Fael...
Quando recebi a ligação de Majú, eu já pressentia que algum b.o estava por vir, mas nada me preparou para a notícia de que Lyon poderia estar vivo... Porra!A única forma de tirar as nossas dúvidas era vendo se ele estava morto mesmo, Majú surtou quando decidimos trabalhar do nosso jeito, mas era a forma mais rápida de resolver isso, essa parada de justiça demora pra caralho, tá louco... Melhor ir do meu jeito mesmo!Eu sabia que Majú ia ter uma crise de ansiedade quando soubesse que o caixão estava vazio, FM é um vacilão, não era pra ter dado a notícia por telefone pra ela.Conhecemos muito bem a Majú, ela é forte, determinada, mas se tratando de Lyon ela fica muito fragilizada.Prometemos ao Lyon que cuidaríamos dela e do pequeno Leon e até hoje tem sido assim, ela não sabe, mas cada passo dela é monitorado por nós, quer dizer, por Ramon.O carro dela tem rastreador, o celular dela também tem, o relógio que ela usa que é um presente antigo de Lyon, tem um localizador. Leon também é rastreado, a coleção de bonés do pai dele que ele usa sempre, tem rastreador, até suas roupas também tem rastreador.Como fiz isso sem Majú saber?Fácil, os bonés eu entreguei a Leon quando ele fez 5 anos, todos já com os brinquedinhos escondidos, as roupas eu recebi ajuda de Kadu, era fácil já que Lorena ficava com ele pra Majú trabalhar.— Que loucura!! Diz FM me tirando de meus pensamentos.— Pois é... Caralho, será que ele tá vivo mesmo? Pergunto a FM sem tirar minha atenção da estrada.— Tudo leva a crê que sim, mas fico me perguntando... O por que dele se esconder até da gente?— Cara, eu não sei... Mas sempre achei estranho ele ter ido naquela missão sozinho. Lyon sempre foi prudente, nunca colocaria a vida dele em risco a toa. Eu vacilei, era para eu ter insistido em ir na missão com ele.— Você sabe que não ia adiantar Fael, hoje tenho certeza que já estava tudo planejado por ele.— Eu sei, também tenho essa certeza, mas eu poderia ter ido na escolta dele, sei lá.— E agora, como vai ser? Vamos contar pro chefe?— Acho melhor não contarmos para ninguém, vou falar com a Majú e o Kadu... Lembra que tudo começou depois que o chefe pediu ele para matar o Caíque? Não sei se tem alguma coisa a ver... Vou falar só com Ramon... Sigilo total.— Outra coisa que não entendo... Por que matar Caíque? Essa conta ainda não bateu pra mim.— Mistérios que provavelmente só teremos respostas quando acharmos o Lyon.Chegamos no morro e já estava quase amanhecendo, eu estava cansadão, louco pra deitar em minha cama e apagar....Acordo com meu rádio apitando, me levanto ainda tonto e dou uma olhada rápida no celular e já são 9:20 da manhã, atendo o rádio...— Anda logo Fael, demora do caralho pra responder?Ouço FM meter bronca pelo rádio.— Calma filhão, nasceu de oito meses, porra?— Tô meia hora te chamando nesse rádio...— Diz logo caralho, ligou só pra encher meu saco?— Claro que não! Bazuca quer uma reunião hoje.— O que ele quer?— Sei não, só sei que pediu pra você colar lá na Taj Lounge.— Porra, já sei que tem b.o aí... Qual horário?— 2:00 da manhã.— Tá maneiro. Monta uma comitiva, pede pra uma galera ir na frente como um frequentador normal e Pede pra olhar tudo. Não confio em ninguém!— Já é! Ahh já ia me esquecendo, falei com Ramon.— Vlw... Ele disse o que?— Ficou como a gente, sem entender nada, mas disse que vai começar logo as investigações....Depois de finalizar a ligação fui para o meu banho.Resolvi mandar mensagem para Marina e chama-la pra ir na Taj comigo, já que fica perto do apê dela.Mensagem...Bom dia gostosa...Que tal um rolé com seu gato hoje?Eu e Marina ficamos nesse chove e não molha, começamos com uma parada maneira, mas do nada nossa relação desandou, eu piranhava, não queria compromisso no começo e ela magoou, agora que quero o tal compromisso com ela, a filha da puta não quer.Nossa relação parece ioiô, tem horas que estamos bem, tem horas que não estamos.Chegamos ficar um bom tempo separados, mas nos reaproximamos depois da morte de Lyon, já que somos padrinhos de Leon, então sempre em datas comemorativas nos esbarrávamos.Hoje estamos mais tranquilos, vez ou outra ela vem dormir aqui, lógico que eu pego às putas aqui do morro e ela sabe que fidelidade não é comigo, mas também sei que na pista ela me dá uns perdidos, eu não ligo, desde que eu não veja, tá suave.Estou tomando café da manhã quando meu celular apita, mensagem recebida.Mensagem on...Hoje não vai rolar, vou está de plantão...Gostar da resposta dela eu não gostei, mas sei que médico é assim mesmo, então só me resta ir sozinho mesmo.Tomo meu banho e coloco uma bermuda cargo exército e uma blusa branca Jhon Jhon, atravesso meu