Era sábado, continuava a não me sentir bem. Liguei a TV, pedi comida e a cada intervalo eu tragava um cigarro. Uma coisa ficou na minha mente, aquela garota, a loira. Geovana!
Ela agiu estranho, ela me evitou. Nunca na minha história fui evitado, ela era diferente, ela reagiu ao poema brega do Théo, ela tinha um sorriso misterioso, falava baixo e em quase todos os momentos ficava rosada de vergonha.
A ideia era tomar alguns drinks e esquecer aquela noite, então durante a tarde bebi um pouco e tentei reler novamente Dom Carmurro. Pobre coitado, era um gay enrustido, nada tinha a ver com C
Era segunda-feira, passei o domingo fazendo alguns servicinhos como gigolô e eu começaria a semana como professor. Há aquelas alturas, eu pouco me fodia para o que o resto dos meus colegas achavam de mim. Ora, eu coloquei um diretor pra correr, comi a mal-humorada tenente. Eu tinha tudo sobre controle. Estávamos reunidos na sala dos professores, Marla apresentaria o substituto do canalha. Me sentei ao lado de Dilson, professor de biologia, sujeito baixo, muito fora de forma, cabelos ralos e camisa longa, nada mais clichê para ser professor do que um óculos fundo de garrafa que ele usava.
Eu havia chegado de um serviço michê, a mulher da noite foi Joana. Trinta e poucos, recentemente separada do marido. Ela era seca, seca pra caralho, fiquei quase uma hora tentado lubrificar ela. Ela reclamou que tinha um problema ginecológico, o que me fez ficar com medo de cair de boca nela, mas ela disse que não era nenhuma DST, foi a primeira vez que eu chupei uma buceta com nojo. As coisas acontecem assim, basta dizer antes da transa a sigla DST e você já trepa com medo, mesmo que não tenha nada. Passou-se uns dois pares de semanas, eu estava me destacando como professor, eu até tava gostando. Estava recebendo por fuder, estava tudo indo numa boa. No entanto, eu estava na escola, na sala de professores. Estava tentando me decidi entre o expresso e o café com leite, fiquei ali alguns minutos. — Você deveria ter ido falar comigo na semana retrasada — Disse a irritante, patricinha, politicamente correta e mimada que se tornou diretora. Aquela tarde eu passei trocando alguns moveis de lugar no meu apartamento, mudei a posição do sofá, arrumei as revistas 4x4 que Isabelle amava, a estante de Tv. Só não quis mudar de lugar a poltrona, uma força maior me impedia de fazer aquilo. Ao anoitecer, decidi ir ao bar de Clemer, queria conversar com Rick ou Grasi, mas ambos estavam em trabalho, mesmo sendo sexta feira. Dia em que os prostitutos ficam em bares esperando um cliente novo, acredito que a agenda deles já estava preenchida. Então decidi ir buscar minhas coisas, aliás as coisas de Théo na escola. Naquela hora da noite todoNão se ensina sexo na escola
My Away
Depois do estranho momento que tive com Ingrid, passei um par de semana sem fazer nada durante o dia. Quer dizer, eu fiz sim. Orgias, festas, recebi colegas de profissão -variados-. Eu tava curtindo a minha vida de prostituto durante o dia. No entanto, começou a levantar olhares dos vizinhos. Já era difícil acreditar que eu — por ser professor — tinha condições de bancar um apartamento daqueles, mesmo eu dizendo que eu dividia o lugar com outro cara, um cara que nunca aparecia. Então muitas queixas e denúncias começaram a serem feitas e a polícia passou a averiguar minha casa atrás de quantidades para atacado de narcóticos e armas. Bem, só fui notificado uma vez, eles acharam a minha heroína, mas foi uma quan
No dia seguinte continuava a chover, vi nos telejornais que a chuva continuaria pelos próximos dias. Estava caminhando pela casa pelado, eu estava decidido a tentar mais uma vez um emprego, quando o meu telefone recebe uma notificação. “Me encontre no Clemer às 11 h, URGENTE” Era Grasi. Estranho, pensei! Nem ela e nem Rick costumam me mandar mensagens durante o dia. Fiquei intrigado. Sai as dez para as oito de casa e fui em alguns lugares entregar meu curriculum. Num desses lugares a coordenadora havia sido minha cliente, ela ficou envergonhada ao me ver procurando emprego. Mas eu pouco me importei. Quer dizer, ali eu jamais conseguiria uma vaga. Já que ela sabia
Pela manhã, fui acordado com o telefone tocando. Era Grasi. Ela queria me lembrar de ir com trajes apropriados, pois seria uma inauguração do hotel do camarada que se chamava Enrico. A noite, peguei o meu melhor smoking, calcei o meu sapato preto de sola e bico fino que era preto como a minha meia social. Combinei o cinto com o sapato. Minhas abotoaduras jaguar dezoito quilates combinou com a minha camisa branca e meu anel. Suntuosidade, essa é a palavra da noite. —
Estava eu sentado de frente para aquele homem, ele puxou uma gaveta e retirou um charuto, cortou a borda e acendeu, tudo em silêncio. Eu não estava entendendo muito. Ele relaxou na cadeira e disse: — Sabe Sr. Ulisses, nós dois somos parecidos. Ele virou para o lado e soltou a fumaça. — O Sr. tem o que quer, a hora que quer, e é pago por isso. — Ele se levantou, abriu a persiana e mostrou do alto do prédio a cidad