Fiquei ali pensando e pensando, olhava tudo ao meu redor.
Cheirava mais um pouco e bebia ainda mais, Isabelle procurava argumentos para impedir o que eu queria fazer.
— Ulisses, eu disse aquilo, mas não era pra você ter levado a sério. — Ela disse — pode te matar.
— Mas e se houver uma forma? — Eu disse — O médico falou com confiança no que poderia ter acontecido.
—
Acordei aquela manhã. Pensei em dormi mais um pouco, eram quase sete. Quando Isabelle me disse que eu deveria manter o disfarce de Théo durante o dia. Que acreditava ela, ser professor. Me levantei, acendi um cigarro, chequei as queimaduras da minha mão, lavei com soro e pus a faixa novamente. Olhei a janela enquanto tomava um café e senti uma boa vibração, ora, desde o maldito acontecimento, eu jamais havia visto a luz do sol. Era empolgante, excitante, era um sentimento que não conseguia expressar. Eu havia quebrado a minha rotina, eu era dono dessa carcaça, como diria Théo.
Cheiro de uísque, a TV ainda estava ligada, eu havia cancelado o compromisso de segunda para curtir a noite, eu queria ter dormido, queria ter dormido a noite toda. Mas não preguei os olhos. Estranho! Eu costumava dormi bem, muito bem após chegar do trabalho, o trabalho noturno. Minha mão ainda doía, não era um problema. O problema estava sendo aquele sentimento que não conseguia expressar em palavras, apenas com um soco na parede ou quebrando um objeto, não importava se era a antiguidade importada da Turquia, ou copos de uísque que eu estava a lançar a todo momento na parede. O álcool, era o meu calmante. As sete da manhã estava eu consumindo mais uma dose.
O que eu tinha em mãos não era suficiente para me livrar do diretor, ele poderia apenas ser suspenso, mas não cederia a minha pressão. Eu estava obcecado, eu queria de todas as formas fuder com a vida daquele merda. Depois das aulas matutinas eu fui no meu amigo Marcel, foi ele quem conseguiu minha documentação como Ulisses, era um cara inusitado, usava camisa florada, tinha cabelos grandes penteados para trás formando um topete e um ridículo bigode. Disse a ele os detalhes do documento. Ele me pediu para que eu conseguisse uma página do caderno de contabilidade, era complicado conseguir aquilo. No dia seguinte perguntei um professor ou outr
As noites de sexta, eram as noites mais badaladas para quem fazia michê. Era normal entrar em algum barzinho e encontrar alguma mulher que trabalhou a semana inteira se distraindo, tomando umas cervejas, aliviando o stress. Eu não estava no bar de Clemer naquele dia, eu e Rick fomos para o Alive Star, um cujo o nome é americano, o dono é um mexicano e a estrutura é europeia. Era um bar. Não, não… Era O bar, bebidas de todos os tipos, só não tinha um público tão variado como o bar de Clemer, apesar de ainda vermos alguns casais gays tendo seus primeiros encontros, ou um e outro planejando um ménage, era um lugar com som ao
Era sábado, continuava a não me sentir bem. Liguei a TV, pedi comida e a cada intervalo eu tragava um cigarro. Uma coisa ficou na minha mente, aquela garota, a loira. Geovana! Ela agiu estranho, ela me evitou. Nunca na minha história fui evitado, ela era diferente, ela reagiu ao poema brega do Théo, ela tinha um sorriso misterioso, falava baixo e em quase todos os momentos ficava rosada de vergonha. A ideia era tomar alguns drinks e esquecer aquela noite, então durante a tarde bebi um pouco e tentei reler novamente Dom Carmurro. Pobre coitado, era um gay enrustido, nada tinha a ver com C
Era segunda-feira, passei o domingo fazendo alguns servicinhos como gigolô e eu começaria a semana como professor. Há aquelas alturas, eu pouco me fodia para o que o resto dos meus colegas achavam de mim. Ora, eu coloquei um diretor pra correr, comi a mal-humorada tenente. Eu tinha tudo sobre controle. Estávamos reunidos na sala dos professores, Marla apresentaria o substituto do canalha. Me sentei ao lado de Dilson, professor de biologia, sujeito baixo, muito fora de forma, cabelos ralos e camisa longa, nada mais clichê para ser professor do que um óculos fundo de garrafa que ele usava.
Eu havia chegado de um serviço michê, a mulher da noite foi Joana. Trinta e poucos, recentemente separada do marido. Ela era seca, seca pra caralho, fiquei quase uma hora tentado lubrificar ela. Ela reclamou que tinha um problema ginecológico, o que me fez ficar com medo de cair de boca nela, mas ela disse que não era nenhuma DST, foi a primeira vez que eu chupei uma buceta com nojo. As coisas acontecem assim, basta dizer antes da transa a sigla DST e você já trepa com medo, mesmo que não tenha nada. Passou-se uns dois pares de semanas, eu estava me destacando como professor, eu até tava gostando. Estava recebendo por fuder, estava tudo indo numa boa. No entanto, eu estava na escola, na sala de professores. Estava tentando me decidi entre o expresso e o café com leite, fiquei ali alguns minutos. — Você deveria ter ido falar comigo na semana retrasada — Disse a irritante, patricinha, politicamente correta e mimada que se tornou diretora. Último capítuloNão se ensina sexo na escola