escadas e me encarou.- Falou com ela? - Perguntei ainda chorando.- Sim. . . ela disse que é para você relaxar e. . . e que te ama! - Ela falava olhando para o chão como se estivesse se culpando de algo.- Como assim? Ela tem que voltar, eu preciso dela AGORA! - Fátima, sua mãe esta doente, ela precisa se cuidar um polco, ok? Ela vai voltar logo! - Cat acariciou meu rosto. -Agora vá tomar um banho e tente se acalmar, vou fazer um chá para nós!Fiquei observando Cat sair pela porta, corri até o banheiro e tomei um banho de banheira.Desci as escadas a procura de Cat, ela estava na cozinha fazendo o tal chá.- Minha mãe não vai voltar tão cedo né?Cat se virou rapidamente para mim num susto.- Por que diz iss
Abri os olhos lentamente, ainda não conseguia ver absolutamente nada.Tentei me mexer, mas não tive sucesso, pude começar a ver um pouco do teto branco encima de mim. Continuei tentando me mexer, mas continuava sem conseguir nada, fechei meus olhos novamente.Ouvi vozes vindo de longe, abri os olhos e pude ouvir e ver alguém entrar pela porta, meus olhos foram voltando ao normal me deixando ver seu rosto gentil.- Que bom que acordou! - A mulher estava com uma prancheta nas mãos, e nela escrevia algumas coisas. - Quantos dedos tem aqui? - Ela mostrava os dedos.- Onde eu estou? - Tentei me mexer novamente fazendo a ficar desesperada.- Pelo amor de Deus não faça isso novamente! - Ela apertou um botão para que minha cama me colocasse sentada. - Você sofreu um acidente muito grave.- Acidente? Como assim?- Bem, vamos deixar as perguntas pa
Ao chegar no colégio, algo me incomodava, todos nos olhavam com preocupação.- Marie, quem mais sabe o que aconteceu comigo? - Cochichei em seu ouvido.- Não se preocupe, ninguém sabe, só quem estava na boate! - Quem estava na boate?- A metade do colegio! - Marie saiu me puxando pelo braço para o meio da multidão, todos davam espaço para que nós duas passássemos.Que droga, todos me olhavam com pena, eu queria enfiar minha cabeça num buraco e não tirar nunca mais.Marie me levou até minha classe. Logo James e os meninos vieram me encher.- Olá Fátima! - Ele debruçou encima de minha carteira.- O que você quer? Hoje eu não estou para brincadeiras e nem xingamentos! - Fui logo empurrando seus braços.- Nós não queremos te “encher&rdquo
Acordei toda amarrotada, eu mantinha minhas mãos agarradas na cintura de Marie, Markus do outro lado, nós três apertados deitados encima da cama.Esfreguei os olhos e vi o resto dos garotos jogados no chão, um deles abraçado numa garrafa de vinho branco, isso me fez rir um pouco. A televisão estava ligada, pausada numa cena qualquer do filme. Meu travesseiro estava todo rasgado, depois daquela guerra de travesseiro nada poderia ficar inteiro.Levantei tentando não acordar ninguem, na ponta do pé fui ao banheiro tomar um banho.Quando sai do quarto Marie estava de pé olhando meu caderno, onde eu escrevia musicas e etc.- Olha só, sua incherida, o que esta bisbilhotando? - A cutuquei para assusta-la.- Feh, sua doida. Se não me engano isso é uma musica romântica? ! - Marie apontou para a musica que escrevi quando havia “conhecido”Melissa.<