fuzil nas costa, coloco minha pistola na cintura, pego a chave da minha Hornet e sigo em direção a boca, olhando tudo que acontece na comunidade, aprendi com Lyon a ser mais observador, nada pode passar despercebido, questão de segurança.Quando Lyon morreu, quer dizer, quando Lyon sumiu, eu tive que aprender a administrar essa comunidade sozinho, vocês podem até dizer que foi fácil pra mim, já que eu era o braço direito dele, mais não foi fácil não. A parte mais difícil que é analisar tudo, pensar se vai valer a pena, se vai por a vida dos seus homens em risco ou da comunidade, era toda dele, era uma responsabilidade do caralho, eu ficava com a parte moleza.Hoje eu mudei muito, observo mais, sou menos brincalhão, não confio em ninguém a não ser em FM, Kadu e Majú, nem no meu chefe eu confio, como confiar em alguém que você nem conhece pessoalmente?— Vai ter arrastão hoje? Pergunta FM me tirando da viagem mental que eu estava.— Vai sim e já tenho uma lista do que eu quero. Digo entrando na sala e me sentando em minha cadeira.— Os moleques vão sair daqui por volta das 20 horas, vai ser coisa rápida, creio que as 22 horas eles já estejam aqui.— Quero trabalho limpo, avisa geral. Não quero esculacho na pista, sem tiros e mortes, isso atraí os canas pra nossa comunidade.— Já é, tô ligado... Vai ser parada limpa, mas qual é a sua lista?FM pergunta já sentando em um sofá que tem na sala e fumando um baseado.— Tá aqui! Entrego um papel com a lista do que preciso.Em breve teríamos uma missão em outra comunidade e eu iria precisar de carros novos e velozes, um plano de movimentação estava sendo montado por mim, eu ia sair da comunidade de dia e quando isso acontecia uma logística braba tinha que ser montada, já que de dia as coisas eram mais complicada.Quando deu 1:00 da madruga eu comecei a me arrumar, Eu tinha uma reunião com bazuca na boate dele, aqui na comunidade tudo estava nos conformes, o arrastão deu tudo certo, os moleques são tão brabos que até uma BMW eles conseguiram. De tênis da Nike branco, boné preto, cordão de ouro com pingente R que pesava mais que Leon no pescoço, calça jeans clara e blusa T-shirt preta colada deixando minhas tatuagens a mostra, parto para a Taj em um esquema de segurança fortíssimo. Assim que chego vou direto para o camarote, o local estava abarrotado de gente. O local era assim: Você entra na boate e já dá de cara com a pista central, no meu lado direito tem uma escada que dá para o primeiro camarote, ali fica um segurança e só sobe quem tem a pulseira vip e só tem essa pulseira quem tem muito dinheiro ou é muito influente. No meu lado esquerdo tem outra escada, ela leva a outro camarote, só que esse só tem acesso os convidados de bazuca, no caso, só a alta cúpula do crime organizado.Me apr
Chego em meu morro e assim que aponto o carro na minha garagem, um dos meus vapor se aproxima. — Chefe, sua mina tá aí! — Minha mina? Questiono. — É... Marina. Ele diz estranhado meu esquecimento. — Caralho! Xingo respirando fundo. Eu nem podia brigar com ele, já que eu não proibi a entrada dela e ela sempre teve acesso liberado aqui no morro e em minha casa. Paro o carro na garagem e já vou entrando em casa, logo vejo ela deitada no meu sofá. Marina é uma morena do rosto fino, cabelos lisos mais com algumas ondulações, era magra, mas nem tanto, era o tipo magra fitness. Ela ouve eu colocar as armas na mesa e já se levanta me olhando. — Precisamos conversar. Seu olhar é caído, ela sabe que vacilou. — Agora? Questiono. — Tarde demais. — Vamos conversar, por favor. — Marina eu tô de boa! Você é livre, não temos nada de importante... — Se está tão de boa assim, por que não me deixou falar com você no camarote? — Por que estava puto! Não por você está se pegando com um man
Continua...A semana passou voando, Marina não me ligou e nem enviou mensagem, eu não tive tempo de pensar em nada, a não ser na ninfeta loira. Essa semana vai ter invasão no morro do bazuca e como somos aliados eu tenho que dar essa força a ele, tinha que ir pra lá organizar minha equipe, cada ponto daquela comunidade tem que está palmeada por nós, só que sair daqui de dia é muito arriscado, então organizei um mini caos pela cidade. Separei um grupo de vapor que nunca foi fichado pela polícia e ordenei que eles fossem para o lado oposto da comunidade de bazuca, tipo: A comunidade de bazuca fica ao norte, então enviei meus vapor para o sul. Eles estavam encarregados de criar o caos pela cidade, parar a linha amarela e mandar os caminhoneiros pararem, não era para roubar nada, era só para criar um terror, alguém ia ligar pra polícia com certeza.Eles iam fazer os caminhoneiros descerem e tomariam suas chaves, a avenida ia parar, geral ia ficar com medo. A polícia ia chegar e ia pren
