ANAEu me tornei um zumbi. Voltei correndo para o meu quarto e fiz o possível para dormir, como se eu pudesse simplesmente desligar minha mente pensante e ficar morto por um tempo, mas não consegui. Meus pensamentos continuavam voltando para as merdas que aconteceram comigo e com Zero.Meus pensamentos continuavam voltando para a merda que havia acontecido entre mim e Zero. O vínculo de companheirismo brincou comigo, me atraiu, me fez beijá-lo e depois também fez sua mágica nele, fazendo-o se tornar alguém que não era. Ah, as faíscas, as faíscas.Ah, as faíscas, o toque de sua pele sob meus dedos e aqueles lábios perigosos. Tentei esquecer tudo isso, mas não consegui, o que foi sim. Uma merda.Eu gemi, rolando na cama como uma adolescente apaixonada. O dia inteiro havia se passado e eu ainda estava presa aqui, incapaz de dormir ou sair para fazer algo diferente.Perdendo a guerra comigo mesma, finalmente decidi jogar todos os travesseiros para baixo e me levantar da cama de mau hu
NATÁLIAA mulher ardente caminhou até mim, seus passos pequenos. Quanto mais ela caminhava, maior se tornava a distância entre nós.Eu estava desesperada. Eu precisava me comunicar com ela. Eu tinha que descobrir muitas coisas.Seus âmbares brilhantes deixaram os meus, descendo para o meu estômago. O fogo que a queimava, diminuía. Eu assisti, admirada, enquanto ela balançava a cabeça, seu cabelo brilhante balançando com o movimento.— Não deixe que eles saibam sobre isso. — Ela não abriu a boca, apenas me encarou, mas sua voz ainda soava em algum lugar no fundo da minha mente, como se fosse minha segunda consciência falando e não ela.— O quê? — Eu consegui perguntar à voz enquanto tentava caminhar para frente e encurtar a distância entre nós.— Não deixe que eles saibam sobre a criança. Eles não a deixarão viver. — A voz advertiu.Foi como se um balde de água fria tivesse sido despejado sobre mim. Eu acordei, ofegante. As luzes estavam apagadas no meu quarto e eu só conseguia d
ANAQue merda? Eu gemi, entrando pela porta aberta do meu quarto.Minhas pernas ainda estavam um pouco trêmulas depois do encontro com Zero na cozinha. Perdi a cabeça por um tempo e cedi como uma vadia desesperada, o que certamente não me arrependeria. Se eu me arrependesse, isso significaria que ele venceria. Bem, eu não deixaria os outros vencerem.Eu resfoleguei, caminhando direto para o banheiro e me despindo para tomar um banho.Minhas bochechas ainda estavam quentes. O toque dele ainda pairava sobre minha pele, o prazer zumbindo no fundo da minha mente.Ligando o chuveiro, eu fiquei embaixo da água corrente enquanto replays intensos do momento passavam pela minha cabeça. Minhas mãos agiam sozinhas, pegando as coisas, ajudando-me a tomar banho enquanto minha mente permanecia ausente.Que tipo de reação foi aquela? Tipo... Estávamos quites? Ou o quê? Ele estava fazendo isso para me pagar pelo sangue? Eu nunca pedi que ele me pagasse, afinal, eu estava ajudando-o.Maldito ps
RICARDO— Eu fiz o que você pediu. Eu a mandei para a cidade e pedi ao Jacob para cuidar dela... — Bernardo interrompeu, não sabendo como dizer isso em voz alta.Eu continuei encarando a superfície da minha mesa, nunca olhando para cima ou prestando atenção no olhar lamentável que ele se recusava a tirar dos olhos.— Eu não sabia que ela faria isso de novo. Eu pensei…— Você pensou que conseguiria encobrir tão bem que eu nunca descobriria. — Eu suspirei, esfregando a concha da minha orelha esquerda cansativamente.— Sinto muito. Eu... Não sei o que te dizer. Eu realmente pensei que tudo ficaria bem e que ninguém precisaria se machucar. — Ele soltou em um tom monótono.— Eu não quero ouvir desculpas. — Eu levantei a cabeça, direcionando meu olhar vazio para ele.— Alfa, eu…— Cala a boca, Bernardo. Não cruze a linha novamente. — Eu afirmei, mantendo a calma, mas meus olhos brilharam José enquanto minha loba pairava à beira de se libertar.— Certo. Temos problemas maiores para r
NATÁLIA— Você realmente se livrou da sua irmã, Bernardo? — Eu perguntei, olhando para a parede de vidro.— Ela não vai mais interferir. — Ele suspirou, repetindo a mesma merda pela terceira vez.Eu não sabia por que não estava à vontade mesmo depois de descobrir isso. Eu sonhei com algo novamente e não me sentia bem com isso.— Você pode... Fazer algo por mim? — Eu sussurrei, encarando-o.Bernardo se enrijeceu, seus olhos fixos em mim. Ele estava tenso quando eu mandei Jake buscá-lo, mas agora parecia melhor, mais composto e menos agitado, porque sabia que não precisava me dar explicações ou desculpas sobre o que fez. Não importava para mim.— Eu terei que fazer. — Ele deu de ombros.Meus olhos caíram, meu coração pulando um batimento cruel. — Mate a bruxa.— O quê? — Ele franziu a testa.— Envie alguém e se livre de Gertrude. — Eu me endireitei.— Mas Alfa…— Ela sabe demais. — Eu o interrompi. — Mate-a antes que o conselho chegue. Você pode perguntar ao Ricardo se quiser.
