Me colocaram sentada numa cadeira, vigiada por um policial, enquanto o delegado atendia outras pessoas que estavam na minha frente. Percebi claramente que o meu “crime” era o mais leve ali.Enquanto eu aguardava na fila dos delinquentes, batia meu tênis insistentemente no chão, ansiosa, até que vi Ben e Daniel entrando.Ben quase atropelou o policial e veio até mim, correndo. Levantei e nos abraçamos.- O que houve, meu amor? O que fizeram com você?- Ben, o desgraçado do Casanova me acusou injustamente. – Menti.- De que?- Eu... Não sei.- Babi, me diga que você não se meteu com o CEO da Babilônia, por favor. – Ben olhou nos meus olhos.- Ele não é só CEO da Babilônia. É CEO da North B. também. – Daniel explicou.Ben me encarou:- Você é só uma pedrinha no sapato dele... Sabe disto, não é mesmo?Assenti, assustada e me dando em conta do que eu tinha feito e o quanto poderia complicar ainda mais a minha vida, que já era mais que difícil.Antes de eu me arrepender por completo, o Dele
- Você está fo... – Ben olhou para o delegado. – Ferrada, Babi.- Vou mesmo ficar presa? – perguntei ao delegado.- Acho que precisa de um advogado, senhorita Novaes. Algum de vocês dois por acaso é ou pelo menos conhece um? – olhou para Ben e Daniel.- Sou... Crítico de moda. – Ben explicou.- E eu barman e motorista de aplicativo. – Daniel abaixou a cabeça. - Ela precisa de um advogado, porra! – o delegado levantou. – Sinceramente, senhorita Novaes, eu já teria liberado a senhorita, com o que tenho de coisas pra resolver aqui. – Ele passou a mão na cabeça, visivelmente cansado. – Mas os Casanova acabariam com a minha raça. O telefone na mesa dele tocou. Atendeu imediatamente. Ficou um tempo respondendo em monossílabos e desligou. - Bem, temos boas notícias. A advogada ligou e disse que o senhor Casanova aceita as joias e retirará a queixa.Não... Tudo menos isso. Ele disse que não era um homem ruim. E eu tive a capacidade de acreditar. - Ok... – falei sentindo meu coração se par
Estava pichado na fachada do prédio “LOUCA DESCLASSIFICADA”. E claro que aquilo era obra dele: Heitor Casanova.- Olhem o que este desgraçado fez! – fiquei puta, aturdida, sem raciocinar direito.- Não acho que tenha sido exatamente ele. Certamente pagou alguém para fazer. – Ben virou a cabeça de lado, acompanhando a escrita.- A parte boa é... Que ninguém sabe que é para você. – Salma falou, estreitando os olhos, pensativa.- Se eu o visse neste instante, daria tanto na cara dele... Até não suportar mais de cansaço nas mãos. – Cheguei a imaginar a cena na minha cabeça.- Teria que subir num banquinho, cherry. – Ben falou seriamente.- Ben, seu idiota desclassificado.- Se eu fosse você não usava mais esta palavra. Está ficando perigoso, Babi. – Ele reagiu.Peguei meu celular e tirei uma foto da fachada com o escrito.- O que vai fazer com isso? – Salma perguntou.- Levar para o Delegado e mostrar o que Heitor Casanova fez. Vou exigir que ele me pague pelos danos morais e...- Não vai
Quando percebi os olhos dele nos meus, perguntei, um pouco encabulada, tentando me justificar:- Estava tentando identificar a cor dos seus olhos.- Oficialmente verdes. – Sorriu gentilmente. – Embora algumas pessoas achem que são azuis.- Eu achei que eram azuis. – Bati a mão na perna, sabendo que tinha errado.- Azuis são os seus. – Observou.- Iguais os da minha mãe... E da minha avó. – Fiz questão de falar, orgulhosa.- Senhor, já faz meia hora... – o homem que o acompanhava falou. – Não está cansado? Quer que eu relembre que o senhor está aqui?- Não precisa. – Ele levantou a mão, confirmando que estava bem.A cadeira de rodas dele era enorme e tinha vários botões. Certamente de última geração.- Não sei qual é o seu horário, mas pode passar na minha frente se quiser. Não tenho nada para fazer mesmo... Sou uma desempregada. – Sorri da minha condição.- Estou aguardando o resultado de alguns exames. Não tenho pressa também.- Eu... Bem... Nunca vi um homem ir ao Ginecologista. Eu
