Apesar da análise de Álvaro fazer muito sentido, Dedeu ainda achava a ideia absurda. Eles cresceram juntos e, mesmo sabendo que Fabiano era uma pessoa calculista, Dedeu não conseguia acreditar que ele pudesse fazer algo tão desprezível. Por isso, depois que Álvaro terminou de falar, Dedeu demorou a reagir. Por outro lado, Serafim apertava lentamente os dedos ao redor do copo de bebida. A origem de Serafim era um pouco parecida com a de Emerson, e os dois circulavam frequentemente pelos mesmos grupos sociais, o que os tornou bons amigos. Embora tivessem menos contato à medida que cresceram, Serafim jamais ficaria de braços cruzados vendo seu amigo próximo enfrentar problemas. Ele levou o copo aos lábios, tomou um gole e, em seguida, ergueu os olhos para encarar Álvaro: — Eu vou assumir o caso de Emerson. Álvaro o encarou surpreso. Todos sabiam que Serafim era um dos maiores talentos do mundo jurídico. Ele já havia conduzido centenas, senão milhares de casos na área eco
O Bentley preto saiu do Clube da Serenidade. Álvaro, que inicialmente planejava voltar para casa, se lembrou subitamente de que Sabrina ainda estava fora, então decidiu girar o volante e foi procurá-la. Ao passar por um cruzamento, ele avistou o Bentley preto de Serafim parado ali, com o próprio Serafim de pé na calçada. Álvaro pensou em reduzir a velocidade para cumprimentá-lo, mas, ao ver Eulália em pé do outro lado, desistiu. “Deixe pra lá”, os antigos amantes se reencontraram, então por que ele iria se intrometer nisso?O carro passou, e Álvaro deu uma olhada pelo retrovisor. Essa olhada foi suficiente para deixá-lo surpreso. A visão que teve foi nada mais, nada menos que Serafim segurando Eulália nos braços, e os dois se beijando com paixão. Álvaro ficou pasmo. "Quem foi que disse agora há pouco que esse cara nunca seria o terceiro em um relacionamento? E olha só! Não é exatamente isso que ele está fazendo?! Que absurdo." Tudo por um amor, jogando a própria reputaç
— Senhora, o que isso significa? Você não disse que era funcionária do governo? A mulher olhou para aquele maço de dinheiro. Embora sua voz estivesse cheia de dúvida, seus olhos já não conseguiam se desviar. Sabrina esboçou um leve sorriso. Em seu rosto delicado, a expressão era tão calma quanto a água. — Esta é a recompensa de vocês. Senhor, senhora, estou aqui para perguntar sobre o paradeiro do seu irmão. Ele trabalhava na cozinha do Restaurante Real Privado, era o responsável, e tenho certeza de que vocês sabem disso. Mas agora ele está conspirando com outras pessoas para incriminar meu marido, o que resultou na prisão dele pela polícia. Isso é algo que eu não vou deixar passar em branco. — Sabrina fez uma pausa e continuou. — Se vocês acreditam que seu irmão é inocente, então peçam para ele vir e explicar a situação. Se estiver tudo bem, nós não vamos prejudicá-lo. Aqui estão cem mil reais, o suficiente para vocês três viverem bem. Claro, se acharem que não é suficiente, eu
— Os itens encontrados na cozinha do restaurante têm alguma coisa a ver com você? O homem, sentado no chão, estava claramente desmoronando de nervoso. Seu rosto sujo e sua aparência completamente desolada refletiam seu estado de espírito. Ele balançava as mãos em uma negativa veemente: — Não, Sra. Carmo, não tem nada a ver comigo! Eu nunca faria algo assim. O patrão sempre foi bom para mim, como eu poderia prejudicar ele? Eu me escondi porque, algum tempo atrás, ajudei a colocar um estagiário no restaurante. Ele me deu um dinheiro para que eu o ajudasse a entrar, dizendo que era meu parente distante. A senhora sabe das condições da minha família, então eu... Pensei que não teria problema nenhum em ajudar alguém. Mas depois que o patrão teve problemas, ao revisar a lista de funcionários, percebi que havia algo estranho sobre ele. — Ele fez uma pausa, respirou fundo e continuou. — A função dele era apenas servir mesas, mas, na última semana, ele estava sempre indo à cozinha e até ped
