- Eu juro que não vou pensar nessa conversa para o resto de minha vidas!
Ela me confortava com suas palavras, então comecei.
- Eu estudava num colegio um tanto preconceituosa. Não tinha amigos e nem colegas, ram todos uns esnobes mediocres. Um professor chamado Robert começou a se aproximar de mim. . . como amigo claro.
Um certo dia ele se ofereceu para me ajudar na prova de sua
materia, eu aceitei, então to dia depois da aula ele me dava aulas extras. Nos eramos grandes amigos, ele me ajudava muito com tudo e com todos, eu perguntei a ele se ele gostava de mim. . . do outro jeito mas ele negou até a alma, disse que se lembrava de sua filha que havia morrido num acidente de carro, ele chorou e eu o amparei. No dia seguinte a aula ia como de costuma, eu havia tirado dez em todas as suas provas, mas ai um policiais entraram e começaram a m****r todo mundo sair, eles me barraram na porta e começaram a bater nele, eu comecei a fazer um escândalo logicamente, ele era meu melhor amigo. Ele foi acusado de pedofilia e pegou 25 anos de cadeia, eu fui expulsa da escola.
Marie me olhava atentamente, como se eu estivesse dizendo coisas muito importantes para a sociedade, seus olhos brilhavam.
Por um momento senti um peso cair dos meus ombros, pude até ouvir cairem ao chão.
- Eu. . . estou. . . meus pêsames! - ela abriu os braços e me agarrou.
James e seus verme passaram e não puderam conter os “elogios”.
- Olha só quem resolveu arrumar uma namorada? - Ele era um nojo. - E ainda por cima conseguiu alguem tão estranha quanto ela.
- A vá se foder James! - Marie gritou como se já o conhecesse.
Ele e seus verme foram embora.
- Você o conhece? - Perguntei.
- É uma longa historia. - ela me deu um sorriso e acariciou meu rosto. - Agora suba para sua classe e quando as aulas acabarem vou lhe contar o meu SEGREDO!
Ela saiu andando, aquela garota virou algo especial para mim.
Melissa comentava e olhavam para traz, para mim, colo quei os fones de ouvido e começei a ouvir Emarosa - We Are Life.
- Ei mocinha, preste atenção na aula. - O professor de Artes bateu em minha mesa.
Tirei os fones e percebi Melissa me olhando novamente. Decidi a encarar também, aquela troca de olhares estava me fazendo sorrir, tudo que eu menos queria, Melissa abriu um sorriso e logo uma risada, isso me fez rir também.
- Eu quero que façam um projeto. O bullyng está cada vez mais forte no mundo, então eu quero que façam um projeto baseado na socialização. Vocês terão de fazer cartas para alguem de sua classe, sem nome, vocês serão o “Amigo Secreto” um do outro, no final do ano vocês terão de revelar quem são.
Eu já sabia quem iria ser minha “vitima”.
O professor se despediu e a aula acabou.
Marie estava me esperando do lado de fora fumando.
- Hey Feh, vamos tomar um sorvete.
Ela me levou até uma sorveteria e começou a conversar de coisas monótonas.
- Marie, quero saber sobre seu segredo! - Fui direta.
Marie fumava agora com um ar triste.
- Meu pai. . . meu pai traiu minha mãe, ela ia bater nela e eu impedi então ele me. . . bateu. Eu e minha mãe começamos a manter um relacionamento “intimo”, intimo até alguém descobrir de nosso segredo, na noite seguinte fiquei sabendo que ela morreu atropelada, meu pai foi pedir desculpas dois dias depois, então depois de meses fiquei sabendo que ele teve overdose e. . . morreu também.
Eu a olhava nos olhas mas as lagrimas me impediam, eu estava chorando por vê-la chorar. Eu lhe abrasei e a consolei, embora eu também estava deprimida.
Chegando em casa meus pais AINDA estava brigando. Subi as escadas e me tranquei no quarto.