Majú... Minha conversa com Caíque, apesar de estranha, me deixou animada. Era estranho estar tão perto dele e era inevitável não pensar em tudo que passamos, sacudo minha cabeça afastando os pensamentos nostálgicos. — Se comporta hein! Falo com Leon dando um beijo nele. — Não dê trabalho a sua dinda. — Eu já sou um homem mãe! Ele diz de cara fechada. Leon está crescendo e a cada dia está com o gênio do pai, agora ele cismou que não quer ser tratado como criança, diz que é um pré adolescente. Essas crianças vem com cada uma! — Tá bom meu homenzinho, se comporta! Digo rindo e lhe dou um beijo de despedida. Entro no carro e sigo em direção ao meu trabalho, na metade do caminho decido passar pela rua que a foto de Lyon foi tirada. Passando pelo local devagar, observo cada detalhe, lojas de roupas, restaurantes, quiosques. Fico pensando que se Lyon passou por ali é por que mora próximo e se passou uma vez deve passar sempre. Assim que o carro para em um sinal eu pego a foto do Ly
Um papo legal com vcs... Galera, eu preciso que vcs adicionem essa história na biblioteca de vcs, se não eu não ganho da plataforma e por favor, deixem um comentário, isso ajuda na minha divulgação.Obg mais uma vez pela parceria de sempre, love you! Majú continua...Eu não sabia o que fazer, o que pensar. Minha cabeça parecia que ia estourar a qualquer momento e quando o ar começou a faltar em meus pulmões eu pego meu celular e ligo para Fael. Vejo seu carro passar como em câmera lenta por meus olhos e ir embora. Meus olhos acompanham os dele mesmo de dentro do carro, tudo em câmera lenta. Enfim consigo andar, caminho sem rumo pela areia da praia, eu estava desnorteada, sem saber o que pensar de toda essa loucura. Era ele! Eu não estou louca. Por que ele está fazendo isso comigo? Eu sentia que ia entrar em um colapso nervoso a qualquer momento. Em meio a crise de choro, resolvo ligar para
Eu estava em pedaços, cada vez que tentava fechar os olhos a imagem que vinha em minha cabeça era ele sorrindo tão feliz após beijar aquela garota, suas palavras ríspidas comigo, ele defendendo ela, “Minha Mulher”... Ele encheu a boca para pronunciar essas palavras. Mais uma vez meu rosto era tomado por lágrimas, chorei tanto que acabei enfim pegando no sono, talvez pelo efeito do remédio. Acordo no dia seguinte com Leon em cima de mim. — A senhora está bem? Ele está com aqueles olhos expressivos me encarando. — Não muito... Mas vou ficar. — Você viu meu pai neh? Fico sem palavras, então é verdade, Lyon aparece para Leon. — Ele fala com você? — Não! Só aparece as vezes quando estou dormindo, ele acha que eu não vejo ele, mas eu vejo. — Não era sonho? Tento me certificar de que realmente Lyon aparece para Leon. — Não mãe, eu vi a tatuagem que ele tem com meu nome no braço dele.
Chego em casa e corro para arrumar minhas coisas, tomo outro banho e corro pra cozinha, precisava comer algo. Juju já está lá almoçando e graças a Deus mamãe não está. — Sumiu e nem disse nada. Ela diz enquanto mastiga. — Desculpa... Lembra do rolo que me chamou pra sair? Ela afirma com a cabeça. — Então, eu menti pra ele dizendo que estaria em um plantão, mas o boy me viu lá na Taj. — Caralho! Juju solta, fazendo Belinha nossa funcionária a repreender. — Pois é... Tive que ir pra casa dele tentar me redimir. — Pela sua cara, não conseguiu! — Eu achei que sim, mais o filho da puta aprontou uma comigo que nem quero contar! Juju rir e pergunta: — Por que você nunca fala dele com a gente? Eu só o conheço como “rolo”, “boy”, “idiota”... Se você gosta dele, por que não fica com ele de verdade? Apresenta ele a nossa família... — Não dá... Você não entenderia... E não quero mais falar dele!
Marina... Estou em um jantar de família, enquanto o papo rola mamãe começa. — Quando você vai nos apresentar seu namorado? Paro de comer e direciono meu olhar para ela, de novo esse papo!? — Já disse que não tenho namorado! — Logico que tem! Você está sempre dormindo fora de casa, quando chega está sempre com marcas, marcas de uma noite quente de... — Tereza, pelo amor de Deus! Papai a repreende. — Ué Geraldo, puta eu sei que ela não é pra ficar dando pra todo mundo, então ela tem um namorado. — Mamãe, por favor! Nem um almoço em paz podemos ter? Agora é Juju que a repreende. — Só pra lembrar a senhora, eu sou maior de idade, independente e posso dormir a onde eu quiser e com quem eu quiser! Me levanto da mesa. — Perdi a fome! Saio da mesa ouvido ela gritar.— É maior, é independente, mas mora na minha casa! A ignoro. Mamãe é observadora e controladora, ela nunca ac