"O chefe já era uma pessoa muito boa, mas não esperava que a esposa dele também fosse tão gentil." O homem apertou o cartão de visita na mão, voltou para dentro de casa, fechou a porta e começou a discutir os próximos passos com o irmão e a cunhada. No caminho de volta, enquanto dirigia, Sabrina ligou para Simão, o assistente de Emerson. — Sra. Carmo, tem alguma novidade? — Sim. — Respondeu Sabrina, usando o fone de ouvido Bluetooth. — Ele acabou de me dizer que um tal de Baltazar apareceu recentemente no restaurante, e tem algo de errado com ele. Você, que sempre acompanha o Emerson, conhece esse Baltazar? Assim que Sabrina terminou a pergunta, percebeu que soava absurda. "Era apenas um funcionário comum, como Simão poderia ter notado alguém assim?" De fato, Simão não conseguiu conter uma risada: — Sra. Carmo, o Baltazar é só um garçom. Eu fico o dia inteiro com o Sr. Emerson, como eu iria reparar em tantas pessoas? Mas fique tranquila, já enviei essa informação para o
[Faltam apenas dois dias para eu e o Fabiano irmos ao cartório.]Sabrina digitou essa frase com cuidado no bloco de notas do celular, depois colocou o aparelho virado para baixo na mesa e continuou a limpar o quarto, sorrindo. A casa era um presente dos pais de Fabiano para eles como lar de casados, onde Fabiano morava sozinho. Como ele estava ocupado e não tinha tempo para limpar, Sabrina passou esses dias ajudando por lá.As famílias de ambos eram muito próximas, e, após dois anos sendo unidos pelos pais, finalmente estavam prestes a se casar. Todos pensavam que ela estava sendo forçada a ficar com Fabiano, mas só alguns sabiam que ela secretamente o amava há anos. Quando ele concordou em namorá-la diante de ambos os pais, ela ficou tão feliz que não conseguiu dormir aquela noite.Sabrina estava no escritório, com um doce sorriso nos lábios enquanto limpava a mesa, imaginando a vida feliz que teriam ali. Porém, ao se virar, acidentalmente esbarrou em um vaso de gardênia na mesa.O
O tempo em junho mudava rapidamente. Quando Sabrina chegou, o céu estava limpo, mas agora estava coberto de nuvens escuras e chovia torrencialmente.Sabrina saiu correndo da casa de Fabiano, chorando, tão apressada que esqueceu as chaves do carro. Ela correu para a chuva e pegou um táxi na porta para voltar para casa.Quando o táxi parou no destino, Sabrina pagou a corrida com um QR code e correu para o prédio sob a chuva.No elevador, após apertar o botão do décimo terceiro andar, ficou num canto, enxugando as lágrimas incessantemente.O elevador parou, e ela, de cabeça baixa, caminhou até o apartamento e começou a digitar a senha.Estranhamente, a porta, que normalmente se abria de imediato, continuava mostrando erro na senha.Será que ela estava tão perturbada que se esqueceu da senha?Sabrina enxugou as lágrimas e decidiu tentar novamente.Ela tinha acabado de pressionar o primeiro número quando a porta se abriu subitamente de dentro.Eles se encararam, e Sabrina ficou paralisada.
Sabrina havia acabado de abrir a porta quando a voz de sua mãe, Bianca Pires, chegou carregada de soluços:— Sabrina! Por que você não atende o telefone? Término é término, mas por que não atende? Quer me matar de preocupação?"O quê?" "Como isso é diferente do que eu imaginei?"Sabrina piscou, confusa.— Ah... Meu celular estava no silencioso, eu não ouvi.O rosto de seu pai, Rodrigo Amorim, estava tenso como água parada. Ele e Bianca entraram, trocaram os sapatos e se sentaram no sofá.Sabrina trouxe água morna da cozinha e os serviu.— Mamãe, papai, bebam um pouco de água.— Sabrina, o que aconteceu com sua testa e seu braço? — Indagou Rodrigo ao notar o braço dela envolto em várias camadas de ataduras e um grande hematoma roxo na testa, onde até a pele parecia ter sido rompida.Sabrina baixou a cabeça, em silêncio.Bianca examinou mais de perto e percebeu que ela estava gravemente ferida, no braço enfaixado parecia que ficaria uma cicatriz permanente, a testa brutalmente agredida.