Comecei a escrever uma música.
No dia seguinte, acordei toda enrolada no cobertor, meu violão estava jogado no chão. Peguei meu celular para checar as horas, marcavam 05:25h. Levantei num pulo e fui me arrumar.
Desci as escadas e meus pais não estava lá. Sai de casa tranquilamente.
Cheguei a escola e não vi Marie em nenhum lugar. Entrei na minha classe e sentei no meu canto. James e os vermes vieram me afrontar.
- Oi Fátimazinhas, como vai?
Eu o ignorei totalmente.
Ele ia me dizer alguma coisa mas foi impedido por Melissa que lhe abraçou por trás.
- Oi amor.
Ele se virou e começou a beija-la na tentativa de mexer comigo. Eu fingi não ter me importado, o que foi uma mentira muito grande.
Melissa o empurrou e me deu um sorriso, agora um sorriso para me cumprimentar.
- Oi, tudo bem?
- B-bem. . .
Fiquei parecendo uma idiota com um sorriso muito bobo no rosto. Pude ver James me matando com os olhos.
Melissa sentou-se na cadeira e começou a tagarelar com suas amigas.
No intervalo fui mexer no meu armario e fui empurrada contra ele por James e seus vermes. Eles começaram a rir e eu fiquei furiosa.
- Ei, seus bobalhões! - Gritei.
James veio andando e me prensou contra o armario.
- O que foi lesbiquinha?
Eu não podia acreditar que ele ia me bater.
Pude ouvir Marie gritando com ele.
- O que diabos esta fazendo com ela?
- Fica fora Marie! - Ele continuava me apertando.
- Saia daqui seu covarde, vá brincar com seus amigos imbecis! - Ela o empurrou e o mesmo saiu furioso.
- Vai ter volta. . .
- Bla, bla, bla, bla e bla! - Marie sorria.
- Obrigada Marie, se não fosse por você. . .
- Não agradeça Feh.
Ela me pegou pelo braço e fomos para o patio juntas.
- E então. . . como vão seus pais? - Ela começou.
- Sei que não quer falar exatamente isso.
Nós rimos e ela me deu um cigarro.
- Bem. . . vou sair está noite com meus amigos e. . . quer ir?
- Claro, eu adoraria sair com seus amigos malo queiros!
Ela riu bastante.
- Ei, eles não são malo queiros! - Ela ficou séria. - Eles são maconheiros, é diferente!
Nós rimos ainda mais.
Percebi que Melissa me olhava do outro lado do patio. Ela parecia estar rindo de nós.
- Oh não! - Me assustei com o espanto de Marie. - Você gosta da Melissa? A maior filinha de papai que existe nessa escola!
Eu abaixei a cabeça e senti minhas bochechas corarem.
Marie ria muito.
- Que fofo, suas bochechas estão vermelhas!
Ela ria ainda mais.
- Pare de me envergonhar!
- Ok, parei, mas Fátima. . . ela meio que. . . - Ela parou de falar e suspirou.
- Eu sei Marie, eu não tenho nenhuma chance com ela!
- Não foi isso que eu quis dizer Feh. . .
Nós nos olhamos e ela sorriu.
- Vem Feh, vamos procurar os maconheiros!
Ela segurou minha mão e me puxou para a quadra. Os meninos estavam lá, todos ele fumando.
- Ei meninos, eu e a Fellon vamos com vocês! - Marie gritou.
- “NÓS VAMOS”?
Os garotos pularam o muro e Marie também.
- Vem Feh. - Ela gritou do outro lado.
Não hesitei e pulei também, não com muita facilidade, mas consegui.
Os meninos corriam e gritavam pela rua chamando a atenção de todos.
Marie sorriu para mim e entrelaçou nossos dedos. Chegamos no fim da cidade que era uma beira de praia. Sentei-me no chão e pensei.