- Oi.- Oi. – Ela me falou, sem olhar na minha cara, continuando o que estava a fazer.- O que eu faço se encontrei algo no elevador?- Se não for dinheiro, leve para a seção de “achados e perdidos”, no segundo andar. – Ela seguiu no computador, sem demonstrar interesse no que eu dizia. - E se for dinheiro? – perguntei por curiosidade.Ela me encarou então, com cara de poucos amigos:- Daí deixe aqui comigo.Enruguei a testa. Que descarada! Certo que se era dinheiro, pegaria para ela.- Encontrou algo? – ela questionou, agora interessada.- Sim... – peguei uma moeda que não valia quase nada e entreguei para ela.Ela pegou a moeda, olhou, rolou-a sobre a mão e disse:- Pode ficar para você. – Sorriu debochadamente.Não é uma moeda, sua idiota. Achei uma carteira do senhor Allan C. Mas você não é confiável. Eu mesma vou devolver, de um jeito ou de outro. Ele era um senhor tão gentil. Certamente estava preocupado, afinal, todos os seus cartões estavam ali. Quem não ficaria? Ainda mais c
- Quando o lugar é fora de rota, não se chama carona e sim favor. – Ben me disse, olhando pelo retrovisor.- Me erra, Ben. Está com ciúmes?- Eu? Imagina!- O que houve entre vocês dois hoje? – Tony perguntou, rindo. – Ei, quem fez este estrago na frente do prédio? – olhou meu belo presente dado por Heitor Casanova pichado na fachada.- O que houve entre nós hoje? Tirando o fato de que minha amiga está fazendo merda, nada. Quando ao elogio na fachada do prédio, é para Babi. – Riu ironicamente. – Depois explico melhor.- Hum, você dizendo isso, Ben? – ele olhou para meu amigo.- Então, pra eu dizer isso, imagina o tamanho da merda que ela vai fazer, Tony.Começamos a rir.Assim que entramos no bairro mais rico de Noriah Norte e fui dando as coordenadas do endereço, Tony perguntou:- Ei, Babi, onde você vai, afinal?- Na casa de Allan Casanova.- O que você vai fazer na casa de Allan Casanova?- É uma longa história. Depois Ben explica para você. – falei, percebendo que estávamos chega
- Você a conhece? – a mulher olhou para Anon 1.Ele assentiu, com a cabeça.- O senhor Casanova mandou que a moça entre. – disse Anon 2.Ela saiu da minha frente, a contragosto. Dei um sorrisinho irônico e não pude deixar de alfinetar:- Sou íntima dos Anon’s. – Pisquei.Entrei, acompanhada dos dois seguranças gigantescos, um de cada lado, fazendo-me sentir ainda mais baixa do que já era. Eu nem alcançava nos ombros deles.- Ok, Anon 1 cuida do Casanova filho.- Anon 2 do Casanova pai. Estou certa? – sorri, puxando assunto.- Não... Eu não me chamo Anon. – disse Anon 2. – Sou Otávio.- Me desculpe, Otávio. Segurança do senhor Casanova, isso?Ele assentiu, com cara de poucos amigos.- Eu reconheci você. Pois bem, encontrei a carteira do senhor Allan Casanova no elevador e vim entregar-lhe pessoalmente. Sabe como é...- Me acompanhe, senhorita? – Anon 2 não lembrou meu nome.- Bongiove. – Anon 1 respondeu por mim.De que adiantava mesmo eu dizer que meu sobrenome era Novaes? O homem jur
- Querida, esta é Bárbara Novaes. – disse Allan Casanova, enquanto a mulher se posicionava ao lado dele. – Ela encontrou minha carteira e veio entregar.- Boa noite, Bárbara. Sou Celine Casanova. – Apresentou-se, me entregando a mão como se fosse para eu beijar.Segurei a ponta dos dedos dela e levei para cima e para baixo, incerta se era assim que se cumprimentava uma mulher rica.Ele ficou observando minha mão movendo a dela e quando soltei, olhou para os próprios dedos, parecendo ficar com nojo. Meu Deus, como ela era diferente do marido. Mas certamente agora eu sabia de onde Heitor Casanova tinha herdado o jeito esnobe de ser. Mamãe Casanova não fazia questão de ser simpática.- Ela disse isso? – Heitor riu, sarcasticamente. – E você acreditou nela, pai? – ele me olhou.- Não estou entendendo... – olhei diretamente nos olhos dele.- Pai, certamente esta mulher roubou a sua carteira.- Eu não acredito que está me acusando. Está querendo o que? Me botar na cadeia de novo?- Como ass