Companheira reivindicada de Alpha
Companheira reivindicada de Alpha
Por: ~S.Y
Capítulo 1
NATÁLIA

— É um erro. — Eu disse a Diana Mendes assim que entramos no clube lotado.

O cheiro de suor, sexo e álcool irritava minhas narinas, me fazendo engasgar.

— Ah, vamos! Viva um pouco! É seu vigésimo aniversário. — Ana Jorge jogou o braço ao redor do meu ombro, puxando-me para perto de seu corpo.

— Nunca acaba bem quando você diz isso. — Eu balancei o braço dela do meu ombro e dei um passo à frente.

— Não estrague o clima! Vamos festejar! — Diana gritou no meu ouvido esquerdo e me agarrou pelo braço, me arrastando direto para o bar.

Lá no fundo, eu sabia que agora não tinha nenhuma chance.

Ana fez o pedido no bar e eu me virei, observando o lugar lotado.

A música alta pulsava nos meus ouvidos e vibrava no meu corpo, me fazendo suspirar. As luzes neon faziam meus olhos doíam.

— Me diga de novo por que estamos aqui, de todos os lugares? É terra livre. Qualquer um pode nos atacar aqui. — Gritei para Diana, que estava balançando o corpo ao som da música.

— É o melhor clube da cidade. — Diana gritou de volta, com um sorriso se estendendo por seus lábios.

Eu já podia sentir os olhos dela vagueando pela pista de dança, procurando a presa da noite.

Rolei os olhos enquanto apoiava as costas no balcão do bar.

— Henrique Pessoa vai ficar zangado comigo se descobrir que eu vim aqui. Ele não gosta disso. — Sussurrei sob minha respiração.

Mas, ainda era audível para Diana e Ana devido aos sentidos aguçados que vêm como uma força para nós, lobisomens.

— Dane-se aquele idiota, pelo menos por esta noite! — Ana sussurrou e me entregou o shot.

Olhei para o pequeno copo na minha mão e depois para Ana:

— Aquele idiota é meu namorado!

— E o próximo na linha para ocupar o lugar do nosso Alpha ferrado! — Diana riu ao meu lado.

— Ele é lindo. — Argumentei com minhas melhores amigas.

— Esse é o único motivo pelo qual estamos permitindo que você namore com ele! — Ana deu um empurra no meu ombro, me lançando um sorriso malicioso.

Um sorriso se abriu em meus lábios.

— Beba! — Diana agarrou minha mão e me forçou a engolir o álcool forte.

A sensação de queimação começou na minha boca e desceu pela minha garganta enquanto eu tomava um grande gole.

— É HORA DA FESTA! Você finalmente está fazendo vinte anos, e ao contrário do seu aniversário de dezoito e dezenove, acredito que você será capaz de se transformar desta vez. Todos aqueles idiotas pensam que você não tem lobo serão provados errados! E talvez, você também encontre seu companheiro! — Ana gritou no meu ouvido e começou a pular nos pés.

Isso mesmo. Já passou da idade de me transformar e ainda não o fiz, o que levou todos a acreditarem que eu era sem lobo.

— Henrique é meu companheiro! — Eu disse a ela antes de engolir outro shot.

— Ok, ok! Não começa com isso de novo. — Diana descartou o assunto e me arrastou para a pista de dança.

Me deixando no meio, ela foi encontrar sua presa.

Diana e Ana tinham ambas vinte e dois anos, mas ainda não tinham encontrado seus pares. Então, elas se divertiam com quem quisessem, porque não estavam interessadas em relacionamentos sérios com ninguém que não fosse seu parceiro destinado.

Diferente de mim, claro. Eu me apaixonei pelo filho do meu Alpha João Pessoa, Henrique. Ele tinha vinte e dois anos, como minhas melhores amigas, e acreditava que eu era a companheira dele. Foi assim que tudo começou entre nós. Eu não conseguia reconhecê-lo como meu companheiro sem um lobo, então só podia confiar nele quando diz que era sua companheira. E eu confiava em Henrique com todo o meu coração.

Afastei esses pensamentos da minha cabeça quando Ana veio em minha direção e começou a balançar o corpo ao som da música sensual que tocava.

Ri quando ela me lançou seu famoso sorriso malicioso. Então, copiei seus movimentos e fechei os olhos, me deixando todas as outras preocupações de lado.

Depois de dançar um pouco, voltei para o bar e tomei shot após shot até não conseguir mais pensar direito. O álcool pulsava nas minhas veias. Minha visão ficou turva e uma onda de calor me atingiu.

Não, não, não.

Respirei fundo, segurando o balcão atrás de mim.

Outra onda de calor percorreu meu corpo quando um cheiro estranho invadiu meus sentidos.

Era mais forte do que todos os outros cheiros humanos no clube. Era o cheiro do chão da floresta logo após a chuva combinado com o almíscar da madeira.