- Feh, você esta chateada por causa daquilo?
- Eu estou bem!
Marie me abraçou e ficou fumando até escurecer.
- Ei, vamos sair daqui! - Um dos amigos de Marie se levantou e deu um sorriso malicioso. - Vou pegar alguma coisa numa loja.
Marie se levantou e sorriu também, inocentemente eu fui junto sem entender nada.
Os meninos a distribuir tocas ninja e mascaras para todos.
- Para que isso? - Perguntei.
- Quer esperar ai fora Feh? - Marie passou a mão em meu braço. - Nós voltamos logo.
Impacientemente eu os esperava até que todos saíram correndo com bebidas nas mãos.
- Vem! - Marie pegou minha mão e me puxou correndo.
Estavam todos correndo até eu olhar para trás e ver um homem com uma espingarda nas mão correndo atrás de nós.- Mas o que. . .- Corra Feh, só corra! - Marie disse rindo muito.Chegamos em um lugar estranho, quase na saída da cidade. Os meninos começaram a beber e eu e Marie focamos em silencio.- Não acredito que roubou! - Comecei o sermão.- Calma Feh, só foi umas bebidinhas, nada demais! - Marie levantou as mãos para dizer que se rendia.- Ok, só não façam isso de novo ok?Todos balançaram a cabeça e prometeram não roubar novamente.Aquela noite os amigos de Marie fizeram loucuras o tempo todo, estava escurecendo e eu já sabia que meus pais iam me encher.- Preciso voltar para casa, meus pais devem estar me esperando!- Mas nem começou a festa! - Ma
Johnny carregava uma xicara nas mãos. Ele me deu a xicara e ficou me analisando.- O que foi? - Perguntei com medo.- Isso esta horrivel! - Ele virou e foi até um comodo da casa.Fiquei pegando minhas coisas que estavam em cima da mesa.Johnny voltou com um espelho e me mostrou. Meu olho direito estava roxo.- Que droga! - Abaixei a cabeça.- Diga-me, por que fizeram isto contigo? - Ele tocou meu braço e eu me afastei.- Porque eu gosto de alguem, e acho que nessa cidade é crime! - Fui até a porta. - Pode abrir a porta? Quero ir para casa.- Claro. . . - John abriu a porta e sorriu. - Acho que esta muito escuro para uma menina de 15 anos andar por ai, se você quiser eu te levo de carro.- Acho que é muito perigoso uma menina de 15 anos andar de carro com um adulto desconhecido. - Virei-me e fui embora.Cheg
A diretora levantou e passou a mão em meu braço.- Muito bonito da sua parte Fátima, mas a culpa também foi de seus amigos!Eu olhava para Melissa e ela continuava chateada.- Todos estão falando sobre seu show Fátima! - O James segurou a mão de Melissa.- Cala a boca seu verme! - Markus me defendeu.- Eu acho que você é um coitado, gosta de uma les. . .- Cale-se James, você também esta errado! - A diretora o repreendeu.Depois de uma discussão fomos dispensados.Os alunos gritavam pelas janelas me fazendo lembrar do incidente de Robert.Comecei a passar mal, quase cai no chão mas Marie me ajudou.- Por que vocês se arriscaram por mim? - Perguntei para Marie.- Porque somos amigos, e amigos nunca abandonam amigos!Eu a abracei forte e logo depois os garotos fizeram abraço col
Depois de um tempo conversando com Marie, fui dispensada pelos médicos. Marie me deu carona até em casa.Chegando lá pude ver um carro familiar parado em frente ao meu portão. Vi meu tio Leopold sair com malas nas mãos.- Fátima, minha querida sobrinha, como você cresceu! - Ele largou as malas no chão para poder me abraçar. -Quem é esta linda menina que te acompanha.- Prazer senhor, meu nome é Marie, sou uma amiga da Feh! - Marie esticou o braço e o cumprimentou.- Fátima, querida, precisamos conversar, você precisa saber de uma coisa. . .- Ok, Tichau Feh, nos vemos por ai. . .- NÃO, você é minha amiga, e eu não tenho nada a te esconder! - Segurei o braço de Marie impedindo-a de ir embora.Meu tio guiou-nos até a sala de estar.- Fátima. . . sua m&atil
Demorei um tempo para me arrumar.Quando cheguei no colegio, vi Marie fumando um cigarro de costas para mim.- Olha só, vai morrer se continuar fumando! - A assustei engrossando a voz.- Engraçadinha!Vi Marie enxugando as lagrimas com sua jaqueta.- Você está chorando? - Espantei me.- Não, o sol esta irritando os meus olhos! - Que engraçada. - Sim, mas não é nada!- Ok, o que esta havendo?- Você tem outros assuntos a se preocupar, vem, vamos para a festa!Marie pegou minha mãe e me levou até sua moto.Chagando lá, fiquei com um mal pressentimento. O lugar era estranho, era uma boate com pessoas estranhas. Tinha mais homens do que mulheres, o que me deixava com muito medo pois todos nos olhava torto.Havia dançarinas em pole dance, e as poucas mulheres dali estavam com homens.- Marie, q
Eu tentava respirar mas meus pensamentos me matavam, até que Cat subiu as escadas e me encarou.- Falou com ela? - Perguntei ainda chorando.- Sim. . . ela disse que é para você relaxar e. . . e que te ama! - Ela falava olhando para o chão como se estivesse se culpando de algo.- Como assim? Ela tem que voltar, eu preciso dela AGORA! - Fátima, sua mãe esta doente, ela precisa se cuidar um polco, ok? Ela vai voltar logo! - Cat acariciou meu rosto. -Agora vá tomar um banho e tente se acalmar, vou fazer um chá para nós!Fiquei observando Cat sair pela porta, corri até o banheiro e tomei um banho de banheira.Desci as escadas a procura de Cat, ela estava na cozinha fazendo o tal chá.- Minha mãe não vai voltar tão cedo né?Cat se virou rapidamente para mim num susto.- Por que diz iss
Abri os olhos lentamente, ainda não conseguia ver absolutamente nada.Tentei me mexer, mas não tive sucesso, pude começar a ver um pouco do teto branco encima de mim. Continuei tentando me mexer, mas continuava sem conseguir nada, fechei meus olhos novamente.Ouvi vozes vindo de longe, abri os olhos e pude ouvir e ver alguém entrar pela porta, meus olhos foram voltando ao normal me deixando ver seu rosto gentil.- Que bom que acordou! - A mulher estava com uma prancheta nas mãos, e nela escrevia algumas coisas. - Quantos dedos tem aqui? - Ela mostrava os dedos.- Onde eu estou? - Tentei me mexer novamente fazendo a ficar desesperada.- Pelo amor de Deus não faça isso novamente! - Ela apertou um botão para que minha cama me colocasse sentada. - Você sofreu um acidente muito grave.- Acidente? Como assim?- Bem, vamos deixar as perguntas pa
Ao chegar no colégio, algo me incomodava, todos nos olhavam com preocupação.- Marie, quem mais sabe o que aconteceu comigo? - Cochichei em seu ouvido.- Não se preocupe, ninguém sabe, só quem estava na boate! - Quem estava na boate?- A metade do colegio! - Marie saiu me puxando pelo braço para o meio da multidão, todos davam espaço para que nós duas passássemos.Que droga, todos me olhavam com pena, eu queria enfiar minha cabeça num buraco e não tirar nunca mais.Marie me levou até minha classe. Logo James e os meninos vieram me encher.- Olá Fátima! - Ele debruçou encima de minha carteira.- O que você quer? Hoje eu não estou para brincadeiras e nem xingamentos! - Fui logo empurrando seus braços.- Nós não queremos te “encher&rdquo