NATÁLIA— Ah! Então vocês dois sabiam que eram companheiros e não contaram a ninguém sobre isso? — Os gêmeos riram em uníssono.Nós acabamos de chegar à casa oficial da nossa alcateia e, como Jake havia informado a Ricardo, os quatro originais muito familiares já estavam nos esperando no salão principal.Ver seus rostos jovens fez meu interior se contorcer de nervosismo. Meu olhar se deteve em Frederico. Seus lábios estavam moldados em um dos sorrisos vitoriosos mais horríveis que eu já havia encontrado na vida. Era o sorriso que dizia ao oponente que ele havia perdido sem nem mesmo lutar.— Suspeitamos disso. — Os gêmeos quebraram o pesado silêncio e se acomodaram no sofá, deixando Frederico e Abraão em pé perto da janela.— O que trouxe vocês aqui no meio da noite? — Ricardo questionou, permanecendo tão calmo quanto alguém como ele poderia estar naquele momento.O sorriso de Frederico nunca vacilou enquanto ele dirigia seu olhar para mim. Eu respirei, devagar, profundamente, e
NATÁLIA— Você planejou tudo. — Frederico sibilou, sentado em frente a mim na casa de Ricardo.— Claro que sim. — Ricardo zombou.Eu me reclinei, inclinando a cabeça e lançando um olhar de lado para Ricardo. Ele estava satisfeito porque os originais caíram na isca e se deixaram enganar por seu pequeno truque.Agora, toda a alcateia foi testemunha do que eu disse, como eu me transformei e como esses originais não podiam negar minha reivindicação.Se eles negassem minha reivindicação agora, estariam indo contra a vontade da Deusa da Lua, e toda aquela besteira sobre sempre seguir a vontade da Deusa acabaria provando ser falsa.E se qualquer um deles tentasse me matar ou a Ricardo abertamente, acabariam em uma situação hilária onde ninguém os apoiaria. Os originais nunca se voltam contra os seus, a decisão da Deusa da Lua, e nunca tentam machucar outro original. Essas eram as regras operacionais que todos eles deveriam seguir.— Você realmente pode conversar com... — Abraão hesitou
NATÁLIA— Agora só precisamos garantir que não haja nenhuma evidência, nenhuma testemunha, nada que possam usar…Andando ansiosamente em nosso quarto, ofeguei quando bati no corpo de Ricardo. Ele me segurou, firme, com as mãos envolvendo meus braços para me estabilizar.— Calma. O estresse não faz bem para a sua saúde. — Ele sussurrou.Levantei o rosto, encarando-o com olhos que transbordam insatisfação.— Como espera que eu me acalme agora? Você realmente achou necessário chamar a atenção para si e me colocar no conselho?Ricardo me lançou um sorriso hesitante, de lábios apertados.— Era a melhor maneira.— Você se usou como isca. — Balancei a cabeça, dando um passo para trás.As mãos de Ricardo soltaram meus braços, permitindo que eu recuasse até sentir minhas costas doloridas pressionadas contra a parede.— Não se preocupe, amorzinho. Não há ninguém para testemunhar contra mim. Eles não têm como provar que sou um híbrido. Assim que você entrar no conselho, o julgamento será apenas u