Minha boca salivou e meus sentidos se aguçaram. Meus olhos examinaram a área, procurando a pessoa que tinha esse cheiro estranho.

Soltei o balcão e tropecei nos dois degraus à frente dele, empurrando os corpos dançantes.

Minha cabeça latejava devido ao forte efeito do álcool no meu sistema.

Outra onda de calor me atingiu com força. Ofeguei e parei no meio da pista de dança. A sensação percorreu meu corpo até reivindicar o ponto sensível entre minhas coxas.

Eu apertei as coxas juntas e empurrei os corpos mais rápido para sair daqui.

Eu sabia que era a temporada do cio, mas não sabia que o cio podia afetar as lobas sem companheiro. Nunca tinha ouvido falar disso antes.

Meu primeiro pensamento foi que talvez não fosse o cio.

Mas então outra onda dele lavou meu corpo e tive que apertar as coxas com mais força. Um gemido quase ameaçou escapar dos meus lábios com a sensação de formigamento.

O momento em que a umidade se acumulou em minhas calcinhas, eu deixei de lado as dúvidas de que talvez não fosse o cio que estava me afetando dessa maneira.

As costas de um homem roçaram em meu corpo e eu pulei no meu lugar, sentindo o calor ficar mais forte.

Meus olhos examinaram a área mais uma vez, procurando por Diana ou Ana. Tudo ficou nebuloso e eu achei dificuldade em me concentrar.

Sacudindo a cabeça, saí da multidão cambaleando. Eu não sabia para que direção estava indo, mas queria sair daqui.

Andando sem rumo, acabei em um corredor escuro. Minha mão alcançou a parede para me apoiar quando outra onda me atingiu. A umidade em minhas calcinhas ficou pior.

Inalei profundamente e o mesmo cheiro me atraiu. Sem pensar, eu o segui.

Minha visão escureceu por um momento quando cheguei a uma escada. Subi as escadas e vi um homem caminhando para o outro lado do corredor.

Era ele. O cheiro era dele.

Eu mal consegui segui-lo. Meu coração batia nos meus ouvidos e no fundo do meu estômago. E a umidade nas minhas calcinhas me fazia mover mais rápido, embora minhas pernas estivessem ficando bambas.

Rodei o corredor, mas não vi ninguém lá. Uma carranca franziu minhas sobrancelhas.

Suspirei e apoiei as costas na parede fria antes de fechar os olhos.

Outro episódio de calor reivindicou meu corpo e fez minhas costas se arquearem da parede. Um gemido saiu dos meus lábios e minha mão imediatamente alcançou a boca.

Meus olhos se fecharam sozinhos enquanto eu ofegava no corredor silencioso.

— Por que você está me seguindo? — A voz profunda me assustou.

Meus olhos se abriram rapidamente. Olhei para a direita e vi o homem parado ali.

Seu cheiro me envolveu, me fazendo respirar fundo algumas vezes.

Ele tinha cabelo escuro, olhos de cor azul oceano, nariz reto e pontudo, enquanto seus lábios grossos eram de um rosado claro. Ele era musculoso, sua altura era mais de 1,80m e sua camisa social branca justinha definia todos os músculos.

Sua aura era poderosa e sombria, como a de um Alpha. Minhas pernas tremeram e mal me sustentaram na frente dele. Eu tive que apertar as coxas com mais força depois de olhar para o homem esculpido pelo Diabo na minha frente.

Oh, Minha Deusa da Lua Mais Que Maravilhosa!

Eu passei a língua nos lábios, tentando registrar o que estava acontecendo comigo.

Eu lentamente arrastei os olhos para encontrar o olhar fixo dele.

A eletricidade crepitou quando eu olhei para seus olhos azuis oceânicas. Foi como se algo explodisse na minha mente. Seus olhos pareciam me puxar, uma emoção não reconhecida começando a afetar meu coração.

Ele inclinou a cabeça para a esquerda, seus olhos piscando em vermelho por um breve momento.

Eu engoli minha saliva e tentei me afastar da parede, mas não consegui fazer isso quando outra onda de calor passou pelo meu corpo como um caminhão.

Eu gemi mais alto, minhas unhas arranhando a parede atrás de mim. Minhas costas arquearam para fora da parede, meus olhos se fecharam sozinhos.

O desejo de estar perto de um homem cresceu forte nas minhas veias e meu clitóris pulsante também não ajudava.

Antes de perceber o que estava fazendo, eu já estava me movendo em direção ao homem que parecia ser a única opção de salvação para mim.

— Ah—Ajuda-me. — Engasguei-me, minha mente embriagada falhando em registrar o tipo de erro que eu estava cometendo.

O homem agarrou meu corpo, suas mãos grandes e quentes envolvendo minha cintura. Era como fogo encontrando fogo e queimando tudo em seu caminho.

Faíscas desceram pela minha espinha, me fazendo ficar nas pontas dos pés e esmagar meus lábios contra os dele sem demora.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo